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Cinco Livros de Terror Favoritos com Ana Lovejoy

Melian

Período composto por insubordinação.
Há coisas que nunca vamos entender, e é bom que seja assim. Há lembranças que não sabemos se são reais ou imaginárias, e tentar mensurar o quanto de realidade e de imaginação há no cerne delas pode nos consumir. Nós não estamos sozinhos, mas não adianta olharmos para trás, esperando por uma assombração, porque, mais cedo ou mais tarde, descobriremos que os outros pelos quais tanto procuramos estão dentro de nós. Não é bom que seja assim. É assustador. É desesperador. E é exatamente por isso que livros de terror nos fascinam. Se a nossa mente é capaz de criar monstros, ela também deveria ser capaz de destruí-los. Mas, e se na tentativa de destruir tais monstros, acabamos por nos destruir, no processo? Há coisas que nunca vamos entender, e o não entendimento é a chama que nos guia enquanto caminhamos pelas nossas mentes, estejam elas cheias de fantasmas, de vazios ou de nós mesmos.
Ana Lovejoy disse:
Tentei fechar a lista com um clássico, um que não consigo deixar de fora de listas porque é meio que favorito da vida seja lá qual for o tema da lista e aí coloquei três mais recentes porque se fosse para escolher livro de qualquer época eu ficaria uma eternidade tentando escolher o que deveria ficar de fora ou não. Dizendo isso até para explicar a falta de uns mais canônicos tipo Stephen King (O Cemitério foi o primeiro livro "grande e sem figurinhas" que li, terá sempre um espaço no meu coração). Deixei links para meus posts no Hellfire porque lá falo melhor dos livros (saudades escrever no blog).​


1. House of Leaves (Mark Z. Danielewski)
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Eu não consigo fazer lista de terror sem pensar em House of Leaves, porque não é só uma questão do medo que dá para sentir enquanto lê a história (e ela é assustadora, lembro de à noite fechar o livro e ficar olhando para a porta do quarto com medo). Mas House of Leaves tem toda a experiência de criar um labirinto com palavras e te colocar de fato dentro do labirinto. Tem fama de intraduzível embora já tenha ganhado versões em outras línguas, mas aqui no Brasil ainda não chegou.

No blog >> https://www.anica.com.br/2013/11/09/house-of-leaves-mark-z-danielewski/

2. Estou pensando em acabar com tudo (Iain Reid)
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Sei que tem pouco tempo que saiu o filme na Netflix, e eu gostei do filme - mas ele tem pouco a ver com o livro, que vai muito mais para o lado do horror. Durante toda a leitura fica uma sensação de que algo está errado, a tensão aumentando aos poucos até chegar na porção final, que é de tirar o fôlego. Aqui no Brasil saiu pela Rocco.

No blog >> https://www.anica.com.br/2016/11/04/im-thinking-of-ending-things-iain-reid/

3. A outra volta do parafuso (Henry James)
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É a melhor história de fantasma que já li - e parte do que faz a novela tão boa é justamente que não dá para ter certeza se é história de fantasma mesmo ou não. A Maldição da Residência Bly é levemente adaptada, mas achei o livro de James bem mais assustador do que a minissérie. Aqui no Brasil tem uma edição pela Penguin Companhia bem boa.

No blog >> https://www.anica.com.br/2011/07/28/a-outra-volta-do-parafuso-henry-james/

4. As coisas que perdemos no fogo/ The Dangers of Smoking in Bed: Stories (Mariana Enríquez)
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Vou roubar aqui e colocar dois livros em um. São duas coletâneas de contos da argentina Mariana Enríquez, uma delas já saiu no Brasil pela Intrínseca (As coisas que perdemos no fogo), a outra (The Dangers of Smoking in Bed) ainda não chegou por aqui (mi spañol é fueda então li em inglês. Nem todos os contos das coletâneas são de terror, mas quando ela vai para esse lado, caramba, ela acerta bem demais. Tem um em The Dangers of Smoking in Bed que ela usa a brincadeira do copo (vá lá, aqui para nossos lados era isso, a gente nunca chegou a brincar com tábua Ouija como os americanos) para falar dos mortos da ditadura lá na Argentina.

No blog >> https://www.anica.com.br/2018/04/04/as-coisas-que-perdemos-no-fogo-mariana-enriquez/

5. Na escuridão da mente (Paul Tremblay)
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Esse saiu pela Bertrand aqui no Brasil. Fiquei bem na dúvida sobre quem entraria ou não na lista, pensei em vários títulos que estou deixando de fora para colocar o Tremblay, mas lembrei de como o livro é perfeito para fãs do gênero não só na literatura, mas no cinema também. Lembro de ter lido que estava para rolar uma adaptação, mas depois nunca mais vi notícia, mas tá aí uma história que deve dar um filme super bom.

No blog >> https://www.anica.com.br/2015/11/10/a-head-full-of-ghosts-paul-tremblay/
 
Última edição:
Amo terror em geral, mas costumo explorar o gênero mais em cinema mesmo... essa lista foi uma boa para tentar mais livros no gênero também.

Só li o James, mas há tanto tempo, já não lembro mais nada... tenho que reler.

Quero muito ler o House of Leaves, tá no meu carrinho inclusive, esperando minha impulsividade passar por cima do meu (parco) senso de controle rsrs

O Reid eu lembro que dei uma olhada há uns tempos mas não tinha gostado muito da escrita no iniciozinho, não me prendeu, sabe? talvez fique melhor conforme vá lendo... aí vi o filme e adorei... imagino que seja diferente, Charlie Kaufman costuma colocar sua prórpria marca nas coisas (ex. mais radical disso o filme Adaptation.).

ahh já ouvi falar muito bem de Enriquéz, quero ler esses contos aí logo. Fiquei interessado tbm no romance longo dela recém publicado por aqui, Nossa Parte de Noite.

Parece interessante esse último... vai pra lista.
 
Desses livros, o único que eu li foi A outra volta do parafuso. Só que na época, eu idiota não entendi bem sobre o que era o livro; só depois de ver a explicação de alguém é que eu fui meio que entender o grande trunfo da obra. Talvez numa possível releitura eu apreciasse melhor, mas na época eu até gostei, mesmo sem ter entendido, assim como não entendo a maioria das coisas que eu gosto.
 
Como vocês puderam notar, eu criei o tópico antes de arrumar os trem tudo (tô editando). E, sim, eu disse que criaria o tópico amanhã, mas estou ansiosa, por causa do jogo do Galo, aí sentei no PC para me distrair e tive a ideia de adiantar a publicação desta lista linda. Era para eu ter postado o trem antes de escrever o texto introdutório? Não. Era para eu ter postado o trem antes de botar as imagens bonitinhas e justificar o texto? Não. Mas, agora, Inês é morta.​
 
Eu achei estranha aquela última frase que acabava com "Como..." mas não disse nada. Achei que era pra simular um súbito ataque de monstro ou fantasma que interrompesse o fluxo do pensamento e pá. Vida que segue. Era só um prosaico apertar de "enter" na hora errada.


Sobre a lista, comento rapidamente com uma citação já clássica da Glória Pires: "Não sou capaz de opinar". Nem esse famosão do parafuso aí (que sempre gera piadinhas com a tradução né?) eu ainda não li. E esse da escritora argentina eu até já comprei numa das muitas compras impulsivas da Amazon mas não pude dar a devida atenção ainda. :dente:
 
Conheço, mesmo que seja de "ouvir falar", os cinco livros da lista. Li três deles: Na escuridão da mente, Eu estou pensando em acabar com tudo e A outra volta do parafuso. As coisas que perdemos no fogo tá na minha listinha há bastante tempo, porque li muita coisa bacana sobre ele. E House of Leaves só não está na lista por causa do meu problema com o inglês, porque também só li coisas positivas sobre ele.

Dos livros da lista que li, meu preferido é Na escuridão da mente, que eu amo! Falarei melhor sobre ele, amanhã, porque agora só consigo pensar no jogo do Galo. 🤭
 
Conheço quase nada de terror. Nem de ouvir falar. Vou aproveitar essa lista como indicação e começar pela Enriquez e pelo James. Tão na lista pra quando a biblioteca reabrir (creio que em meados do mês que vem).
 
a mariana enriquez é maravilhosa, acho que o único livro maizomeno dela é o "este é o mar", que a intrínseca já lançou por aqui. é um romance que em termos de enredo lembrou muito um conto da carolina munhóz naquele "geração subzero", então talvez por isso eu tenha recebido de forma mais fria.

mas as duas coletâneas de conto dela são geniais, e eu adoro a familiaridade evocada pela enriquez, eu não sei se é só uma questão de sermos latino americanas ou se a idade também conta, mas algumas histórias eu sentia que poderiam ter acontecido no bairro onde eu morava na infância.

para quem curtir a pegada da enriquez recomendo a samanta schweblin também. mas o terror dela é mais psicológico, é mais desconforto do que terror mesmo. o meu favorito dela é o "distância de resgate" (que está sendo adaptado e sai esse semestre na netflix) - esse eu acho que chegou aqui pela record. recentemente a fósforo trouxe a tradução de "kentukis", que é ótimo também. a coletânea de contos dela eu acho que não foi traduzida ainda, li a edição em inglês ("mouthful of birds").
 
Adorei a proposta da lista da Anica: trazer, majoritariamente, livros do gênero que são recentes, embora, de certo modo, alguns deles retomem, de modo explícito ou implícito, os clássicos.

Falando um cadinho sobre as obras da lista que li, A outra volta do parafuso é o tipo de livro que fica ainda melhor numa releitura, o que não significa que não seja possível apreciar a obra mesmo que a leitura seja feita quando a gente ainda está "verde", por assim dizer. Lembro de ter achado fascinante a angústia do "não saber", quando li o livro do Henry James pela primeira vez. Mas me lembro, também, de ter amado ficar analisando cada palavra da narradora "suspeita", da segunda vez que li A outra volta do parafuso.

Era vitoriana, sexualidade reprimida, narradora sem nenhuma experiência sexual... um campo propício para fantasias, não? A gente assume que o manuscrito guarde uma verdade, mas, ao se concentrar no discurso da narradora, se pergunta sobre o que há de realidade e o que há de imaginação naquela história toda. Como disse Oscar Wilde, A outra volta do parafuso é "uma pequena história maravilhosa, sinistra e peçonhenta". Talvez, o fantasma que mais assombre a narradora seja o sexo. É bom lembrar que, ao longo da narrativa, o suposto fantasma é, sempre, comparado a um animal, o que é irônico, porque se trata de alguém que, em tese, tem a existência esvaziada, mas é "visto" como algo instintivo, que assusta. A carne. Os prazeres da carne.

Eu estou pensando em acabar com tudo já me ganhou no início. O primeiro parágrafo do livro tem aquele poder de fazer com que a gente pense: "Tá, você quer acabar com tudo, e não sabe de onde veio essa vontade. Agora, eu quero saber o que você quer dizer com 'tudo', e espero que as coisas se resolvam". Houve momentos do livro em que eu fiquei desesperada para entender o que estava acontecendo, porque a gente sente a angústia de quem narra a história, que parece saber o mesmo (ou menos) que gente, que está lendo.

Perguntas são boas. São melhores do que respostas. Se quer saber mais sobre a vida, como funcionamos, como progredimos, são as perguntas que são importantes. É o que impulsiona e alonga nosso intelecto. Acho que as perguntas nos fazem menos solitários e mais conectados. Não é sempre questão de saber. Eu gosto de não saber. Não saber é humano. É assim que deve ser, tipo o espaço. É insolúvel, e é escuro, mas não totalmente.

Chorei, muito, quando terminei de ler o livro. (Ainda não vi o filme).

Agora, chegamos ao meu preferido da lista: Na escuridão da mente. Foi o último livro que me deixou com medo de apagar a luz do quarto. Quando terminei de ler esse livro, pensei: "tá, acho que, nunca mais, vou conseguir dormir". Foi uma leitura fascinantemente assustadora. E isso se deve ao fato de que o livro tem o meu Calcanhar de Aquiles: possessão demoníaca (ou algo do tipo).

Eu, uma mulher de trinta e cinco anos, que paga as próprias contas desde os treze, independente, linda, inteligente, divertida (e humilde, claro), sempre fico constrangida quando falo que tenho medo de palhaços e de taruíra, e ficarei ainda mais, agora, porque vou falar para vocês quem ocupa o primeiro lugar do meu top 3 de medos: "demônio". Mas não é "qualquer demônio", trata-se dum contexto de "exorcismo". Eu tenho pavor. Eu fico muito mal quando vejo foto da Regan, de O Exorcista, na internet. Sempre me tira do prumo. E, sim, já vi o filme várias vezes. Até vi aquela "versão do diretor" no cinema, lembram? Isso não muda o fato de que, ainda hoje, eu fico muito apavorada com essas coisas.

Mas o livro é muito bom para ser reduzido a algo que faz com que eu me sinta como uma menininha indefesa. Ele é muito bem escrito, e faz uma linda homenagem ao gênero. Como a Anica falou, quem gosta de Cinema também vai amar algumas coisas do livro. Escrevi sobre ele, no blogue, e, quando postei o link para o texto, no Twitter, o autor me respondeu. Gente, fiquei emocionada. Primeiro, ele favoritou o Tweet. Depois, quando eu postei o print, ele respondeu: "Thank you for the lovely review!" :grinlove:

Para atiçar a curiosidade de vocês, segue um trecho do meu texto sobre Na escuridão da mente:

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Olha, com um nome desses da até pra pensar que se trata de algum monstrengo peçonhento que te atacaria sorrateiramente e não que são aquelas fofuras inofensivas por aqui chamadas de lagartixas.
Mas é um bicho assustador, migo. DEMONHO. DEMONHO. DEMONHO. :cry:
 
Eu acho que ela seja assustadora. Quando vejo uma andando pela parede, já dou um grito. Pavor, PAVOR!
 
Minha mãe também. Diz que quando eu estava com a gravidez já avançada caiu uma em cima da barriga dela. Quase que minha existência acaba aí antes mesmo de começar.
Já no meu caso, acho que começou daí minha relação de afeto com elas.
 
Nunca li nenhum. Normalmente não vejo filmes de terror (tenho medinho de noite), mas livros costumam ser mais ok. Fiquei curioso pra ler A outra volta do parafuso.
 
Livros de terror! Opa, pera que vou anotar tudo para entrar na minha lista.
Não conhecia nenhuma dessas obras com exceção do, a outra volta do parafuso, admito que odiei esse livro, e não vou rele-lo para ver se foi apenas má impressão minha, por ter vindo muito afoita após ver a serie da casa bly, mas eu sabia que o livro era apenas inspiração da serie, e que não tinha todas aquelas nuances, mas assim como os demais livros de terror que ando lendo recentemente, eles não me assustam mais, :( eu amava essa sensação que os livros de terror e suspense me passavam, não só os susto mas, toda aquela sensação de incomodo não surge mais, mas sempre na procura dessa sensação que não venha junto de um boleto esquecido que quase venceu ao dia de pagamento.


Vocês conversando sobre taruíra e lá vou eu pesquisar o que é isso, socorro de lagartixa eu passo longe, esse crocodilos miniaturas albinos me perseguem, nem pegar um copo de agua no bebedouro posso que elas caem no meu braço, eu não mato o bichinho, mas quero viver longe deles.
 
Mas, gente... Se assustar com livro só quando criança, e olhe lá. Se você quiser uma taquicardiazinha, pode tentar jogar algum videogame de survival horror. 🤭
 
Vocês conversando sobre taruíra e lá vou eu pesquisar o que é isso, socorro de lagartixa eu passo longe, esse crocodilos miniaturas albinos me perseguem, nem pegar um copo de agua no bebedouro posso que elas caem no meu braço, eu não mato o bichinho, mas quero viver longe deles.
Compartilho, e muito, do pavor. Inclusive, até escrevi um textinho sobre o tema, há algum tempo. Chama-se Ecos(sistema):

Quando uma taruíra* rasteja pela parede da sala, na cozinha tampam-se todas as panelas de comida que estão sobre o fogão.

Não sei há quanto tempo estou com os olhos abertos, vidrados, e doloridos. Não posso piscar. Preciso ficar bem quieta, mesmo que até os meus ossos estejam encharcados de suor. Preciso observar, atentamente, cada movimento da taruíra. Ela desliza, graciosamente, pela parede.

Desajeitadamente, ela desliza. Parece um dinossauro, um crocodilo, em miniatura, parece um sapo, e tem patas que se parecem com mãos de recém-nascidos. Ela se move, calmamente, em direção à vítima, uma desafortunada barata que decidiu explorar a parede do meu quarto no momento em que a taruíra estava passando.

A taruíra se aproxima da presa; assim que terminar de devorar a barata, virá em minha direção. Não consigo me mover. Não consigo sair daqui, não consigo deixar o conforto da minha cama, não consigo tirar os olhos da taruíra. A mesma força que faz com que ela se equilibre na parede, faz com que eu não consiga parar de olhar para todos os seus movimentos.

Não preciso de pálpebras. Sou uma taruíra, tenho uma fina membrana que protege os meus olhos, mesmo que eles estejam arregalados. Meus olhos estão embaçados. A taruíra não está na parede, está no meu rosto. Sou protagonista da versão real, e menos pomposa, de Alien. Sou acometida por um desespero que nenhuma película seria capaz de captar. O atrito da pele gelatinosa e das patas adesivas da taruíra contra meu rosto, faz com que eu sinta vontade de vomitar, mas se eu abrir a boca, a taruíra saltará para a minha garganta.

Eu poderia ter me mexido, poderia ter saído da cama, poderia ter saído do quarto até que a taruíra seguisse o seu caminho. Mas eu estava apavorada demais para seguir o meu caminho. Pensei que, se pisasse na estrada do passado, por repetidas vezes, conseguiria conservá-lo. Seria parte dele, me fundiria a ele.

Quando escolhi permanecer, dia após dia, no passado, criei um buraco, imenso, no chão. E, de dentro dele, a única coisa que pude fazer foi observar a taruíra perseguindo a barata. O tempo todo, eu pensava ser a taruíra, que estava no comando, mas quando me dei conta de que o buraco estava fundo demais, percebi que eu não teria, eu não tive, a coragem que a taruíra tem de deixar a sua cauda para trás quando está em perigo. A taruíra engoliu a barata; o passado está me engolindo. É hora de fazer com que Cronos vomite seus filhos.

*lagartixa.​
 

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