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I
Como cheguei a esta posição?
Ora, nada a isso explica!
Fui chegando. Manso,
Assenhorei-me da tua vida.
Pus a mão no teu quinto,
Na tua lavra.
Sobrou-te a lida.
Nada fiz por merecê-lo,
Não envergava requisitos.
Mas que obrigação temos
Pelo amor que nos dão?
Não tem valor o que tem valor
Eis aí: tudo vão.
Não recordo quando das tuas mãos
Recebi as terras.
Fui feito herdeiro das tuas matas,
Madeireiro do teu capão,
Dono da tua ceva.
Pus a cadeira de balanço
Na tua varanda,
Franzindo a testa,
Confundindo os anos.
Ali parado, comendo do que era teu:
Costelas dos pacus,
Mocotós das pacas.
Roendo cajus e cavacas.
Abobalhado, não te vi mexer um dedo.
Tu não fizeste nada!
Não há alma que me explique teu medo.
Cheguei na tua vida
Com meu azimute de mateiro,
silibrino e grilheiro.
A mim deste cama de dossel
Para curtir teu couro ao pisador.
Que cavalo levou tua coragem,
Que partiu e não voltou?
I
Como cheguei a esta posição?
Ora, nada a isso explica!
Fui chegando. Manso,
Assenhorei-me da tua vida.
Pus a mão no teu quinto,
Na tua lavra.
Sobrou-te a lida.
Nada fiz por merecê-lo,
Não envergava requisitos.
Mas que obrigação temos
Pelo amor que nos dão?
Não tem valor o que tem valor
Eis aí: tudo vão.
Não recordo quando das tuas mãos
Recebi as terras.
Fui feito herdeiro das tuas matas,
Madeireiro do teu capão,
Dono da tua ceva.
Pus a cadeira de balanço
Na tua varanda,
Franzindo a testa,
Confundindo os anos.
Ali parado, comendo do que era teu:
Costelas dos pacus,
Mocotós das pacas.
Roendo cajus e cavacas.
Abobalhado, não te vi mexer um dedo.
Tu não fizeste nada!
Não há alma que me explique teu medo.
Cheguei na tua vida
Com meu azimute de mateiro,
silibrino e grilheiro.
A mim deste cama de dossel
Para curtir teu couro ao pisador.
Que cavalo levou tua coragem,
Que partiu e não voltou?