Histórias dentro de histórias. O próprio autor dentro de um livro de ficção. Vonnegut achava que sofria esquizofrenia. É estranho pensar num louco consciente de sua própria condição, mais estranho (ou não) ainda é um louco que discute a própria loucura no livro que escreve. Ok, é bem normal autores usarem alter egos em suas obras, mas autor e alter ego baterem um papo entre si? Os livros e todas suas personagens são baseadas na experiência pessoal do autor, sendo apenas o autor livre pra criar.
Café da Manhã dos Campeões conta a história de Kilgore Trout, o alter ego de Vonnegut, e de Dwayne Hoover. Kilgore Trout é um escritor fracassado de ficção científica e Dwayne Hoover é um vendedor de carros bem sucedido, que enlouquece de vez depois de ler ficção científica. A imaginação de Kilgore Trout rende vários sinopses de histórias dentro do próprio livro, cada história mais bizarra que a outra tentando explicar os absurdos que vivemos no nosso dia a dia a partir de um ponto de vista mais absurdo ainda. Rir pra não chorar. Dwayne passava por uma crise de meia idade e estava suscetível à loucura. A gota d'água foi um romance de Trout sobre o único ser com livre arbítrio no mundo inteiro, rodeado por máquinas que só foram construídas pelo Criador para estimular esse ser livre a dar respostas imprevisíveis para entreter esse Criador. Cúmulo do egocentrismo.
No final das contas, Dwayne é mesmo uma criatura feita para entreter o autor e o leitor. Uma criatura sem livre arbítrio, como nós do lado de cá das páginas sabemos e muitas vezes tentamos esquecer quando lemos qualquer ficção.
Vonnegut usou de uma crítica ácida para descrever o país onde vivia e seus costumes. Já estamos cansados de saber dessas coisas óbvias. Uma dos trechos que mais me chamaram a atenção foi uma crítica à própria literatura, dizendo que somos condicionados pela ficção a acreditar que existem personagens secundários, que o leitor é levado a pensar que ele mesmo é um protagonista. E o que os autores fazem com personagens secundários? Se livram deles pra desenrolar a trama, muitas vezes os sacrificando. Nada mais que normal. Um avião cai e aparece um número insensível contando os mortos. Até que ponto somos antipáticos aos outros? Por outro lado, até que ponto a empatia é saudável?
Bom, essa é a história de um homem que enlouquece por levar a sério a ficção. Não seria sensato levar a sério um livro como esse.
Café da Manhã dos Campeões conta a história de Kilgore Trout, o alter ego de Vonnegut, e de Dwayne Hoover. Kilgore Trout é um escritor fracassado de ficção científica e Dwayne Hoover é um vendedor de carros bem sucedido, que enlouquece de vez depois de ler ficção científica. A imaginação de Kilgore Trout rende vários sinopses de histórias dentro do próprio livro, cada história mais bizarra que a outra tentando explicar os absurdos que vivemos no nosso dia a dia a partir de um ponto de vista mais absurdo ainda. Rir pra não chorar. Dwayne passava por uma crise de meia idade e estava suscetível à loucura. A gota d'água foi um romance de Trout sobre o único ser com livre arbítrio no mundo inteiro, rodeado por máquinas que só foram construídas pelo Criador para estimular esse ser livre a dar respostas imprevisíveis para entreter esse Criador. Cúmulo do egocentrismo.
No final das contas, Dwayne é mesmo uma criatura feita para entreter o autor e o leitor. Uma criatura sem livre arbítrio, como nós do lado de cá das páginas sabemos e muitas vezes tentamos esquecer quando lemos qualquer ficção.
Vonnegut usou de uma crítica ácida para descrever o país onde vivia e seus costumes. Já estamos cansados de saber dessas coisas óbvias. Uma dos trechos que mais me chamaram a atenção foi uma crítica à própria literatura, dizendo que somos condicionados pela ficção a acreditar que existem personagens secundários, que o leitor é levado a pensar que ele mesmo é um protagonista. E o que os autores fazem com personagens secundários? Se livram deles pra desenrolar a trama, muitas vezes os sacrificando. Nada mais que normal. Um avião cai e aparece um número insensível contando os mortos. Até que ponto somos antipáticos aos outros? Por outro lado, até que ponto a empatia é saudável?
Bom, essa é a história de um homem que enlouquece por levar a sério a ficção. Não seria sensato levar a sério um livro como esse.