O único problema é que não é o Estado que subsidia este poder de compra, é a sociedade inteira.
De um lado, isto tira a liberdade das pessoas de escolher ajudar ou não os menos afortunados, já que os impostos que sustentam todos estes programas são compulsórios. Sei que é uma questão polêmica, eu mesmo não sou contra a ajuda em si, mas as pessoas não deveriam ter o direito de ser egoístas, se quiserem?
Por outro lado, as próprias classes C e D também pagam impostos. Então o dinheiro da sociedade toda vai pro nosso governo corrupto, a maior parte é desviada ou desperdiçada em ineficiência, e só o que sobra volta pras classes baixas.
Como eu não gosto do governo, preferiria diminuir a importância dele neste esquema todo; como sou a favor da liberdade, gostaria que esta ajuda não fosse compulsória.
BTW, também ri da piada. xD
"Vale tudo na guerra e no humor." - Clarice Lispector.
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Ah, outra coisa. Eu... Quero dizer, um amigo meu... Quando ele saiu do seu penúltimo emprego (é programador), ele fiz um acordo para ser demitido (sem justa causa) para poder sacar seu fundo de garantia e tirar o seguro desemprego. Ele nunca tinha tirado férias antes na vida, então neste ano ele inverteu: em vez de trabalhar onze meses e tirar um de férias, trabalhou um mês e tirou onze de férias. Durante cinco destes meses ele recebeu o seguro máximo da época, quase mil reais por mês. Isto tudo com oportunidade de emprego de sobra, só que ele nem procurou. Mais tarde, assim que quis voltar a trabalhar, em uma semana estava contratado.
Até onde eu sei, nenhum crime foi cometido.
E ele justifica este comportamento dizendo que já que paga por estes programas, vai tirar proveito deles também. Devo confessar que este também é o meu ponto de vista.
Este lugar de onde ele saiu, aliás, é uma história a parte. Eu também trabalhei lá xD. É um órgão de pesquisa sobre a educação associado a uma universidade federal, não sei se posso dar nomes aqui no fórum, e desta forma associado ao governo. Era inacreditável a maneira como as pesquisas eram manipuladas. Vou dar um exemplo. O secretário da educação de um Estado contrata esta empresa com o logo da universidade para fazer a pesquisa. Então todos os estudantes do ensino público fazem uma prova para medir o desempenho escolar. Este resultado, que é um número, vai para um banco de dados, de onde são extraídas estatísticas variadas por especialistas. Quando o resultado fica pronto, o nível dos alunos é classificado por categorias, algo como "Péssimo", "Fraco", "Regular", "Bom". Daí o resultado é mostrado pro Secretário da Educação, que nunca aprova o que vê de primeira. Isto, para nós empregados, significa retrabalho. Resumidamente, durante várias etapas num vai-e-vem com o Secretário, removemos do banco de dados todos os alunos índios, os presidiários e os deficientes, por exemplo, para ver se a nota geral sobe (estou apenas relatando fatos). Depois disso, não sendo suficiente, a faixa de notas das categorias muda... Exemplo: se Péssimo antes era de 0 até 150, Fraco de 150 a 300, Regular de 300 a 450 e Bom acima de 450, na nova classificação passa a ser Péssimo de 0 a 100, Fraco de 100 a 250, Regular de 250 a 400 e Bom acima de 400... O resultado ainda não sendo agradável o suficiente (!), um dos especialistas lá muda a interpretação dos dados, e o nome das categorias: Em vez de Péssimo, Fraco, Regular e Bom, algo como Fraco, Desejável, Bom e Ótimo! E finalmente é possível para o Secretário da Educação do tal Estado publicar o resultado da pesquisa, tomar um tapinha nas costas do governador, que aparecerá na tv dizendo "nossa educação nunca esteve tão boa! Reeleição!".
Ah, e essa falcatrua toda não leva em conta os milhares de erros que ocorrem durante todo o processo... Estatístico aplicando fórmula errada e só percebendo após a publicação, erro em conversão de banco de dados, aluno que entregou prova em branco vendo no resultado que fechou a prova...
Por essas e outras que eu (e meu amigo!) saímos desta empresa.