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Caráter Psicológico: Galadriel

Indu

Usuário
Série Caráter Pscológico


Criei a um tempo atrás um tópico sobre o caréter pscológico de Fëanor, e achei a ideia tão interessante que proponho uma Série na Area Tolkien.
Caráter Pscológico do Personagens de Tolkien. Não precisa ser todos, mas pelo menos os que fizeram a diferença ou até aqueles que mais nos instigam pensar sobre suas atitudes, comportamento, e tentar avaliar isso psicologicamente.
Tentaremos esclarecer o fato de Tolkien ter dado uma de suas caracteristicas a alguns personagens, ou o próprio Tolkien elaborar algum tipo de carater, e personalidade em suas obras.
Conto com a ajuda da Moderação e com a ajuda dos demais usuarios.


Então mãos a obra.


Começaremos com ela. A Elfa mais importante de todas. Rainha bela e poderosa:
Galadriel.

Motivos que a levou a abandonar o Reino Abençoado dos Valar, rebeldia, uma mulher feminista talvez, uma elfa diferente e que por muitas vezes fez a diferença.






Veja mais:
Caráter Pscológico: Fëanor
 
Acho o capítulo "Da fuga dos Noldor" um dos mais interessantes e profundos que li da obra de Tolkien. Mas falemos de Galadriel.

Bela e Boa ela era. Possuia a ambição dos Noldor, mas não foi seduzida pela ganância e loucura de Fëanor. Apesar disso, ela tem correspondência com este, já que ambos têm ciência de sua grandeza e de que em terras mais ermas e distantes dos Valar teriam maior liberdade para explorar, criar, governar, lutar por eles mesmos.

Penso que todos que abandonaram o Reino Abençoado tinham o desejo de subcriação, como muito se diz, desejo esse que tanto pode ser acompanhado da vaidade quanto da humildade. Galadriel, ao contrário de Fëanor, quer criar, quer manifestar seu poder e grandeza, mas sem esquecer ou menosprezar Os Poderes, continuando submissa e sábia.

Ouso dizer que ela se sentia como uma Varda da Terra-Média, uma Senhora Poderosa e Maravilhosa que auxilia os que chamam por ela - preciso salientar a diferença entre os poderes de cada uma?

Ela foi humilde o bastante para perceber que Gandalf, mais humilde que Saruman, era mais digno do que este para dirgir o Conselho Branco. (Humilde reconhece humilde, arrogante nada reconhece).

Não vou falar sobre sua tentação, pois ainda tenho que reler esse trecho.
 
Galadriel ao meu ver retrata uma imagem que Tolkien tinha de uma mulher forte, perseverante, bela, amorosa, rígida, talvez a imagem de uma mulher que fez parte da vida do autor, sua mãe, uma tia ou até mesmo sua mulher.

Ela é respeitada, todos sabem de seu poder, todos conhecem seus atos, sua imensa sabedoria devido às longas eras vividas, devido sua origem e isso tudo reflete um caráter magnífico que é de muita valia para levar adiante os que a procuravam para poder ter uma assistência em meio a tempos difíceis como a Guerra do Anel.

A tentação de Galadriel, na minha opinião serviu somente como um alerta para Frodo, mostrando que mesmo ela, um ser bastante superior a ele e a muitos seres poderosos da Terra-média poderia sucumbir ao desejo de possuir o Poder do Um Anel e que com isso ele pudesse enxergar de uma forma mais ampla a responsabilidade da demanda que ele estava enfrentando. Todos as características do caráter de Galadriel serviram para de uma forma indiretamente direta proteger a Terra-média dos males que poderiam ser causados pelo Anel de poder.
 
Acho que Galadriel é uma personagem que sofre um amadurecimento intenso na obra de Tolkien. Primeiro, possui um leviano desejo de ir à Terra-Média, e lá, no decurso dos eventos que ocorrem em Beleriand e, creio eu, pela influência de Melian, a Maia, ela se torna mais sábia e forte.
A Galadriel de o Silmarillion é uma Galadriel jovem, não que isso signifique tola, que encontra em Doriath aquilo que buscava na Terra-Média e passa lá a residir. A Galadriel de o Senhor dos Anéis se mostra mais madura frente ao perigo de Sauron.
Ainda assim, ela é uma personagem admirável.:mrgreen:
 
Podemos associar Galadriel, assim como muitas personagens, ao arquétipo da Grande Mãe: a que nos possibilita dar início a uma nova vida, assim como nos guiar no processo de individuação, ou seja: sair do estado infantil de identificação para um auto conhecimento mais elevado:o de si mesmo. E esta busca pelo si mesmo é mais calcada no conhecimento que vc obteve através de suas experiências de vida do que ligadas aos do meio em que se vive (podemos notar isso no relacionamento entre Galadriel e Frodo, por exemplo... é o que ocorre com ele ao longo de toda a história: sair de um estado infantil e ingênuo, para um estado de amadurecimento pessoal conseguido com suas experiências).
Podemos, desta forma, fazer até uma associação entre Galadriel e a Virgem Maria, por exemplo. Ambas são um arquétipo só, que carregam a mesma simbologia descrita acima, em contextos totalmente diferentes.
 
Já que a Sindar Princess acima falou um pouco sobre a associação 'Galadriel-Grande Mãe', me veio na cabeça a imagem que sempre fiz dessa grande elfa.

Ela me lembra um pouco a deusa Atena da mitologia grega: a imagem de uma mulher que emana força e sabedoria (tanto é que sua mãe lhe deu o nome de Nerwen, 'Donzela-homem', atributo que pode também ser associado à Atena)

Também poderia lembrar aqui a sabedoria dos conselhos que Galadriel dizia e sua ímpar capacidade de construir estratégias (não no sentido militar, mas num modo mais amplo).

Bom, é isso!! '--
 
Já que a Sindar Princess acima falou um pouco sobre a associação 'Galadriel-Grande Mãe', me veio na cabeça a imagem que sempre fiz dessa grande elfa.

Ela me lembra um pouco a deusa Atena da mitologia grega: a imagem de uma mulher que emana força e sabedoria (tanto é que sua mãe lhe deu o nome de Nerwen, 'Donzela-homem', atributo que pode também ser associado à Atena)

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Bem lembrado! Atena é possui em seu íntimo, assim como Galadriel ou Maria, o arquétipo da Grande Mãe.
 
Olha gente, acho que a comparação de Galadriel feita com Atena não é exata, pelo simples fato de Atena ser uma deusa virgem, ou seja, pura em um sentido diferente de uma Deusa-Mãe. Pois uma Deusa-Mãe deve transmitir o sentimento de segurança, exatamente como uma mãe acolhe uma criança, e isto é uma coisa que Atena não é capaz de oferecer. Por isso eu acho que, se fazendo a comparação com a mitologia grega, devemos considerar Galadriel como Deméter. Démeter evoca o poder da fertilidade, sustentação e renovação da terra representando tudo aquilo que cresce, mesma coisa que Galadriel faz ao sustentar a terra de Lothlórien. O próprio papel de segurança da terra é exemplificado por Galadriel ao oferecer à Sociedade abrigo e compaixão, mesmo enquanto eles estão sendo perseguidos por orcs.
 
Olha gente, acho que a comparação de Galadriel feita com Atena não é exata, pelo simples fato de Atena ser uma deusa virgem, ou seja, pura em um sentido diferente de uma Deusa-Mãe. Pois uma Deusa-Mãe deve transmitir o sentimento de segurança, exatamente como uma mãe acolhe uma criança, e isto é uma coisa que Atena não é capaz de oferecer. Por isso eu acho que, se fazendo a comparação com a mitologia grega, devemos considerar Galadriel como Deméter. Démeter evoca o poder da fertilidade, sustentação e renovação da terra representando tudo aquilo que cresce, mesma coisa que Galadriel faz ao sustentar a terra de Lothlórien. O próprio papel de segurança da terra é exemplificado por Galadriel ao oferecer à Sociedade abrigo e compaixão, mesmo enquanto eles estão sendo perseguidos por orcs.

Então... não estamos comparando personagens, mas comparando arquétipos, que são modelos de conduta que conduzem ao desenvolvimento psíquico. Só isso. Elas são pessoas diferentes, mas o arquétipo da Grande Mãe é único e independe de cultura ou religião, pois existe em todos os seres humanos. "Grande Mãe" é somente um termo referente a uma força psíquica. Deuses, Deusas e personagens carregam muitos dos arquétipos que os seres humanos precisam para um bom desenvolvimento psíquco. E não é pra menos que nos apegamos a determinados personagens.
 
Última edição:
Acho que Galadriel é uma personagem que sofre um amadurecimento intenso na obra de Tolkien. Primeiro, possui um leviano desejo de ir à Terra-Média, e lá, no decurso dos eventos que ocorrem em Beleriand e, creio eu, pela influência de Melian, a Maia, ela se torna mais sábia e forte.
A Galadriel de o Silmarillion é uma Galadriel jovem, não que isso signifique tola, que encontra em Doriath aquilo que buscava na Terra-Média e passa lá a residir. A Galadriel de o Senhor dos Anéis se mostra mais madura frente ao perigo de Sauron.
Ainda assim, ela é uma personagem admirável.:mrgreen:

Só não concordo com a caracterização de Galadriel como imatura na Primeira Era, como alguém que toma uma decisão séria sem pensar. Abandonar as terras imortais é uma ação louvável.

E isso não é papo de Taleban, como se diz, pelo contrário. Taleban é quem quer ficar debaixo das asas dos Valar por todo a eternidade, Galadriel e Turgon e muitos dos Noldor fizeram melhor: levaram seu amor pelos Valar (nas palavras de Finwë no tópico "A Casa de Davi e a Casa de Elros", página 2) para a Terra-Média, para o Reino de Morgoth.

É evidente que abandonar Valinor desagradou os Valar, sendo que esse repúdio se deu muito por como e com quem isso foi feito - com fatricídio e com odiadores soberbos dos Valar.

Tanto é louvável que, como mostra o CI na página 256, citação de carta do professor:

Podemos associar Galadriel, assim como muitas personagens, ao arquétipo da Grande Mãe: a que nos possibilita dar início a uma nova vida, assim como nos guiar no processo de individuação, ou seja: sair do estado infantil de identificação para um auto conhecimento mais elevado:o de si mesmo. E esta busca pelo si mesmo é mais calcada no conhecimento que vc obteve através de suas experiências de vida do que ligadas aos do meio em que se vive (podemos notar isso no relacionamento entre Galadriel e Frodo, por exemplo... é o que ocorre com ele ao longo de toda a história: sair de um estado infantil e ingênuo, para um estado de amadurecimento pessoal conseguido com suas experiências).
Podemos, desta forma, fazer até uma associação entre Galadriel e a Virgem Maria, por exemplo. Ambas são um arquétipo só, que carregam a mesma simbologia descrita acima, em contextos totalmente diferentes.

Extraordinária sua fala, Sindar Princess. Isso que você coloca é mais um fator que derruba a tese de que Tolkien é escapista. Escapismo é fazer uma mãe ou divindade que tudo resolve, que te protege do mundo e torna sua vida um mar de rosas, ou seja, que te mantém na infância.

É por isso que nosso querido e adorado Dr. Freud critica tanto a volta a mãe, pois a mãe ama incondicionalmente e quer colocar sempre debaixo das asas, mas Galadriel é a mãe que ama de verdade e que tem a coragem de forçar quem vem a ela a crescer, a se arriscar e a criar seu mundo e espaço.

Frodo poderia ter ficado em Valfenda com Bilbo, e ele desejou ardentemente isso, um desejo comparado ao de possuir o Anel, mas ele prefiriu o risco, talvez em parte por estar preso ao Anel, mas também porque faltavam aventuras para lhe compor, para então, enfim, ele estar com Bilbo no mesmo nível, não como tio e sobrinho (é isso, né?), mas como herói e herói. No caso eles são heróis em toda Arda, mas basta sermos heróis de nossas vidas e dos que estão a nossa volta.
 
Extraordinária sua fala, Sindar Princess. Isso que você coloca é mais um fator que derruba a tese de que Tolkien é escapista. Escapismo é fazer uma mãe ou divindade que tudo resolve, que te protege do mundo e torna sua vida um mar de rosas, ou seja, que te mantém na infância.

É por isso que nosso querido e adorado Dr. Freud critica tanto a volta a mãe, pois a mãe ama incondicionalmente e quer colocar sempre debaixo das asas, mas Galadriel é a mãe que ama de verdade e que tem a coragem de forçar quem vem a ela a crescer, a se arriscar e a criar seu mundo e espaço.

Frodo poderia ter ficado em Valfenda com Bilbo, e ele desejou ardentemente isso, um desejo comparado ao de possuir o Anel, mas ele prefiriu o risco, talvez em parte por estar preso ao Anel, mas também porque faltavam aventuras para lhe compor, para então, enfim, ele estar com Bilbo no mesmo nível, não como tio e sobrinho (é isso, né?), mas como herói e herói. No caso eles são heróis em toda Arda, mas basta sermos heróis de nossas vidas e dos que estão a nossa volta.

Por isso que Jung, que foi discípulo de Freud, merece um estudo e conhecimento maior da parte das pessoas. Ele se distancia do inconsciente freudiano por acreditar em forças píquicas que impulsionam (ou não) os seres humanos, o inconsciente coletivo: os símbolos de toda a Humanidade, indenpendente da cultura em que a pessoa está inserida, tem o mesmo poder ou significado para todos. Nossa Senhora Aparecida, Virgem Maria, Galadriel, etc, carregam em si o arquétipo descrito acima: elas são forças psíquicas.
 
Nossa, essas discussões estão ótimas! Idustrial acertou em cheio! Só gente boa comentando!
 
Inteligente, ambiciosa sem desvario, capaz, dotada de grande capacidade de avaliação (não menosprezava mortal algum), cautelosa e, na época da Guerra Do Anel, extremamente realista (sabia que, para realizar seus sonhos, teria de deixar de ser ela mesma).

Personagem admirável, excepcionalmente bem construída em torno de uma personalidade forte dotada de livre-arbítrio.
 

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