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Cinco Livros Favoritos com Zirak-tarâg

Melian

Período composto por insubordinação.
Embora esteja no fórum há pouco temo, o Zirak-tarâg já mostrou a que veio: participa, ativamente, dos tópicos; posiciona-se, quando necessário; sabe a hora de fazer piadas... enfim, ele já está "em casa". De algum modo, sinto que, após a leitura da sua listinha de livros favoritos, passei a conhecê-lo um cadinho mais. Achei tão honesto o jeito que ele utilizou para falar sobre as obras! A gente consegue sentir a dicção da escrita dele, sabe? Gostei, também, do fato de as menções honrosas dele virem antes da lista propriamente dita. Adorei a maneira a partir da qual ele categorizou os livros conforme o que eles representaram em sua vida. Quando li o comentário que ele fez sobre A Metamorfose, senti vontade de abraçá-lo e falar: "vai ficar tudo bem, criança, vai ficar tudo bem", porque eu sou meio maternal. :timido: Enfim, leiam a listinha do menino, e comentem-na!

Zirak-tarâg disse:
Bom, vou pular a parte em que digo ser crueldade poder escolher apenas 5 e blá, blá, blá... O meu primeiro instinto foi listar os clássicos: 1984, Quincas Borba, O Hobbit, Triste Fim de Policarpo Quaresma e Os Sofrimentos do Jovem Werther ou Madame Bovary; mas depois lembrei-me de outros livros que me influenciaram mais. No fim, o meu critério foi este: escolhi os livros que mais de emocionaram ou me mudaram. Fiquei tentando fazer uma lista de cabeça de todos os livros que eu já li, e notei três coisas:

  1. Eu percebi que li pouco, vergonhosamente pouco: não li quase nada no Ensino Fundamental, e não muita coisa no Ensino Médio. Só de 2019 para cá que o negócio realmente engrenou. E, claro, eu sou relativamente jovem (faço meus XIX em julho; aceito presentes).
  2. Eu percebi que as minhas leituras se dividiam em, basicamente, três categorias: diversão, depressão e filosofão.
  3. Eu percebi que aquilo que eu escolho ler, muitas vezes, tem a ver com como anda a minha vida amorosa. Consegui traçar o histórico dos meus amores pelos livros que eu li, e vice-versa. Veja bem, eu amo me apaixonar, já namorar, mesmo, eu acho um saco. :timido:

Eu também evitei os livros de não-ficção. Embora O Gene Egoísta tenha sido muito importante para mim, por exemplo., acho que incluí-lo na lista faria com que ela ficasse sem graça.

Além disso, eu tenho o péssimo hábito de parar de ler e ter que recomeçar. Já reli os primeiros capítulos de Anna Karienina e Fundação não sei quantas vezes, mas sempre acabo parando por tempo suficiente para me esquecer de tudo o que li.

1. A Grande História de Alexandre (Valerio Massimo Manfredi)
Categoria: diversão

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A história desse é legal. A minha mãe, que é professora, me trouxe da biblioteca da escola dela para ler nas férias. A princípio, eu não me interessei, tanto por birra quanto por preguiça (é um senhor calhamaço, originalmente uma trilogia), mas, depois que eu dei uma chance, não consegui largar. Lembro de ficar sentado debaixo da árvore do quintal, numa cadeira de praia, para tentar escapar do calor saariano que fazia naquele verão, e ficar com os dedos doloridos de segurar o livro aberto. Foi com ele que eu virei, de fato, um leitor. Foi o meu primeiro calhamaço, e a primeira vez que eu realmente senti prazer em :amor:

Além de a história ser excelente, é muito bem contada. O leitor entende a lógica das estratégias, as motivações, o desespero da batalha, a vida na antiguidade e a relação com a religião. Acho que um destaque é que o autor não vilaniza os persas e endeusa os gregos. Ele descreve a sociedade egípcia, por exemplo, de um jeito que umedece os olhos.

2. A Metamorfose (Franz Kafka)
Categoria: depressão

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O subtítulo deste livro para mim é: Como o Vitor me Fez Miserável sem Fazer Nada. A primeira grande paixão nunca se esquece, ainda mais se vier junto de 8.000 outros problemas, e o guri se negar a te dizer "não", ao mesmo tempo em que tenta te ignorar e ser teu amigo. Crise de adolescência é meio clichê, mas fazer o quê?

O Kafka disse uma vez, numa entrevista: "Um livro deve ser um machado para o mar congelado em nós". A exposição emocional que ele criou em A Metamorfose é terrivelmente precisa. Quem nunca se sentiu como um inseto que deveria ser exterminado? A coragem do Kafka nos faz confrontar as águas de mares que, de outra forma, nós seríamos incapazes de assumir, para nós mesmos, que existem.

3. Baú de Espantos (Mário Quintana)
Categoria: depressão/diversão

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A leveza do Mário é desesperadora. Ele consegue passar mensagens otimistas escrevendo sobre catástrofes. E ao falar sobre as coisas mais banais e bonita, ele consegue fazer com que entremos em pânico. Uma moça sorrindo na estação nos aperta o coração; a destruição da humanidade nos alivia a alma. Ele é como um amigo inseparável, que nos conhece há anos e com quem podemos conversar sobre tudo, sem medo ou vergonha.

4. A Redenção do Anjo Caído (Fábio Baptista)
Categoria: diversão
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Tropecei neste livro logo depois de comprar o Kindle. A escrita do Fábio é muito paulistana (não que isso seja necessariamente ruim), isso mais contribuiu para a ambientação do que atrapalhou, pelo estranhamento causado. A história já é perfeita desde a premissa: Lúcifer percebe que é inútil lutar contra o onisciente e onipotente, e pede arrego. Como punição, precisa viver como mendigo em São Paulo e fazer algo de bom pela humanidade. Pode parecer plot de filme da Sessão da Tarde, mas a pesquisa e o desenvolvimento emocional que o Fábio tece é incrível. A Redenção do Anjo Caído é, na minha opinião, melhor que A Batalha do Apocalipse.

5. Cândido, ou O Otimismo (Voltaire)
Categoria: filosofão/diversão

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Este livro foi da minha fase liberal, idólatra do iluminismo. :oops: Embora, hoje, eu já entenda os problemas da obra, nego-me a abandonar o Voltaire. Ele sabe rir de si mesmo, e mostrar as contradições da sociedade. O cinismo e a sinceridade dele são hilários.
 
Mentira que o Zirak tem só 19. Pela qualidade dos posts achei que tinha uns trinta. Se bem que depois do @Níra eu deveria ter parado de me espantar com gente tão jovem sendo tão impressionante assim aqui no fórum.

Tive a mesma sensação da Melian ao ler a descrição d'a Metamorfose: que vontade de abraçá-lo, que vontade de pegá-lo no colo e lembrá-lo que tudo vai ficar bem. Mas, então, percebi que ao ler a obra também me senti em parte como o Zirak, excetuando o obstáculo amoroso.

Não tinha consciência da existência do Fábio Baptista nem de A Redenção do Anjo Caído, pelo qual fiquei muito interessado. A ilustração da capa me remete às de Doré sobre Paraíso Perdido, as quais acho fascinantes.
 
Quer dizer, então, que o Zirak é o menino Zirak? :hihihi:
Lógico, uai.

Ele tinha que botar um livro de poesia, né, só porque eu ia botar primeiro. :naonaona: Feio.
Não cheguei a ler esse em particular, do Quintana, mas é um poeta top (invejosos dirão que é bairrismo).

Só li "A Metamorfose" e o "Cândido". O Kafka eu cheguei a reler em anos recentes. É um classiquinho bacana, desses que a gente pode recomendar a todo mundo sem medo de errar; não julgo que seja uma "life-changing experience" (ao menos não foi para mim), mas sempre agrega um cadinho à bagagem do vivente (e todos precisam conhecer em primeira mão aquelas linhas que abrem o texto, né?).

Já o Voltaire... Olha, eu confesso que achei divertido na época, porque também era jovem e coisa e tal, e me regozijava com deboches desse tipo; mas analisando depois com mais calma, cheguei a pensar que ele errava a mão na "crítica", se era isso o que ele pretendia fazer, porque atacava um espantalho do que seria o real pensamento de Leibniz. Depois ainda, lendo um tantinho sobre o caso, vi que na verdade ele não pretendia tanto refutar a teodiceia de Leibniz (embora tivesse objeções sérias a muitos pontos das filosofias otimistas) mas sim esculhambar com seu fandom, por assim dizer, aos propagadores de versões maldigeridas da teodiceia, com seus chavões e tudo o mais. Daí fiquei menos com o pé atrás e até disposto a ler de novo com boa vontade. Aproveitar que é bem curto e dar essa outra chance ao Voltaire. Tenho a obra na tradução de — veja você — ninguém menos que Quintana ("Contos", ed. Abril Cultural)... :grinlove:
 
Só conheço esse do Kafka também. Uma obra que você mal termina de ler e já se vê carregado de reflexões importantes.
 
Tenho lá minhas dúvidas de que A Metamorfose termina. A meu ver, ela começa, efetivamente, quando o livro acaba.
 
Só passei aqui pra comentar que das duas últimas listas postadas, a do @Indu e essa, tem vários livros que são clássicos e eu não li nenhum deles.
Será que é porque eu sou uma leitora de bosta ou só não gosto de clássicos mesmo?
 
Só passei aqui pra comentar que das duas últimas listas postadas, a do @Indu e essa, tem vários livros que são clássicos e eu não li nenhum deles.
Será que é porque eu sou uma leitora de bosta ou só não gosto de clássicos mesmo?
Haha eu também. Essas listas são cheias de clássicos que nunca li. Nem dá pra comentar muito a do Zirak porque também não li nenhum da lista dele, mas tem cara de leitor inteligente.
 
Eu fico muito tristinho quando alguém diz que odeia os clássicos... :(

Deve ser um trauma ainda não superado, algum azar muito grande de haver tentado ler algo inapropriado à idade ou de escolher a dedo um clássico ruim mesmo (existem alguns poucos, tipo: "O Grande Gatsby" :rofl:). Dá vontade de ajudar porque eu sei que lá mais adiante a pessoa vai me agradecer, quando gostar. :dente:
 
Só passei aqui pra comentar que das duas últimas listas postadas, a do @Indu e essa, tem vários livros que são clássicos e eu não li nenhum deles.
Será que é porque eu sou uma leitora de bosta ou só não gosto de clássicos mesmo?

Tem um monte de clássico que li, não gostei ou que a sinopse não me faz ter a menor vontade de ler tão cedo ou porque são de gêneros literários que simplesmente não curto, mas a pior coisa é ver comentário dizendo que quem não gosta é leitor pouco evoluído ou imaturo.
 
Sou do Clubinho Kafka.
Apesar de que fiquei bem interessado nessa lista, tem de tudo, históra, filosfia e romance.
 
Eu fico muito tristinho quando alguém diz que odeia os clássicos... :(
Eu não disse que odeio. Só acho que não tenho a paciência necessária pra ler, tipo, esses livros de filosofia eu até já tentei, mas daí às vezes eu leio um parágrafo inteiro pra no final perceber que não entendi bulhufas e ter que começar de novo. Dai...
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Até acho que li alguns livros que são considerados clássicos, mas também, me pergunto: o que leva um livro a ser classificado como clássico?
Deve ser um trauma ainda não superado, algum azar muito grande de haver tentado ler algo inapropriado à idade ou de escolher a dedo um clássico ruim mesmo (existem alguns poucos, tipo: "O Grande Gatsby" :rofl:).
Pode ser que seja isso, mas esse aí eu também não li.
Dá vontade de ajudar porque eu sei que lá mais adiante a pessoa vai me agradecer, quando gostar. :dente:
Ajuda Luciano.
mas a pior coisa é ver comentário dizendo que quem não gosta é leitor pouco evoluído ou imaturo.
Mas não foi isso que eu quis dizer e, pelo menos aqui, ninguém nunca me julgou pelas minhas leituras (ok, talvez um pouco) e olha que eu compartilhei o meu gosto por Crepúsculo, os Bridgertons e Nicholas Sparks :rofl:
Sou do Clubinho Kafka.
Você é do Clubinho dos Livros Difíceis de Entender :dente:
 
Ah mas livro de filosofia é outro papo, mesmo. Estou pensando só em clássicos de literatura, que são em tese mais acessíveis ao público em geral. Homero, Virgílio, Dante, Cervantes, Camões, Shakespeare, Goethe etc. E incluindo já aí os "clássicos modernos", os do século XX inclusive (por isso citei o livro do Fitzgerald). A discussão sobre o que faz de um livro um clássico dá muito pano pra manga; certeza que tem algum tópico até mais apropriado a esse debate. Sucintamente, poderia se dizer que é o "teste do tempo", a capacidade de o livro se manter relevante, "sempre atual", etc. O Ítalo Calvino tem um livrinho "obrigatório" para os cursos de Letras — "Por que ler os clássicos?" — no qual ele vai desenvolvendo o raciocínio sobre justamente essa sua pergunta e acaba chegando a diversas definições provisórias ou complementares para a responder. Isso é só no primeiro capítulo, que nem é longo. O resto do livro são ensaios sobre autores e obras específicos; eu recomendaria catar na web o livro e ler esse primeiro pedaço aí porque é muito gostoso o jeito que ele escreve. Dá vontade de sair lendo tudo. :grinlove:
 
Olha mais uma lista com livros que nunca li! Yay!
Inicialmente me sentia incomodada com isso, mas não é esse o grande ponto? Conhecer os livros favoritos de alguém, ler os motivos que fizeram essa pessoa gostar da obra e talvez, eu disse talvez, ficar curioso ao ponto de querer ler também?

Pela primeira vez no "Cinco livros", meu olhinho brilhou e A Redenção do Anjo Caído vai ser lido, quando? Não sei, mas vai!
Tava mesmo precisando de novos livros sobre o tio Lu (sacaram essa?), especialmente depois de "A Redenção do Anjo Caído é, na minha opinião, melhor que A Batalha do Apocalipse"

mas a pior coisa é ver comentário dizendo que quem não gosta é leitor pouco evoluído ou imaturo.

Eu não poderia concordar mais, particularmente tenho um grande desprezo pelos clássicos, simplesmente não gosto, e acho muito desnecessário e insensível receber julgamentos por conta disso, inclusive em termos de leitura, desconsidero esse tipo de "regra", na minha visão ler é mais uma questão de preferências e identificação.
Deve ser por isso, que o povo é bem traumatizado com isso, esse discurso do "tem que ler, isso é clássico" precisa parar, a leitura "forçada" não deveria ser encorajada.

Parafraseando minha versão adolescente: Deixa as pessoas mano!
Leiam com voz fofa, eu não pistolei, juro, (rola o boato, que eu sou muito pistola, mas é só boato!).

Ele tinha que botar um livro de poesia, né, só porque eu ia botar primeiro. :naonaona: Feio.
Tudo bem, a gente entende que ele postou antes, você não teve muito tempo... kkkkkkkk
 
Quando li o comentário que ele fez sobre A Metamorfose, senti vontade de abraçá-lo e falar: "vai ficar tudo bem, criança, vai ficar tudo bem", porque eu sou meio maternal. :timido:
Tive a mesma sensação da Melian ao ler a descrição d'a Metamorfose: que vontade de abraçá-lo, que vontade de pegá-lo no colo e lembrá-lo que tudo vai ficar bem.
Já passou, mas obrigado S2.

Olha, eu confesso que achei divertido na época, porque também era jovem e coisa e tal, e me regozijava com deboches desse tipo; mas analisando depois com mais calma, cheguei a pensar que ele errava a mão na "crítica", se era isso o que ele pretendia fazer, porque atacava um espantalho do que seria o real pensamento de Leibniz.
O argumento do Leibniz em si pouco importa. Assim como em Auto da Barca do Inferno, o ataque às autoridades intelectuais e religiosas (e, principalmente, dos intelectuais e religiosos que se acham perfeitos e perfeitamente lógicos) me interessa mais que qualquer discussão teológica. Ridendo castigat mores que dizem, né? A graça para mim foi o "baixa a tua bolinha, que o buraco é mais embaixo".

O Kafka eu cheguei a reler em anos recentes. É um classiquinho bacana, desses que a gente pode recomendar a todo mundo sem medo de errar; não julgo que seja uma "life-changing experience"
Acho que Kafka é daqueles autores cujas obras dependem de o leitor estar em sincronia para fazerem sentido. O Artista da Fome, por exemplo, pode ser só um conto estranhinho ou tocar em feridas profundas, dependendo da história do leitor.

Tenho lá minhas dúvidas de que A Metamorfose termina. A meu ver, ela começa, efetivamente, quando o livro acaba.
:think:

Será que é porque eu sou uma leitora de bosta ou só não gosto de clássicos mesmo?
Não vejo problema em não gostar de clássicos. Muitas vezes, a escolha pelos clássicos é só preguiça de procurar outros títulos. :lol:

Nem dá pra comentar muito a do Zirak porque também não li nenhum da lista dele, mas tem cara de leitor inteligente.
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Lista do Zirak à parte, eu já tô pensando em fazer a minha só pra ganhar essas apresentações bonitinhas da Melian.

Queria dizer também que nesse fórum acho que ele só não é jovem relativamente ao menino Níra. Então, não,

Níra disse:
Quer dizer, então, que o Zirak é o menino Zirak? :hihihi:
Pra você, ele é só o Zirak. :-P
 
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