Melian
Período composto por insubordinação.
Como a moça Darkness começou o texto falando sobre não incluir coisas "água com açúcar", nem vou perguntar se ela teria um minutinho para ouvir a palavra de Virgin River. Foco, Melian, foco! Ok, falemos sobre a lista. Não é querendo puxar sardinha, não, mas para botar O Mundo Perdido na lista, tinha de ser minha filha, mesmo, né? É bom demais da conta o fato de, a cada nova lista, a gente ainda se surpreender. Sempre que vocês abrem o baú de livros favoritos, é como se abrissem uma janela para que pudéssemos vislumbrar um cadinho mais da pessoa que são. Obrigada, Darkness, por permitir que conheçamos o seu gosto literário e, por conseguinte, que possamos te conhecer um pouco mais.
Darkness disse:Oi, tudo bem?
Essa lista foi extremamente trabalhosa, foi difícil não incluir romances teen bem "água com açúcar", que, cá entre nós, estão no topo da lista de gêneros que gosto de ler... Hahaha
Como eu disse, eu tenho apenas um livro favorito. Os demais foram escolhidos pelo impacto que a leitura me causou, ou pelo quanto fui levada a questionar a obra e, também, aquilo me cerca. Eu sei que um livro é especial para mim quando ele se torna uma leitura recorrente e, ainda assim, me faz sair da zona de conforto, e me leva a analisar as coisas e buscar respostas fora do padrão, independentemente de qual seja a pergunta...
1. Tropas Estelares (Robert A. Heinlein)
Eu acho que surpreende zero pessoas que esse seja meu favorito. Afinal, panfletei, muito, esse livro por aí, mas o lance é que, com ele, tudo é extremo. Então, para apreciá-lo, eu precisei ignorar um pouco todo o lance militar e focar nos detalhes. Foi com essa leitura que aprendi que a vida não se trata de grandes feitos, mas, sim, de fazer a sua parte direito, com zelo, e sem reclamar. Aprendi que, de fato, um único segundo muda tudo, inclusive aquilo que planejamos e onde acreditamos ter previsto todas as possíveis variáveis!
2. O Mundo Perdido (Michael Crichton)
“A vida encontra um meio” ficou gravado na minha memória de uma forma tão intensa, que quase virou um mantra! Eu gosto muito mais do segundo livro, das possibilidades que ele traz. Embora seja algo mais voltado para o terror (afinal, temos pessoas em uma ilha, arriscando ser mortas por criaturas que deveriam estar extintas), eu prefiro ver algo de positivo nas páginas, e imaginar tudo o que a vida é capaz de fazer, apesar da frequente interferência humana...
3. Sangue e Chocolate (Annette Curtis Klause)
Pra mim, a beleza desse livro está na forma com que, ao longo dele, acompanhamos o desenvolvimento da Vivian. É interessante notar aquilo que foi necessário acontecer para que ela pudesse entender que pessoas que nos aceitam, nos acolhem, nos apreciam, quase sempre estão a nossa volta; e que nem toda oferta que vem acompanhada de um sorriso é, realmente, algo positivo.
4. Amy e Isabelle (Elizabeth Strout)
Sou vidrada neste livro desde sempre. Nem sei quantas vezes já o li. Honestamente, não sei o que enxerguei nele; talvez, o dilema seja a grande questão. Quando o li pela primeira vez, achei tudo muito aceitável e, ainda hoje, mesmo reconhecendo quão tóxicas são as relações retratadas nele, eu ainda gosto de interpretar as nuances e imaginar como as coisas poderiam ter sido diferentes, se é que realmente poderiam.
5. Anjo: a Face do Mal (Nelson Magrini)
Neste livro, sinto-me em casa. Tem algo de mistério que eu gosto, e uma outra abordagem do controverso Lúcifer. Livros com essa temática me agradam, muito; e foi difícil me limitar a apenas um nessa lista! Mas minha experiência com este título, especificamente, me mostrou que, em certos casos, o ponto de vista é o grande “x” da questão!
Darkness disse:Para alguém com o nickname Darkness, minha lista não é nada dark! kkkkk
As menções honrosas estão aqui pelo impacto que provocaram, pela forma como me mudaram, e claro, pelas boas memórias associadas!
Sonhos D’ouro (José de Alencar): Uma leitura obrigatória, que, basicamente, me conquistou, além de estar associada as últimas memórias colegiais. Não é o melhor livro do autor, mas me agrada.
O Toque de Midas (Colleen Mccullough): Eu li esse livro na adolescência e, ainda hoje, me pego refletindo sobre os acontecimentos. A identificação com a personagem principal foi muito forte, e o enredo é simplesmente envolvente. Nem tenho palavras para descrever esse livro!
O Futuro da Humanidade: A saga de Marco Polo (Augusto Cury): Esse livro foi uma grata surpresa. Graças a um dia em que Harry Potter não estava disponível na biblioteca, acabei emprestando ele (lá na época em que cursar Medicina era a mais forte entre as minhas opções!), e, realmente, o livro não desapontou! Além de tudo o que eu amo em um livro, fiquei por anos inquieta com as realidades nele retratadas. À época, esse livro me propiciou uma quebra de padrões; ajudou-me a romper a bolha!
Aniquilação (Jeff VanderMeer): Esse livro, por pouco, não entrou na “lista oficial”. Ler essa obra foi uma das minhas melhores decisões; a ficção investigativa sempre me fascinou e, como esse livro tem essa vibe, foi sucesso! Confesso que desenvolvi um certo apego pela bióloga, e desejava ter visto um pouco mais dela! Esse é o melhor livro da série. Foi estranho me deparar com o final "em aberto", que, graças a Tropas Estelares, já não era uma novidade. Porém, quando paro para pensar, percebo que esse é exatamente o ponto de sustentação do livro: forçar-nos a pensar e aceitar que nem tudo precisa ter uma resposta definitiva. Foi meu primeiro livro do gênero; e foi bom o suficiente para me fazer gostar e querer ler mais coisas do tipo.
P.S.: Acho que não sou boa em textinhos, sinto que revelo o livro todo! kkkk