A unica parte de um desfile é a hora das notas.
Eu gosto de ver os varios DEEEEEEZZZ que o cara diz, e o desespero dos carnavalescos esperando as notas...
Era normal o resultado da pesquisa que foi apresentado acima em virtude da elitização do carnaval, que deixou as ruas para uma passarela onerosa, e dada a repetitividade dos temas e melodias pobres de tal modo que tornam os desfiles de escola de samba não só sacais como incômodos.
Odeio o carnaval daqui!
Não vou falar aqui do significado primário de carnaval, dos bacanais, dos festivais pagãos, etc, mas me ater ao carnaval daqui mesmo...
A festa do carnaval, tal como se desenvolveu no Brasil, era um evento de folia onde pobres ou ricos tornavam-se anônimos fantasiados e voltavam a ser crianças caindo na folia, dançando e se divertindo.
O carnaval aqui do Rio hoje é um evento nada espontâneo, produto de exportação, onde muito se gasta em nome de um evento sem sal, com sambas-enredo medíocres, onde meia dúzia de peruas globais perfilam com favelados vagabundos, socialites vagabundas e mais uma outra penca de vagabundos.
O "povo" fica assistindo lá da arquibancada, de longe (quando pode pagar por isso), e a espontaneidade se perdeu.
E os blocos de rua?
Os blocos de rua tornaram-se arenas para que pit-boys pseudo-céfalos ataquem garotas vadias doidas por "folia", chegando com seu charme de trator e muitas vezes conseguindo sucesso. São pessoas que nem querem saber de folia ou música, e normalmente ficam lá, parados, esperando pra dar o bote na primeira loira cochuda que aparecer.
A velha guarda fiel ao carnaval de rua tenta fugir dessa mediocrização dos outroras espontâneos blocos, procurando marcar ensaios e desfiles as escondidas (como soube que o Suvaco do Cristo tentou fazer certa vez sem muito sucesso). E assim caminha o nosso carnaval, produto insosso pra exportação na Sapucaí, que só fez elitizar um desfile que se dava em vias públicas, cerceando o espetáculo da cultura popular e dando a ele status de subproduto da indústria cultural.
Esse espetáculo da imbecilização cultural brasileira é agravado e se estende ao carnaval mercadoria da Bahia e de outras regiões do Brasil, salvo raras exceções aonde ainda se vê, por enquanto, uma festa expontânea. E enquanto nosso país der hibope pra bunda da Globeleza, continuaremos sendo uma pátria bundona.