Cena 12: A Aldeia
Manaós, 9 de junho de 1910, ~ 15:30-16:00
Investigadores: Todos
Depois de alguns minutos de indecisão, o grupo resolve ao menos tentar destruir o maldito artefato. Pelo estado físico e mental lamentável que o uso da máscara deixara Pietro, nenhum deles queria sequer aventar a ideia de ficar com aquela coisa perto deles dali por diante; ainda mais com a noite caindo na mata. Assim, Jim e Jerome pegam o objeto, com certo cuidado e asco, e o levam para fora da tapera na direção da oca de Uegpai. O índio já estava do lado de fora, assustado com os gritos do italiano e a movimentação toda dos outros investigadores, mas não tivera coragem suficiente para entrar na casa do pajé. Tão logo ele olha de novo a máscara dos Maku, começa a fazer sinais negativos com as mãos e com grotescas caretas grita grita para a dupla:
- Não, não. Não pode entrar com isso na casa de Uegpai. Máscara ruim, tira daqui, por favor!
Jerome traduz rapidamente o que o indígena diz, mas isso quase nem seria necessário pelo pânico visível em seus olhos. Desse modo, o arqueólogo e o repórter decidem pegar mais um pouco de gasolina do carro e levar a máscara até fora dos limites da aldeia e tentar queimá-la. Algo que chama a atenção quando fazem isso é que a quantidade de combustível da caminhonete está perigosamente baixa: talvez desse apenas para voltar para Manaós numa nova viagem, talvez nem para isso...
De toda forma, Jim e Jerome terminam os preparativos e executam sua ideia, incertos sobre o resultado: banham o objeto com gasolina e ateiam fogo naquilo. Fosse qual fosse o tipo de energia que a máscara carregava, as chamas pareciam ser capazes de destruí-la fisicamente. AS gavinhas e galhos se retorcem e pipocam tocadas pelo fogo, parecendo mesmo emitir um estranho som que poderiam ser confundidos com baixos gritos de agonia se não estivessem vindo de vegetal morto. Mas eles já tinham visto tanta coisa absurda e improvável nos últimos dias que isso pouco os impressiona.
Algum tempo depois resta da máscara apenas um punhado galhos finos carbonizados, que Jerome tem o prazer de acabar de destruir usando um pedaço de madeira, reduzindo a antes temível máscara a nada mais do que cinzas. Isso feito, voltam para dentro da tapera do pajé, onde contam o resultado da coisa aos colegas.
São quase 16:00, a noite não demoraria a alcançá-los e pelas suas cabeças passavam as dúvidas sobre a real consequência das destruição da máscara para os planos de Valtrop e seu grupo.