Luciano R. M.
vira-latas
Eu abro a caixa de correio,
lá dentro só existem contas.
Vencidas, não serão pagas.
Há muito tempo que ninguém escreve cartas.
Apenas envelopes timbrados
com nomes impessoais:
bancos, empresas, corporações.
Nem um único ser humano para me desentender.
Eu tento conversar com alguém,
mas parece que só eu me importo.
Alguns se preocupam e oferecem dinheiro emprestado.
Continuo escrevendo cartas sem destinatário.
lá dentro só existem contas.
Vencidas, não serão pagas.
Há muito tempo que ninguém escreve cartas.
Apenas envelopes timbrados
com nomes impessoais:
bancos, empresas, corporações.
Nem um único ser humano para me desentender.
Eu tento conversar com alguém,
mas parece que só eu me importo.
Alguns se preocupam e oferecem dinheiro emprestado.
Continuo escrevendo cartas sem destinatário.