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[Call of Cthulhu] O Rei em Amarelo [on]

Alberto com o tom enfático vai em direção a um dos indios que recolhem os mortos no chão e aponta para o feiticeiro...

- Porque estão a ignorá-lo ? vão enterrá-lo feito indigente ou deixar apodrecer ao sol ?

Caminhando de um lado a outro olhava aturdido para a situação, e em tom imperativo cobrava uma resposta dos residentes locais.
 
Cena 14: Marcopolo desperta

Manaós, 10 de junho de 1910, ~ 00:00-6:00

Investigadores:
Todos


Anajé explica a Alberto que os índios jamais se aproximariam daquele corpo por conta do medo e da superstição, já que o tinham visto cair do céu depois de cavalgar uma criatura demoníaca. Assim, restaria a eles dar um "enterro digno" àquele misterioso anão, que por pior que fosse ainda era um ser humano. Ou poderiam jogá-lo no rio para que os peixes dessem conta dele...
Assim, o próprio arqueólogo pede ajuda de seus colegas para fazer isso, quando aproveitam para remexer no cadáver.

Quando fazem isso, além de notarem a brancura incomum da pele do Tcho-tcho, veem que ele tinha no corpo diversas tatuagens tribais de signos cabalísticos. Não conseguem deixar de sentir um certo frio na espinha ao verem aqueles hediondos desenhos. Ele não trazia nenhum outro vestuário além da túnica amarelada - agora encharcada de sangue -, mas carregava em uma das maõs um ossinho pequeno e trazia na cintura um punhal recurvado de aspecto antiquíssimo. Pendurado ao pescoço havia ainda um colar com uma pedra gravada com o maléfico Signo Amarelo, de feitio idêntico àquela do trono que tinham encontrado no palco do teatro. Por via das dúvidas, o grupo tira esses objetos do anão antes de se livrar do corpo.

As horas da madrugada custam a passar e, temendo um retorno sorrateiro dos Maku, os investigadores continuam a alimentar a fogueira em que se transformara a cabana do pajé. Ficam todos quase em silêncio, olhando desconfiados para o céu e para as árvores em volta. Felizmente, nada de estranho ocorre até o raiar do sol. Marcopolo, nesse interim, não fala muito, mas pergunta uma ou outra coisa sobre as investigações do grupo, chegando à conclusão que caberia a eles por um fim definitivo àquele plano macabro, desmascarando Valtrop e sua trupe e, se possível, resgatando aquelas crianças.

Quando nasce o sol, ele olha ansioso para o grupo, à espera de uma decisão.

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FIM DA CENA 14
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Alberto caminhando em circulos pensativo, e repassando mentalmente a resposta dos residentes, via um temor crescente entre eles que algo pudesse vir a retornar. Se aproximando dos demais investigadores fala em tom brando.

- Precisamos aproveitar e voltar a cidade, para concluir a investigação, penso em passar no hotel, como temos apenas um veiculo vamos decidir.
 
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Jerome então fala a alberto:

-Realmente Alberto, mas temo que o combustível seja insuficiente. Não sei se tenho alguma galão dentro do meu carro. Preciso dar uma olhada.
E acho prudente também irmos assim que o dia amanhecer. A noite não é uma vantagem para nós.
.
 
Jim olha para seus colegas, e balança a cabeça, concordando:

- Sim, precisamos voltar para a cidade com a luz do dia, e precisamos denunciar Valtrop às autoridades. Aquele sujeito deve ser preso, ou continuará a praticar dessas coisas por onde passar.
 
Cena 15: Longa vida ao Rei

Manaós, 10 de junho de 1910, ~ 6:00-9:00

Investigadores:
Todos


O grupo concorda em voltar para Manaós assim que o dia se firmasse. O combustível, calculava Jerome, poderia ser um problema, mas o que tinha conseguiria levá-los bem próximo dos arrabaldades da cidade, de onde poderiam tomar um bonde, ou quem sabe conseguissem gasolina emprestada com algum veículo que por acaso passasse pela estrada. Decidem arriscar, já que ficar ali na aldeia, expostos a novos ataques, estava fora de cogitação.

Pouco depois das 6:00 da manhã aprontam tudo, despedem-se dos indigenas, desculpando-se pelo mal que tinham atraído até eles, e embarcam na caminhonete, com Anajé ao volante e o já recuperado Marcopolo na cabine, ao lado também de Nagato. Os outros seguiriam na caçamba.

A viagem não apresenta qualquer incidente, mas nenhum deles se deixa enganar pelo clima de tranquilidade. A qualquer momento, sabiam eles, podiam ser vítimas de uma nova emboscada - se não dos monstros de Valtrop, agora dos capangas do Coronel. Em todo caso, conseguem chegar bem próximos de Manaós quando o arqueólogo anuncia que o combustível estava no fim e encosta a pick-up ao lado da estrada. São por volta de 7:00. Não vendo nenhum outro recurso, decidem caminhar até a linha de bonde, voltar até a cidade, arrumar combustível e voltar para reabastacer o veículo, já que ficar sem uma condução própria naquela situação poderia ser "desagradável". Fazem isso, indo todos juntos, temendo que separados pudessem ser alvos mais fáceis para os adversários.

No caminho, aproveitam para discutir as possibilidades de ação: Marcopolo pensa que uma denúncia à polícia não surtiria efeito pela falta de provas materiais e pela corrupção do próprio Investigador-Geral. Para ele, a melhor solução seria usar de sua influência e procurar diretamente o secretário de cultura ou o próprio presidente do estado. Ficava a dúvida apenas sobre o que iriam contar exatamente a eles, tão inacreditável era a história em que estavam envolvidos...

Por volta das 9:00 estão de volta com a gasolina, podendo então retomar seu caminho para a capital e para seu destino final. Os investigadores se entreolham e pensam enquanto decidem para onde ir e o que iriam contar ao chegar lá.
 
- Pessoal precisamos apresentar provas concretas, vão nos satirizar se chegarmos lá falando que criaturas grotescas nos atacaram, principalmente próximo a uma tribo indigena com certeza nos acusarão de uso de algum chá alucinógeno, temo que esses crápulas saiam ilesos desta. Creio que o melhor jeito é dar cabo deles por conta própria e evitar que chegue na midia ou em alguma agência policial.
 
-Você possui uma certa razão caro amigo, mas esqueceu que eles são muitos e provavelmente não suportaríamos encará-los.

- Sinceramente estamos sem muitas alternativas, é certo que não temos provas concretas e muito menos pessoas confiáveis que teriam o poder de prendê-los e acabar com esse tormento. Mas e o teatro? Parece que lá seria uma espécie de portal de entrada e saída dessas criaturas, talvez conseguíssemos fotografar alguma coisa ou neutralizá-los utilizando a porta de entrada deles. O que acham?
 
Jim, ao ouvir Marcopolo e seus colegas, pondera que a opção de denúncia às autoridades locais realmente não parece muito boa.

- Bem, nosso amigo Marcopolo sugeriu tentar uma conversa com o presidente do Estado, usando de sua influência. Talvez seja um caminho mais viável, já que de fato não temos forças para encará-los de frente, e as autoridades locais não são confiáveis.
 
- Creio que nossa história possa ser um tanto absurda, mas ao menos ainda guardamos alguns artefatos que podem nos dar alguma credibilidade: o apito e as anotações de Valtrop. Além disso, podemos mencionar alguns fatos que se amarram ao nosso relato e investigação: o desaparecimento das crianças, a loucura daquele Matias lá no asilo mental e a morte do repórter Silvio Barreto.

E, virando-se para Marcopolo:

- Você acha que o presidente do Amazonas nos dará ouvidos?
 
Marcopolo permanecia calado, digerindo lentamente a conversa entre os investigadores. Ao ser perguntado por Jim, responde um pouco titubeante:

- Bem, eu certamente conseguiria essa entrevista com ele, alegando discutir alguns assuntos importantes para a estreia. Mas se ele nos daria crédito, tenho um pouco de medo que não. Sabem como são esses políticos: objetivos e ambiciosos, e a estreia da peça era, ou para ele ainda é, um trunfo para recolocar Manaós sob os holofotes mundiais. Não sei, talvez ele até me destituísse do posto e nomeasse outro só para cuidar desses últimos detalhes até lá.
Se conseguissemos pelo menos provar alguma ligação de Valtrop com esses crimes, aí teríamos mais credibilidade para fazer a denúncia e tentar impedir a realização da peça.
 
- É loucura, tratariam como loucos ou tentariam nos afastar da verdade, além dos malditos jornais sensacionalistas que distorciriam toda história. Eu quero me mandar daqui o mais rápido. Se for para falar com o presidente nem citem que eu participei desta loucura.

Surtando Alberto ia e vinha de um lado para outro, sentindo uma desestabilidade emocional, enquanto encontrava forças para se recompor.

- O medo que faz é nos trancarem em algum sanatório.
 
- Realmente, corremos o risco de nos acharem doidos e nos mandarem pra um hospício, mesmo. - concorda o diretor do teatro - Mas temos que fazer alguma coisa. Será que seria prudente nos dividirmos? Um grupo iria comigo tentar falar com o presidente do estado enquanto outro procuraria os jornais... Só não aguento ficarmos aqui, fora da cidade, esperando alguma nova artimanha daqueles malditos...
 
Jerome ouvindo as alternativas do diretor então se posiciona:

-Realmente, o mais correto a se fazer é nos dividirmos para tentarmos o máximo de alternativas possíveis. Ficar aqui e não fazer nada será muito pior. Afinal, a negativa nós já temos. Então não custa nada tentarmos, quem sabe algúm iluminado não nos dê ouvido?

-Estarei no grupo que irá aos jornais em busca de aliados.
 
- Sendo eu um jornalista, vou com Jerome aos jornais, e acho que Alberto pode nos acompanhar. Seria importante uma presença policial para reforçar a veracidade de nossa história.

- Marcopolo naturalmente precisa estar no grupo que conversará com o presidente do estado, e acho que Pietro pode acompanhá-lo - até pq o italiano é bom de lábia. Nagato pode completar esse grupo, e teremos dois grupos de três. Que acham?
 
Alberto se dirigia para o banco do motorista, pensativo apenas concordava com seus parceiros para ir aos jornais, mais mantinha sua posição contra testemunhar algo.
 
Cena 15: Longa vida ao Rei

Manaós, 10 de junho de 1910, ~ 9:00 - 10:00 (sexta-feira)

Investigadores:
Jimmy, Alberto e Jerome


Terminada essa conversa, sobem todos na caminhonete e seguem para o centro da cidade de Manaós. Lá chegando, o grupo se divide seguindo a sugestão de Jimmy, com Marcopolo, Pietro e Nagato descendo e tomando um bonde até o palácio presidencial, enquanto os outros (o próprio inglês, Jerome e Alberto) seguem rumo ao maior jornal da cidade. Não é sem uma certa dose de apreensão que eles se separam, temendo alguma ação de Valtrop e do Coronel, mas de certa forma a luz diurna e a movimentação do público talvez evitassem maiores perigos. Combinam de se encontrar no mesmo restaurante italiano de antes entre 12:00 e 13:00.

Poucos minutos depois de deixar os outros em um ponto de bonde, o outro trio chega ao prédio da redação do Jornal do Commercio do Amazonas.

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Por conta dos horário, perto das 10:00, as ruas começam a encher com os trabalhadores e transeuntes habituais. O entra-e-sai naquele edifício já era constante. Apressado, Jerome estaciona o carro ali perto e os três se dirigem para a entrada principal. No entanto, antes que colocassem os pés na recepção, o jornal do dia, exibido em uma vitrine do lado de fora, lhes chama a atenção pela manchete:

QUADRILHA INTERNACIONAL AGE EM MANAÓS

É Jimmy quem vê a notícia, chamando a atenção dos colegas e evitando que eles adentrem ao prédio. Já prevendo alguo ruim, o jornalista puxa um pouco a gola do paletó enquanto tenta ler, o mais discretamente possível e apesar do aturdimento, o restante da matéria:

Depois de furtar objetos, sabotar as instalações, tentar iniciar um incêndio e ameaçar funcionários do Theatro Amazonas, uma quadrilha internacional que está agindo em nossa pacata cidade cometeu ontem, pela manhã, seu mais audacioso feito: o sequestro do Diretor-Geral daquela casa de espetáculos, o Sr. Marcopolo Santon. O bando, formado por pelo menos cinco indivíduos das mais diferentes nacionalidades, levou o Sr. Santon com fins escusos para um local ainda não sabido. A polícia está investigando o caso com toda a ênfase e vigor e temos certeza de uma rápida e feliz resolução para essa série de crimes, com o encarceramento e a devida punição dos responsáveis. Segundo o Delegado-Chefe, ainda não se sabem as motivações dessa caterva, mais se cogita que estejam a soldo de governos estrangeiros interessados na derrocada de nossa produção e exportação de borracha desmoralizando nossas instituições, a começar impedindo o grande evento de nossa cidade no ano, a estreia da peça de fama internacional "O Rei em Amarelo", para a qual foram convidadas importantes autoridades do país e do exterior e que certamente levará de volta o bom nome de Manaós aos periódicos da Europa e dos Estados Unidos. Não conseguirão esse odioso intento pois a Justiça prevalecerá e os culpados serão brevemente encontrados. O que mais nos espanta nisso tudo, seguindo as informações dada pela nossa valente Polícia, é a participação espúria de dois "brasileiros", um policial de nome Alberto Nascimento e até mesmo um professor de nossa universidade, Jerome Anajé; se confirmada a presença destes na tramoia, devem ser considerados ainda mais funestos e julgados como traidores pelo crime de lesa-pátria. As forças da Lei pedem a ajuda da população com qualquer informação que possa levar aos criminosos. [Seguem breves descrições físicas dos cinco investigadores]
 
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