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[Círculo da Lei I] Julgamento de Fëanor

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Aki, quem nao é nada pode fazer algo?
Inicialmente não está prevista a participação do restante dos usuários que não fizerem parte das bancas. O Círculo da Lei ainda está em fase beta e essa proposta de fazer outras pessoas participarem já foi levantada lá dentro do VTBBC, mas não chegamos a nenhum consenso sobre o assunto. Se você tiver alguma sugestão de como os não-juízes, não-júri, não-acusação e não-defesa puderem participar ela será recebida de muito bom grado. Você pode fazer sugestões aqui. Nós do VTBBC agradecemos o seu interesse no projeto :D
 
Dúvida:
Devo redigir a defesa sob uma ótica endógena ou exógena à Arda?

Quando menciono exógena, quero saber se posso fazer citações das obras, e falar "Tolkien escreveu que...", etc. Enfim, acho que deu pra entender.
 
Até onde entendi, devemos agir como se estivéssemos "dentro" do contexto.
Endógeno, como disse... Pelo menos é assim que estou pensando rssss
 
Teve essa discussão lá no Clube também, o pessoal lá optou pelo exógeno. Eu particularmente prefiro o endógeno.
 
Bem, como a acusação redigiu seu texto de maneira endógena, faremos o mesmo. Eu também prefiro desta forma.

Para o próximo julgamento, isso pode constar no 1º post.
 
Teve essa discussão lá no Clube também, o pessoal lá optou pelo exógeno. Eu particularmente prefiro o endógeno.

Não lembro disso... Vou dar uma olhada.
Apesar de tbm preferir endo

Usar a retórica de Tolkien como ferramenta pode não ser legal rs
 
Inicialmente não está prevista a participação do restante dos usuários que não fizerem parte das bancas. O Círculo da Lei ainda está em fase beta e essa proposta de fazer outras pessoas participarem já foi levantada lá dentro do VTBBC, mas não chegamos a nenhum consenso sobre o assunto. Se você tiver alguma sugestão de como os não-juízes, não-júri, não-acusação e não-defesa puderem participar ela será recebida de muito bom grado. Você pode fazer sugestões aqui. Nós do VTBBC agradecemos o seu interesse no projeto :D


Ok, vou dar uma olhada e muito obrigado!
 
Por mim também podemso ficar com posts endógenos a partir de agora. Acho q será no mínimo mais emocionate. :mrgreen:
 
Calma, rapaz. Temos até amanhã para nos pronunciar, e não deixaremos de fazê-lo. =]
 
PRONUNCIAMENTO DA DEFESA:


Antes de mais nada, vamos fazer um esboço sobre o contexto que envolve Fëanor e seus atos. Julgar atos sem compreender o contexto é errôneo, raso e não corresponde à realidade.

Vamos relembrar alguns fatos marcantes, negativos, na vida do elfo.
Primeiramente: ele perde a mãe, ainda muito cedo. As conseqüências psicológicas que isso desencadeia em sua personalidade são difíceis de se precisar, mas um fato é inegável: ele acaba se ligado extremamente ao seu pai, Finwë. Tanto é, que é dito que ninguém jamais amou tanto ao próprio pai quando Fëanor amou Finwë.

Mais tarde, Finwe desposa Indis, que era “sob todos os aspectos diferente de Míriel”. Não é difícil imaginar por que Fëanor ficou desgostoso com esse novo casamento, não devotando grande amor nem por Indis nem por seus meio-irmãos. Esse é o ponto de cisão dentro da casa de Finwë.

E aqui chegamos em um ponto importante e controverso: a criação das Silmarils. As três pedras foram a maior obra que filho algum de Ilúvatar jamais igualou. Fëanor depositou em sua confecção todo seu poder, sua habilidade e seu conhecimento. Todos se maravilharam com a obra, e Mandos previu que os destinos de Arda estavam contidos nas três gemas. Nada mais natural do que Fëanor se apegar profundamente à sua obra, e ninguém faria diferente.

Na seqüência, vamos analisar brevemente a ação daquele que não é senão a origem primeira de todas as vilanias de Arda: Melkor. O maior dos Valar, o maior mentiroso de Arda, cobiçou as Silmarils e invejou Fëanor. Melkor começa a corromper os Noldor na tentativa de por fim separá-los dos Valar, destruir Fëanor e tomar para si as Silmarils. E Melkor despertou sentimentos no coração de muitos entre os noldor, falando-lhes sobre as terras esplêndidas ainda não descobertas ao Leste. E mesmo Fëanor se inquietou com tais palavras.

Melkor conseguiu, por fim, inflamar os noldor e até mesmo incitou-os a forjar armas. A essência do mal estava lentamente atingindo seu objetivo. Fëanor ergue a espada contra seu irmão, inflamado pelas circunstâncias e por julgar que as mentiras de Melkor eram verdades, ante a apresentação dos fatos. Fëanor, condenado ao exílio, percebe a real intenção de Melkor e nega-o, nega o mal.

Vamos pular agora para a destruição das Árvores, o pedido de Yavanna e a decisão de Fëanor. Ele, em seu íntimo pondera sobre o fato de que tanto os Valar ali presentes quanto Melkor são da mesma estirpe e, portanto, não consegue confiar naqueles da mesma estirpe do maior mentiroso e ladrão que já houve, aquele que é o mal em essência. E decide não ceder sua obra de livre vontade, alegando que se o fizer, morrerá.

Pois Fëanor não perdeu a vida, contudo Finwë sim. Na verdade, ela lhe foi tirada justamente por aquele que era o maior inimigo de Fëanor, aquele a quem ele mais odiava: Melkor. Pois o invejoso, não tendo conseguido atingir seu objetivo sutilmente, agiu pela força, eFëanor perdeu aquilo que mais amava: seu pai. Pois seu apego às Silmarils em nada se comparava ao seu amor por Finwë, como já dito. Estava instaurada a situação que levou Fëanor a loucura. Sim, à loucura. Pois nenhum eldar era mau em essência. O mal vem de Melkor, somente dele, originado na Música dos Ainur.

Temos então um conjunto de fatores, que culminam na dor que Fëanor sentiu pela perda do pai. Seu ódio por Melkor então torna-se irracional, a ponto dele desejar justiça contra o Vala a qualquer custo. A dor pela perda do pai cega-o. Quem pode, afinal, compreender a dor por perder aquilo que mais se ama no mundo, pelas mãos daquele que você mais repugna no mundo? Fëanor, no auge de seu ódio, amaldiçoa o nome de Melkor, e nomina-o Morgoth, o Inimigo do Mundo, tamanha foi sua frustração e angústia. Suas maiores preciosidades lhe haviam sido tiradas. Aquele que era possuidor do pensamento mais sutil que jamais houve em Arda, repentinamente perde toda a racionalidade.

Dado o contexto, rebatemos alguns argumentos da acusação.

sua absolvição seria um risco para todos. O Réu é um elfo ávido em atingir seus objetivos, é sôfrego, insaciável, avarento.
Esses não são adjetivos pelos quais uma pessoa pode ser considerada essencialmente perigosa. Não são atributos que justifiquem uma condenação.

No entanto, vale a pena ressaltar que Fëanor não era avarento, a não ser com sua obra-prima. Esquece-se que ele elaborou as tengwar e os palantíri, por exemplo, que foram obras usadas por todos desde aquela época.

Qual o pior sentimento que um ser pode alimentar? Se me der liberdade, eu responderia que é o ódio, na sombra da cobiça se transforma e o leva ao sofrimento e a loucura. E ninguém mais do que Fëanor odiou tanto Melkor mais que qualquer eldalië.
Sentimentos, por si, não podem ser condenados. O que se condenam são atos. Parece-nos que a acusação concorda com o fato de Fëanor ter sido levado à loucura pelas circunstâncias, e que seus atos foram cometidos sob insanidade.

Mais do que isso, parece justificar o ato de odiar Melkor como insensato. Melkor, sendo o Inimigo do Mundo, deveria ser repudiado por todos que tinham amor à vida e à Arda.


Fëanor se tornou ganancioso com suas próprias invenções e criações.
Essa é uma exceção, que aplica-se ao caso das Silmarils, conforme dito antes. E que, mesmo assim, não caracteriza atributo pelo qual alguém possa ser condenado.

Sacou a sua espada no peito de seu irmão de sangue Fingolfin, o ameaçado.
A atitude de Fëanor encontra razões no contexto dado anteriormente. Fëanor foi ludibriado pelo maior mentiroso de Arda, assim como muitos outros.

A ele seu nome faz jus, Espírito de Fogo, é ele chamado. Fogo, uma reação, um fenômeno que a tudo consome, devasta, machuca e traz a morte.
No uso do artifício retórico, esqueceu-se também que o Fogo é sinônimo de luz, paixão, vida. Pois o fogo é tão capaz de causar a morte quanto de garantir a vida. E tão capaz de destruir quanto de criar.

Fëanor assumiu posição de líder na fuga dos noldor. Em sua loucura, Fëanor levou sua gente ao fim trágico. Pelo egocentrismo, incentivou com uma brilhante eloquência seus irmãos, seu povo a abandonarem os poderes de Arda e carregarem até o fim de suas vidas o peso da a Maldição de Mandos.
Fëanor era líder do povo, mas ninguém era obrigado a segui-lo. A participação de cada um compete unicamente a si, e novamente ao contexto dado. Muitos noldor foram enganados por Melkor, e desde antes já estavam infelizes com os Valar. Essa foi a oportunidade que surgiu, onde os noldor, encontrando justificativas em um acontecimento, e tendo em Fëanor um líder apaixonado e entristecido, decidem deixar Aman.

Como se não bastasse, o fogo de seu espírito, cego pelo ódio, pela ganância, pelo egoísmo, o levou e liderou aos seus a cometerem o ato mais funesto dos Eldar e quiçá o pior entre todos os feitos de qualquer ser livre que caminhou sobre Arda: O derramamento de sangue de irmãos. O conhecido lastimável Fratricídio de Alqualondë.

Como já devem bem saber, o Fratricídio se deu por que o líder dos Teleri tentou impedir a investida de Fëanor, no auge do fogo de seu ódio, contra a Terra Média, tentando talvez livrá-lo dos infortúnios que viriam a acontecer. Diante dessa posição de Olwë, Fëanor liderou a chacina, a carnificina de seus irmãos, seguidos pelo roubo de seus maiores tesouros, os grandes barcos de inspiração divina.
O Fratricídio foi, de fato, um ato lastimável. E novamente a própria acusação deixa claro que Fëanor agiu estando cego de ódio, ganância e egoísmo. Ora, quem está cego por tais motivos, logicamente não consegue agir arrazoadamente. De outra forma, não estaria cego. E a cegueira chega ao ponto tal de ocorrer um derramamento de sangue.

Lembramos também que, no caso do Fratricídio, os noldor foram agredidos primeiro. Houve então uma batalha, onde sequer se é precisado quem sacou a primeira espada e quem tirou a primeira vida. Ambas as partes possuem parcela de culpa. O que não torna o ato menos funesto.

É incorreto, ainda, afirmar que Fëanor liderou uma “chacina”, uma “carnificina”. Muitos morreram de ambos os lados. Depois da batalha sim, ocorrem assassinatos que mais se aproximam do que seria um massacre. Mas em momento algum afirma-se que tais atos foram conduzidos por Fëanor.

Não sendo o suficiente para uma vida importal só, Fëanor ainda condenou à morte em Helcaraxë, o deserto de gelo, seu irmão, filho de seu pai e todo seu povo, mostrando a ausência de compaixão e de amor.
Fëanor não tinha consciência de estar condenando o povo de seu irmão à morte. Ele decidiu-se por abandonar aqueles que o amaldiçoavam. Os que ficaram para trás tinham a opção de voltar, e salvar-se. Se não o fizeram, foi uma escolha que compete a eles, e Fëanor não pode ser culpado de desejar a morte destes, tampouco de efetivá-la. Cada um toma a atitude que acredita ser a certa. Fingolfin amaldiçoou Fëanor, culpando-o pela vontade própria que teve de segui-lo, e sequer cogitou voltar e garantir a sobrevivência dos seus.

Desta forma, a defesa conclui que Fëanor já não estava em posse da racionalidade quando realizou os atos considerados condenáveis. Bem sabemos que um indivíduo, não estando mais em posse do raciocínio, não pode ser condenado da mesma maneira que alguém que deliberadamente pratica atos maus e contra outros. Aliado a isso, a loucura em que Fëanor cai é justificada pelos atos vis praticados por Melkor contra ele. Por fim, Fëanor não foi mais do que uma vítima da malícia daquele que é a origem de todas as mazelas de Arda. Em cada ato condenável de Fëanor, encontramos as mãos sujas e a língua envenenada de Melkor por trás. O mesmo Melkor que criou todo esse mal muito antes do nascimento de qualquer eldar. Esse mesmo mal que estava predestinado a acontecer, e que encontrou em Fëanor meramente um instrumento para sua realização. A culpa, então, não pode recair sobre outro que não seja Melkor. Portanto, a defesa pede que seja eximida de Fëanor a culpa por seus atos, tenham sido eles danosos ou não para outrém .
 
Muito bom! Conseguiu me convencer da inocência de Fëanor! Pesso perdão se os pressionei para irem mais rápido: estava impaciente para ver o que diria a defesa. Em casos como o de Fëanor a defesa é mais se esforçada para conseguir um bom resultado.
 
Ótimo post.

Bem, a acusação tem até as 23:59 de quinta-feira para rebater os argumentos da defesa.
 
Caracterizar a insanidade é a única defesa possível a Fëanor, mas há casos em que nem a insanidade pode salvar o réu. Alguns dos seus atos, analizados friamente, são atrocidades.
 
Não concordo com alguns argumentos da defesa! Se um Elfo Superior como Fëanor não conseguiu resistir ao ódio e à raiva que tomaram conta dele, então ele torna-se um perigo para todos os que o rodeiam, admiram, amam e seguem! Se estão a alegar loucura ou falta de consciência do que estava a fazer, pelas mentiras de Melkor, apenas digo que então, o que o devia esperar era uma condenação a um hospital psiquiátrico!... XD

Quanto ao fraticídio! No mínimo, Fëanor devia ser acusado de roubo!... pois o máximo que se pode culpar os Teleri é de tentar proteger bens tão preciosos para eles, talvez, como as Silmarilli eram para Fëanor! Se este elfo tão superior considera um ultraje que lhe roubem o fruto do seu amor e trabalho, porque faz o mesmo com tanta facilidade!?...

(não sei se podia dar a minha opinião, mas n vi nada que impedisse, se cometi algum erro, peço aos moderadores que apaguem este post... :)...)
 
A manifestação de opiniões não é proibida não. Mas não transformem isso num debate paralelo ao julgamento, ok? :)

Vocês seriam como... a imprensa, que fica dando pitacos enquanto o julgamento acontece :P
 
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