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Cavalos, cavaleiros ... Cavalarias

Arkanthus

Usuário
Primeiramente, este não é um texto de minha autoria.
Trata-se de um documento, que achei em minha pasta do segundo período do curso de história.
O autor chama-se: Leandro Sicorra Wilemberg.
Estou dividindo com meus nobres companheiros de fórum, espero que seja uma boa leitura para todos.

O cavalo como arma de guerra

O cavalo passou a Ter uma participação importante na história da humanidade, desde que o homem passou a utilizá-lo em seu benefício particular.
É raro o país onde o cavalo não tenha tido influência significativa em sua história.​


Há muitos séculos atrás, quando um grupo de homens ou uma tribo se reunia para combater o inimigo, sabiam da importância do comando e do controle no combate, por isso elegiam um chefe para conduzi-los à batalha. Naquele tempo, a força bruta, a agilidade, o vigor, a resistência e a destreza no manejo das armas eram os atributos mais exigidos dos guerreiros. Mais tarde, com o objetivo de preservar a sua resistência para o momento principal do combate, os homens passaram a utilizar carros e cavalos como meio de transporte.
O homem em suas migrações tem influenciado na disseminação do cavalo por todo o mundo e na mistura de todas as suas raças.
Os cavalos na guerra tem sido mais empregados para o combate do que no transporte de cargas.
Os principais povos da antigüidade, como os mongóis e os arianos, domesticaram o cavalo e o empregaram como arma de guerra, como montaria ou para tracionar seus carros de guerra, protagonizando a grande aventura na mudança da situação política no mundo.
Em várias regiões da Terra apareceram vestígios, tanto escritos como materiais, que, com a devida reserva de cada caso, tem servido para localizar-se cronologicamente, o início do emprego do cavalo como arma de guerra.
Na história chinesa do reino de Hwan -Te, encontramos uma antiga obra “ O Rei Shoo “, que fala de Yauo, em 2848 AC, conduzindo um carro tracionado por cavalos brancos.
A primeira menção bíblica do cavalo se encontra no capítulo 50 do Gêneses, onde se relata que os carros de guerra e os cavaleiros do exército do faraó acompanharam José para deixar o corpo de seu pai em Canaã, aproximadamente em 1690 AC.
A Bíblia volta a mencionar a cavalaria do faraó em 1’491 AC, na perseguição dos israelitas até o Mar vermelho, onde morreram afogados todos os cavaleiros e cavalos do exército.
O que se conhece hoje dos cavalos, cavaleiros e carros de guerra dessa época está gravado nos baixos-relevos descobertos nas ruínas de templos, palácios e cidades descobertas por arqueólogos no século XIX e século XX.
Zaratustra, nos livros do Zend – Avesta, relata como os arianos e os mongóis domesticaram os cavalos na Ásia Central, disseminando-os pelos demais povos, que só conheciam os asnos.

 
Última edição:
Cavalaria Egípcia
Parece que o Egito foi o berço do cavalo como arma de guerra e por conseqüência, da Cavalaria como Arma.
Os egípcios, para reconquistar sua independência aos hicksos, que os haviam subjugados por volta do ano 1730 A.C., desenvolveram a criação de eqüinos e começaram a construir carros de guerra.
A ocupação do Egito pelos hicksos durou cerca de 250 anos; mas sua influência marcou profundamente os egípcios, e foi a causa do Egito vir a tornar-se uma grande potência militar.
O guerreiro de Cavalaria se chamava “ Tent-heteri”, tropa especial, considerado o primeiro soldado profissional de seu país.
O adestramento nos carros de guerra e com os cavalos era muito rigoroso e avançado.
O custo da manutenção, equipamentos e armamentos dos carros de guerra, tanto ofensivos como defensivos, eram custeados pelo guerreiro. Por este motivo, somente os mais abastados podiam formar na Cavalaria egípcia.
O exército egípcio foi crescendo lentamente, afirmando sua hegemonia. Foi TUTMOSIS III quem o conduziu em várias campanhas, sendo a mais conhecida a batalha de MEGGIDO, onde, depois de haver percorrido 25 Km diários com seu exército de 30.000 homens, atacou o rei de Kadesh, derrotando-o nas planícies próximas do monte Carmel. TUTMOSIS III encabeçou pessoalmente a carga dos carros de guerra, infligindo grande derrota ao exército adversário. Após a batalha, os egípcios se dedicaram a saquear a cidade de Kadesh, em lugar de efetuar a perseguição dos remanescentes do exército vencido, permitindo que o rei inimigo escapasse.
Ao realizar estes deslocamentos com grandes efetivos, surgiram de imediato os problemas logísticos, principalmente os relacionados com a alimentação dos homens e dos animais. Os planejamentos das operações tinham de considerar a época em os pastos estariam em condições de alimentar os animais durante os deslocamentos do exército, assim como a época em que o terreno estivesse suficientemente seco para que os cavalos e os carros de guerra pudessem manobrar sem dificuldades.
Como a reprodução dos eqüinos era lenta e escassos os animais aptos ao serviço na cavalaria, os egípcios passaram a impor como tributo principal nas suas guerras o cavalo, a fim de solucionar essa deficiência.
O guerreiro de cavalaria egípcio tinha como armamento ofensivo o arco e flecha, a lança e os dardos. Os carros de guerra egípcios operavam como uma unidade, atacando em massa, pressionando o inimigo, sem permitir que seus carros fossem desbordados ou cercados. Estas unidades eram constituídas por 50 carros de guerra, comandados por um oficial.
No princípio, o carro de guerra egípcio era um veículo ligeiro, tracionado por dois cavalos, tornando-se mais tarde pesado e lento. A manutenção desses veículos era realizada ao longo de suas vias de comunicações, onde eram estabelecidos vários depósitos com rações e oficinas para sanar avarias.
Durante o combate, os guerreiros egípcios se especializaram em disparar suas armas dos carros de guerra com os cavalos a galope. No início os guerreiros se protegiam apenas com um escudo. Com o passar dos tempos, e com o emprego de guerreiros armados de arco e flecha nos carros de guerra, que tinham necessidade de utilizar as duas mãos para manejarem essa arma, os guerreiros da cavalaria passaram a utilizar malhas de ferro e elmos para defenderem-se.
Os Hititas foram o povo que teve a maior importância dentro do sistema militar da época. De origem indoeuropéia e, proveniente do Cáucaso, vieram a estabelecer sua capital em Hattusas. O emprego do cavalo como arma de guerra foi de capital importância para esse povo, que havia aprendido com os Mitarios, os conhecimentos básicos da arte da doma e do adestramento do cavalo.
Alguns dos textos mais antigos sobre hipologia foram elaborados pelos Hititas. Um tratado de veterinária prático e um regulamento de doma de cavalos de tração para os carros de guerra foram encontrado nas ruínas de Ugarit .
O carro de guerra dos hititas era um veículo muito ligeiro, mesmo conduzindo três guerreiros. Empregavam ao máximo a surpresa, principalmente em ataques noturnos, convertendo suas unidades de carros em fator decisivo na batalha. Os guerreiros que integravam as unidades de carro de guerra pertenciam à aristocracia, já que para ingressar nestas forças deviam custear todo o veículo, assim como a alimentação dos animais. Os comandantes das unidades de carros de guerra eram permanentes e seus cargos hereditários.
Os hititas empregavam cavalos arianos, do tipo eumétrico, que haviam proliferado extraordinariamente nos pastos da Cilicia, região da Turquia asiática, ao sudeste da Anatólia.
Nas batalhas travadas entre hititas e egípcios, principalmente na de Kadesh, foram empregadas pequenas unidades de guerreiros montados a cavalo, que atuaram em apoio às unidades de carros de guerra, a principal força de combate daqueles exércitos. Normalmente, até esta batalha, os guerreiros só montavam nos cavalos quando o carro de guerra era destruído, e seus ocupantes, para fugir, utilizavam os animais para rapidamente afastarem-se do combate.
Aos deslocarem-se os povos em suas migrações, levando suas manadas de cavalos, começaram a realizar a doma desses animais e a praticar a montaria individual . A estas ações uniram-se o desejo de aumentar a potência e velocidade de suas marchas, de efetuar rápidos ataques contra os flancos e retaguarda dos inimigos, assim como perseguí-lo, acossa-lo e destruí-lo quando estivesse derrotado.
Ao verem medidas darem resultados positivos, além de serem mais baratos que os carros de guerra, se criou a necessidade de adestrar os guerreiros a cavalo, nascendo assim a arte da equitação militar e, consequentemente a Cavalaria.

 
Cavalaria Assíria
Um dos primeiros povos que utilizou a Cavalaria organizada , foi o assírio, a primeira grande potência militar da Idade do Ferro ( 1000 AC )
Os assírios possuíam duas classes de cavalaria, a dos arqueiros e a dos lanceiros, os quais eram empregados em combates a curtas e longas distancias, exceto nas praças fortificadas.
Os ataques da Cavalaria assíria se realizavam principalmente, na retaguarda e nos flancos do inimigo e os cavaleiros operavam em duplas. Um cavaleiro manejava o arco e o outro controla as rédeas dos dois cavalos, permitindo o uso daquela arma com maior precisão. Para sua defesa, utilizavam um escudo suficientemente grande para proteger os dois homens. Em alguma s ocasiões, os cavalos erram protegidos por armaduras de couro.
Cavalaria Grega
Na Grécia, o famoso historiador Xenofonte , nos legou diversos e interessantes tratados sobre cavalos, permitindo-nos conhecer detalhes da utilização deste animal naqueles tempos remotos.
Se acredita que os gregos obtiveram conhecimentos sobre os cavalos através dos egípcios, e por esse motivo copiaram seus carros de guerra. Os habitantes da Grécia setentrional, os tesalianos, empregaram uma Cavalaria rudimentar que, sem dúvida, chegou a infligir uma derrota à uma unidade hoplita espartana, considerada como caso único de uma vitória de força de Cavalaria naquela época.
Os gregos não tiveram Cavalaria nas batalhas de Maratona e Termópilas. Nesta última, os persas empregaram cerca de 80.000 cavaleiros sob as ordens de Xerxes. Durante a Guerra do Peloponeso ( 430 AC ) foi empregada a Cavalaria, primeiro em número reduzido e, após verificado os resultados positivos de seu emprego, seu número aumentou progressivamente. Foi famoso como chefe de cavalaria o tebano Pelópidas.
Os helênicos tiveram três tipos de Cavalaria em seus exércitos :os catafratas ou Cavalaria Pesada, os gregos ou Cavalaria semi-pesada e os tarentinos ou Cavalaria Ligeira.
Os catafratas eram assim chamados porque tanto combatentes como cavalos usavam uma pesada armadura. Suas armas eram a lança e a espada.
Os gregos usavam uma armadura mais leve que a dos catafratas e também eram armados com lança e espada, mas seus cavalos não eram protegidos por armaduras. Suas unidades eram organizadas da mesma forma que a dos catafratas.
Alguns historiadores nos relatam que o general tebano Epaminondas empregou na batalha de Leuctra ( 371 AC ), uma unidade de Cavalaria com 500 Cavaleiros.
Anos mais tarde, Alexandre formou o exército mais soberbamente organizado, equipado e adestrado que jamais houvera na Grécia. Na batalha de Arbelas, contou com uma força de Cavalaria de 7.000 cavaleiros, a cuja intervenção, deveu-se o triunfo na batalha.

 
Cavalaria Persa
Os inimigos naturais dos gregos foram os persas, grandes apaixonados por cavalos. Sua Cavalaria chegou ao mais alta nível de desenvolvimento sob as ordens do filho de Dario, Xerxes.
A melhor parte do exército persa compunha a Cavalaria, em especial a Guarda Real Montada, organizada com soldados da Capadócia.
Os persas também empregaram elefantes, que como era sabido, causavam grande pavor nos cavalos dos inimigos. Entretanto estas unidades nunca chegaram a constituir-se em elementos básicos dentro da tática empregada pelos persas.



Cavalaria Romana

A introdução da Cavalaria em Roma realizou-se mais tarde do que em outros países. Os romanos usavam o cavalo somente para o transporte de sua infantaria, evitando a fadiga de seus soldados, além de proporcionar maior velocidade em seus deslocamentos.
No princípio, a Cavalaria foi utilizada para missões de reconhecimento e perseguição, mas não participava das formações da legião, e os cavaleiros, na maior parte das vezes, combatiam a pé.
Também os romanos, posteriormente, recrutaram a sua Cavalaria entre as classes mais altas de sua sociedade. Os cavaleiros gozavam de grandes privilégios. Provavelmente aqui nasceu o prestígio que por muitos séculos se concedeu a quem servia na Cavalaria. No exército romano os oficiais de Cavalaria eram colocados em posição de maior consideração que outros de mesmo posto em outras atividades.
Na Cavalaria romana o équites, como os outros componentes do exército, estava organizado em múltiplos de dez. A turma foi a unidade tática e era composta de três decúrias , de dez homens cada uma. A decúria era comandada por um decurião e a turma por um decurião senior. Um decurião de cavalaria que comandava dez homens, tinha igual categoria que um centurião de infantaria, que comandava cem homens. Além dos três decuriões de cada turma, havia três oficiais de grau inferior. Cada turma possuía também uma insígnia ou bandeira, parecida com os símbolos atuais.
A cada legião eram agregadas dez turmas de Cavalaria, uma por cohorte. A proporção de Cavalaria e infantaria na Legião era de 1 : 10. Quando se agrupavam dezesseis turma em uma só unidade, formavam um corpo independente chamado ala, o qual era comandado por um prefeito.

 
Cavalaria Númida
A cavalaria númida foi uma das mais famosas em seu tempo. Combateu em algumas ocasiões ao lado dos romanos e em outras, ao lado dos cartagineses de Aníbal, sob o comando do brilhante chefe MAHARBAL.
Apesar de César Ter descuidado do emprego da Cavalaria em operações, ele empregou a Cavalaria Númida em algumas ocasiões como Farsalia, Tapso e outras batalhas, sem que ela fosse peça importante em seus triunfos.
Augusto organizou esquadrões de cavalaria, que eram agregados às legiões, com efetivos entre 500 e 1000 homens. Nesta época, a cavalaria espanhola, adestrada por chefes númidas, chegou a ser superior à cavalaria romana.
Os cavaleiros formavam à retaguarda da linha de combate, em pelos intervalos da tropa de infantaria, se lançavam sobre o inimigo. Ao carregar, os cavaleiros levavam soldados de infantaria na anca de seus cavalos que, em determinado momento, desmontavam e passavam a utilizar suas funda e dardos contra os desprevenidos infantes inimigos. Se o terreno não permitia que combatessem a cavalo, os cavaleiros romanos combatiam a pé, amarrando previamente seus cavalos em estacas que levavam consigo.
Galieno descartou as tradições táticas que os romanos haviam empregado por mais de 250 anos, e deu o passo decisivo para relegar a legião a uma posição subordinada, fazendo da Cavalaria romana “ a rainha dos campos de batalha “. Formou corpos de cavaleiros dálmatas e lançadores de dardos mouros, que montavam em pelo.
Com a decadência romana vieram as hordas de bárbaros, que começaram a penetrar nas fronteiras do império, empurradas pelas mudanças climáticas e pelo excesso de população.
Os francos, os alemães, os godos e ostrogodos, irromperam em várias ocasiões, até que veio o colapso militar dos romanos com a aparição em cena dos hunos.
Os Hunos estiveram continuamente em pé de guerra e completamente montados,; seus cavalos estavam adestrados para galopar até 30 km sem descanso e percorrer 160 km diários. Foram famosas suas cargas e nuvens de flechas que lançavam ao mesmo tempo.
Átila foi o chefe huno desde 433 e evidentemente era um bom comandante par um povo asiático. Entretanto, quando enfrentava uma força disciplinada e organizada tinha muitos problemas de comando.






 
Cavalaria Mongol
Pelas característica do terreno onde vivia, os mongóis foram uma nação de cavaleiros. A luta pela sobrevivência em lugares inóspitos, de clima rigoroso, fez dos mongóis uma raça forte e curtida, que sobrevivia tendo que deslocar-se continuamente através de desertos para encontrar melhores pastos para dar de comer a sua gente e a seu gado.
O principal caudilho e o mais famoso mongol foi Gengis Kan, chamado por seu pai de Temuchin, era um homem forte, valente e bravo, com uma grande habilidade para conseguir amigos e seguidores, mesmo entre os que antes haviam sido seus inimigos. Contrariamente ao costume daqueles tempos, de destruir o adversário, ele se caracterizou por reuni-los debaixo de suas bandeiras, dando-lhes a oportunidade de serem seus súditos. O resultado dessas medidas foi o apoio unanime às suas ordens e a criação de uma fraternidade indissolúvel, na qual se estabeleceu leis para a defesa do indivíduo.
Os chefes ou caudilhos das tribos eram os comandantes dos “ Toumans”, cujos efetivos eram de aproximadamente 10.000 homens e constituíam a unidade mais forte do exército.
Para os abastecimentos, principalmente de forragens, se designava área de pastos para cada tribo, as quais estavam numeradas por tendas de campanha. Os chefes das tribos eram os responsáveis por manter em pé de guerra os seus homens, para que no momento em que fossem chamados, pudessem acudir de imediato. Os comandantes de exércitos eram chamados de “ Orloks “, e normalmente eram em número de onze.
Seu armamento, suas roupas e armaduras eram dos tipos mais diversos. Depois de algumas campanhas e com a experiência obtida, foram adaptadas as armas que mais se adaptassem ao tipo de combate que iriam realizar. O armamento mais comumente utilizado eram os arcos e flechas para distancias variadas e para serem disparados a pé ou a cavalo, uma lança com gancho e uma cimitarra de ponta extremamente aguda.
Eles se cobriam com peles de carneiro e armaduras de couro, que ao serem trabalhadas ao fogo davam uma sólida proteção para o corpo. Além do armamento já descrito, utilizavam sempre um pequeno machado preso à uma cinta de couro na cintura e um laço, para ser utilizado com sua montaria, para laçar inimigos ou para arrastar equipamentos diversos.
Como as campanhas que realizavam duravam muito tempo, levavam tudo o que fosse necessário para manter em condições de uso o seu armamento, vestuário e arreamentos.
Quando realizavam um deslocamento, adotavam um dispositivo que lhes proporcionasse segurança e que permitisse que todas as unidades permanecessem dentro de uma distancia de apoio, para evitar surpresa. A força que deslocava-se à frente da vanguarda era constituída por exploradores, que operavam aos pares, e tinha um efetivo aproximado de 200 cavaleiros. À retaguarda dessa força de exploração, como vanguarda, deslocavam-se três Toumans, de cerca de 30.000 cavaleiros, bem montados e com um cavalo de reserva para cada homens. O grosso do exército estava constituído por 160.000 homens, cuja unidade central era comandada pelo próprio Gengis Khan, com um efetivo aproximado de 100.000 cavaleiros. Seu estandarte pessoal constituía-se de nove caudas brancas de yak.
Seu sistema de comunicações era baseado nos “ homens dardos “, que ligavam as diferentes unidades a grandes velocidades, para o que recebiam treinamento especial, gozando de muitas regalias.
A tática mongol foi muito simples e baseada na surpresa. Realizavam grandes deslocamentos de dia e de noite, com precisa coordenação. Faziam convergir suas grandes unidades para os objetivos fixados. O ataque era apoiado por ações nos flancos do inimigo, procurando envolve-lo e impedir a sua fuga.
Utilizavam como meios de coordenação e controle, além dos ‘homens dardo”, bandeiras durante o dia e lanternas durante a noite. Os comandantes de unidades tinham uma grande liberdade de manobra, realizando suas operações de acordo com seus respectivos critérios.
Desta forma percorreram o longo caminho desde o Tibete até o Golfo Pérsico, sob as ordens de Gengis Khan. Posteriormente, seus descendentes chegaram até o Mar Adriático e à Polônia. Sob o comando de Kublai Khan, neto de Gengis Khan, os mongois atingiram a máxima expansão de seus limites.
 
Cavalaria Chinesa
Os chineses eram constantemente atacados em suas largas fronteiras, por diversas tribos nômades que os rodeavam. Para enfrentar estas ameaças, começaram a unir-se , terminando por formar um grande império. Diante da necessidade de organizarem um exército para defender-se, inicialmente copiaram de seus vizinhos não só as suas táticas mas também a organização.
Em determinada época de sua história antiga, a cavalaria era constituída por carros de guerra, que formavam sua força de choque mais poderosa.
No ano de 222 AC, o príncipe Cheng, do estado de Ch’in, se impõe à dinastia reinante, mediante o emprego de um exército organizado, contando com uma grande força de cavalaria a cavalo, pondo fim ao sistema feudal e criando o Império Chinês. Por volta dessa mesma época, os chineses começaram a empregar uma sela rudimentar de couro para montaria, bem como freios, bridões e rédeas de couro para a condução de seus animais.
Dentre as tribos vizinhas dos chineses, existiam os hung – nu, povo nômade que continuamente hostilizava o exército regular chinês, alcançando uma verdadeira hegemonia no noroeste do império.
Ao observarem os resultados positivos do emprego do cavalo nos combates, os chineses trataram de obtê-los por todos os meios, desde a compra até a realização de campanhas militares somente para conseguí-los.
Seu objetivo era melhorar a raça de seus cavalos, que apesar de não serem ruins, eram inferiores aos dos mongois e de outras tribos, que possuíam animais de maior força, tamanho e velocidade. Ao obterem matrizes na região entre os atuais Turquestão , Rússia e Afeganistão, onde na época localizava-se o reino de Joakard e Fergona, puderam produzir um grande rebanho de cavalos, nas grandes zonas de pastos que haviam formado com este objetivo. Como resultado dessas medidas, em algumas regiões, 500 anos depois, havia vários milhões de cavalos.


 
A Cavalaria na Idade Média
Depois da queda do Império Romano, durante os tempos da “ Cavalaria Andante “, a organização e a tática foram praticamente desconhecidas.
Uma batalha não era senão, um grande conjunto de combates individuais. Os chefes eram escolhidos entre os que demonstravam maior valor e destreza pessoal nos combates corpo a corpo.
Um dos fatos importantes dessa época é a chegada, em 610 DC, de Mahoma, que sendo um apaixonado por cavalos, difundiu entre os árabes o amor pelo nobre animal. Foi notável o incremento que tomou em todo o Islam o emprego do cavalo em todos os aspectos da vida cotidiana e militar do mundo islâmico.
A invasão da Espanha introduziu no continente europeu os cavalos provenientes da Arábia e da Síria, nos quais tem origem os cavalos de raça ibérica.
O avanço dos mouros, que estavam a ponto de arrasar toda a Europa, foi detido nas planícies de Poitiers, quando a infantaria franca de Carlos Martel, convertida em uma muralha, desgastou e desmoralizou Abderraman e seus muçulmanos, enquanto a cavalaria visigoda de Miguel de Aquitania os atacava e derrotava pela retaguarda.
A desorganização que grassava nos exércitos islâmicos os fez sofrer várias derrotas frente a exércitos organizados.
A cavalaria visigoda, radicada na Península Ibérica muito antes da invasão muçulmana, foi organizada inicialmente nos moldes da cavalaria romana. Mais tarde seu efetivo foi em muito aumentado e passou a ser organizada em esquadrões de 10.000 cavaleiros, sob o comando dos Thiufados. Os esquadrões eram integrados por unidades menores de 500 homens, a comando dos quingentários, cada qual subdivida em cinco frações de 100 cavaleiros a comando dos centenários, que enquadravam dez frações elementares de 10 cavaleiros a comando de um decano. Mais tarde, os comandantes tomaram as denominações de duces, comites ou condes e vicários.
O Condestável ou conde dos estábulos, era o comandante geral da cavalaria. Parte significativa da cavalaria era composta por arqueiros montados que tinham como armas defensivas um pequeno escudo e uma lança, e como ofensivas, a espada curta e o machado de guerra. A cavalaria visigoda chegou a reunir grandes efetivos, empregando na campanha contra a invasão muçulmana cerca de 40.000 cavaleiros.
No ano de 1050, na região atual da Rússia, a cavalaria eslava foi organizada nos moldes da cavalaria do antigo exército romano. Tinha unidades de 10 homens comandados por um deciatshayl; dez dessas unidades eram comandadas por um centenier e dez grupos de 100 cavaleiros formavam uma divisão, que era comandada por um Tissiatchshy.
Durante a Idade Média a cavalaria atingiu seu máximo desenvolvimento e, por conseguinte, sua importância como arma decisiva no combate. Foi introduzido na cavalaria um cavalo de grande porte, similar aos atuais percherrões, que suportavam o peso do cavaleiro e de sua armadura. O cavaleiro era ajudado por um escudeiro, que conduzia as suas armas e o auxilia a montar antes do combate.
Foi nesta época que se popularizou as justas e os torneios, nos quais os cavaleiros não só se enfrentavam para combater em defesa de sua honra ou na de seu senhor, mas também, como prática desportiva.
Em cada região da Europa haviam diferentes organizações, conforme as suas necessidades ou de acordo com a situação em que se vivia, assim como a idiossincrasia das pessoas comuns e a dos senhores feudais. Mas a organização da cavalaria que mais se generalizou foi aquela em que a “ lança “ era a unidade básica de emprego, constituída por um cavaleiro, seu escudeiro e tantos arqueiros e criados que pudesse levar. A “ bandeira” era composta por quatro a seis fidalgos, unidos por laços feudais e ao comando do abandeirado ou cavaleiro mesnadeiro. A “ batalha “ se compunha de um número aproximado entre 50 e 100 cavaleiros de uma mesma linhagem ou de uma mesma região, sob as ordens de seu senhor feudal. Três destas “batalhas “ formavam um exército ou mesnadas.
A Cavalaria, com estas características, perdeu sua velocidade e capacidade de manobra. Os combates se traduziam em proezas individuais onde não existia uma tática a ser seguida, dependendo unicamente do valor e destreza pessoal dos cavaleiros.
A partir do século XIV passou-se a empregar uma cavalaria mais leve e ligeira, que cumpria missões de reconhecimento e proporcionava segurança durante os deslocamentos e estacionamentos. Esta cavalaria estava constituída pelos “ sargentos “, que eram guerreiros a serviço de um senhor feudal e em algumas ocasiões, a serviço do próprio rei. Este tipo de unidades foi muito empregado durante as Cruzadas.
A cavalaria muçulmana manteve suas características de força leve e ligeira. A força dos sarracenos residia nos seus arqueiros montados, os quais possuíam equipamento aligeirado e seus corcéis eram mais ligeiros e manobráveis que os empregados na Cavalaria dos Cruzados. Sua principal tática era a de hostilizar o inimigo durante sua marcha e envolvê-los durante a batalha. Estas duas missões eram facilmente cumpridas pela velocidade e mobilidade de suas unidades.
Mais tarde, quando os islâmicos invadiram a Península Ibérica, continuaram a empregar táticas similares, que em muitas ocasiões lhes deram a vitória. Em todos os países europeus continuou a ser empregada a cavalaria pesada. Esta foi a época de ouro das armaduras ricamente trabalhadas ou polidas, utilizadas por cavaleiros e seus cavalos. A potência da cavalaria pesada européia chegou a anular a infantaria, que passou a ter um papel secundário nos combates. Nos choques brutais do combate, a infantaria com seu armamento defensivo inferior, não resistia ao ímpeto e à massa das cargas, vendo-se impossibilitada de conseguir a vitória.
Os cavaleiros usavam para cobrir a cabeça o almofar, uma armadura de malha de ferro. Por cima do almofar usavam o elmo, que lhes cobria o rosto. O corpo era protegido por uma couraça, um gibão estofado tecido com tiras de couro cru preso à cintura, e por cima, uma túnica de triplo tecido reforçada com placas de ferro em forma de escamas de peixe e argolas de ferro que formavam uma malha. As pernas e mãos eram cobertas, também, por malhas de ferro e luvas do mesmo metal. Portavam fortes escudos ou adargas. Os cavalos eram cobertos por túnica de malha e paramentos de tela, testeiras e peitorais de ferro, que defendiam a cabaça e o pescoço do animal.
As armas ofensivas mais comuns eram a espada de duas mãos, o machado de guerra, a lança e a massa de madeira reforçada, com a cabeça guarnecida com pontas de ferro.
 
A Cavalaria Espanhola
A Cavalaria Espanhola teve o orgulho de ser por muito tempo uma das melhores do mundo em sua época, não só pelas inovações que realizava em sua organização e táticas, mas pela magnifica criação de cavalos que alguns de seus governantes organizaram.
A Cavalaria nasce como arma organizada na Espanha na época dos Reis Católicos, quando estes expulsaram os muçulmanos da Península Ibérica. Na Guerra de Granada participaram cerca de 10.000 cavaleiros, uma quantidade respeitável para a época.
Em 1493, com a criação das Guardas Velhas, se consolidou a base para a formação da Cavalaria Espanhola como corpo preponderante dentro do Exército Espanhol. Estas unidades deviam possuir 2500 cavaleiros, organizados em 25 companhias de 100 homens, sob o comando de um capitão. Cada homem possuía dois cavalos, estavam muito bem vestidos e eram armados com uma lança de armas de arandelas e riste, uma massa de armas, uma espada e escudo ou pavés. A Quinta parte de cada companhia era constituída de cavaleiros equipados com uma couraça, espada, punhal e balestra.
Durante algum tempo a Cavalaria Espanhola esteve organizada em “ Homens de Armas “ e por “ Cavalos Ligeiros “. Don Gonzalo de Córdoba, “ El Gran Capitán “, desenvolveu uma tática eminentemente defensiva, na qual a Arma de Cavalaria realizava unicamente missões secundárias, deixando de atuar de forma decisiva.
Nas duas grandes batalhas travadas naquela época, as de Ceriñola e Garellano, empregou-se de forma ofensiva e eficaz a Cavalaria Espanhola, cabendo a ela boa parte do triunfo dos espanhóis sobre os franceses.
Durante a evolução da organização da Cavalaria Espanhola existiram os “Estradiotes“, que tinham a missão de reconhecimento, a Cavalaria de Linha, a Cavalaria Ligeira e os Escopeteiros a Cavalo, que muitos historiadores consideram como os antecessores dos Dragões.
O Rei Carlos I organizava sua Cavalaria em Esquadrões, com 20 a 30 cavaleiros de frente e 15 a 20 em profundidade, com distancias e intervalos de três passos. Este dispositivo constituiu-se na causa das vitórias de Gravelinas e San Quitin.
Com o desenvolvimento constante das armas de fogo, os cavaleiros foram pouco a pouco tornando-se muito vulneráveis aos disparos dessas armas. Ao mesmo tempo, ressurgia a Infantaria, organizada nos famosos Terços de Flandres, invencíveis durante um século.
Durante os séculos XVI e XVII sobrevem a decadência da Cavalaria Espanhola, devido principalmente a problemas econômicos da Coroa Espanhola, ao despovoamento da Espanha em função das imigrações para a América e ao desdobramento de muitas unidades em diferentes partes do mundo, para garantir a segurança de suas possessões. Por estes motivos, houve necessidade de se recrutar soldados provenientes da Alemanha, da Itália e da Borgonha (arqueiros montados).
Alejandro Farnesio, que esteve sob o comando do Gran Capitán, efetuou o renascimento da arte da guerra na Espanha. Ele empregava sua Cavalaria organizada em Unidades do tipo Bandeira ou Companhia, principalmente em missões de reconhecimento e flanqueando o inimigo. Suas campanhas na França contra Henrique IV, o situaram entre os melhores generais de sua época.
No século XVII foi definida, perfeitamente, a divisão da Cavalaria em Pesada e Ligeira. A primeira estava organizada pelos “ Homens de Armas “, cobetrtos de armaduras e constituindo o corpo de batalha do centro e da reserva. A Ligeira, dividida em Estradiotes, Capeletes, Arqueiros, Arcabuzeiros, Escopeteiros a Cavalo e Herreruelos (nome derivado de uma capa curta ou esclavina) que também foram chamados de Pistoletes, porque usavam uma pistola longa ou tercerola de chave de roda, tinham por missão realizar o reconhecimento, formar os escalões de segurança e os postos avançados e , buscar o contato com o inimigo. Mais tarde, começou-se a substituir os arcabuzes por carabinas, organizando-se Companhias de carabineiros, invenção espanhola segundo alguns autores e que foi empregada pela primeira vez no Piemonte, para surpreender nos vilarejos as companhias de cavalaria inimigas, destacadas do grosso de exército.
Em finais do século XVII apareceram na Espanha os Dragões, sendo a primeira unidade criada em 1635, em Innsbruck. Esta Unidade era, segundo Clonard, uma Coronélia de 800 praças, mais tarde aumentadas para 1000 homens, formando-se com ela um Terço. O ARMAMENTO DOS Dragões era constituído de uma espada com caçoleta e um arcabuz curto. Levavam, também, uma marreta e uma estaca, na qual prendiam suas montadas quando combatiam a pé.
Antigamente tinha-se o costume de designar-se os regimentos pelo nome de seus coronéis ou pela cor de seus uniformes. Na Cavalaria as unidades possuíam estandarte vermelhos com as armas reais e seu emblema de guerra.
Os Dragões combatiam por meio da combinação do fogo e do movimento, ainda que em algumas ocasiões chegaram a realizar cargas de cavalaria.
 
A Cavalaria na Suécia
Durante o século XVII, a maior parte dos exércitos europeus se utilizaram dos avanços científicos e sua aplicação na guerra. Como conseqüência lógica, apareceram nessa época inúmeras inovações táticas e houve uma significativa elevação do adestramento.

Este século produziu uma das figuras militares mais importantes do mundo, o rei Gustavo Adolfo da Suécia, um dos “ Grandes Capitães “ da história. Apoiado na pujança e vigor de seu reino, particularmente na produção industrial e agrícola e na exportação de armamentos, Gustavo Adolfo modernizou seu exército, principalmente a sua Cavalaria.
Reorganizou a Cavalaria, substituindo sua forma de combater, a base de ataques de cavaleiros armados com pistolas em carga a galope, empregando o sabre como arma principal e a pistola como secundária ao chegar às fileiras inimigas.
Novamente se voltou a fazer o emprego adequado da potência de choque e da velocidade, com isto, cumprindo dupla função tática: limpar o terreno para o avanço da infantaria e o choque decisivo no combate.
A Cavalaria de Gustavo Adolfo estava composta por Couraceiros armados com pistola e sabre e de Dragões, que eram mosqueteiros montados.
Uma das principais batalhas, onde a cavalaria foi decisiva, foi a de Breintenfield, na qual o próprio Gustavo Adolfo, no comando de 4 regimentos de cavalaria, dirigiu uma grande carga sobre a artilharia imperial alemã; uma vez capturada esta, manobrou e caiu sobre o flanco oeste do grosso do exército imperial, de Johann, conde de Telly. Apesar das forças alemãs haverem combatido bravamente, foram finalmente derrotadas e perseguidas pela cavalaria sueca.
Podemos dizer que Gustavo Adolfo foi o fundador da moderna escola tática, baseada na manobra. Seus triunfos se deveram principalmente ao grande treinamento que tinham suas tropas para carregar com velocidade e intrepidez.
Tão logo a primeira linha se chocava com o inimigo, disparavam suas pistolas e , em seguida, sabre em punho, rompiam a resistência inimiga. A segunda e terceira linhas reservavam seu fogo para quando as linhas inimigas fossem rompidas.
A introdução do choque violento na tática da cavalaria foi um grande progresso. Gustavo Adolfo, ao combinar o peso e a velocidade do cavalo com o armamento e a aplicação de massa de ruptura, colocou a cavalaria em seu verdadeiro papel.
Desde os tempos de Alexandre e Aníbal a cavalaria não tinha voltado ao seu verdadeiro papel no campo de batalha.

Frederico II O Grande e a Cavalaria
Com Frederico II a tática prevalece sobre a estratégia, pois todos os movimentos preparatórios e as ordens dos comandos tem por objetivo organizar com rapidez a ordem de batalha.
Frederico II foi um grande entusiasta das cargas de Cavalaria, ao ponto de proibir o uso de armas de fogo pela Cavalaria, obrigando os cavaleiros a carregar sempre, a toda velocidade, usando exclusivamente armas brancas.
A Cavalaria estava composta por Couraceiros, Dragões e Hussardos. Os Couraceiros eram assim chamados por usarem uma couraça para proteger o tronco, eram armados de pistola e espada. Os Hussardos eram originários da Hungria e foram no início uma espécie de milícia irregular, cuja criação data da Segunda metade do século XV, de acordo com uma ordenança que obrigava a um homem em cada vinte, a prestar o serviço militar. Se denominavam Hussardos por que no idioma húngaro “ huss ‘ significa vigésima e “ ar “ pago. Os Hussardos formavam a Cavalaria ligeira, armados com pistola e espada.
Um Regimento de Couraceiros tinha cinco esquadrões de duas companhias de 70 homens cada uma. Cada regimento era constituído por 37 oficiais em comando, 70 oficiais comissionados e 12 trombetas. Os Dragões estavam organizados da mesma forma. Os Regimentos de Hussardos tinham dez esquadrões, mas estes eram menores que os de Couraceiros. Havia em cada Regimento de Hussardos 51 oficiais , 110 suboficiais e oficiais comissionados e 1200 soldados.
O General Seydlitz foi a alma da ressurreição da Cavalaria no século XVIII, fez dela uma Arma manobreira e ágil, adestrando-a em evoluções por esquadrões, regimentos e até divisões completas, facilitando assim o ataque de surpresa sobre o inimigo, no ponto mais fraco de suas linhas. A carga se iniciava ao trote e era efetuada ao galope.
 
A Cavalaria Napoleônica
Napoleão Bonaparte deu um grande impulso à Cavalaria, empregando-a com acerto e aproveitando inteiramente suas possibilidades.
Recebeu uma Cavalaria produto da Revolução, na qual os Regimentos da monarquia francesa tiveram de ser reorganizados, pois eram formados geralmente pela nobreza e pela aristocracia, gente que , como era natural, era incapaz de cuidar de si só e de seus cavalos. Os primeiros chefes da Cavalaria Napoleônica foram de origem modesta, como o caçador Murat e o hussardo Ney.
Em 1798 a França tinha organizado 29 Regimentos de cavalaria Pesada, 20 Regimentos de Dragões, 23 de Caçadores e 11 de Hussardos. Os êxitos obtidos pelos Couraceiros franceses, que com sua dupla couraça chegaram a ser muito temidos, fez com que os prussianos e os russos voltassem a utilizar a couraça, da mesma maneira que os ingleses após Waterloo.
É bem conhecida a carga dos escoceses cinzentos contra a infantaria francesa, que destruíram uma brigada, capturaram um estandarte e passaram a fio de espada uma bateria de artilharia. Os Couraceiros e Lanceiros franceses contra-atacaram obrigando os escoceses a se retirarem com grandes perdas. É nesta época que a Cavalaria francesa coloca novamente em moda a carga realizada com lanças.
Com Napoleão os Dragões tiveram nova importância, no momento em que se decidiu reunir no campo de Bolonha os elementos que deviam servir para constituir o novo exército francês, determinando-se que os Dragões tivessem um campo especial em Compiegne e que recebessem também uma instrução particular. Napoleão confiou a direção do campo dos Dragões a Baraguey de Hilliers, e para demonstrar a importância que atribuía a esse poeto, tomou para si o título de Coronel General de Dragões.
A importância que o imperador atribuía aos Dragões a cavalo, se destaca em seguida na composição da Reserva Geral de Cavalaria, a qual confiou ao príncipe Murat. Ao lado de uma Divisão de Cavalaria Pesada e uma Divisão de Cavalaria Ligeira, foram organizadas quatro Divisões de Dragões a cavalo e uma de Dragões a pé.
O primeiro planejamento de Napoleão quando organizou o Grande Exército, incluía um desembarque na Inglaterra. Para esta expedição do outro lado do canal da Mancha, havia decidido empregar preferencialmente uma Divisão de Dragões, e para demonstrar a importância que atribuía à essa divisão, determinou que fossem escolhidos os soldados mais antigos e instruídos, melhor treinados tanto a cavalo quanto a pé para integrá-la. Designou para comandá-la o próprio Baraguey de Hilliers. Os Dragões seriam embarcados sem os seus cavalos, por causa das restrições de transporte, mas determinou que se tomassem providencias para que, logo após o desembarque, fossem procurados com urgência cavalos do país invadido para montar a Divisão de Dragões.
Os franceses, como é sabido, não lograram êxito em seu objetivo e, mudando seu planejamento, Napoleão se lançou contra as potências continentais. Os resultados são conhecidos : a marcha realizada sobre Ulm, depois sobre Austerlitz. Este é um exemplo magnífico de uma Cavalaria organizada por um comandante que tem confiança nela, em vista das missões próprias que decidiu confiar-lhe. Durante vinte e quatro dias serviu de vanguarda ao Grande Exército durante a passagem do Reno; explorou o flanco direito e cobriu o movimento envolvente das colunas convergentes até o Danúbio; depois arrojou-se bruscamente sobre a margem direita desse rio. Ao dispersar na Baviera, apoderou-se da linha de Lech; afirmou sua crescente superioridade sobre a cavalaria inimiga nos combates de Rain e de Wertengue, em 8 de outubro de 1805; triunfaram as manobras a cavalo coroadas com o combate a pé dos Dragões; limpou o país entre Lech e o Iller; rechaçou o inimigo em Ulm; interceptou as comunicações da Praça do Sul; voltou a cruzar o Danúbio; tomou parte de forma brilhante nos combates travados abaixo de Ulm; fechou a linha de bloqueio a oeste e deslocando-se rapidamente para o norte, perseguiu, sem descanso, o exército do Arqueduque Fernando, destruindo partes desse exército em cada dia de marcha, e isolou os remanescentes próximo de Nuremberg.
Depois dos êxitos fulminantes do Grande Exército, o imperador ordenou a Murat que “inundasse” o país ao norte da Danúbio. Esta era uma idéia que perseguia desde 1806, quando no dia seguinte à dupla vitória de Jena e Auerstaedt insiste nestes termos : “ Inundai com vossa Cavalaria a planície de Leipzig, em lugar de enviar unicamente alguns correios “.
Para “ inundar “, o comandante da Reserva Geral de Cavalaria não tinha todas as suas divisões, mas o inimigo fraco e desmoralizado, sem contar com armas de fogo potentes, não pode deter os esquadrões exaltados que o perseguiam e atacavam com seus sabres, chegando a conquistar a praça forte de Stettin, que rendeu-se a uma Brigada de Cavalaria Ligeira.
Os Dragões, por considerarem desonroso apearem e combaterem a pé, pediram ao imperador que aligeirasse seu equipamento, para que pudessem combater como Cavalaria Ligeira, o que lhes foi concedido.
O imperador, ao mesmo tempo que satisfazia o amor próprio dos Dragões, satisfazia seus próprios desejos no que se refere à batalha; para dar um golpe decisivo no momento em que considerou psicologicamente adequado, precisou reunir toda a sua cavalaria. Por outro lado, as condições particulares de sua época, permitiam constituir uma Cavalaria homogênea. Pode portanto, realizar um equilíbrio entre a energia própria do fogo, ainda lento do fuzil de pederneira, à energia de choque da Cavalaria. Tratou de fazer a balança pender para esta última, aligeirando-a e voltando a ser manobreira, mas ao mesmo tempo decidiu que toda a Cavalaria, compreendendo os Couraceiros, deveria ser dotada de armas de fogo. Os resultados obtidos pela Cavalaria Imperial demonstraram ser este o equilíbrio desejável para a Arma.
Em resumo, nos últimos anos do império foram adotadas, na Cavalaria, progressivamente, de todas as missões próprias das forças montadas. Nesta época o armamento permitia a homogeneidade que a Cavalaria avidamente desejava. Algumas vezes isto era resultado de um equilíbrio passageiro, que não implicava em nenhuma renúncia do combate pelo fogo.
A Cavalaria francesa até 1870 descuidou vários ensinamentos adquiridos pela Cavalaria Imperial, não conservando as lições que haviam sido legadas, referentes às missões de reconhecimento e segurança, nem levou em conta as relativas ao combate a pé. Não obstante, desde meados do século XIX os progressos do armamento de fogo haviam sido muito rápidos e seus efeitos continuaram a desenvolver-se até os dias atuais. O equilíbrio que tinha sido possível estabelecer-se na época do império logo se rompeu. Tanto a Cavalaria quanto a infantaria francesas estacionaram, não se preocupando com a evolução da táticas e do adestramento. Todos os esforços do exército francês estavam voltados para a organização do exército da África, que adotou os meios e os processos próprios de cada país inimigo que combatia. Nos demais conflitos que se envolveu, México, Criméia e Itália, contou unicamente com a bravura de seus soldados. Assim terminou uma época de esplendor para a Arma de Cavalaria.
 
Outras campanhas mundiais
Depois do auge que teve a Cavalaria na época napoleônica, os países se dedicaram a organizar seus exércitos de acordo com suas necessidades político – militares.

Durante este período houveram algumas conflagrações de importância, como o ataque à Rússia realizado por forças franco- inglesas reforçadas por unidades turcas com o objetivo de capturar Sebastopol. Destaca-se nesta campanha a carga valorosamente realizada pela Brigada de Cavalaria Ligeira inglesa, que levando a cabo um sacrifício heróico, destruiu a artilharia russa mas foi destroçada pela cavalaria situada mais atrás, que com a carga de três de seus esquadrões pôs fim à vertiginosa carga inglesa.
Anos mais tarde, nos Estados Unidos, teve início a Guerra de Secessão, na qual as forças de Cavalaria Confederada, sob o comando de Stuart, Forrest, Morgan e muitos outros, tiveram maior preponderância sobre as forças da União, pois tinham melhor Cavalaria.
Sem dúvida, no aspecto tático, esta guerra trouxe pela primeira vez o emprego de fuzis raiados de tiro rápido, ao mesmo tempo que os canhões de retrocarga haviam surpreendido os soldados de cavalaria daquela época.
Em 1870 a Guerra franco-prussiana se caracterizou por Ter sido o último grande conflito em que a Cavalaria realizou cargas com grandes efetivos. As ações de Woerth, Mars-la-Tour e Sedan, nas quais a Cavalaria francesa atuou pelo choque a cavalo, demonstraram que havia passado o momento das operações táticas. Ao mesmo tempo, neste conflito, se comprovou que a Cavalaria era insubstituível na perseguição e na proteção da retirada. Seu papel estratégico aumentou com as missões de reconhecimento e segurança, principalmente na cobertura dos movimentos do grosso do exército.
No princípio do século XX iniciou-se a guerra russo-japonesa, na qual os contendores empregaram a Cavalaria, principalmente na batalha de Mukden, na qual manobraram forças valor Brigada Independente tanto da Cavalaria Cossaca como Japonesa.
Em algumas escaramuças a cavalaria cossaca empregou a lança, provavelmente para recordar as glórias passadas, saindo o Japão vitorioso ao final da contenda.

A Cavalaria na Primeira Guerra Mundial
Durante a 1ª Guerra Mundial os combates a cavalo se reduziram consideravelmente. Desde os primeiros encontros em agosto de 1914, a cavalaria francesa sofreu, como todo o exército, a revelação brutal da supremacia do fogo, realizando, contudo, reconhecimentos bem sucedidos, que descobriram a presença do inimigo e fizeram numerosos prisioneiros, como o realizado a partir de 8 de agosto, quando o 23º Corpo recebeu ordem para internar-se na Bélgica, vindo a descobriu numerosas colunas inimigas, cujo movimento geral se realizou em 31 de agosto, dados de importância capital para o Alto Comando.

Com respeito à cavalaria alemã, tinha ordens de evitar a todo custo o combate, por esta razão, atuou uma única vez, contra um adversário em retirada no Sambre, na zona do Gran Morin.
O conflito, em determinado momento, se converteu em guerra de desgaste. O máximo emprego das armas de fogo , reforçadas por obstáculos artificiais, fez com que as frentes se estabilizassem, e por conseqüência, a cavalaria é organizada em unidades de Couraceiros o pé.
Em 1916 aparece o primeiro carro de combate, desenvolvido pelos ingleses. Com estes engenhos blindados a cavalaria começou a voltar às suas origens, demonstrando que era possível retomar-se a guerra de movimento. Embora alguns pensassem que somente com a aparição de uma nova Arma seria possível trazer para o primeiro plano a mobilidade na tática e na estratégia.
Ao impor-se o combate pelo fogo, a cavalaria incrementou sua valentia, confiando mais em seu coração. As batalhas foram travadas em frentes contínuas, desde os Vosges até o mar. Teoricamente havia passado a hora da cavalaria. Até que as posições inimigas fossem rompidas não haveria mais necessidade de empregar-se a cavalaria. Suas unidades passaram a combater a pé, algumas vezes constituindo ” grupos ligeiros “, que lembravam os Dragões de Baraguey de Hilliers. Em 1915 e 1916, a cavalaria, cedeu grande parte de seus efetivos para a infantaria.
As exigências de um campo de batalha de quatro anos fizeram a cavalaria passar a ser empregada como simples infantaria. È interessante observar que a aparição de Grupos Ligeiros e Regimentos de Couraceiros a pé, foram mais tarde integrados a todas as Divisões de Cavalaria. Era a volta aos “ soldados de cavalaria e dragões “, em vista das novas missões que a cavalaria poderia desempenhar nos campos de batalha, o que indubitavelmente, nos faz pensar na eventualidade de que o comandante se veria obrigado a “ montar ” estes sucessores dos Dragões.
Ao se organizar Grupos Ligeiros integrados por outras Armas, os Couraceiros a pé representavam uma solução de fortuna, nas quais a questão de efetivos e a camaradagem em combate eram fatores preponderantes. A auréola muito merecida que os rodeava, entretanto, não sobrepujou jamais a da cavalaria tradicional.
Durante o período 1915 – 1917, voltou-se a organizar, equipar e a instruir as Unidades de cavalaria a cavalo para o combate a pé pelo fogo. Em 1918 reapareceram as missões características da Arma : o reconhecimento, a segurança, a ação retardadora, o aproveitamento do êxito e a perseguição, particularmente nos momentos de crise, onde era necessário o sacrifício. O Alto Comando recorreu à cavalaria e a encontrou pronta, com os recursos que o momento o permitiam. Assim, se restabeleceram as Divisões de Cavalaria em Noyon, Moreuil Ailette e Flandres, Esquadrões Divisionários nos bosques de Villers Cotterets e em diversos outros pontos da frente. Em 11 de novembro, por fim, o clarim do armistício deteve a Cavalaria no momento em que iniciava a perseguição do inimigo, não somente como fizera a Brigada Ligeira de Lasalle e depois de Jena, mas sobretudo, pelo combate a pé, em ações sucessivas, como no tempo de Turena.
Cada país organizou sua cavalaria em diferentes tipos de Unidades. Assim, na Alemanha haviam os Couraceiros, Ulanos, Reitres (Saxônia), Dragões, Hussardos, Caçadores e Checeualers (Baviera). Na Áustria os Dragões, Hussardos e Ulanos. Na Itália os Lanceiros e Cavalegeri. Na Inglaterra os Couraceiros, Dragões, Lanceiros e Hussárdos. Na França os Couraceiros, Dragões, Caçadores, Hussárdos, Caçadores da África e Spahis. Na Rússia os Couraceiros, Dragões, Ulanos, Hussárdos e Cossacos.
 
A Cavalaria na Segunda Guerra Mundial
Existem idéias generalizadas de que a Cavalaria a cavalo não foi empregada na 2ª Guerra Mundial e que nas poucas ações conhecidas de forças montadas no período 1939 – 1945 seus resultados foram negativos. Nada é mais distante da verdade que tais afirmações. Se o blindado, a aviação, a artilharia e, mais tarde, as armas atômicas foram a chave do sucesso nos campos de batalha nos diferentes teatros de operações, não podemos menosprezar as ações realizadas por Unidades a cavalo na maior parte das campanhas conduzidas pelos principais países beligerantes. Não se pode negar, também, que as maiores potências militares da época estiveram influenciadas pelo desenvolvimento das forças motorizadas e blindadas, nas quais viam o substituto para a Arma que no passado, decidia as batalhas, a Cavalaria a cavalo, à qual foram relegando, aos poucos, um papel secundário e reduzindo suas unidades, sem entretanto dissolvê-la por completo, pois ainda visualizavam seu emprego em determinadas missões e tipos de terreno.
Alguns países criaram unidades mistas, mecanizadas e a cavalo, para cumprir missões de reconhecimento, dando na maior parte das vezes, magníficos resultados, já que ambos se completavam. Nos deslocamentos a grandes distancias ou em profundidade no campo de batalha se empregavam as unidades mecanizadas, pelas suas características próprias. Na zona de marcha de uma unidade ou para atingir e manter objetivos distantes por certo tempo, empregavam as forças a cavalo, deslocando-as através campo, com menores encargos logísticos e aproveitando suas características de boa mobilidade e sigilo nas operações, principalmente nos deslocamentos noturnos.
Vários países, no período entre o final da 1ª Guerra Mundial e o início da 2ª Guerra Mundial, não quiseram evoluir a Arma de Cavalaria, como à suas demais Armas. Ao iniciar-se o conflito, os países, como a Rússia, que mantiveram suas Grandes Unidades a cavalo, evoluindo seu adestramento e tática de combate, puderam obter significativos resultados durante as operações.
A ação das Unidades a cavalo russas foram sentidas no leste, nas operações realizadas contra o XVI Exército Alemão, na frente de Staraya, a 500 Km ao noroeste de Moscou. Alí as unidades de cavalaria a cavalo tiveram uma de suas mais felizes atuações na manobra de ala, com seus incessantes ataques ao flanco e retaguarda do exército inimigo, para frustrar a retirada das tropas que queriam livrar-se do cerco e para evitar a chegada de suprimentos, contribuíram em grande parte para o aniquilamento de muitas unidades alemãs.
Ao iniciar-se a contra ofensiva russa no inverno de 1941, foram muito numerosas as intervenções da Cavalaria contra os flancos do adversário, demonstrando sua aptidão para deslocar-se sobre a lama e nas regiões nórdicas sobre o gelo, em cooperação com tropas de esquiadores.
Uma das missões em que a Cavalaria se mostrou mais eficaz foi na de incursão. Infiltrando-se pelos espaços existentes entre as forças naquelas frentes imensas, acertou fortes golpes no inimigo, surpreendendo postos de comando e estados-maiores em deslocamento e hostilizando, incansavelmente, as comunicações. Os comandos alemães tiveram de preocupar-se seriamente com estes audazes esquadrões, empenhando-se em exterminá-los, para isto localizando em todos os pontos importantes das estradas e pontes, fortes destacamentos dotados de muitas metralhadoras, os quais a Cavalaria russa logrou burlar facilmente, sem o temor de Ter de enfrentar uma Cavalaria equivalente.
Na perseguição, a Cavalaria russa atuou energicamente, apoiada pela aviação, tal como ocorreu na retirada das tropas alemãs na frente KALININTULA. Os alemães, por não terem Cavalaria, e por ser o terreno inadequado para o movimento de tropas mecanizadas, não tinham como impedir que as ações da Cavalaria russa.
Sem dúvida, em mais de uma ocasião, devido possivelmente ao descuido na preparação de seus movimentos, na seleção de uma zona de combate ou à sua precipitação em lançar-se ao ataque sem o devido apoio de fogo, as Unidades de Cavalaria russa chocaram-se contra a resistência de seus adversários, que conservaram a serenidade apesar do ímpeto de suas cargas.
Outros países empregaram forças de cavalaria a cavalo durante a 2ª Guerra Mundial, destacando-se:

- a Bulgária, com várias divisões de cavalaria, apoiou apartar de 1941 o exército alemão na frente oriental;
- a China, onde Mao Tse Tung empregou entre os anos 1940 e 1941 11 divisões na frente norte e 3 na frente central, com efetivos aproximados de 100.000 cavaleiros;
- a Finlândia, que durante a guerra do inverno empregou mais de 8.000 cavaleiros;
- a França, em 1940, empregou 5 Divisões Ligeiras de Cavalaria, que estavam organizadas com tropas a cavalo, mecanizadas e motorizadas. Seus efetivos eram de 10.000, sendo 2.200 a cavalo. As unidades de cavalaria a cavalo eram de Couraceiros, Dragões, Caçadores a cavalo e Hussárdos.
Na África a França empregou 5 Regimentos de caçadores da África, 7 Regimentos de Spahis Marroquinos e 1 Regimento Estrangeiro de Cavalaria, pertencente à Legião Estrangeira, e 6 Companhias de Remonta. Houve ainda uma unidade especial destacada na Síria, formada por circasianos, chamados “ granpement callet “. Esta unidade possuía exploradores, carros de combate, elementos a cavalo e artilharia de campanha.
Uma das unidades maios famosas pela sua valentia e patriotismo foi a Brigada de spahis, formada por voluntários franceses e pessoal procedente das tribos beduínas. Esta unidade no início da campanha de 1940 esteve em Luxemburgo, no Somme, no baixo Sena e no Loire. Ao término da campanha, a Brigada Spahis foi a única unidade não derrotada no colapso geral. No exército da França Livre existiu uma unidade chamada “ Goumiers “, que combateu na Itália, incorporada ao Corpo Expedicionário Francês do General Juin.
A Alemanha, apesar de ter empregado grande número de unidades blindadas em todas as frentes, manteve desde o início do conflito a 1ª Brigada de Cavalaria, constituída por dois regimentos a cavalo, com cinco esquadrões. Esta brigada provou sua capacidade na Campanha da Polônia. Mais tarde, mudou sua denominação para 1ª Divisão de Cavalaria, incorporando unidades de infantaria motorizada, de motociclistas, de reconhecimento e de montanha. Seu emprego não teve influência estratégica, mas foi empregada continuamente devido à sua mobilidade. Durante a guerra sofreu inúmeras modificações, de acordo com as necessidades do momento e a situação que vivia o exército alemão.
Os cavaleiros das unidades a cavalo alemãs estavam armados com fuzis 98 – K e com sabre, arma tradicional da Cavalaria. A 1ª DC Alemã esteve na Campanha da Holanda Oriental, assim como na França, cavalgando mais de 1.000 Km em marchas forçadas, havendo apoiado as ações das unidades blindadas do general Guderian. Em 3 de novembro de 1941, na data em que se comemora a festa de São Humberto, patrono da Cavalaria Alemã, a 1ª DC foi apeada, passando a constituir a 24ª Divisão de Cavalaria Blindada, integrando o 6º Exército, na Batalha de Stalingrado.
A Cavalaria a cavalo alemã atuou junto com unidades a cavalo da Hungria, Romênia e Rússia. Com respeito à Rússia, em 1943 foi criada a Divisão de Cavalaria Cossaca do exército alemão, sob as ordens do Ten Cel Panwitz. Esta unidade foi organizada com russos anticomunistas e quadros que pertenceram ao exército czarista. Seus cavaleiros estavam perfeitamente treinados e, inclusive, podiam manejar ou conduzir seu cavalo por meio da voz ou de assobio.
O exército alemão também contou com unidades de cavalaria a cavalo pertencentes ‘às SS, chegando a formar uma força denominada “ Divisão de Cavalaria SS Florian Grey “.
Durante a campanha contra a Rússia, os cavalos alazães , castanhos e pretos tiveram muitos problemas para aclimatarem-se, sendo que os pretos eram muito suscetíveis à fadiga. A cavalhada que deu melhor resultado na campanha russa foi a tordilha ou branca. Estes animais claros tiverem, entretanto, cerca de 75%25 de baixas, resultado da ação da aviação e artilharia.
A Alemanha empregou um corpo permanente de 5650 veterinários, chegando o serviço de veterinária a possuir 13.000 homens. As mulheres foram empregadas no adestramento dos animais e para ensinar os recrutas a montar a cavalo, em pequenos cursos nas unidades , até o escalão regimento.
Foi na Síria, em 1941, onde a Grã Bretanha empregou o “ Yeonmary Regiment “, sendo esta a última unidade a cavalo do Exército britânico. Seus integrantes estavam armados com sabres e rifles . A subunidade de apoio possuía metralhadoras Hotchkiss.
A cavalaria grega combateu contra as forças italianas, húngaras, romenas, búlgaras e alemãs. No princípio da guerra atuou com unidades convencionais e posteriormente, passou a empregar sua cavalaria como força irregular, atuando como guerrilheiros.
A Hungria, a terra dos Hussárdos, combateu ao lado dos alemães na campanha contra a Rússia, dando contínuas provas de sua tradição militar a cavalo.
A cavalaria italiana combateu na Grécia em 1940 e 1941 e apoiou as operações contra os russos, criando o Corpo Expedicionário na Rússia. Na África manteve algumas unidades a cavalo, sendo o 14º Grupo de Cavalaria Colonial o que conquistou maiores louros para a Cavalaria Italiana, até ser destruído.
O Japão empregou a sua cavalaria contra a China, em operações na Península Malaia e na tomada de Singapura.
A cavalaria polonesa merece menção especial, pois contra toda a lógica militar e nem sacrifício inútil de homens e animais, recordou ao mundo a tradicional valentia do homem a cavalo, que se lança contra o que lhe ordenam, sem medir as conseqüências.
Uma de suas unidades mais famosas foi a Brigada de Cavalaria Wolynska, a qual, em 1 de setembro de 1939, entrou em contato com a 4ª Divisão Panzer e teve alguns êxitos parciais, havendo destruído 79 carros de combate e 74 veículos de tipos diversos. No dia seguinte lançou um “ raide “ contra as colunas blindadas da 1ª Divisão Panzer, distinguindo-se dias mais tarde na batalha que se travou próximo a Cyrusova e Wola. Posteriormente, foi derrotada pelos soviéticos no final de setembro, quando se deslocava para a fronteira Húngara.
O 18º Regimento de Ulanos, pertencente à Brigada de Cavalaria Ponovska, realizou a primeira carga a cavalo da 2ª Guerra Mundial, em KroKanty. As demais unidades polonesas realizaram a defesa de seu território, tanto contra os alemães contra os russos. No início da guerra contavam com cerca de 70.000 cavaleiros.
Ainda que algumas das unidades polonesas lograram realizar com êxito pequenas incursões e “ raides” contra os países invasores, a maioria caiu derrotada.
Os Estados Unidos da América foi o primeiro país que realizou a mecanização de suas unidades de cavalaria a cavalo. Nos anos 30 foram criados os 4º e 6º Regimentos de Cavalaria, formando o “ Horse – Mechanized Reconnaissance Regiment “, que transportava os cavalos das unidades em reboques tracionados por viaturas motorizadas. Quando chegavam a um obstáculo intransponível para as viaturas, os cavaleiros desembarcavam seus cavalos e prosseguiam no reconhecimento montados. Quando iniciou a 2ª Guerra Mundial , os americanos não deram a importância devida à esta unidade, realizando a motorização / mecanização de todas as unidades a cavalo.
A única unidade mantida a cavalo foi o 26º Regimento de Cavalaria, nas Filipinas. Esta unidade, estacionada a 85 Km de Manila, tomou parte nas dramáticas batalhas realizadas contra os japoneses.
A União Soviética foi o país que, na 2ª Guerra Mundial, teve as mais numerosas forças de cavalaria a cavalo. A cavalaria soviética esteve sob o comando do marechal Budenny, um antigo oficial da cavalaria czarista.
O emprego da cavalaria soviética foi realizado em operações onde poderia explorar ao máximo suas características de mobilidade e flexibilidade. Suas unidades atacaram os flancos e a retaguarda do inimigo, atuando principalmente contra as extensas linhas de suprimento alemãs, com milhares de quilômetros.
Uma das primeiras operações que participou a cavalaria soviética foi a invasão da Polônia, em 17 de setembro de 1939.
Em 1941 o Exército Vermelho chegou a possuir entre 26 a 30 Divisões de Cavalaria, que formaram a base para a defesa de Moscou. Foram famosos os golpes de mão e as incursões realizadas pelas unidades de cavalaria, atuando em grupos, como guerrilheiros, contra as forças alemãs em retirada.
Os alemães, pressionados pela inclemência do inverno e pelas forças russas, acabaram desenvolvendo táticas especiais contra os ataques de surpresa da cavalaria russa contra suas linhas de suprimentos, seus flancos e retaguarda, infligindo-lhe numerosas baixas. Devido à grande disponibilidade de efetivos, em função de sua grande população, os soviéticos recompletavam rapidamente suas baixas, impondo constante pressão sobre os alemães.
A base das unidades de cavalaria soviéticas foram os Cossacos, ainda que Stalin tivesse procurado destruí-los. Não havia, entretanto, na União Soviética, cavaleiros mais completos que os Cossacos para formar as grandes massas de cavalaria. Estes cavaleiros sempre representaram a cavalaria russa em todas as épocas.
Aos Cossacos se devem, em parte, a vitória sobre as tropas de Napoleão, durante a campanha contra a Rússia em 1812. Sua lealdade ao Czar era famosa, o que levou Stalin a tratá-los sempre com desconfiança, não empregando suas unidade nas operações de maior importância. Os Cossacos constituíram uma das forças básicas do Exército Vermelho, contribuindo para a derrota das forças alemãs em sua retirada, antes do término da 2ª Guerra Mundial.
 
8-O

Mao tinha 100.000 cavaleiros! Se 6,000 rohirrim já enchem um campo imenso e dão uma carga daquelas imagine 100.000 cavaleiros.

Ótimo texto, algumas dessas coisas eu nunca tinha ouvido. Só acho que está na seção errada...
 
Muito bom, obrigado pelo esforço de postar tudo isso. Não tive tempo de ler todas as cavalarias, por isso não sei se você fez citação aos hunos, povo que utilizou muito dessa "arma" que é o cavalo. A cavalaria huna chegou a ameaçar o império romano com Átila no comando, mas quando chegou em Constantinopla, Átila casou-se com a princesa da cidade e estabeleceu relações diplomáticas com o Império. Pouco depois foi assassinado. Porém os cavaleiros hunos foram muito famosos, pelo terror que espalhavam ao destruir cada cidade que conquistavam, ao invés de governá-la.
 
Muito bom, obrigado pelo esforço de postar tudo isso. Não tive tempo de ler todas as cavalarias, por isso não sei se você fez citação aos hunos, povo que utilizou muito dessa "arma" que é o cavalo. A cavalaria huna chegou a ameaçar o império romano com Átila no comando, mas quando chegou em Constantinopla, Átila casou-se com a princesa da cidade e estabeleceu relações diplomáticas com o Império. Pouco depois foi assassinado. Porém os cavaleiros hunos foram muito famosos, pelo terror que espalhavam ao destruir cada cidade que conquistavam, ao invés de governá-la.

Na verdade, Átila iria se casar com a irmã do Imperador Romano do Ocidente, mas não chegaram a se casar, ele morreu, ou foi assassinado, antes, na noite de núpcias com uma mulher bárbara.

Mas enfim, não li tudo, mas a pesquisa parece ter sido boa, parabéns :joinha:
 
Na verdade, Átila iria se casar com a irmã do Imperador Romano do Ocidente, mas não chegaram a se casar, ele morreu, ou foi assassinado, antes, na noite de núpcias com uma mulher bárbara.

Mas enfim, não li tudo, mas a pesquisa parece ter sido boa, parabéns :joinha:

Ocidente? Puts, tinha certeza q era do oriente... Valeu Veda (vc voltou com esse nome ou foi culpa do pani?)! :joinha:
 

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