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Cinco Filmes Favoritos Com Éomer

Vëon

Do you know what time it is?
Zéomer Maier.

Éomer disse:
Eu tentei fazer uma lista dos filmes que eu realmente gosto e que sempre cito quando me perguntam os nomes dos filmes que eu nunca canso de assistir. São todos filmes que me emocionam e que eu considero que me marcaram a vida de alguma forma e em momentos específicos.

O Sétimo Selo (Det Sjunde Inseglet, 1956 ) Ingmar Bergman

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As incertezas da vida e a certeza da morte nos trazem um medo e a imagem deste medo é Deus.

Antonius Block (Max Von Sydow) é um cruzado que, juntamente com seu escudeiro Jöns (Gunnar Björnstrand), retorna da Terra Santa após dez anos e desembarca na Europa em meio a mortandade causada pela Peste Negra. Ao se deparar com A Morte (Bengt Ekerot) propõe jogar com esta uma partida de xadrez, a fim de ganhar mais tempo para tentar compreender o significado da vida e, consequentemente, da morte. Apesar de saber que é impossível vencer a partida ela tenta ganhar de todas as maneiras, inclusive tentando trapacear e mudar as peças de lugar, mas no fim o Fim é inevitável. Antonius e todas as pessoas que o acompanharam acabam sendo levadas, com exceção de um casal de saltimbancos e seu filho.

No filme as dúvidas sobre vida, morte e a existência de Deus e Diabo são apresentadas de acordo com os pontos de vista de Antonius e do seu escudeiro. Antonius é idealista e atormentado por suas dúvidas existenciais, tal como Dom Quixote. Jöns é um homem prático, como Sancho Pança, apesar de ser letrado e muito mais culto. Ele acredita apenas no nada (apesar de dizer que acredita no Diabo) e, aparentemente, não tem dúvidas e não procura respostas. As duvidas de Antonius nunca são sanadas e nem mesmo A Morte, como um emissário de Deus ou, em último caso, do Diabo, ajuda a esclarecê-las e quando questionada a respeito de Deus, ela responde simplesmente que "não há respostas".

Eu vi esse filme logo depois de ter lido o NT e ainda estava chapado com a leitura do Apocalipse e a sensação foi amplificada pelo filme. Os cenários são bem simples (a força da estória está nos diálogos), mas há cenas de arrepiar como a da auto-flagelação dos penitentes, ou aquela em que A Morte engana Antonius e ouve sua estratégia de jogo através de confissão e o momento em que ele questiona uma suposta bruxa, que teria sido a causadora da peste por ter feito sexo com o Diabo. “Quero perguntar ao diabo sobre Deus. Pelo menos ele, já que ninguém mais sabe, poderá dizer-me alguma coisa”. Mas nos olhos da moça ele vê apenas medo. Enfim, o filme é fodaço e eu recomendo fortemente.

Se (IF, 1968) Lindsay Anderson

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"One man can change the world with a bullet in the right place".

If (Se) conta a estória de Mick Travis (Malcolm McDowel) que lidera um grupo de jovens "excluídos" e com problemas de adaptação de uma rígida escola britânica (no filme apenas nomeada "A Academia") em uma rebelião contra o sistema de ensino opressor e violento, personificado pelo Reitor, o Inspetor Geral e o Bedel. De um lados os Crusaders (Travis, o líder e seus amigos Wallace e Knighty ), acusados por quebrar a ordem na escola por conta de seu comportamento rebelde e trangressor e do outro os "wipps" (Rowntree, o inpetor geral e Denson, o Bedel) responsáveis por manter a disciplina escolar, inclusive aplicando castigos físicos. Ao grupo dos Crusaders posteriormente se juntam o jovem Philips, que tem uma atração homoerótica por Wallace e "A Garota" que aparece em uma violenta cena de sexo com Travis sendo depois levada em segredo para a escola e que encarna uma violenta guerrilheira. Os confrontos, onde o que principalmente aflora é a dificuldade em aceitar quem é "diferente", acabam explodindo num massacre sangrento, mais de trinta anos antes da tragédia de Columbine.
If é um dos filmes típicos da chamada "geração de 68", que marcou a história da segunda metade do século passado. Rebeldia, violência e sexo. Inesquecível.

Verão de 42 - Houve Uma Vez um Verão (Summer of 42, 1971) Robert Mulligan

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"Nothing from that first day I saw her, and no one that has happened to me since, has ever been as frightening and as confusing. For no person I've ever known has ever done more to make me feel more sure, more insecure, more important, and less significant."

Summer of 42 é um daqueles filmes sobre adolescência e ritos de passagem. Sobre a amizade, a explosão dos hormônios adolescentes e a descoberta do sexo e do amor. Mas não é apenas mais um dos vários filmes que tratam do tema. É especial. Bonito e simples. Delicado. E com uma trilha sonora belíssima feita pelo compositor Michael Legrand.
O filme, que é narrado sob o ponto de vista do adulto Herman (o roteiro é baseado em fatos da vida do roteirista Herman Raucher), conta a história do garoto Hermie (Gary Grimes) que vai passar as férias em uma praia (cujo nome não é citado) juntamente com sua família e seus amigos Oscy (Jerry Houser) e Benji (Oliver Conant). A história se passa no ano de 42, durante a 2ª Guerra. Os três adolescentes tem temperamentos bem diferentes. Hermie é mais maduro e reflexivo, Oscy e mais despachado e metido a conquistador e Benji é o mais tímido e nerd. Isso se reflete nas diferentes formas com que eles encaram o relacionamento com garotas. Mas todos estão naquela fase onde só o sexo e o tesão tem importância.
Durante o desenrolar do filme eles acabam conhecendo Dorothy (Jennifer O’Neill), a bela esposa de um militar que parte para a guerra. A cena em que Hermie se encanta ao ver Dorothy pela primeira vez é de uma beleza tranquila, profunda, narrada por Herman ao som da música tocada ao fundo. Dorothy é a mulher mais velha com que todo garoto se encanta pelo menos uma vez na vida: a professora, a irmã mais velha do melhor amigo, uma vizinha, sei lá... Uma imagem que nunca mais sai da cabeça. Com a partida de seu marido ela e Hermie acabam se aproximando. As cenas de Hermie e seus desajeitados jogos de sedução são marcantes. Mas o momento inesquecível do filme é a primeira vez de Hermie e Dorothy. Uma sequência de cenas que não devem ser descritas, apenas vistas, sentidas e nunca mais esquecidas.

Sociedade dos Poetas Mortos (Dead Poets Society, 1989), Peter Weir.

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"We don't read and write poetry because it's cute. We read and write poetry because we are members of the human race... and the human race is filled with passion."

Sociedade dos Poetas Mortos conta a história da transformação ocorrida na vida de uma turma de alunos da escola preparatória Welton. O sistema de ensino é baseado nos quatro pilares da "Tradição, Honra, Disciplina e Excelência". O perfil exigido pela escola é o de aluno tradicional, ao qual é permitido apenas "aprender", ser depósito de informações e jamais questionar e auxiliar no processo de produção de conhecimento. O extritamente necessário para ser aprovado em boas faculdades, que serão escolhidas pelos pais. Aliás o modelo familiar exibido no filme ainda é o velho: pai autoritário x mãe submissa = filhos aterrorizados.

Esse modelo de ensino é questionado com a chegada do novo professor de inglês John Keating (Robin Williams), que não quer que seus alunos aprendam apenas para entrar em boas faculdades. Ele ensina os alunos a amar a poesia (e por consequência a vida), a fugir do automatismo, a aproveitar o momento (Carpe diem boys), exercer o papel principal. No passado Keating fora aluno da escola e fundara a "Sociedade dos Poetas Mortos", um grupo de alunos que se reunia em uma antiga caverna próxima a escola para ler poesia ou como disse Keating "não só ler poesia, deixar ela derramar da boca, como mel". Isso leva seus alunos a fazerem o mesmo e assim eles começam a se expressar, a ter coragem de questionar e acreditar em seus sonhos, o que podemos ver muito bem em alunos como Neil Perry (Robert Sean Leonard), que sonha em ser ator de teatro e Todd Anderson (Ethan Hawke), que manifesta suas mudanças através da poesia. Isso acaba entrando em confronto com a proposta da escola e ocorre a repressão pelo corpo docente. O fato de Neil contracenar escondido do pai acaba provocando sua retirada da escola e culminando com seu suícidio. Pressionados os alunos são obrigados a colocar a culpa de tudo no professor, que é retirado da escola.

O filme me marcou principalmente por mostrar as mudanças que o ato de "ensinar-aprender" pode causar quando é feito com paixão. Pela valorização de coisas meio fora de moda, como amizade e lealdade e também porque através desse filme (que eu vi aos 12, 13 anos) eu entrei em contato com vários escritores que eu leio e com os quais eu me emociono até hoje, tais como Shakespeare (li Sonho de Uma Noite de Verão logo depois) e Walt Whitman (Oh Captain, My Captain), um dos grandes poetas americanos. A cena final do filme, apesar de ser considerada clichê e pouco provável, me dá um nó na garganta. Justamente por ser inverossímel. E por eu querer que ela acontecesse de verdade.

Perfume de Mulher (Scent of Woman, 1992), Martin Brest

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"No mistakes in the tango, not like life. It's simple. That what makes the tango so great. If you make a mistake, get all tangled up. Just tango on."

Para conseguir dinheiro para visitar os pais Charlie Simms (Chris O'Donnel) resolve acompanhar o Ten. Cel. Frank Slade (Al Pacino) em uma viagem à Nova York. Slade é um militar que ficou cego ao manusear uma granada enquanto bêbado. Nessa viagem ele pretende aproveitar cada momento e depois cometer suicídio. Uma espécie de acerto de contas com a vida antes do fim. Slade não está só cego para a visão, "mas cego para a vida. Antes da viagem Charlie acaba assistindo seus colegas de classe praticando um ato de vandalismo contra o diretor da escola onde estuda como bolsista, uma tradicional instituição americana. Se decidir entregá-los para o conseho de educação o diretor lhe promete uma vaga em Harward, mas para isso terá de trair seus princípios. Um dilema que o acompanha até o fim do filme.

Ao longo da história os dois acabam desenvolvendo uma amizade bem nos moldes de uma relação mestre e pupilo, mas onde os dois têm tanto a ensinar quanto a aprender. Charlie acaba fazendo com que Slade "veja" que apesar das amarguras, ressentimentos e dos tropeços cometidos na vida sempre existe uma boa razão para seguir dançando. Slade mostra ao sisudo e formal Charlie o que a vida tem de bom. Coisas que ele mesmo já havia esquecido.
Scent of woman é um remake do filme Perfume de Mulher (Profumo di donna, 1974) do diretor italiano Dino Risi. É um dos casos em que o remake é muito melhor do que o filme original. O primeiro filme tem por vezes um ar de comédia pastelão, pelo menos na minha opinião. Scent of woman comove sem ser piegas. E de um extremo bom gosto, no que diz respeito a cenários, fotografia, trilha sonora e todas essas coisas técnicas que os críticos de cinema explicam bem melhor do que eu.
O Frank Slade de Al Pacino é um hedonista sedutor, que ama a bebida (concordo com ele), a boa música (idem) e principalmente as mulheres (concordo muito, mas muito, muito mesmo com ele). O discurso apaixonado no avião, onde ele descreve a sua paixão pelas mulheres, é um dos pontos altos do filme, assim como a cenas onde ele encanta uma garota e dança o tango Por una cabeza, a cena onde, guiado por Charlie, dirige uma Ferrari e o discurso final diante do Conselho Disciplinar da escola são daqueles momentos que sempre vão figurar na minha lista de melhores cenas do cinema. Não é a toa que o papel rendeu o Oscar de Melhor Ator para o Al Pacino. Aliás, é O Al Pacino. Eu pago pau. Quem ainda não viu o filme está perdendo.
 

Anexos

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Esperava ver algo do James Dean na lista. :lol:

O Sétimo Selo é um filme que eu preciso rever, já faz uns cinco anos que eu assisti e apesar de ter gostado acho que hoje em dia o filme causaria um impacto diferente em mim.

Nunca tinha ouvido falar do Summer of 42, mas sua descrição do filme foi tão foda que já coloquei como prioridade.
 
Curti a lista. Desses, só não vi If e Summer of 42.

O Sétimo Selo é um filme que eu colocaria na minha lista, certamente. Mas como eu não fiz ela até agora, nem adianta choramingar.

Sociedade dos Poetas Mortos é um bom filme, mas preciso rever, faz tempão desde a última vez.

Perfume de Mulher é fodástico. Vez ou outra até coloca aqui a trilha sonora pra tocar, Por Una Cabeza é linda.
 
Dos filmes da lista eu não assisti os dois primeiros. O Sétimo Selo eu preciso ver, já li muito a respeito dele, e imagino que deva ser mesmo muito bom.
Dos restantes eu gosto muito do Sociedade dos Poetas Mortos, acho maravilhoso, muito emocionante e sensível.
 
Gosto bastante da Sociedade dos Poetas Mortos (para mim o melhor da lista).
Um belo tratado sobre a liberdade e as consequências de certas escolhas...
Lembro que a primeira vez que vi o filme foi na escola. Após o mesmo, em um daqueles "brilhantes" debates conduzidos pela professora de ética (ou qualquer coisa do gênero), alguém me solta:
-Ah! Achei que o Neil foi muito fraco no fim do filme - por ele ter se suicidado (e sim, é se suicidado) -Ele devia ter enfrentado o pai dele - e um monte de bobagens a mais.
Para mim esse comentário deixa claro que boa parcela do público não entendeu porcaria nenhuma do filme :P
 
Última edição:
Spoiler... Usa o [ spoiler]texto [ /spoiler]

Assisti os dois últimos. Ambos muito bons.
 
Última edição:
Sentinela, perdão pelo spoiler e vou editar sim (mas creio que você vai ter de editar o quote :P).
Porém, nem reparei no mesmo porque está no texto "base" do tópico, na descrição do Eomer sobre o filme!
 
Não assisti aos três primeiros filmes listados, mas lendo suas descrições e considerando os últimos dois, me parece ser uma lista muito sensível e tocante.

Eu gosto de filmes com esse propósito. Emocionar, cativar, instigar, sensiblizar. Vou tomar como recomendações e lembrar-me dessa lista da próxima vez que for à vídeo locadora.
 
Hum... interessante, mas como não sei porque tenho certa repudia a filmes antigos com imagem antiga, acho que dificilmente assitiria um filme antes de 1990. No más, esse sétimo selo é muito interessante mesmo, gostei bastante vo ver se assisto.
 
Hum... interessante, mas como não sei porque tenho certa repudia a filmes antigos com imagem antiga, acho que dificilmente assitiria um filme antes de 1990..
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Preciso urgentemente ver O Sétimo Selo. É um filme que até já procurei faz um tempo, em locadoras e lojas, mas não encontrei. Vou procurar de novo.

Os cenários são bem simples (a força da estória está nos diálogos)...

Filmes com diálogos fortes são de tirar o fôlego, são ótimos! Como Dogville, que não tem cenário praticamente, e a trama acontece num palco preto com poucos adereços. Denso, mas é ótimo!
 
Eu adoro o Sociedade dos poetas mortos *.* Já perdi as contas de quantas vezes vi.
Esse sétimo selo, nunca vi. Vou procurar, parece ser muito bom...
 
Calma gente! kkkkkkkkkkkkkkk, já enviei os meus para o veon , o mais antigo é 1992, mas acho que vcs vão gostar. Mas quem sabe lendo os comentarios eu começe a me interessar por esses filmes e aos poucos vou assitindo, estou aqui pra isso!

Esse sétimo selo, eu ja me interessei, mesmo sendo em preto e branco...já é um começo kkk.
 
Última edição:
Calma gente! kkkkkkkkkkkkkkk, já enviei os meus para o veon , o mais antigo é 1992, mas acho que vcs vão gostar. Mas quem sabe lendo os comentarios eu começe a me interessar por esses filmes e aos poucos vou assitindo, estou aqui pra isso!

Esse sétimo selo, eu ja me interessei, mesmo sendo em preto e branco...já é um começo kkk.
Chuta logo o balde e comece por filmes preto-e-branco, mudos e com 3 horas de duração. Como os do Griffith.
 

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