Turgon
Mugiwara no Ichimi
Lisa do [F*U*S*A*|KåMµ§]
Minhas séries refletem mais ou menos os dois períodos em que mais tive contato com séries animes.
A primeira na infância com a introdução a este mundo por Cavaleiros do Zodíaco, seguido de Yuyu, Shurato e Samurai Warriors.
E a segunda fase foi em torno de 2002 a 2006 quando começaram a sair a saga de Hades, eu comecei a assistir animes na net com Love Hina (que sofri por não por na lista) e eu passei a assistir diversas séries de animes. Desta era saem os demais da lista, quase todas séries curtas, fechadas e bem acabadas.
1) Os Cavaleiros do Zodíaco (Saint Seiya; 1986-1989)
É o guilty pleasure de 9 em 10 garotos da minha geração (e algumas garotas). Traços feios e exagerados, história com plot holes, as famosas falhas de dublagem da gota mágica ("Mu, cavaleiro de touro"), etc.
Lançado nos anos 80, chegou em terras tupiniquins em 94. Foi febre imediata. Todos ficavam grudados na extinta Rede Manchete esperando pelo desenho. Incluindo aos sábados com especiais de 1 hora com episódios resumidos da semana.
Os bonecos também marcaram. Armaduras metálicas, bem produzidas, os bonecos nem tão bem produzidos, eram objetos de desejo. As revistas sobre animes como Heroi também tiveram seu momento de auge. Os albuns de figurinha. As lancheiras temáticas. Tudo era cavaleiros do zodíaco.
Mas fora as falhas e as questões nostálgicas, eu hoje vejo em CdZ 2 boas qualidades. A primeira é a trilha sonora instrumental fantástica, digno de preencher um CD inteiro sem faixas ruins. Destaque para os temas do Hyoga e os temas em piano.
O segundo é a diferenciação da maioria das animações de luta com relação ao poder dos personagens. Normalmente os personagens desse tipo de desenho evoluem indefinidamente, criando incongruencias estranhas (Freeza explode planetas com dedo, Buu destroi com uma mega-ultra-gigantesca bola de energia). Em CdZ atingimos o ápice logo na fase do santuário, os cavaleiros de ouro são o top de poder. As demais sagas apenas variam a fidelidade dos adversários para com seu respectivo deus, mas são todos nível cavaleiro de ouro.
Enfim. É um marco, na minha vida ao menos. E pelo tempo que ocupou a minha vida, eu lembro que me surpreendi quando vi que eram "apenas" 114 episódios. Provavelmente foi a série que mais episódios repetidos eu assisti na vida, incluindo séries não animadas.
2) Monster (Monster; 2004-2005)
É uma das melhores séries policial/thriller que vi, incluindo live action.
Conta a história de um médico bem conceituado que se vê no dilema entre salvar um paciente que acabara de receber em estado gravíssimo ou um político. Ao escolher eticamente pelo primeiro, vê sua carreira ir ladeira abaixo.
Mais do que isso, vê que salvar a vida deste civil talvez não tenha sido a melhor opção pelo monstro que reside nele.
É uma série com algumas cenas meio perturbadoras. Tem boas doses de ação, de mistério e romance até certo ponto.
Não é uma série tão curta, são 74 episódios. Mas, surpreendentemente, todas relevantes. A construção do personagem, e principalmente as decisões que precisam ser feitas perto do fim são de tirar o chapéu.
O desenrolar da trama é feita com um ritmo muito bem cadenciado. Um dos grandes méritos da série.
3) Haibane Renmei (Haibane Renmei; 2002-2002)
Essa animação é artisticamente linda.
Conta a história de uma menina que sem explicação nasce de um ovo em meio a uma construção rodeada por garotas dotadas de asas.
O objetivo de "vida" de cada um dos moradores da mansão consiste em ir até uma cidade cercada por muros altíssimos e trabalhar/ajudar seus moradores. A única regra é não ultrapassar os muros e não causar o mal, a recompensa é ser alçado a uma existência superior.
Claramente há um tom religioso e de purgatório em toda a história, mas nada explicito. Não fica claro a origem das meninas aladas, o seu destino depois do trabalho terminado, o que há além dos muros, qual o papel dos moradores da cidade, porque só meninas em uma mansão (meninos em outro local), etc. Os grandes mistérios permanecem grandes mistérios. Fica apenas como um background obscuro aberto a discussões filosóficas para os interessados. O foco da série é exclusivamente na relação "humana" entre as meninas e os cidadãos. E essa parte é realizada de forma divina (sem trocadilhos). Cada menina tem seu temperamento, seu ponto fraco, sua carga. E você se encanta por cada uma delas.
É uma série ao estilo "veja-me e tire suas próprias conclusões".
Consiste apenas de 1 temporada, curtinha com 13 episódios. Não é necessário mais do que isso.
4) Genshiken (Genshiken; 2004-2007)
Esse é o meu complemento para The Big Bang Theory. Enquanto o seriado americano supre meu lado nerd de físico, Genshiken supre meu lado nerd de cultura nipônica.
Genshiken é uma contração de GENdai SHIkaku bunka KENkyuu kai (Sociedade para estudo da cultura moderna visualmente dirigida). IE, é um clube universitário focado no estudo das novas artes visuais, nominalmente mangás, animes e games. Em suma, é uma série sobre otakus.
A história é centrada em um personagem, mas são os coadjuvantes que roubam a cena. Cada um com uma característica otaku especifica, incluindo uma viciada em cosplay, uma menina "normal" que fica vendo navios com seu namorado viciado em games hentai, um colecionador de mangás e animes às toneladas, etc.
É diversão total. Nada de mais pesado.
Teve uma temporada, originalmente pensada para ser fechada. Mas o sucesso fez com que uma segunda fosse produzida introduzindo novos personagens e situações. A segunda temporada é tão boa quanto a primeira, só com algumas apelações desnecessárias.
Recomendadíssimo para quem é nerd assumido em cultura de robos gigantes, heroínas de saia e tiara, etc.
5) Koi Kaze (Koi Kaze; 2004-2004)
Eis uma série polêmica. Polêmica e doente até o talo.
É a história de amor incestuosa, de um homem de 27 anos com a meia-irmã de 15, que envolve temas como suicídio e afins. Só isso.
Por mais doentia que seja a relação, se esquecermos as questões que o tornam assim, foi umas das animações que mais delicadamente trataram uma relação amorosa dentre as séries de romance em animação.
Em todos os seus detalhes, nada de amores a primeira vista explosivas, com perturbações forçadas, climaxes forjados, etc. É o desenvolvimento normal de um casal com o passar do tempo, discussões corriqueiras, probleminhas, etc, com o diferencial de terem que ser cautelosos para não serem descobertos.
A animação não foca também muito nas polemicas em si, elas funcionam como pano de fundo para algumas situações. O foco mesmo é desenvolver cada personagem dentro dessas situações, como um ser humano normal reagiria se seguisse puramente seus sentimentos.
É uma animação recomendada pra quem gosta de ver algo completamente out of the box, e tem a mente aberta pra praticamente tudo.
Também é curta, se não me engano nem completa 1 temporada regular. Mas fecha todas as pontas e resolve a situação de uma forma mais do que satisfatória. Sem mágicas ou milagres ou tragédias shakespearianas.