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[Círculo da Lei XI] Julgamento de Gandalf

EXCELENTÍSSIMA SR.ª DR.ª JUÍZA DO EGRÉGIO MÁHANAXAR

HONRADOS JURADOS

SENHORAS E SENHORES PRESENTES NESTE JULGAMENTO

GANDALF, O CINZENTO, já qualificado no nos autos , por seus advogados Mellime e @G. Asaph , vem aos autos apresentar A TESTEMUNHA DE DEFESA, Galadriel, a Senhora da Luz, que figura entre os seres mais sábios a jamais caminhar sobre Arda.

Apresente-se ao Máhanaxar, nobre Senhora!
 
Venho até este salão como uma das filhas dos Noldor de outrora, cujos olhos vislumbraram a luz de Laurelin e Telperion e presenciaram a feitura das Silmarils, gemas mais preciosas que qualquer Anel de Poder. Venho até este salão como a Senhora da Floresta Dourada, domínio livre da Sombra do Inimigo. Pois este Inimigo é ardiloso e perpetra mente e coração de quaisquer criaturas que a ele ofereçam risco de resistência ou vontade de liberdade. Por este motivo, configura-se como meu Inimigo também. Venho até este salão para esclarecer as acusações feitas contra Mithrandir, um servo dos Senhores do Oeste, membro de uma ordem e de uma raça superior, cujos grandes feitos foram de suma importância para a derrota da Sombra. Pois esta Sombra maligna é nada mais que um resquício do Grande Mal combatido pelos Senhores do Oeste, quando o mundo, inclusive eu, era jovem.

É meu dever, como filha dos Noldor e serva dos Senhores do Oeste, prevenir e alertar sobre o risco de se deixar levar por acusações levianas, carregadas de um sentimento nocivo e perigoso, com sinais claros de que houve ação do Inimigo por detrás do mesmo. Mithrandir é um emissário dos Valar e, portanto, responsável por cumprir uma tarefa que lhe foi dada, juntamente com os membros de sua Ordem. Foi por esforço, dedicação e mérito próprios que ele ascendeu à chefia desta Ordem, quando Saruman sucumbiu ao poder pernicioso do Inimigo. Sim, os Istari vieram à Terra-média portando grande sabedoria e poder acumulados e advindos de Além-mar e seus olhos contemplaram a beleza e a divindade do Oeste Sagrado. Além disso, vieram sob formas humildes, pois seu trabalho não era usurpar o poder dos outros Filhos de Ilúvatar, mas sim de auxiliá-los e aconselhá-los contra o Mal que, novamente, renascia das trevas.

Mithrandir chegou a esta Terra como o membro aparentemente menor de sua Ordem, trajando cinza e portando um cajado. Porém, quando o vi pela primeira vez, reconheci nele um profundo conhecimento e espírito de sabedoria, que se escondiam em sua aparência comum e desgastada. E não é assim que os velhos e mais sábios devem aparentar? O peso de incontáveis anos de estudo e dedicação a desvendar os mistérios e complexidades do Mundo e de seus habitantes, cada qual com suas peculiaridades, culturas e mistérios próprios, é o bastante para encurvar as costas e engrisalhar a fronte de qualquer criatura que se disponha a suportar esse pesado, porém indispensável fardo. Mithrandir assumiu essa responsabilidade e se submeteu a diversos riscos e confrontou poderes antigos que somente uma criatura de sua estirpe poderia ser capaz de enfrentar, tudo prezando pelo cumprimento de sua tarefa, pois isto seria benéfico para a Terra-média e do agrado de seus Senhores.

Em muitos Conselhos, debatemos o futuro e os rumos que o Destino tomava por sobre a Terra-média e os povos que nela habitavam e continuam a habitar. Mithrandir sempre representou o ideal de união de todos os Povos Livres. Mithrandir sempre mostrou paciência e compaixão, virtudes aprendidas com a própria Nienna. Mithrandir sempre se mostrou inabalável na luta contra o Inimigo e seus servos, mesmo sendo muito cobiçado pelo Mal por seu poder, conhecimento e força de espírito. No entanto, nunca se deixou contaminar pela semente da malícia, pois seu espírito era de fogo ardente. Tão ardente que conquistou a confiança necessária para ser o guardião do Narya, o Anel de Fogo. E pude ver em seu coração a gratidão e respeito pela incumbência, bem como a satisfação, nunca a cobiça ou a ganância por mais poder.

Deste modo, encerro a minha apresentação como testemunha dos feitos de Mithrandir em sua passagem pela Terra-média, eu, Galadriel, filha de Finarfin, Senhora Branca, que vivi e caminhei pelas terras Sagradas do Oeste e conheci os Maiores dentre os Maiores, os Valar, os poderes governantes de Arda
 
Galadriel, que relato apresentas a este Círculo da Lei a respeito dos fatos imputados ao réu, em especial às acusações apresentadas na denúncia e na versão dos fatos apresentada pela primeira testemunha?

A título de esclarecimento, os fatos controversos são: o réu teria planejado ardilosamente a morte dos integrantes da companhia de Thorin para apropriar-se do tesouro da Montanha Solitária, o réu teria sido negligente no cumprimento do seu dever durante a Guerra do Anel, o réu teria se recusado a enfrentar Saruman sabendo - em teoria - que havia algo suspeito acontecendo em Isengard, quais exatamente seriam seus crimes, que teria usado a primeira testemunha, Thrain II, para dele extrair informações, posteriormente abandonando-o para morrer em Dol Guldûr, que possivelmente teria roubado para si um dos Sete.
 
[off] Oi, pessoal, peço desculpas pelo atraso absurdo. Eu passei por vários problemas pessoais bem delicados as últimas 3 semanas. Vou tentar honrar meu compromisso da melhor maneira possível. [/off]

Galadriel, que relato apresentas a este Círculo da Lei a respeito dos fatos imputados ao réu, em especial às acusações apresentadas na denúncia e na versão dos fatos apresentada pela primeira testemunha?

A título de esclarecimento, os fatos controversos são: o réu teria planejado ardilosamente a morte dos integrantes da companhia de Thorin para apropriar-se do tesouro da Montanha Solitária

Me parece muito estranho que essas acusações possam ter sido promulgadas em relação a Mithrandir. Pois eu conheci e conheço a sombra da Cobiça e da Ganância, sei reconhecer quando a luz dos olhos de qualquer criatura brilha sob essa sombra. Pude ver quando essa sombra assolou a mente e o coração de Fëanor. Na época deste acontecimento nefasto, eu era jovem e não pude impedir o desenrolar hediondo da História. Porém, esse episódio muito me abalou e eu me endureci, adquiri sabedoria e conhecimento necessários para reconhecer quando tais sentimentos voltassem a ameaçar a paz e a tranquilidade do mundo. Ora, Mithrandir teria capacidade ainda maior de engendrar episódios tão terríveis quanto os que Fëanor desencadeou, por ser de casta superior. Até mesmo por isso, muito me alegrou quando eu perscrutei sua mente e espírito e encontrei nada além de uma vontade inabalável de cumprir sua tarefa com afinco e dedicação. Nunca houve o menor resquício de sombra em seus olhos.

O tesouro da Montanha Solitária era um tesouro da própria terra e de seu povo. Mithrandir respeitava o povo anão do mesmo modo que respeitava todas as outras criaturas da Terra-média, exceto as criaturas servas do Mal. Se ele de fato quisesse se apoderar do tesouro, não precisaria formar uma companhia, muito menos procurar um integrante tão diferenciado (e considerado inútil por muitos) quanto um Hobbit. Pois ele possui conhecimento de magia e artes persuasivas que teriam induzido Thorin Escudo de Carvalho a se dobrar à sua vontade, mas não o fez, justamente por recusar permitir que tal tentação maligna se apoderasse de sua mente.

o réu teria sido negligente no cumprimento do seu dever durante a Guerra do Anel, o réu teria se recusado a enfrentar Saruman sabendo - em teoria - que havia algo suspeito acontecendo em Isengard

É absurdo que tal acusação tenha sido sequer cogitada. A Guerra do Anel só foi vencida muito em parte por causa dos esforços de Mithrandir em reunir os Povos Livres da Terra-média, uma mera alusão à Última Aliança. Sua capacidade de enxergar além do óbvio permitiu que o Destino fosse favorável ao Bem, pois nenhum de nós, elfos, homens ou anões, enxergou além da cegante soberba de eras de glórias passadas. Nem mesmo a casta de Mithrandir seria capaz, e a prova disso foi a queda de Saruman. Ora, quem viu o potencial dos Hobbits e seus papéis decisivos nesse Destino? Mithrandir. Quem enxergou no Povo Pequeno a força e a resistência que nenhum elfo, anão ou homem, tão grandes, cada um à sua maneira, jamais poderia possuir para concluir a tarefa impossível de portar o Um? Nem mesmo eu, que vi o resplandecente Oeste Sagrado, suportaria tal incumbência. Precisei passar no maior teste de minha existência e quase não resisti. Se Mithrandir tivesse sucumbido à mesma soberba que eu, por um instante, permiti que me dominasse, teríamos todos perecido. Porém, Mithrandir não é um ser infalível, como sua estatura poderia fazer parecer. Sim, muitos erros foram cometidos, que quase puseram tudo a perder. Mas não foi sempre assim? Não foi o mundo moldado pelos erros e acertos de entidades ancestrais? Ora, Mithrandir, assim como eu, percebeu que algo de sombrio estava acometendo o coração de Saruman e o único erro de Mithrandir foi se ater à hierarquia e respeitar sua própria Ordem, mas isso não é crime. Não era de seu feitio tomar para si a autoridade de outros, exceto quando isso se provou inevitável para impedir que o Mal se alastrasse, e assim ele o fez, quando a hora chegou, reparando seu erro inicial. Ora, Saruman era tão versado nas artes mágicas e conhecimentos profundos quanto Mithrandir, e soube esconder de maneira extraordinária seus intentos tanto quanto possível. Mas se existe uma coisa que a sombra perniciosa da Cobiça e da Ganância não permite de maneira nenhuma é o segredo. Logo, ficou claro que o (considerado) maior dos Istari havia sucumbido ao Mal. Pois o Mal percebeu o poder e o talento de apenas dois membros da Ordem, e tentou aliciá-los: Saruman e Mithrandir. Um sucumbiu, o outro não. Um caiu, o outro ascendeu.

Quando a traição de Saruman foi desvendada, Mithrandir não assumiu o título de Gandalf, o Branco. Não, foi preciso que ele passasse no maior dos testes e ele o fez, como somente ele poderia ter feito. Não houve crime algum neste evento.

quais exatamente seriam seus crimes, que teria usado a primeira testemunha, Thrain II, para dele extrair informações, posteriormente abandonando-o para morrer em Dol Guldûr, que possivelmente teria roubado para si um dos Sete.

Mithrandir não precisava de Anéis de Poder, tendo ele mesmo portado um dos Três. Principalmente porque os Sete já haviam caído sob o domínio do Um. Se houvesse algum indício de cobiça por parte de Mithrandir quanto aos Anéis de Poder, ele não gastaria seus recursos e tempo atrás de anéis menores, como os Sete. Teria ido direto ao Anel-mestre, do mesmo modo que Saruman intentou. Creio que não existe prova maior da inveracidade desses fatos quanto o que acabei de relatar a este tribunal.
 
Vossa Alteza, vós alegais que o réu tem uma conduta exemplar e que uma criatura como ele não seria suscetível à tais tentações por ser supostamente um ser muito puro. Pois bem, mas não é verdade, ó jurados, que a Senhora Galadriel já cometeu o pecado da prepotência e da ambição ao participar do levante de Fëanor no passado? E também não é verdade que a Senhora foi tomada por um desejo de se apoderar do Um Anel tornando-se assim a terrível Senhora de toda a Terra-média? Felizmente não foi o que aconteceu, porém isso mostra que tais intenções e desejos podem surgir no coração até mesmo dos grandes. Tendo tudo isso em mente, ó Galadriel, respondei diante dos jurados à seguinte pergunta: vós achais tão impossível que algo parecido, porém pior, haja ocorrido com Gandalf?
 
Vossa Alteza, vós alegais que o réu tem uma conduta exemplar e que uma criatura como ele não seria suscetível à tais tentações por ser supostamente um ser muito puro. Pois bem, mas não é verdade, ó jurados, que a Senhora Galadriel já cometeu o pecado da prepotência e da ambição ao participar do levante de Fëanor no passado?

Não estou sob julgamento neste Mahánaxar. Esta pergunta já foi respondida por mim mesma em minhas falas anteriores.

E também não é verdade que a Senhora foi tomada por um desejo de se apoderar do Um Anel tornando-se assim a terrível Senhora de toda a Terra-média? Felizmente não foi o que aconteceu, porém isso mostra que tais intenções e desejos podem surgir no coração até mesmo dos grandes. Tendo tudo isso em mente, ó Galadriel, respondei diante dos jurados à seguinte pergunta: vós achais tão impossível que algo parecido, porém pior, haja ocorrido com Gandalf?

Sim, meu teste maior foi resistir à maior arma já feita pelo Mal nesta terra. Como eu disse anteriormente, nenhuma criatura é infalível, nem mesmo os Valar. Não se pode julgar uma pessoa por seus pensamentos obscuros, se eles não forem postos em prática, pois é natural de todas as coisas e criaturas que nascem, crescem e pensam. O julgável é o fato. Fato é que Mithrandir não sucumbiu a nenhum teste malicioso a que foi submetido, tendo inclusive se saído vitorioso em um combate ainda maior que o meu. A derrota do Balrog de Morgoth foi muito mais do que uma luta física, foi um embate entre dois seres antigos, de grande e equiparáveis poder e magia profundas. Foi uma batalha de corpo, mente, coração e espírito. Luz contra Sombra, Mal contra o Bem. Se Mithrandir tivesse sido conspurcado pelo Mal, não teria vencido o inimigo e retornado como o Mago Branco. Creio que isso responde à pergunta.
 
Ontem eu ia pedir uma prorrogação mas esqueci. Por gentileza, concedei-nos mais um tempinho, pois logo postaremos, tá?
 
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