"Gothar estava sentado em um canto mais isolado da mesa, em silêncio, profundamente entediado. Ele não tem paciência para guerreiros estúpidos ou magos prepotentes. Ele também se sente humilhado, ou antes aviltado, em uma reunião como essa: ele não é um mercenário. Ele não serve a nenhum homem, anão, elfo, gnomo ou halfling. Mas seus fins - inescrutáveis, muitas vezes até para ele mesmo - o levaram até ali. Um caminho seguro para as fronteiras e alguns aliados competentes eram o que ele precisava.
A princípio ele se surpreendera com a presença de um necromante. Haveria algum mal em curso, bem ali ao seu redor? Algumas conversas com seus vizinhos de mesa, porém, haviam assegurado a Gothar que o gnomo era uma pessoa respeitável, e ele decidira tolerar o pequeno mago - até que ele se oferecera para ir às fronteiras. Um gnomo, ele pensou com desprezo, e necromante? Bem, necromantes são poderosos, argumentara parte de sua mente, e se ele não fosse mau...
De súbito, ele se ergueu, livre de quaisquer dúvidas. 'Silêncio! Não é hora de discutirmos a capacidade de qualquer um aqui cumprir sua missão; todos que aqui estão foram escolhidos cuidadosamente. Grande deve ser o seu poder, necromante, e fortes suas armas, e creio que esteja pronto para a guerra. Suponho que saiba de seus riscos, e espero que possa sobreviver mesmo quando já estiver exausto demais para lançar uma magia, e os inimigos continuarem a vir. E você, guerreiro, não subestime o poder arcano. Pode ser a última coisa que você faz.' Ele não consegue esconder plenamente o seu desprezo ao dizer essas palavras.
'Mas vamos ao que interessa. Eu não menosprezo os mensageiros, que passam por perigos muitas vezes maiores que os guerreiros na linha de frente podem sonhar; nem os guarda-costas, que somam aos desafios da luta o desafio de proteger alguém durante o combate. Mas eu também quero ir para a fronteira.' Com um tom mais agressivo, ele continau, olhando para toda a audiência: 'Meus motivos não são da conta de ninguém. Meus métodos não são da conta de ninguém. Não me importo com quem vai comigo, desde que saiba lutar, e não se coloque no meu caminho. Eu cumprirei a função que me for designada, e isto é tudo o que qualquer um precisa de saber sobre mim. Eu - não - falho.'
Ele resistiu ao impulso de sair do salão e sentou-se de novo. Tudo o que tinha a dizer estava dito."