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CAP.I - A ELFA E OS DRAGÕES

Anne Tolkien

Usuário
Anna Lunna acordou com o sol da manhã em seus olhos. Levantou-se e correu para a cozinha para tomar o delicioso café que sua mãe Lummena lhe preparava todas as manhãs.

Era dia 22 de Isilë, o décimo terceiro mês do ano; dia em que Lunna completaria onze anos de idade.

Ela aguardava ansiosamente pelos abraços e presentes que ganharia. Esperava a chegada de seus entes queridos para sua festa de aniversário, onde; como em todos os anos anteriores; eles dançavam e comemoravam até o amanhecer.

Lunna terminou a refeição e correu para o maravilhoso campo verdejante fora de sua casa élfica.

Sua garou Lyla veio correndo brincar com ela; e depois de algumas horas Anna avistou seu pai Dyllan chegando da floresta:

- Anninha! Como você está? O que você fez hoje?

Eles conversavam enquanto Dyllan levava Lunna para dentro.

Quando chegou a noite, Lummena fez um pequeno bolinho para Lunna e a família se sentou para comer junto dela.

Durante a refeição, Anna começou a falar sobre dragões.

- Quando eu crescer, quero voar nos dragões mais bonitos de Drakkar! Todos eles vão gostar de mim e vou ser amiga de todos eles!

Seus pais sorriram para ela:

- Vai sim, querida! Você será uma grande amiga dos dragões, e voará mais alto do que qualquer um já voou com um dragão! - disse Lummena.

Dyllan terminou de comer, respirou fundo e falou:

- Anninha... Mamãe e eu queremos dizer uma coisa que... vai te desapontar muito.

- O que foi atto?

- É... Seus primos e... tios... não virão para seu aniversário.

- Por quê???

- Bem, eles... Quer dizer; não só eles, mas nós também... Estamos passando por algumas dificuldades que você ainda não tem capacidade de entender e... Você também não vai ganhar presente.

- Não? Mas... E o meu vôo com dragões?

- Querida... Os dragões... Não são como os outros bichinhos que você vê pela floresta. Eles são seres poderosos e mágicos. O coração de um dragão vale muito! Um dragão é que escolhe seu companheiro. Mas ouça bem: um dia você terá um, dois, três... Muitos dragões!

- Ah... Bom... Então... Está bem. Eu... estou com sono. Obrigada pelo bolo, ammë. Mára lomë. Amo muito vocês. Mesmo que eu não ganhe presentes, nunca esquecerei o carinho que têm comigo.

Lunna fez uma carinha triste, saiu da mesa e foi para seu quartinho. Deitou-se em sua caminha e adormeceu triste.

Lunna e seus pais eram elfos de divisão Noldorin que pertenciam à uma família nomeada de Lunyar; os elfos que sabiam os segredos do espírito da Lua. Lummena, a mãe de Lunna, era a única filha que Celebrimbor; filho de Fëanor; teve com uma elfa chamada Caladiel; e suas outras irmãs Verenna, Marenna, Lorenna e Gehenna eram as filhas que Caladiel teve quando se envolveu com outro elfo, depois que Celebrimbor morreu.

Dyllan e seus três irmãos Etherus, Rauthar e Amandril, eram drakkárys, filhos da dragão vermelha Enayra com o dragão metálico Waynly; que haviam escolhido viver na forma élfica, mas possuíam espírito e sangue de dragão.

Anna Lunna Fëanaro portanto, era a filha única de Lummena e Dyllan; e por consequência, a única bisneta de Fëanor. Esta família morava em um mundo maravilhoso, em épocas muito, muito antigas; chamado Drakkar, o mundo místico dos dragões. Este universo abrigava as mais encantadoras paisagens, todos os tipos de seres místicos imagináveis; e em maior quantidade estavam os dragões, de todos os jeitos e cores!

Muitos eram também os elfos e os humanos. Havia também uma espécie humana chamada de Humanyarin; seres humanos comuns que entravam em uma determinada fonte poderosa de um certo reino e após ter contato com suas águas duravam eternamente sem envelhecer.

Anna Lunna era apaixonada por música e por dragões. Apesar de ser muito nova, ela tocava muito bem piano e tinha ávido interesse por harpa.

Aos três anos de idade, ela saiu de sua singela casa e acariciou os dragões que se encontravam perambulando pelo campo, sem medo algum.

O presente de aniversário que ela mais queria era poder montar num dragão e passar um dia todo voando sobre ele.

Naquela noite, enquanto ela dormia e sonhava; aconteceu uma tragédia que mudou para sempre a sua vida.



✞✞✞✞✞✞✞✞✞✞

Devido à importantes feitos no passado, todos os Lunyar estavam sendo caçados por criaturas torpes, seres da escuridão que queriam ver sua destruição até não restar mais nenhum deles!

Naquela noite, chegaram ao campo de Montevérgine; uma pequena tropa de orcs com instrumentos de guerra. Eles entraram quebrando tudo e incendiaram a casa de Anna Lunna. Quando ouviram o começo da balbúrdia, Lummena e Dyllan já sabiam do que se tratava e que não teriam escapatória. Eles se despediram de Anna Lunna ainda adormecida e Dyllan; com uma dor terrível; trancou a filha no porão. Pela última vez, ele olhou pela janela de sua humilde casa e avistou um antigo ente querido vindo do horizonte.

Dyllan sabia que sua filha era forte o bastante para sobreviver, que estaria bem acompanhada e protegida, e que ela nunca esqueceria seus pais.

Os dois lutaram e resistiram até serem executados pela tropa órquica. Mas antes, deixaram uma última lembrança para sua filha.



✞✞✞✞✞✞✞✞✞✞✞



- Atto?... Mamil? Papai? Mamãe? Onde estão vocês???

Lunna levantou e caminhando até a porta encontrou uma chave no chão. Abriu a porta e caminhou entre os destroços sem nada entender. Ininterruptamente ela chamava por seus pais.

- Mamil? Atto? O que aconteceu? Por que nossa casa está destruída?

De repente ela ouviu passos e ficou bem quietinha.

- Sinto cheiro de elfa... FREEEESSSCA!!! - começou a sussurrar uma voz rouca e grotesca.

- Elfa... FRESSSSCAAAAA!!!

Apavorada, Anna subiu as escadas correndo e entrou em seu quarto, trancando o que restou da porta. Quando olhou para frente, ela se deparou com um enorme dragão vermelho!
Ele empurrou na direção dela, três lindíssimos ovos, cada um de uma cor: um vermelho, um verde e um azul.

Anna esticou a mãozinha e acariciou a cabeça do dragão, maravilhada.

Vagarosamente, e em silêncio; o dragão vermelho partiu.

Os ovos eram muito grandes e Lunna não conseguiria carregar os três embaixo do braço. Então, a pequena elfa puxou o cobertor de sua cama e embalou os três juntos.

A voz grotesca silenciou, e ela saiu andando lentamente, arrastando três ovos. De repente ela voltou a escutar:

- Eu matei seus pais... Eu queimei a sua casa! E agora vou devorar você, fadinha frágil e inútil!!!! - ele rosnava no idioma dos orcs.

Lunna começou a chorar; mas diferentemente de como choram os humanos, a elfa chorava sem emitir nenhum som e sem fazer caretas. Apenas as lágrimas desciam por seu rosto. Quando saiu da casa, viu seus pais mortos lado a lado no campo, enquanto o fogo crepitava na madeira da casa. Um grito agoniante invadiu aqueles campos! O orc horrendo apareceu com uma careta horrenda que assustou-a! Lunna começou a correr arrastando o cobertor. Ela corria o quanto podia e o orc montou em seu cachorro e foi perseguí-la. A aberração alcançou um dos ovos e mordeu com toda a força!

- NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃOOOOOOO!!! SOLTA, LARGA!!!

Anna puxou o cobertor e jogou uma pedra na cabeça do cão monstruoso. Os ovos bateram numa grande rocha que os drakkarianos chamam de menir; mas nem ao menos chegaram a rachar.

Lunna correu, correu, correu tanto que o orc a perdeu de vista no meio daquela floresta.

Durante a fuga ela levou muitas mordidas do cachorro órquico e caiu inúmeras vezes carregando aquele cobertor pesado tentando salvar criaturas que ela nem ao menos imaginava estarem se formando lá dentro. Se escondeu com seus ovos dentro de uma caverna funda e escura, da qual ela teve muito medo, mas era seu único refúgio.

Durante a penumbra aterradora da noite, ela chorou de medo e mais ainda pela morte de seus pais. Quando olhou para os ovos abrigados no cobertor; reparou que eles tinham pequenas partículas que brilhavam e davam uma certa luminosidade ao local. Um pouco mais tranquila; ela abraçou os três ovos e adormeceu, preocupada com o que o destino lhe reservava.

No dia seguinte, Lunna despertou imaginando estar em sua casa. Como em todas as manhãs, ela levantaria da cama, correria para a cozinha e tomaria café com sua mãe.

Mas não, naquela manhã gélida, ela acordou em um chão duro, sem travesseiro, sem cobertor, sem café, sem sua cama, sua casa e sua mãe. E estava faminta!

- Só pode ser um pesadelo... Só pode ser um pesadelo... Acorde Anna Lunna... Acorde. Isso não é real, não é real... - ela delirava.

Levantou e, arrastando os ovos saiu da caverna.

- Mamãe... Papai... Atto... Ammë...

Ela sussurrou a manhã toda arrastando os ovos com ela de um lado para o outro.

- Eu não tenho nada... Não tenho ninguém...

Caminhou até encontrar uma lagoa e tentou pegar alguns peixes; trabalho simples que ela levou o dia todo para realizar porque tinha dó dos animais e não queria se alimentar deles.

- Me desculpem peixinhos, me perdoem. Eu não queria matar vocês. - ela dizia chorando enquanto voltava para a caverna; já estava escuro.

Enquanto voltava, o clima começou a mudar e as nuvens estavam carregadas. Iniciou-se uma tempestade violenta de raios e ela correu para a caverna, assustada.

Colocou os peixes no chão e se encolheu feito uma bola perto dos ovos.

- Como vou comer esses peixes crús? Preciso de fogo, fogo...

Não demorou muitos minutos para que a tempestade atingisse a caverna e ela começasse a desmoronar! Pedaços grandes dela caíram na saída da caverna e Lunna não teve como sair para fugir. Ela ficou chorando só esperando a morte, enquanto os raios devastadores quebravam a caverna e as pedras caíam ao seu redor. Um dos raios atingiu o ovo azul e ele sofreu uma pequena rachadura mas a elfa, em meio a tanto medo, não percebeu.

O local começou a pegar fogo por causa das áreas atingidas pelos raios e as chamas chegaram até Lunna. Ela sentia muito frio e abraçou o ovo vermelho, que era o que ela achava maior e mais bonito, colocou os outros dois ovos embaixo de sua barriga, se encolheu e adormeceu em prantos.

Durante a noite, o fogo aumentou e passou pelos ovos e pelo corpo da pequena álfar, mas ela nada sentia; o fogo não lhe machucava e não a destruía.

Ela acordou sentindo-se aquecida e ouviu quando um dos ovos emitiu um estalido. Ela olhou para o ovo vermelho que abraçava forte e ficou observando-o rachar-se sob o fogo. Seus olhos dourados, os únicos daquela majestosa cor em todo aquele mundo encantado; brilharam de alegria quando Lunna viu a belíssima criatura que saiu de dentro do ovo vermelho: um dragão do fogo!

Lentamente, ela se sentou, e suas lágrimas caíram sobre a magna couraça escarlate do pequeno ser. Ele saiu do ovo e com as pequenas asinhas abraçou o ventre da elfa para se manter aquecido. Os olhos dele eram dourados como os dela; ele fechou-os e dormiu.

No minuto seguinte, enquanto Anna maravilhava-se acariciando o dragão abrigado em seu colo como se ela fosse a mãe dele; caiu o último raio sobre o ovo azul e ele partiu de uma só vez libertando um lindo dragão azul! Este deu três passos e abraçou a perna direita de Lunna.

- Vocês devem estar com muito frio!

O terceiro ovo rachou quando ela o pegou e o manteve aquecido em seus braços por alguns minutos. Nasceu então o dragão verde e este se aninhou em seu pescoço para dormir.

- Eu tenho uma família! - ela se alegrou; - Eu tenho uma família de dragões!!!

E naquela noite, dormiram os dragões e a elfa em meio a faíscas e escombros da caverna desabada.



♚♕♚♕♚♕♚♕



- Preciso escolher um nome pra vocês, meus bebêzinhos! Foram o meu melhor presente de aniversário em meus 11 anos de vida! - foi a primeira coisa que Lunna disse quando acordou e viu os dragõezinhos na mesma posição em que haviam dormido.
- Vocês devem ser todos machinhos, não é? Não têm cara de meninas...
Eles se desprenderam do corpo da jovem e começaram a fazer ruídos e abrir as bocas.

- Vocês devem estar com fome. Vamos procurar comida!

Ela saiu caminhando devagar para que os recém nascidos pudessem acompanhá-la.

Eles caminharam uma longa distância e Lunna mostrou o lago para que eles pudessem apanhar peixes.

O dragão verde e o azul foram para o lago, mas o vermelho tomou um rumo diferente e foi para uma pequena caverna próxima.

- Hey! Onde você vai? - ela o seguiu.

Quando entrou, viu um brilho alaranjado e pequenas pedras de lava solidificada; Anna Lunna assustou quando o dragão vermelho engoliu um montão delas!

- POR QUE VOCÊ ESTÁ COMENDO ISSO?!

Ele continuou a comer e quando já estava satisfeito, saiu e pulou direto num esquilo.

- Você é bem esperto! Por que você engole pedras, Vermelhão?

Ela sentou em uma rocha e esperou todos eles comerem sem olhar para suas refeições destroçadas.

Começou a pensar em nomes para sua nova família diferente, até que ela teve outra idéia:

- E se eu inventasse palavras que só a gente entendesse para conversar com vocês? Assim nenhum enxerido iria descobrir nossos segredos. Sabem que eu sempre quis ter irmãozinhos? Vocês são minha única companhia agora. Estou com saudade dos meus pais. Por que eles tinham que morrer? Por que aqueles bichos feios mataram eles? Meus pais eram bons, eles nunca fizeram maldade! - e começou a chorar.

O dragão vermelho a observava. Ele veio para seu lado e fungou no rosto dela, secando suas lágrimas, como se quisesse consolá-la. Enquanto eles se esbanjavam com carne, ela pegou uma pedra e começou a riscar com suas unhas fortes, palavras que ela tinha em mente. Anna passou o dia criando vocabulários para comunicar-se com seus dragões; e depois ela lhe deu seus nomes. Olhou para o dragão vermelho e ele veio para perto dela para que acariciasse sua cabeça.

- Você... É tão lindo... Parece ter sido desenhado. Não existem palavras para expressar a sua perfeição! Seu nome será... Smaug. Significa "vermelho terrível e inefável"! Quando você crescer, será temido e poderoso! Será o dragão vermelho mais belo de todos os mundos!

Depois, se aproximou do azul:

- Você... Tem uma expressão imponente e soberana. Seu nome será Aerys, significa "rei". Será um grande guerreiro!

E por último foi ao dragão verde:

- E você... Será astuto e estrategista! Seu nome será Drogon, que significa "sorrateiro e astuto". Vocês três agora são a minha família. Nós vamos crescer juntos e falar na nossa língua, que se chama Dalish ou Drakweny, o idioma dos dragões; e eu vou cuidar de vocês e amá-los como se fossem meus três filhos: Smaug, Aerys e Drogon!



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Lunna; Smaug, Aerys e Drogon caminhavam constantemente pelas florestas de Drakkar procurando um lugar para se adaptarem. Os dragões cresciam rápido, e com o passar de algumas semanas já estavam do tamanho de gados; sendo Smaug o maior dos três. Enquanto foi possível, todas as noites eles dormiram como tinham nascido: Smaug dormia na barriga de Lunna, Aerys enrolava na sua perna e Drogon em seu pescoço; e por isso essas partes do corpo da elfa ficaram marcadas. Em sua perna ficou a marca da calda de Aerys, em sua nuca tinha a marca do olho de Drogon e em sua barriga a marca de uma unha de Smaug.

O idioma Dalish, que Lunna inventara; se espalhou rapidamente entre os dragões de diversas regiões.

Aconteceu que certa manhã, enquanto andavam a procura de água, chegaram num campo extenso onde Lunna encontrou pepitas de ouro e correu pelo campo para pegá-las. Smaug, por ser um dragão vermelho, se ludibriou ao ver as pedras preciosas pela primeira vez.

Anna Lunna corria cada vez para mais longe, e se afastou um pouco dos dragões para pegar pepitas.

- Olha Vermelhão! Você gosta? Eu vou pegar todas elas pra você! - ela gritava para Smaug, eufórica.

Acontece que, ao longe pastavam uma porção de gados fartos; e a pequena não se importou com eles. Ela corria desenfreada para conseguir pegar todas as pedrinhas de ouro que via. As vacas e bois perceberam o movimento agitado da garota que se aproximava e começaram a correr em direção a ela. No meio do bando havia um touro preto enorme; ele bufava furioso e foi pra cima da elfa com intenção de lhe enfiar uma boa chifrada! Quando Anna viu o monstro, assustou, perdeu o equilíbrio, escorregou e caiu dentro de uma valeta. O touro veio por cima da valeta, raspando as patas no chão, bufando e enterrando os chifres no buraco para ferir Lunna. Agachada e encolhida na valeta para que os chifres não a ferissem, ela começou a gritar agudamente.

Os dragões se iraram; Smaug e Aerys foram ao encontro dos gritos; pisando por cima das vacas. Cada um cercou o touro de um lado e o abocanhou, despedaçando-o e repartindo-o ao meio como se ele fosse um pedaço de pano podre.

Lunna permaneceu imóvel dentro da valeta, e seus dragões a tiraram daquele buraco. Ela abraçou o dragão vermelho. Naquele momento ela entendeu o quanto ela significava para eles, e daquele dia em diante o laço entre Anna Lunna e os três dragões ficou ainda mais forte.
Assim eles cresceram. Caminhavam durante o dia todo por florestas e bosques que não conheciam explorando tudo. Smaug, Aerys e Drogon estavam sempre a proteger Anna dos perigos selvagens. Eles caçavam e comiam inteiros, animais de grande porte, e a elfa, que não se agradava em ver animais morrendo para que ela própria se alimentasse; sobrevivia comendo vegetais e frutos. Seus preferidos eram hortelãs por causa de seu cheiro; e das frutas, ela adorava lichias e morangos. Amava também as flores, sendo suas prediletas as rosas vermelhas.

Smaug, o dragão vermelho, estava sempre a comer blocos de lava solidificada. Quando eles fizeram seis meses de idade, começaram a mostrar suas habilidades.
Smaug soltou sua primeira rajada de fogo. Aerys, a sua primeira rajada elétrica; e Drogon a sua primeira rajada de gás corrosivo.
- Então era por isso que você comia lava, Trâgu (Terrível)? - indagou Lunna quando viu Smaug fazer fogo pela primeira vez. - Que legaaal! Solta fogo de novo, de novo, de novo!!!
Anna Lunna o chamava por Trâgu, que em Dalish quer dizer "terrível" porque seu dragão vermelho literalmente merecia este título, pois ele não perdoava aqueles que apareciam em seu caminho tentando machucar Anna, e algumas vezes atacava acampamentos de nômades na floresta e devorava todos sem deixar sobreviventes. Depois que ele aprendeu a fazer fogo e começou a falar, ficou ainda pior! Destruía tudo em seu caminho, bastava que algo o contrariasse para queimar tudo; e era totalmente obcecado por pedras preciosas, principalmente pelo ouro! Era dos três, o mais mal humorado, e quando encontrava uma presa gostava de enganá-la e fazê-la de imbecil para depois devorá-la. Mesmo quando Lunna se distanciava um pouco e ele parecia não estar vendo, estava sempre prestando atenção nos passos dela. Smaug começou a ensinar para sua companheira a dobra do fogo.
Aerys era um exímio nadador, mas também adorava enterrar-se na areia. Ele e Lunna passavam horas nadando, e ele a ensinava a dobra da água. Aerys adorava áreas úmidas e frescas, e o que mais o atraía eram as safiras. Por causa da eletricidade, várias vezes suas escamas produziam pequenos raios de choque visíveis em sua pele, que ficabam ofuscando como pequenas faíscas e emitiam um pequeno ruído. Aerys também gostava das aquamarines por elas serem ainda mais raras; e sabia exatamente onde encontrá-las.
Drogon era curioso e gostava de uma boa intriga. Passava horas enroscado nas árvores mais altas dos locais onde ficava e falava muito mal dos humanos. Lunna vivia a rir de suas reclamações. Drogon gostava de qualquer bugiganga, desde que tivesse algum valor.
Para atrair presas ele deixava alguns de seus tesouros a mostra em locais onde os humanos costumavam ir, e quando ele os via lá do alto das árvores, descia velozmente e os devorava antes que conseguissem escapar. Drogon ensinou para Anna a arte de desenhar com sangue de dragões em sua pele.
Smaug jamais deixava o seu ouro a alcance de qualquer humano, não gostava nem que chegassem perto! A única que pegava e usava suas jóias era Lunna.
Como é óbvio perceber então, Drogon se abrigava entre as árvores mais altas, Aerys ficava enterrado na areia quando não estava nadando, e Smaug dormia soterrado pelo ouro que acumulava dentro de uma caverna rochosa com lava vulcânica.
Quando queriam os quatro dormir; como Anna Lunna não dormia nas alturas com Drogon, e nem na areia com Aerys; preferiu ela ir dormir dentro do "covil" incandescente de Smaug. Ele se deitava sobre uma grande rocha e enrolava sua calda para que Lunna deitasse nela.

Os três estavam acumulando tantos tesouros, que não demorou muito para que isto começasse a atrair outros dragões interesseiros.
Um destes era Hably, um dragão negro cuja cara lembrava um pouco a fisionomia de um balrog. Ele era obcecado por moedas de ouro e azeviches.

Como gostava de soterrar-se na lama e também sabia nadar; era mais fácil para ele roubar tesouros de Aerys.
Certo dia, saíram Drogon e Smaug para comer vacas num pasto não muito longe dalí. Anna Lunna ficou dentro da caverna de Smaug e Aerys dormia soterrado na areia.
Foi aí então que apareceu Hably em silêncio. Ele olhou maliciosamente para todos os lados...

Então entrou no lago onde Aerys gostava de nadar e procurar aquamarines. Ele agarrou uma porção de safiras e ao sair do lago, entrou na caverna rochosa de Smaug.
Quando sentiu o cheiro de Lunna, sentiu uma fome devastadora e começou a procurá-la.

Ele entrou e afundou no pequeno monte de ouro e começou a fungar.
- Cheiro de elfa jovem, cheiro de elfa jovem! Estou faminto!!!
A poucos centímetros, ele rastejou e agarrou Lunna pelos cabelos e foi arrastando-a para fora do covil. Enquanto ela gritava, ele dizia:
- Esta será um aperitivo saboroso! - em seguida abriu a bocarra para dar a primeira dentada. O bafo do dragão deixou Anna zonza, e quando tentou correr, ela caiu e Hably veio pra cima dela, raspando os dentes em sua perna, onde fez-se um enorme ferimento! Em seguida ele a pegou pela língua e virou a boca pra cima!
De dentro da boca de Hably, Lunna deu um grito enorme quando Smaug apareceu e saltou em cima do dragão negro e ela voou longe!
Hably lançou uma rajada ácida e Smaug um grande cone de fogo. Quando viu que não tinha chances contra o dragão de fogo, Hably covardemente fugiu e Aerys correu para ajudar Lunna. Drogon perseguiu o dragão negro enquanto esteve em Drakkar.
Passados alguns dias, quando Lunna andava pela floresta sozinha, Hably a viu de seu lamaçal onde ele morava. Ela estava distraída comendo hortelãs e falando com um coelho que carregava no colo e acariciava.

Hably esperou que ela chegasse diante de um penhasco cheio de cipós que pendiam de grandes árvores; e então se escondeu atrás de um grande tronco de árvore caído, prontificando-se para o ataque. A elfa cantarolava distraídamente...
- Drakul, liblyg drumînis
Tenon na le dwin
Vanadia na le maagt
Yory na let meeret... (Dragão, querido mestre
Veloz como o vento
Sábio como os magos
Feroz como os mares...)
Quando ela passou pelo tronco, do lado contrário a cara de Hably e o viu, esperando-a aparecer; ficou em silêncio e imóvel. Lentamente, ela saiu andando de costas, pisou numa pedra, torceu o pé e caiu de frente para outro tronco que parecia uma espécie de túnel.
Hably ouviu imediatamente e virou-se correndo de boca aberta em direção a Lunna. Ela entrou dentro do tronco, sempre gritando e dizendo em Dalish:
- Veny Smaug wonka drû drîm nay glosolien karonmyë, drîm kommus sherwin, tûn krátti! (Quando Smaug souber que você está tentando me devorar, você vai queimar, criatura tola!)
Como não conseguia entrar dentro do tronco, Hably começou a empurrá-lo com a cabeça e ele saiu rolando para o penhasco. Nesta mesma hora, apareceram os três dragões de Anna Lunna. O tronco em que ela estava despencou, sendo segurado pelos cipós. Lunna caiu de dentro dele e Smaug foi atrás dela enquanto Aerys atacava Hably com rajadas de choque. Smaug pegou Lunna e Hably pulou no penhasco e se enroscou nos cipós, caindo em cima de Smaug.
Lunna escorregou e caiu para mais longe. Apareceram mais dragões idênticos ao dragão negro e cada um deles tentava pegá-la enquanto ela segurava nos cipós e tentava se distanciar deles. Drogon foi tentar combatê-los junto a Aerys e Smaug brigava com Hably.
As asas dos dragões estavam todas enroscadas nos cipós e nos ramos das árvores de modo que eles não conseguiam levantar vôo, seus pesos estavam sendo suportados pelos cipós enquanto rolavam todos na briga. Então os cipós e os ramos onde Anna também se segurava, arrebentaram e ela foi caindo. Smaug lançou fogo em tudo e alguns dragões caíram, outros voaram a tempo. Drogon a pegou antes que a elfa caísse num poço de lama
 

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