Peregrino
Estrela de Valinor
Ana Lovejoy disse:
Concordo com vc Ana.
Na cidade onde moro tinha um certo problema que poderia ser considerado grave com a pobreza, apesar de em grande parte, como aqui é uma cidade turística, tentar ser maquilado pelas autoridades.
Todos os anos havia no fim - de - ano um tipo de "sopão" comunitário de natal, mantido pela prefeitura em parceria com o projeto AÇÃO, a prefeitura entrava com a mão-de-obra e o espaço, e o AÇÃO, com os alimentos, daí saia o Prefeito no jornal e toda aquela palhaçada eleitoreira. Lógico que o projeto tem seu mérito e é válido, e o pessoal do AÇÃO faz um trabalho magistral e admirável, pois funciona não só em um municípiko, mas em um país inteiro, entretanto problema da pobreza se perpetuava ano após ano.
No entanto como sempre houve uma grande quantidade de catadores de papel e latinhas na cidade, logo um grupo de pessoas (as quais sem falsa modéstia tenho o orgulho de ter participado) teve a brilhante idéia de transformar esses catadores numa cooperativa de reciclagem de lixo o que ajudaria toda a comunidade gerando empregos e renda para a população carente. Obviamente que no começo foi dureza, colocamos do nosso mpróprio bolso e tivemos que correr atrás de patrocínio inicial e empresas que tivessem interesse em comprar os produtos da cooperativa, levamos muitas portas na cara, mas entretanto muitos bolsos tb se abriram e prol da idéia.
Bom, resumindo para não me alongar, hoje a cooperativa funciona perfeitamente, e em conjunto com a prefeitura ajudando na coleta e parcerias privadas, quase 140 famílias que viviam numa linha bem abaixo da miséria e que hoje tem uma renda mensal média mensal de 2,5 salários mínimos, que antes não chegava à 1 salário mensal. E o próximo passo é conseguirmos a construção de um conjunto habitacional do subúrbio da cidade e estamos entrando em contato com construtores civis para que doem o material para o mutirão.
Bem, acho que esse tipo de iniciativa é a que funciona, vc dá meios para pessoa e sua família terem não só um natal, mas um ano descente. E que não tenham que se contentar com esmola dada por terceiros, pq sabem que tem condições de se sustentar.
Como a Ana bem disse, não adianta tampar o sol com a peneira. Uma barbie, ou um carrinho não vai matar a fome e nem resoilver o problema de ninguém.
E não se julga as pessoas só por elas não aceitarem suas idéias, elas podem talvez estar ajudando, só que de outra forma.
Não quero ser o senhor da razão apenas esponho uma experiência que deu certo, existem outras em quais podemos nos espelhar, mas a premissa básica tem ser dar uma vida digna para pessoa o ano inteiro e não só no natal, como uma "esmola".
