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Cantinho dos Críticos

Ana Lovejoy

Administrador
Sim, morreu o "Sugestões de Livros". Eu acho que os frequentadores assíduos aqui do Literatura tem capacidade de fazer coisa melhor do que postar uma breve lista com títulos e sem comentário algum.

O que isso vai virar? Um cantinho para resenhas de livros que gostamos e queremos que outras pessoas conheçam. Ninguém vai ficar curioso se eu chegar e postar "O Retrato de Dorian Gray". Mas a coisa mudará de figura se eu colocar um resumo da obra, o que me chamou a atenção, personagens interessantes e por aí vai, entenderam?

Não precisa ser uma resenha ao estilo "Caderno Cultural de um Grande Jornal", mas apenas um comentário crítico. Acreditem, inspirar o desejo de ler em uma pessoa não é tão difícil quanto se parece. Basta falar com paixão (e falar de livros que gostamos com paixão é fácil, não?) :wink:

Bom, a idéia está aí. Espero que vocês se mexam antes que eu faça disso um tópico particular :mrpurple:
 
livro: A Caverna
escritor: José Saramago

vou fazer uma postagem aqui sobre o meu post, que eu acho que ficou particular: vamos todos então descobrir se queremos o plástico à porcelana! vamos descobrir, dentro de nós mesmos, se preferimos a concretude à ilusão, se vamos soltar-nos das correntes que nos atam ao chão e descobrir se somos capazes de abandonar as sombras daquilo que realmente é! vamos ver o lado humano, e até animal, do que mito/alegoria da caverna de Platão!!! estaremos a ser Cipriano ou (continuaremos) a ser Marcel?
Descobri-vos, pois eu descobri-me...cego, até postar os olhos nesse livro.
um abraço a todos, ou melhor, pra cada um.
 
Livro: "The Citadel"
Escritor: A. J. Cronin

Quais injustiças e dificuldades um médico recém-formado poderia enfrentar para mudar o sistema médico dominante em pequenas cidades inglesas (?) há menos de 100 anos atrás? Ele não era como os outros, que mal exerciam sua profissão ou então se sujeitavam à certas ordens....
Um livro que ajudou a mudar a sociedade.

:roll:
 
Livro: "Angústia"
Autor: "Graciliano Ramos"

Como certos acontecimentos insignificantes tomam vulto, perturbam a gente! Vamos andando sem nada ver. O mundo é empastado e nevoento. Súbito uma coisa entre mil nos desperta a atenção e nos acompanha. Não sei se com os outros se dá o mesmo. Comigo é assim. Caminho como um cego, não poderia dizer que me desvio para aqui e para ali.

Angústia não é o tipo de obra cuja leitura é recomendada para qualquer momento. Densa, difícil e amarga, a leitura pode acabar com o humor de qualquer pessoa. Escrito por Graciliano Ramos em 1939, conta a história de Luís da Silva, um atormentado funcionário público, que chega ao limite dadas várias circunstâncias que começaram todas da paixão dele por Marina.

Poderia ser mais um romance acerca das misérias do Nordeste, das relações entre classes sociais, problemas de uma sociedade rural e todos esses temas já tão abordados em nossa Literatura. Mas o que atrai a atenção, o que é realmente diferencial nessa obra, é a forma como é contada.

Para começar, a narrativa é toda em primeira pessoa. É uma espécie de confissão de Luís, bem semelhante ao que Machado de Assis faz com Bentinho em Dom Casmurro. A visão dos acontecimentos e o julgamento dos mesmos, todos pertencem ao personagem-narrador, Luís da Silva.

O que torna essa forma de narrativa interessante é que a confissão não é tão "simples" quanto a de Bentinho: a história/confissão de Luís é sobre um assassinato. Entra nesse relato todos os motivos, as paixões, as frustrações. Enfim, tudo que o levara a cometer o crime. E mesmo que a questão do assassinato torne a narrativa mais interessante, não é esse o fato mais importante da narrativa.

No caso, o importante é perceber o caráter circular com que a história é narrada. A última frase do livro completa a primeira, criando uma espécie de prisão circular: aqui entra o tema principal. Independente de qualquer coisa que fizesse, Luís nunca conseguiria mudar sua vida, nunca escaparia de sua própria prisão. O mundo dele seria o mesmo sempre, mesquinho e angustiante. Só para exemplificar o caráter circular da narrativa:

Última frase do livro: "Íamos descansar. Um colchão de paina."

Primeira frase do livro: "Levantei-me há cerca de trinta dias, mas julgo que não me restabeleci completamente."

Como já dito, não é literatura fácil ou para qualquer momento. Mas sem sombra de dúvidas vale a pena conferir, mesmo que seja só para conhecer essa estilo de narrativa.
 
operação cavalo de tróia
de J.J.Benítez

nossa são 6 volumes. eu estou no segundo. Fala de viajem no tempo, os caras da operação viajam para o tempo de Jusus. pra ver se ele realmente exixtiu, e para ver o que aconteceu com ele.vão na primeira viajem e voltam tudo certo.mas prescizam fazer uma segunda viajem pra pegar uma coisas que podem mudar o futuro..é o que sei até agora...
 
Os sobreviventes da tragédia dos Andes

Livro antigo, escrito por Piers Paul Read, conta a história de uma equipe de rúgbi que ia viajar para um jogo, no Chile. O avião em que estavam viajando teve alguns problemas e cai. O pior nem é isso. O avião cai nas montanhas dos Andes, uma cordilheira que é muito gelada. É aí que o livro realmente começa. A luta pela sobrevivência. Os sobreviventes tem pouquissima comida, então decidem que os mortos devem ser comidos.
Eu toh na parte que eles começam a explorar pelos arredores, pra ve se conseguem ajuda, ainda não terminei.
Recomendo
 
Fundação
Isaac Asimov

Uma trilogia excepcional. Um Épico espacial. Se passa em um futuro distante quando o Império galactico já tem trinta mil anos.

Um homem pode mudar a história?

Se ele tem a psico-história a seu dispor talvez sim.

Uma ciência que mistura matemática e psicologia e pode prever o que acontecerá com a sociedade, desde que o número de pessoas envolvidas seja grande o suficiente. Enquanto indivíduo, o homem permanece imprevisível, mas as massas podem ser tratadas estatisticamente. Quanto maior for a multidão, maior a precisão obtida nos cálculos, e a massa humana existente em 30000 EG girava em torno dos quintiliões.



A série Fundação é o maior sucesso de Isaac Asimov, o pai dos robôs positrônicos e de suas três leis da robótica. A trilogia é o passo inicial para um mundo tão desenvolvido quanto a Terra Média de Tolkien, um mundo fantástico e surpreendente bem no coração de nossa galáxia
:obiggraz:
 
Ana Lovejoy disse:
Livro: "Angústia"
Autor: "Graciliano Ramos"

eu ouvi muito falar desse livro, inclusive nas aulas de literatura sobre o Graciliano. Fiquei tentado a ler, mas ao mesmo tempo acuado, pois, pareceu-me um livro denso, pesado, introspectivo que demanda muita atenção, minúcia e solidez psicológica pra não se deixar levar. acabou que o medo venceu e eu adiei a leitura...não desisti, mas não é agora. >:)
 
Livro: As Brumas de Avalon (4 volumes)
Autora: Marion Zimmer Bradley


Não conheci até hoje alguém que tenha lido Tolkien que não tivesse gostado também de 'As Brumas', e vice-versa. Trata-se de uma narrativa sobre a época do rei Arthur, mas do ponto de vista das mulheres, da magia, da religião e da lenda de Avalon... É sensacional!

Existe também a adaptação para os cinemas, mas vocês podem imaginar como não deu muito certo (4 livros em 1 só filme??).

Recomendo bastante. Acredito que todos aqui irão gostar das obras.
 
Eu leio Tolkien há um bom tempo e ODEIO a Marion Zimmer Bradley, desprezível, mal-feita, deturpou o conto arturiano na tentativa de fazer uma visão diferente do mesmo, femista demais.
não gostei!
sem contar que ela é péssima.
 
Albert Camus

A praga

A estória resume-se à luta de Dr. Rieux contra uma epidemia que assola a cidade onde mora.

O que me chama a atenção é que a doença em si não é tão importante, mas a reações da população, dos pequenos heroísmos e grandes mesquinharias. E principalmente de um guerreiro que luta por uma causa perdida. Pois curar um enfermo - a função de Rieux - é nobre, mas ao mesmo tempo fútil: no final a morte clama por todos.

Mais interessante é que não há heróis ou vilões. Todos são apenas habitantes de uma cidade.

Mas há algo que me chamou a atenção. Por tudo ser justificado pelo desespero da situação, temos a sensação que nada justifica o ser humano tornar-se o que Camus retrata em A Praga. Se é fútil tentar algo, também dá raiva quem nada faz, nada tenta.

Estado de Sítio

Engraçado que o tema é o mesmo de A Praga. Mas nesta peça teatral a peste que assola a cidade agora é encarnada, e traz consigo uma secretária.

A analogia com o Nazismo é evidente. Mas ao mesmo tempo, a crítica transcende o momento: Camus ataca todo tipo de tirania.

Uma coisa me deixou incomodada. É um idealista... um tolo que descobre como combater a Peste. Apesar da resistência do povo em se levantar, ele continua a sua luta, deixando de lado até mesmo o seu amor. Ele sacrifica-se para que a Peste não vença e sua amada não pereça.

Mesmo que o tolo se sacrifique em prol de um bando de gente que não merece, se ele não se opusesse à Peste perderia seu valor. Isso me deixou frustrada, e ao mesmo tempo sabia que ele não podia jogar fora sua honra.

O Prisioneiro

Uma sucessão de fatos corriqueiros levam um homem comum a ser condenado à morte.

O que é interessante é que até o último instante parece que não é a vida de um homem, mas a estória de um bonequinho sem valor que é apresentada a nós. O cara faz coisas normais, vai ao velório da mãe mas não chora (porque ele mesmo explica), namora uma moça, vai à praia com um amigo, briga com um bando que é inimigo do amigo, e acaba matando um dos desafetos.

Tudo isso e parece que ele conta a estória como se não fosse importante.

Fiquei intrigada por muito tempo se não seria o choque de um inocente sendo condenado à morte, que fazia com que ele contasse sua própria vida num estado anestesiado.

Até os últimos momentos, que é quando a gente percebe que não é nada disso. Aí que ele começa a viver. Pois o que ele viveu até então era uma rotina morta, um destino morto. Ele toma consciência de si, de sua vida, e de repente - mesmo às portas da morte - ele percebe "Estou vivo"

Ele grita isso para o monge que quer confortá-lo. Grita porque o monge está morto como ele estava, e ele quer que o desgraçado acorde. Acorde como ele acordou, mas que o monge ao contrário do prisioneiro podia viver mesmo, despertar e viver. Sair da morte que é a vida de todos nós.
 
Postei isso no tópico do Discworld, mas como foi mais ou menos uma crítica vou colocar aqui. Quem sabe assim mais gente se interessa por essa série sensacional?

ESTRANHAS IRMÃS

Bom, é estranho comparar os livros do Discworld porque o último publicado sempre parece muito melhor que todos os outros. E Estranhas Irmãs não foge à regra.

Apesar de ter um pouco mais de páginas que os outros livros da série, Estranhas Irmãs é "menor" em vários sentidos. Pra começar ele se passa todo em um reino só (e um reino bem pequeno), e ao contrário dos outros, não envolve coisas como deuses, Criaturas do Calabouço das Dimensões e demais fatores que acabam influindo no destino de todo o Universo.

Mas isso não é uma desvantagem. Esse ambiente menor faz com que a história fique muito mais concentrada, e tanto os personagens quanto o cenário possam ser explorados mais detalhadamente.

O livro é brilhante. Além de ser tão hilário quanto os outros (ou talvez mais), foi o que mais me envolveu, pois apresenta elementos que fazem sentido apesar do absurdo, tornando a história densa e verossímil. Sempre houve uma espécie de lógica absurda por trás das loucuras do Pratchett, mas o foco menor de Estranhas Irmãs da margem a uma exploração maior das regras da ambientação. Os procedimentos de bruxaria, a relação das bruxas com a população, tudo isso resulta num senso cultural muito forte, tornando fácil a aceitação de Lancre como um cenário real, com seu povo, sua história, sua cultura.

O clima de "sátira de fantasia épica" foi sutilmente substituído por uma "sátira de contos de fada". Tudo desde o fantasma do Rei ao Duque louco, passando pelas bruxas e pelo herdeiro escondido, remete a um gênero mais próximo da fábula do que do medieval.

E apesar desse tom dado à história, a ambientação nunca pareceu mais vívida e concreta. Aqui os personagens não se limitam a subversões de estereótipos, eles têm personalidades complexas que não parecem existir só para render piadas. E apesar disso as piadas rendem muito.

As três bruxas são tão ricas em personalidade que o Pratchett poderia escrever um livro sobre cada uma delas. E como sempre, algo que não é humano acaba roubando a cena, nesse caso o gato Greebo, que tem pouco a fazer, mas só as descrições de suas aventuras sexuais já rendem boas gargalhadas.

Os temas explorados pela série continuam praticamente os mesmos, mas nessa história o Pratchett conseguiu transformá-los no elemento principal que move a narrativa. Assim sendo, esse é o livro menos episódico do Discworld até agora. É o mais concreto, o que tem mais fluidez. A forma de narrativa chegou num refinamento que eu não imaginava quando li os primeiros volumes da série. Os jogos de palavra estão por toda parte, e o próprio texto é tão bem escrito que considerar Pratchett um dos melhores escritores de humor de todos os tempos é injusto. Ele é um dos melhores escritores de todos os tempos, ponto.
 
Livro: Belas Maldições
Escritor: Neil Gaiman & Terry Pratchett

Nas palavras da contra-capa, uma citação de Clive Barker: "O Apocalipse nunca foi tão engraçado... Os Srs. Gaiman e Pratchett dever ser parabenizados: a parceria produziu uma estrodosa brincadeira com o Apocalipse. Transbordando de alegre insensatez."

A história começa pouco depois da expulsão de Adão e Eva do Jardim do Éden, quando somos apresentados à Crowley (um demônio) e à Aziraphale (um anjo) que conversam sobre os eventos recentes (do ponto de vista deles, no caso sobre a expulsão de Adão e Eva do Paraíso).

Depois disso a história dá um salto e chega até onze anos atrás. É uma noite comum e o anti-Cristo nasceu. Bom, o anti-Cristo é trocado por outro bebê e é aí que a confusão se instala.

É dificil dizer o que eu mais gostei nesse livro: os feitos do dia, os quatro motoqueiros do apocalipse, "Problemas Pessoais Embaraçosos", as notas de rodapé, as m***** que as crianças fazem...

Se eu contar mais posso estragar algumas piadas.
 
Livro: Um Copo de Cólera
Autor: Raduan Nassar

Esse livro é maravilhoso, deve ter uns 6 capítulos que são, cada um, uma frase, ou seja, 6 frases ao todo. Ou 7, por aí. Acho que foi um dos melhores livros que eu já li. Existe também um filme, homônimo.
Basicamente é a história de um relacionamento que, a priori, é estranhíssimo, mas aí para-se a pensar o quão estranhos nós podemos ser, e quão estúpidos somos se fôssemos capazes de sermos sinceros com nós mesmos, não que as personagens são sinceras, mas pelo menos somos oniscientes. Além do mais o livro traz uma frase maravilhosa, que me faz pensar até hoje, e espero que sempre: "Não há razão sem paixão."
 
Livro: Brasil: Nunca mais!

É um projeto de pesquisa envolvendo a Arquidiocese de São Paulo sobre a tortura no Regime Militar. Ele traz dados sobre os tipos de tortura, quem era torturado, as classes sociais atingidas, os grupos subversivos, os estatutos militares e civis, as perseguições, as leis absurdamente parciais que eram utilizadas contra os "criminosos políticos".
É um livro forte, que faz a gente pensar MUITO no que nosso país já foi, no que já aconteceu, e prestar um pouquinho mais de atenção em certas figuras políticas de hoje, que estiveram diretamente ligadas ao processo.
 
Livro: "Budapeste"
Autor: "Chico Buarque"

Uma história apreciável para um bom leitor. O livro conta as aventuras de um escritor anônimo que vai sem querer para Budapeste e acaba se apaixonando pala lígua húngara e decidindo ficar... Mas sau adaptação não é tão simples...

O livro é envolvente, um delicioso passeio pela lingua portuguesa, pois, sem via de dúvidas, o maior mérito do livro é a forma tão admirável que o autor usa as palavras.

Uma leitura indispensável, altamente recomendável
 
Triste fim de Policarpo Quaresma
autor: Lima Barreto
A paixão por seu país leva Policarpo Quaresma á loucura. Mas nem o patriotismo doentio é suficiente para protegê-lo da fúria repressiva do governo Floriano Peixoto. Nessa obra-prima da literatura brasileira, Lima Barreto faz a crítica do nascionalismo exagerado e promove uma bem-humorada revisão da historia da república.
 
Livro : A Saga Otori
Autora : Lian Hearn

O livro (na verdade uma trilogia, com apenas dois volumes ja publicados no brasil, O piso Rouxinol e A relva como travesseiro) conta uma historia que se passa no Japao medieval, o protagonista é um garoto que descobre que pertence a uma 'tribo' e tem poderes 'sobrenaturais' como audicao apurada , invisibilidade e uma forma de duplicacao de seu corpo. Uma historia de guerra, traição e amor intenso é involvente bem legal.
 
Livro: O Perfume
Autor: Patrick Susskind

O livro narra a saga do anti- heroi Jean-Baptiste Grenouille que segundo o autor foi uma das figuras mais geniais e detestáveis do sec. XVIII. Ele é nada mais que um gênio do olfato.
O universo de Grenouille é o dos odores. Ele os pode distinguir , classificar e reconhecer onde quer que esteja. Possui uma memória olfativa fotografica e com isso é capaz de criar a fragância que quiser. Ele as cataloga em sua memória e sabe exatamente o efeito que causam nos sentidos alheios. E acreditem, nos somos guiados pelo olfato, por menos que percebamos isto, e ai reside o drama de Jean-Baptiste. Ele simplesmente não exala odor, qualquer que seja.
E por causa disto é um ser humano nulo, em todos os sentidos. Completamente ignorado e desprezado por esta falha, ele se torna obsessívo em sua busca por um cheiro próprio e para isto comete as maiores atrocidades.
O livro possui um dos finais mais surpreendentes que eu já li. Embora surpresas é o que não faltem na obra.
 
Eu acabei de reler A Voz do Fogo, de Alan Moore.

Eu definitivamente o coloco entre os 5 melhores livros que eu já li, não porque eu sou fã do Moore, mas porque praticamente nada que eu li foi tão intelectualmente estimulante e emocionalmente impressionante.

À primeira vista pode-se achar que trata-se de um livro de contos, mas isso não é verdade. A Voz do Fogo é um romance que se passa num período de tempo tão extenso (7000 anos, aproximadamente) que a única maneira de narrá-lo é através de personagens diferentes.

A cidade de Northampton é a única verdadeira protagonista, apesar de estarmos lendo histórias narradas pelo ponto de vista de seus habitantes. Os temas decorrentes são tantos, e as ligacões tão minuciosas e complexas, que o livro pede uma compreensão instintiva, quase subconsciente, para ligar os pontos. E apesar dessa colcha de retalhos criada com situações e objetos icônicos, o desfecho não é o que se espera, mas isso é proposital. Nós estamos, afinal, lendo sobre a história e vivendo-a, mas ela não acabou. Que conclusão poderia se esperar, então?

Minhas próximas leituras já estão esperando e serão "Retrato do Artista Quando Jovem", de James Joyce e "O Retrato de Dorian Gray", de Oscar Wylde.

Dois livros com "retrato" no título. Coincidência? 8O

P.S.: Pra quem pretende ler A Voz do Fogo, um aviso - É imprescindível que se leia as histórias na ordem. Como eu já disse, isso não é um livro de contos. Ler elas fora de ordem acaba com toda a graça do negócio, pois em cada história há referências às anteriores de uma forma ou de outra que são importantíssimas para a compreensão da obra como um todo. Não se deixem abater pela imensa dificuldade que vai ser a primeira história (eu não vou enganar vocês, é extremamente difícil), e leiam do começo ao fim, sem pular nada.
 

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