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Carlos Heitor Cony

Katrina

Usuário
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Filho de Ernesto Cony Filho, jornalista, e de Julieta de Moraes, Carlos Heitor Cony nasceu no dia 14 de março de 1926 na cidade do Rio de Janeiro, no bairro de Lins de Vasconcelos, zona norte da cidade. Foi o terceiro dos quatro filhos do casal: Giovane Alceste (falecido em 1920), José Heitor, Cony e José Carlos.

Jornalista, foi um dos que se opuseram abertamente ao golpe militar de 1964. Como editorialista do Correio da Manhã, escreveu textos de crítica aos atos da ditadura militar. Foi incitado a se demitir do matutino (cerca 1965). Atualmente, recebe pensão do governo federal, em decorrência de legislação que autoriza pagamento de indenização aos que sofreram danos materiais e morais, vitimados pela ditadura militar.

Já publicou contos, crônicas e romances. Seu romance mais famoso é de 1995, Quase Memória, que vendeu mais de 400 mil exemplares. Esse livro marca seu retorno à atividade de escritor/romancista. Seu romance, A Casa do Poeta Trágico, foi escolhido o Livro do Ano, obtendo o Prêmio Jabuti, na categoria ficção. É editorialista da Folha de São Paulo.

Em março de 2000 é eleito, com 25 dos 37 votos possíveis, para a cadeira número 3 da Academia Brasileira de Letras. Toma posse em maio daquele ano.

Seu décimo quarto romance, "O indigitado", é escrito em 2001 por encomenda da Editora Objetiva, do Rio, que com ele inauguraria a coleção Cinco dedos de prosa, lançado em 2002.

Sua Bibliografia é extensa:

Individuais:

Romances:

O ventre (1958)
A verdade de cada dia (1959)
Tijolo de segurança (1960)
Informação ao crucificado (1961)
Matéria de memória (1962)
Antes, o verão (1964)
Balé branco (1965)
Pessach: a travessia (1967)
Pilatos (1973)
Quase memória (1995)
O piano e a orquestra (1996)
A casa do poeta trágico (1997)
Romance sem palavras (1999)
O harém das bananeiras (1999)
O indigitado (2001)
A tarde da tua ausência (2003)
O beijo da morte (2003)
O ato e o fato (2004)
Meu querido canalha (2004) (com Geraldo Carneiro, Aldir Blanco, Marcelo Madureira e Ruy Castro)
O adiantado da hora (2006)

Crônicas:

Da arte de falar mal (1963)
O ato e o fato (1964)
Posto Seis (1965)
Os anos mais antigos do passado (1998)
O Harém das Bananeiras (1999).
O tudo ou o nada (2004)

Contos:

Sobre todas as coisas (1968), reeditado sob o título "Babilônia! Babilônia!", em 1978.

O burguês e o crime e outros contos (1997), seleção de contos publicados em "Babilônia! Babilônia!".

Ensaios Biográficos:

Charles Chaplin (1967)
Quem matou Vargas? (1972)
JK - Memorial do exílio (1982)
Quem matou Vargas - 1954 - Uma tragédia brasileira (2004).

Reportagens:

O caso Lou - Assim é se lhe parece (1975)
Nos passos de João de Deus (1981)
Lagoa (1996).

Infanto-juvenis:

Quinze anos (1965)
Uma história de amor (1978)
Rosa, vegetal de sangue (1979)
O irmão que tu me deste (1979)
A gorda e a volta por cima (1986)
Luciana saudade (1989)
O laço cor-de-rosa (2002)
O mascara de ferro (2003)

Cine-Romance:

A noite do massacre (1975)

Adaptações (Ediouro):

Crime e Castigo (Dostoievski); Moby Dick (H. Melville); Viagem ao Centro da Terra (Julio Verne); A ilha misteriosa (Julio Verne); Um capitão de quinze anos (Julio Verne); As aventuras de Tom Sawyer (Mark Twain); As viagens de Tom Sawyer (Mark Twain); Huckleberry Finn (Mark Twain); O Diário de Adão e Eva (Mark Twain); Um ianque na corte do rei Artur (Mark Twain); Tom Sawyer detetive (Mark Twain); O roubo do elefante branco (Mark Twain); Ben-Hur (Lewis Wallace); O capitão Tormenta (Emilio Salgari); Maravilhas do ano 2000 (Emilio Salgari); O leão de Damasco (Emilio Salgari); O livro dos dragões (Edith Nesbit); Os meninos aquáticos (Charles Kingsley); O máscara de ferro (Alexandre Dumas); O grande Meaulne (A. Fournier); Taras Bulba (Nicolas Gogol); Ali Babá e os quarenta ladrões (Mil e uma noites); Simbad, o marujo (idem); O califa de Bagdá (idem); Aladim e a lâmpada maravilhosa (idem); Pinóquio da Silva (Carlos Collodi)

Adaptações (Editora Scipione):

O Ateneu (Raul Pompéia); O primo Basílio (Eça de Queiroz); Memórias de um sargento de milícias (Manuel Antônio de Almeida).

Adaptações (Editora Objetiva):

O máscara de ferro (Alexandre Dumas).

Com outros autores (coletâneas):

Luxúria, em "Os sete pecados capitais" - Guimarães Rosa, Otto Lara Resende, Lygia Fagundes Telles, José Condé, Guilherme Figueiredo e Mário Donato - Editora Civilização Brasileira, 1964

Amar a Deus sobre todas as coisas, em "Os dez mandamentos" - Jorge Amado, Marques Rebelo, Orígenes Lessa, José Condé, Campos de Carvalho, João Antônio, Guilherme Figueiredo, Moacir C. Lopes e Helena Silveira (1965).

Ordem do dia, em "64 D. C." - Antonio Callado, Marques Rebelo, Stanislaw Ponte Preta, Hermano Alves (1966).

Por vós e por muitos, em "Contos" - Clarice Lispector, Lygia Fagundes Telles, Rubem Fonseca, Sérgio Sant'Ana, Luis Vilela, Otto Lara Resende, José J. Veiga, Érico Verissimo, Moacir Scliar, Samuel Rawet, Leon Eliachar, Elsie Lessa e Adonias Filho (1974).

O burguês e o crime, em "Os cem melhores contos brasileiros do século" - diversos escritores (2000).

Em parceria:

O presidente que sabia javanês, com charges de Angeli (2000)

As viagens de Marco Pólo, com Lenira Alcure (2001)

O mistério da coroa imperial, com Anna Lee (2002)

O beijo da morte, com Anna Lee (2003).

Contos de Pânico, com Juca Kfouri e M. Prata, Marco Zero (2004).

Meu querido canalha, com Ruy Castro, Geraldo Carneiro e Aldir Blanc (2004)

O mistério da motocicleta de cristal, com Anna Lee (2004)

Traduções:

Espanhol:

Pessach: la travessia. Tradução de Jorge Humberto Robles (México - 1973)

Francês:

Quasi-memoires. Tradução de Henri Raillard (Paris - 1999).

Para o cinema:

Antes, o verão - Direção e roteiro de Gerson Tavares (1968), baseado no romance homônimo.

O homem e sua jaula - Direção de Fernando Coni Campos (1968), baseado no romance "Quase memória".

Você tem alguma idéia sobre a idéia que pretende ter? - Roteiro de Antônio Moreno, Olivar Luiz e Pedro Ernesto Stilpen (1975) - inédito, baseado no romance "Pilatos".

Pilatos - Melopéia, fanopéia & logopéia, episódio V de Isabelle trouxe uns amigos. Roteiro de Felipe Rodrigues, com a colaboração de Patrick Pessoa e Bárbara Kahane (2000) - inédito, baseado no romance "Pilatos".

Para o teatro:

Pilatos, peça de Mario Prata (1988), baseado no romance homônimo.

Pilatos, peça de Roberto Barbosa, ainda inédita (1995), baseada no romance homônimo).

Fontes: http://www.releituras.com/cony_bio.asp
http://pt.wikipedia.org/wiki/Carlos_Heitor_Cony

Só li um romance dele, O Ventre (1958):

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"Romance de estréia de Cony, originalmente publicado em 1958, O ventre parece não ter perdido nada de sua força. Nele se encontram as bases do "romance familiar" - para usar a expressão de Freud - que o autor desdobraria, mais tarde, em inúmeras obras. Às voltas com os fantasmas familiares do pai, da mãe, mas sobretudo do irmão e de um sofrido amor infantil, o bastardo José Severo avança pela vida como que despossuído de elos, de afetos, de razões, fortalecido apenas por um estranho ascetismo, que tem como prêmios o cinismo, certa inclinação para o prazer sádico e um largo vazio interior. Daí o magro, espichado e narigudo protagonista de O ventre poder ser considerado o precursor de toda uma linguagem de anti-heróis desencantados que proliferariam na ficção de Cony até a virada genial de Quase memória (1995)."

Peguei o livro por acaso, quando ainda estava no Ensino Médio e suas crônicas eram abordadas com frequência por minha professora de Português e Literatura. Ela adorava esmiuçar os escritos de Cony e me fez ter vontade de ler outros textos do autor. Infelizmente "os outros textos" acabou ficando só nO Ventre mesmo, não me lembro de já ter topado com outro livro dele, mas posso dizer que adorei o jeito de escrever do Cony no romance também. E tenho que confessar que adoro livros que versam sobre o ambiente familiar. Recomendo para aqueles que gostam de tal leitura também.
 
Cony é um autor realmente muito bom! Eu ainda não li esse livro dele, mas acompanho sempre os textos e crônicas, realmente vale a pena. O meu texto preferido dele foi publicado na Folha durante o ano novo de 2003 (acho), eu já nem sei onde tem link para a publicação, tenho salvo aqui no meu PC:

O menino e o velho

Aprendi com os meus maiores que não se deve chutar cachorro atropelado. E nada mais parecido com cachorro atropelado do que um ano que se vai, como este que hoje acaba e, segundo alguns, acaba tarde.

Lembro que o finado Jânio Quadros, que gostava de usar palavras fora do mercado, chamou um determinado ano de "poltrão". Com o jeito de falar que ele tinha, a palavra ficava obscena em sua boca. No ano seguinte, ele nem teve oportunidade de xingá-lo. O próprio Jânio é que foi considerado um poltrão. Lembrando esse e outros exemplos que conheço, sou moderado na saudação do novo ano - e digo "moderado" para não dizer "desconfiado". Quanto ao ano que se vai, tudo bem, entre mortos e feridos, se não se salvaram todos, salvei-me eu - e é o que conta.

Quando criança, garantiram-me que, no dia 31 de dezembro de cada ano, passava no céu um velho encarquilhado, com um saco às costas cheio de esqueletos, bombas, desventuras, cobras e lagartos. E que, do outro lado do céu, surgiria um menino rechonchudo, risonho, desses que ganham prêmio em exposições de puericultura, com uma faixa onde vinha, com números bordados, o novo ano.
Eu tinha pena do velho, embora não gostasse dele. Para onde ele iria com aquele monstruoso saco cheio de coisas perversas? E de onde vinha aquele menino gorducho, que em apenas 12 meses envelheceria rapidamente, calvo e anquilosado, arrastando um saco igual? Sentia um frio aqui dentro quando pensava que eu poderia estar naquele saco que o menino, por bem ou por mal, iria enchendo com os escombros do tempo e do modo de todos nós.

Na verdade, nunca vi a cena da troca do velho pelo menino, nem no céu, nem aqui na Terra. Mas, quando olho para dentro de mim mesmo, pálido de espanto como aquele poeta que ouvia estrelas, descubro que o menino e o velho são a mesma coisa.

(Carlos Heytor Cony)

Muito bom! :clap: Um autor que vale ser lido.
 
Eu não conhecia esse texto Bagrong, muito bom mesmo!

Gosto muito do texto O menino da meias vermelhas:

Todos os dias, ele ia para o colégio com meias vermelhas.
Era um garoto triste, procurava estudar muito mas na hora do recreio ficava afastado dos colegas, como se estivesse procurando alguma coisa. Os outros guris zombavam dele, implicavam com as meias vermelhas que ele usava.

Um dia, perguntaram porque o menino das meias vermelhas só usava meias vermelhas.
Ele contou com simplicidade:
- "No ano passado, quando fiz aniversário, minha mãe me levou ao circo. Botou em mim essas meias vermelhas. Eu reclamei, comecei a chorar, disse que todo mundo ia zombar de mim por causa das meias vermelhas. Mas ela disse que se me perdesse, bastaria olhar para o chão e quando visse um menino de meias vermelhas saberia que o filho era dela".

Os garotos retrucaram:
- "Você não está num circo! Porque não tira essas meias vermelhas e joga fora?"

Mas o menino das meias vermelhas explicou:
- "É que a minha mãe abandonou a nossa casa e foi embora. Por isso eu continuo usando essas meias vermelhas. Quando ela passar por mim vai me encontrar e me levará com ela".

E a crônica O Suor e a Lágrima: Aqui
 
Eu dele li o Quase Memórias (uma quase autobiografia), para o vestibular, e achei bastante tocante...
 
Tem coisa errada aí!
Na ficha bibliográfica do Quase memória que estou lendo, aparentemente, ele foi publicado em 2003, mas aí diz que foi em 2006. =p

Já li O Balé Branco dele e adorei. Tenho uma ansiedade para ler A Casa do Poeta Trágico um dia. =p
 
Rafa disse:
Tem coisa errada aí!
Na ficha bibliográfica do Quase memória que estou lendo, aparentemente, ele foi publicado em 2003, mas aí diz que foi em 2006. =p

Já li O Balé Branco dele e adorei. Tenho uma ansiedade para ler A Casa do Poeta Trágico um dia. =p

Tem algo errado mesmo: Quase Memória está repetido na lista, 2006 é o ano de uma de suas reedições. O romance foi publicado originalmente no ano de 1995, então o seu exemplar também é uma reedição. =)
 

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