Denethor II disse:
Amo ambas, mas entre trabalho e pensar, o pensar me parece uma maior excelencia!
Até entendo a intenção da quebra, foi até bem importante pra dar continuidade a evolução da arte em geral. Senão ela teria realmente morrido, que por sinal é um erro grave e grotesco dos pós-modernos em sugerirem isso, por vários motivos.
Outro grande (senão o maior) erro dos contemporâneos ao tentar quebrar a ligação com os clássicos foi fingirem (nem todos) que o ato de pensar em cima de uma obra foi criação deles.
Desde as pinturas paleolíticas existe uma forte intenção racional por trás dos trabalhos.
A maior qualidade dos movimentos modernos é a sofisticação dos conceitos pensados. O pior defeito é o abandono do trabalho como realização desse conceito.
Defeito porque acontece uma enganação. Finge-se que ali está rolando um trabalho visual, quando é filosofia pura.
Sem ser pejorativo com relação a filosofia, apenas quero evidenciar essa ilusão montada, que acho muito ofensiva e danosa pras artes plásticas.
ombudsman disse:
Fox, me ajuda a entrar na discussao
Quando se fala em arte classica, até que movimento o conceito cobre? E o que pode ser considerado contemporaneo?
Ainda tô extremamente longe de ser o ideal pra responder esse tipo de pergunta, mas uma coisa eu posso dizer com certeza.
Nada na História é fixo ou ordenado. O dito mais certo sobre ela é que é cíclica, apesar d'eu achar que é mais apropriado dizer que funciona como uma espiral.
O clássico grego retornou com força na Renascença e depois na Era Vitoriana. Não duvido que volte mais e mais vezes no decorrer dos séculos, com mais outra gama de influências de ntes e muito depois do clássico.
Aliás, não consigo imaginar maneira mais legal da arte se transformar. Artistas ruins sempre vão existir, mas isso é bom. O contraste e a variedade mantêm a arte sempre interessante.
ombudsman disse:
Mozart, Bach, Picasso, Michelangelo, Van Gogh.. qualquer um, sao todos presos ao contexto no qual despontaram como genios - e o fato de se defender a genialidade destes hoje nao tem nada a ver com uma suposta Estética Pura, mas sim com o reconhecimento de elementos historicos semelhantes.
Isso é um bom raciocínio, mas Van Gogh só despontou como gênio (encarando isso como um conceito dos outros, não dele mesmo), bem depois da sua morte.
Mozart, Picasso, Michaelangelo... esses são os casos raros felizes onde foram valorizados em vida, logo, dentro de seus próprios contextos.
Mas... considerá-los presos ao seu contexto é exagero. Ainda mais levando em conta que vários deles revolucionaram os mesmos. Afirmar que eles foram influenciados por suas situações se encaixaria melhor no seu raciocínio... talvez.
Mas Van Gogh definitivamente não é clássico.
Vendo as opiniões aqui, talvez o título apropriado fosse "Contemporãneo X Tudo Que Veio Antes".