Há um tempo que eu andava atrás desse filme, mas somente agora a tia da locadora teve a boa vontade de comprá-lo.
"Nina" (Nina/Brasil 2004) é o filme de estréia do diretor e publicitário pernambucano Heitor Dhalia e traz consigo uma missão de enorme responsabilidade: Adaptar livremente para a cidade de São Paulo no século XXI, urbana, cosmopolita e suja o clássico da literatura russa "Crime e Castigo" de Fiodor Dostoiévski, conferindo à trama modernidade, mas sem que perca o caráter intenso e perturbador.
Para os céticos isso seria uma missão suicida, mas graças a um roteiro excelente de Marçal Aquino, Dhalia cumpre muito bem seu papel e nos apresenta "Nina", um filme visceral que expõe a intolerância, o desrespeito e o declínio das relações humanas.
Nina, a personagem principal interpretada por Guta Stresser de forma contundente, é uma garota pobre, solitária, cansada dos problemas de relacionamento com sua família. Muda-se para São Paulo e aluga um pequeno quarto na casa da mesquinha senhora Eulália (Myriam Muniz em sua melhor forma), procurando atabalhoadamente um meio de sobrevivência. Contudo, a velha faz de tudo para atormentá-la: abre suas correspondências, tranca a geladeira, confisca seu dinheiro, uma perfeita reencarnação da velha usurária morta por Raskólnikov em "Crime e Castigo", representando a avareza e o desejo desmedido por dinheiro.
Nina sofre horrores na mão de dona Eulália: sem dinheiro para pagar o aluguel, passa fome e chega até a comer ração de gato. Sua vontade de matar a velha é imaginada por meio de desenhos sombrios do cartunista Lourenço Mutarelli.
Daí em diante o filme entra em um ritmo frenético e paranóico, concentrado na degradação física, mental e moral da personagem até que seu pequeno mundo se desintegre por completo.
Uma das curiosidades sobre o longa, são as aparições relâmpagos de atores renomados como Selton Mello, Matheus Nachtergaele, Lázaro Ramos e Renata Sorrah, em papéis tão pequenos que alguns duram pouco mais que alguns segundos na tela. O restante do elenco também tem um ótimo desempenho, com destaque para Wagner Moura interpretando um cego fantástico, bem antes de gritar "O senhor é um fanfarrão" por aí!
"Nina" (Nina/Brasil 2004) é o filme de estréia do diretor e publicitário pernambucano Heitor Dhalia e traz consigo uma missão de enorme responsabilidade: Adaptar livremente para a cidade de São Paulo no século XXI, urbana, cosmopolita e suja o clássico da literatura russa "Crime e Castigo" de Fiodor Dostoiévski, conferindo à trama modernidade, mas sem que perca o caráter intenso e perturbador.
Para os céticos isso seria uma missão suicida, mas graças a um roteiro excelente de Marçal Aquino, Dhalia cumpre muito bem seu papel e nos apresenta "Nina", um filme visceral que expõe a intolerância, o desrespeito e o declínio das relações humanas.
Nina, a personagem principal interpretada por Guta Stresser de forma contundente, é uma garota pobre, solitária, cansada dos problemas de relacionamento com sua família. Muda-se para São Paulo e aluga um pequeno quarto na casa da mesquinha senhora Eulália (Myriam Muniz em sua melhor forma), procurando atabalhoadamente um meio de sobrevivência. Contudo, a velha faz de tudo para atormentá-la: abre suas correspondências, tranca a geladeira, confisca seu dinheiro, uma perfeita reencarnação da velha usurária morta por Raskólnikov em "Crime e Castigo", representando a avareza e o desejo desmedido por dinheiro.
Nina sofre horrores na mão de dona Eulália: sem dinheiro para pagar o aluguel, passa fome e chega até a comer ração de gato. Sua vontade de matar a velha é imaginada por meio de desenhos sombrios do cartunista Lourenço Mutarelli.
Daí em diante o filme entra em um ritmo frenético e paranóico, concentrado na degradação física, mental e moral da personagem até que seu pequeno mundo se desintegre por completo.
Uma das curiosidades sobre o longa, são as aparições relâmpagos de atores renomados como Selton Mello, Matheus Nachtergaele, Lázaro Ramos e Renata Sorrah, em papéis tão pequenos que alguns duram pouco mais que alguns segundos na tela. O restante do elenco também tem um ótimo desempenho, com destaque para Wagner Moura interpretando um cego fantástico, bem antes de gritar "O senhor é um fanfarrão" por aí!