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Ciência da Terra-média: Noldor, cientistas?

Imrahil

Kyknos kyknón
Eu odeio quando transformam conceitos e ideias complexos em caricaturas. Não há exemplo melhor disso do que a atitude de Tolkien em relação à ciência. Dizem por aí que ele era um ferrenho inimigo do progresso. Se isso é verdade, não deixa de ser irônico que os maiores heróis da história de Arda fossem, para todos os efeitos, cientistas.
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Bem interessante o artigo!
Concordo totalmente. Pra mim, Tolkien era um crítico da tecnologia e suas consequências. Passagens como o expurgo do Condado mostram com clareza isso, assim como os poderes dos anéis élficos.
E pensar que Tolkien viveu na época da Grande Guerra deixa bem claro também a posição dele.
 
Artigo bastante interessante. Não havia parado para pensar nessa característica dos Noldor como cientistas. De fato, a sede de e a busca por conhecimento são bem típicos dos elfos. A diferença dos elfos para os humanos é que nós somos egoístas, usamos o nosso conhecimento todo para nós mesmos, raramente pensamos que não estamos sozinhos no planeta.

Eu já havia lido em algum lugar que o Professor era contra a tecnologia e o progresso, mas não acreditei. Como pode alguém tão inteligente e esclarecido ser contra a evolução? Tolkien já estava um passo além, já via as consequências da tecnologia. Tendo lutado na guerra, ele deve ter ficado muito marcado com tudo o que viu, com tudo o que aconteceu em nome do "progresso".

Tanto que há no Senhor dos Anéis uma mensagem bem clara quando o Professor trata dos Ents. Tudo aquilo que acontece em torno da destruição de Fangorn tem muito a ver com o que está acontecendo com o nosso planeta: nós destruímos a natureza, e ela, por sua vez, nos destrói. Pena que no nosso mundo não temos Ents como o Treebeard, talvez sendo atacados diretamente por uma árvore ambulante e muito nervosa nós venhamos a perceber as atrocidades que estamos cometendo com o meio-ambiente em nome do progresso.

Enfim, não sou biólogo (longe disso! :lol:), mas me interesso por esse assunto. Já entendi há algum tempo que o ser humano não é A raça, é UMA raça, portanto nós não temos a propriedade exclusiva do planeta. Temos que dividi-lo com milhares de espécies e podemos até pensar nos nossos sucessores. Irônico, nós, única espécie com essa capacidade de raciocínio e não a utilizamos (exceto para fins pessoais, na maioria das vezes).

Para o nosso próprio bem, espero que a gente consiga chegar lá algum dia. [2]
 
Adorei esse artigo, Cisne!
E olha: concordo plenamente nessa questão de Tolkien ser contra a tecnologia (assim como a maldita mania de colocarem a prova seu lado recista, etc.): sempre o tive como alguém que via o belo na ciência à favor da natureza e não como alguém que odiava a mesma.
E venhamos e convenhamos: isso é sensatez. Eu quero isso. Sempre quis. Faço minha parte. E ensinarei meus filhos a pensarem desta forma. E me dói demais ver o tanto de titica que fazem em prol do progresso sem ao menos pensar no meio ambiente. Poucos fazem isso. Em nosso país, então... talvez só daremos valor e queiramos de verdade implantar sistemas tecnológicos que agridam menos o meio ambiente quando nossos recursos naturais já tiverem ido pro saco em sua grande maioria.
Infelizmente será assim: só damos valor quando perdemos o que tínhamos. Lavar calçada com água, ir de carro até a padaria porque está cansado, precisar de sacolinhas plásticas pra cada porcaria que se compra... não reciclar.
Parece clichê e talvez seja. Mas o que eu mais vejo é gente absrovendo informação e se fazendo de entendido, mas na prática não faz nada.
 
Caríssima Sindar, obrigado pelo comentário.

Eu acho que o buraco é profundamente embaixo: tem gente demais no mundo consumindo demais. Precisamos fazer todo o esforço possível pra, primeiro, parar com essa corrida alucinada em torno de crescimento econômico e consumo que está acabando com a Terra; e, depois, diminuir nossa população até níveis mais decentes. Isso já vai ser possível se todo mundo tiver apenas dois ou menos filhos.

Grande abraço,
 
Caríssima Sindar, obrigado pelo comentário.

Eu acho que o buraco é profundamente embaixo: tem gente demais no mundo consumindo demais. Precisamos fazer todo o esforço possível pra, primeiro, parar com essa corrida alucinada em torno de crescimento econômico e consumo que está acabando com a Terra; e, depois, diminuir nossa população até níveis mais decentes. Isso já vai ser possível se todo mundo tiver apenas dois ou menos filhos.

Grande abraço,

Finalmente alguém que pensa como eu! :joy:
Agora me diga: como fazer isso quando existe uma certa cultura, especialmente nos países mais pobres, de que "Deus quis assim..."? E onde existem instituições religiosas (não citarei nomes) que crucifixam os métodos anticoncepcionais e pedem mais ovelhas para o rebanho? O planejamento familliar é um ato de amor (aos filhos e ao mundo).
 
Belo artigo, Cisne!!
É interessante esse fato de Tolkien ter como principais personalidades de sua história os Noldor, que são os mais sedentos, digamos assim, pelo conhecimento mesmo sendo contra o mau uso da tecnologia e do conhecimento.
É bacana também pensar que Tolkien quisesse que tenhamos um conhecimento mais élfico de forma a preservar e embelezar a natureza. Fico pensando se ele teria imbutido essa mensagem em obras, como, por exemplo o Quenta Silmarillion? :think:
 
Muito bom e interessante!
Nos faz ver o outro lado, interpretar as coisas com mais atenção. Gostei do que disse, que Tolkien sonhava que o conhecimento humano fosse mais parecido com o élfico. Um pouco semelhante a forma como a humanidade vivia a centenas de anos, onde tudo tirava-se da terra, e por esse motivo esta não podia ser danificada. O grande problema é que coisas perigosas são inventadas todo dia e as pessoas não sabem utilizá-la para o bem, somente para o mal.
 
Fantástico!! Fazia tempo que não lia um artigo bom assim: rápido, conciso, bem escrito e pertinente.

Eu sou suspeitíssima para falar a respeito dos Noldor, pois tenho uma admiração especial por essa raça. Acho Fëanor um dos elfos mais brilhantes e complexos da mitologia tolkeniana, e seus artefatos geraram medo e receio até mesmo em seres mais poderosos, como os Maiar.

Parabéns!!
 
Sem palavras. Absolutamente nada a acrescentar. Esse post é quase um flood, mas eu queria que o autor soubesse que eu achei o texto espantosamente maravilhoso. Simples, direto, enfim, excelente. Meus parabéns, Cisne.
 
Brigadão de novo a todos os que curtiram!

Agora me diga: como fazer isso quando existe uma certa cultura, especialmente nos países mais pobres, de que "Deus quis assim..."? E onde existem instituições religiosas (não citarei nomes) que crucifixam os métodos anticoncepcionais e pedem mais ovelhas para o rebanho? O planejamento familliar é um ato de amor (aos filhos e ao mundo).

Sindar, não tenho certeza, mas muitas vezes acho que o problema nem é tanto cultural ou religioso, mas de pura ignorância, falta de informação mesmo. As pessoas acabam não refletindo sobre as consequências da falta de planejamento familiar, não têm dinheiro para fazê-lo, os maridos são machistas demais para topar usar camisinha com a própria esposa, e por aí vai. Se a opinião da Igreja fizesse tanta diferença assim, a Aids não tinha se espalhado pelo continente africano -- afinal, as pessoas só transariam com seus respectivos cônjuges ;-) Minha impressão é que, quando têm consciência dos problemas ligados ao excesso de filhos, as pessoas ignoram pregações para se concentrar na questão prática. Mas putz, isso aqui está mega-off-topic, hehehe...

Grande abraço,
 
Eu nunca vi os noldor como cientistas. Vejo os noldor como um povo com caráter, de certa forma, greco-romano. O saber ligado aos gregos, de caráter mais filosófico do que científico (filósofo = "amante da sabedoria"), não é um saber que envolve a experimentação, a descrição matemática, a criação de modelos... Se há de fato algum saber, compararia-o com o saber pré-socrático, embora creia que seja um saber ainda bastante diferente deste, ainda mais instintivo e natural, e que passa longe da abstração. É como um saber de ferreiro, que passa de pai para filho. Um saber mais criativo, que envolve a criação de obras e não a descrição lógica da natureza (mesmo porque os noldor tiveram contato com os criadores na natureza). Obras, alias, que podem ser associadas a grandes obras romanas como aquedutos e anfiteatros, sendo o período romano, em especial, não especialmente notável pelo seu avanço científico ou filosófico. Porém, diferente das obras romanas, não seriam obras tão técnicas, pois envolvem a subcriatividade, que, a meu ver, é a colocação de parte da vontade, da intenção do elfo, na obra. É um ato intuitivo e não lógico e que não é passado, completamente, de pai para filho, embora seja resgatado de forma independente e individual por este (como qualquer ensinamento de caráter artístico). Ensina-se a tocar piano, mas o tocar ou a composição de cada músico é único.

Desta forma, não vejo a frase de Fëanor (Tanto para o menor como para o maior há alguns feitos que ele só pode fazer uma vez; e nesse feito seu coração descansará) como apenas uma indicação que a "energia" do elfo fora gasta da obra, mas sim que uma espécie da indicação de sua obra magna, de uma criatividade intuitiva que atinge seu mais auto grau (sendo esse pico muitas vezes localizado, mas não sempre, na juventude).

Já o anel, vejo-o como uma desvirtuação desse caráter "artístico" para um caráter científico e tecnológico. Sauron ensina os elfos a fazer anéis (estes, parece-me, sendo feitos de uma técnica criada pelo próprio Sauron) e eles são criados aos montes, como tecnologias e não obras de artes que tem tiragem limitada, quando não única. Além disso, os anéis tem um caráter bastante tecnológico, quase de uma máquina (de um computador, em especial): Sauron consegue "invadir" (Sauron o hacker?) os anéis élficos mesmo sem nunca ter tocado neles, como um técnico que conhece e faz o que quiser com um determinado tipo de máquina de sua especialização.

Além disso, há a conhecida fala de Gandalf, quando fica sabendo que Gandalf quebrara a luz branca para obter as "muitas cores". Não lembro a frase exatamente, mas é algo como "Quem quebra algo para conhecê-lo deixara o caminho da sabedoria". Parece-me uma alusão clara a Newton, modelo de cientista. E algo que pode ser associado a frase de Goethe "A natureza das cores é conhecida olhando um pôr-do-sol e não fazendo experimentos com prismas".

A palantír, a meu ver, é algo que localiza-se entre ambas as tendências, mas permanece ainda do lado da primeira. É como uma luneta que serve para a apreciação e contemplação das estrelas, sem um caráter, inicialmente, de abstração, de modelagem, de ciência, embora esteja a ponto de ceder a essa tendência. O que é um indicativo da tendência fëanoriana.

Apesar da discordância com esse artigo em especial parabenizo-o por este e pelos outros que têm sido fodas. :cerva:
 
Totalmente de acordo com meu Saitor! Apesar de ser um semi-flood, não poderia deixá-lo de parabenizar.

Também vejo os noldor mais como sábios, como filósofos do que como cientistas na prática. A ciência hoje é diferente da ciência pré-Revolução Científica (início do século XX) e nisso, subentende-se que ela é diferente da Ciência Grega, da Ciência Romana, da Ciência Italiana, e por assim vai. Grande parte dos "cientistas" pré-Revolução Científica eram polímatas, isto é, com um saber que abrange muitas coisas. Vide Leonardo DaVinci, por exemplo, com o conhecimento espalhado por diversas áreas, inclusive a filosofia. Mesmo estes polímatas sendo adeptos da experimentação, como Leonardo e Lazzaro Spallanzani, eles talvez representassem melhor os noldor, para mim. Fëanor seria um Leonardo DaVinci (vale lembrar que Fëanor não era SÓ um exímio artificie, mas tinha conhecimentos em várias áreas. Ao interpretar corretamente a descrição de Tolkien, verá que ele diz algo como "Fëanor era o melhor artificie dentre os noldor". Isso não implica a desabilidade dele em outras áreas), só que sem a parte matemática, isto é, um polímata que desprezava ciências exatas.

Por fim, o tópico tá muito bom! Parabéns a todos.
 
parabens pelo artigo!!! .... cheguei a cita-lo em um trabalho escolar e é claro dando os devidos créditos ao autor :obiggraz:
 

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