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Brasileiro detido no aeroporto de Londres

Clara

Perplecta
Usuário Premium
David Miranda, companheiro de jornalista que revelou espionagem dos EUA, ficou sob escolta para investigação sobre ligação com atos terroristas.


O brasileiro David Miranda, companheiro do jornalista que revelou a existência de um sistema de espionagem eletrônica do governo americano, chegou ao Brasil nesta segunda (19). Ele ficou detido no domingo (18) por quase nove horas no aeroporto de Heathrow, em Londres, com base na lei antiterror britânica.
O Itamaraty considerou o caso grave e injustificável, já que o brasileiro não é acusado de nada para que tenha ficado incomunicável.

Quase 24 horas depois do telefonema que estremeceu relações diplomáticas, David Miranda apareceu no desembarque internacional do aeroporto Antonio Carlos Jobim. O abraço no companheiro Glenn Greenwald, colunista do Guardian, tinha jeito de alívio.
David Miranda disse que não foi ameaçado, mas confirmou que teve objetos pessoais confiscados por agentes ingleses.
“Eu fiquei em uma sala. Tiveram seis agentes diferentes. Eles estavam e saindo, falando comigo, fazendo perguntas sobre a minha vida inteira, sobre tudo. Levaram meu computador, videogame, celular, meus memory cards, tudo”, conta David Miranda.
O jornalista Glenn Greenwald disse que se as autoridades britânicas tinham a intenção de intimidá-lo, ao interrogar David Miranda, agora mesmo é que ele vai publicar ainda mais documentos e informações a respeito de espionagens.
“Eu vou fazer reportagem com muito mais agressão do que antes, eu vou publicar muito mais argumentos do que antes, eu ou publicar muitas coisas sobre a Inglaterra também. Eu tenho muitos documentos sobre o sistema de espionagem da Inglaterra. Agora o meu foco vai ser lá também. Acho que eles vão se arrepender do que fizeram”, declara o jornalista Glenn Greenwald.
A detenção gerou várias reações, e o assunto já chegou ao parlamento britânico. A oposição vai cobrar explicações do governo sobre a detenção do brasileiro. O parlamento, na manhã desta segunda-feira (17), também se manifestou: vai questionar o procedimento da polícia. O incidente está na primeira página do Guardian, o jornal que revelou o esquema de espionagem eletrônica dos Estados Unidos. Um porta-voz do Guardian disse que todos estão estarrecidos com a forma como David Miranda foi tratado.

David Miranda embarcou no domingo (18) à noite para o Brasil depois de passar quase nove horas sob interrogatório da polícia no aeroporto de Heathrow. David é companheiro do jornalista Glenn Greenwald, colunista do jornal britânico The Guardian, que vive no Rio de Janeiro, e revelou o esquema de espionagem eletrônica do governo americano.
O brasileiro voltava de Berlim, onde passou a semana com a documentarista Laura Poitras. Laura e Glenn receberam juntos, em Hong Kong, no começo de julho, os documentos vazados por Edward Snowden, ex-prestador de serviços da Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos.
David teve a viagem paga pelo jornal inglês e trazia outros documentos entregues por Snowden, em arquivo eletrônico. O caso foi a principal manchete do Guardian na manhã desta segunda (19), que informa que a polícia apreendeu telefone, computador, câmera, cartões de memória, DVD’s e até jogos eletrônicos que estavam com David.
A polícia metropolitana de Londres, a Scotland Yard, divulgou apenas uma breve e vaga nota. Sem citar o nome do brasileiro, confirmou a detenção com base na lei de combate ao terrorismo, que entrou em vigor na Grã-Bretanha no ano 2000, que permite que uma pessoa fique sob escolta das autoridades por até nove horas para determinar se tem alguma ligação com atos terroristas.
O caso deve ter novas repercussões nesta segunda (19) em Londres. Tom Watson, deputado do Partido Trabalhista de oposição, disse que está chocado e exigiu que o governo explique se algum ministro autorizou a detenção.
O deputado disse ainda que é praticamente impossível achar que o companheiro do jornalista seja um suspeito de terrorismo.

Fonte


P... falta de sacanagem!
Mas eu não vejo muita coisa que o senado brasileiro possa fazer. :tsc:
 

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