• Caro Visitante, por que não gastar alguns segundos e criar uma Conta no Fórum Valinor? Desta forma, além de não ver este aviso novamente, poderá participar de nossa comunidade, inserir suas opiniões e sugestões, fazendo parte deste que é um maiores Fóruns de Discussão do Brasil! Aproveite e cadastre-se já!

Êxodo de imigrantes no Acre

Qual a sua opinião sobre o que fazer com os haitianos que chegam em massa no Brasil?


  • Total de votantes
    20

As notícias ainda são meio confusas porque um estado fica reclamando e jogando a culpa no outro, a ladainha de sempre que estamos cansados de ver em outras situações. Não quero fazer julgamento precipitado mas faltou o mínimo de comunicação, além do governo federal acima de tudo assumir uma posição mais definida em relação a tudo isso.
 
Sei lá, me batam, me crucifiquem, mas não acho certo trazer haitianos, ou quaisquer outras nacionalidades por de quaisquer problemas, para o Brasil.
O Brasil não está em posição de paternalismo, e isso já está virando bagunça.

Convenhamos, gente... Aquele terremoto aconteceu há muito tempo. Não existe nenhum fundo internacional, ou algo que o valha, que possa ajudar e capacitar os próprios haitianos a reconstruir e reerguer seu país?

Não concordo em 'expulsar', acho essa expressão forte. Mas não acho certo nem trazê-los para cá, pois seu próprio país precisa deles.

Por lá, as pessoas estão sem emprego, a economia está destruída, gente morrendo de cólera, ainda há entulho por toda a parte, e a ajuda humanitária dos soldados brasileiros não sai de lá. Concordo em traze-los para cá para capacita-los, mas eles devem ser enviados de volta, pois é quase certo que ficarão no Brasil por tempo indefinido, e seu país continuará daquela forma deplorável. Tenho quase certeza que estou errada, é ignorância minha sobre o assunto e procurarei me informar melhor, prometo, mas sou da seguinte opinião: ajudar como puder, mas pôr 'debaixo do braço' eu já acho demais.
 
Seiko, os países ocidentais e ONU nunca ajudaram o Haiti desde que tentaram sua independência (o primeiro pais das Américas a conseguir isso), nem quando Papa Doc e Baby Doc destruíram o país. Acho que cada um deve ajudar independente do que os outros acham. Mas deixá-los todos numa cidadezinha minúscula não será muito melhor do que deixar no Haiti não. Mas concordo com a Seiko na parte da qualificação. Aqueles que quiserem voltar pra construir o país deveriam receber ajuda pra isso e os que quiserem ficar deveriam ser realocados para os locais que quisessem (caso queiram continuar lá sou contra realocação forçada). Fronteiras são linhas imaginárias. Não acho que devam ser critério pra nada quando se trata de direitos humanos, como segurança.
 
Sei lá, me batam, me crucifiquem, mas não acho certo trazer haitianos, ou quaisquer outras nacionalidades por de quaisquer problemas, para o Brasil.
O Brasil não está em posição de paternalismo, e isso já está virando bagunça.

Convenhamos, gente... Aquele terremoto aconteceu há muito tempo. Não existe nenhum fundo internacional, ou algo que o valha, que possa ajudar e capacitar os próprios haitianos a reconstruir e reerguer seu país?

Não concordo em 'expulsar', acho essa expressão forte. Mas não acho certo nem trazê-los para cá, pois seu próprio país precisa deles.

Por lá, as pessoas estão sem emprego, a economia está destruída, gente morrendo de cólera, ainda há entulho por toda a parte, e a ajuda humanitária dos soldados brasileiros não sai de lá. Concordo em traze-los para cá para capacita-los, mas eles devem ser enviados de volta, pois é quase certo que ficarão no Brasil por tempo indefinido, e seu país continuará daquela forma deplorável. Tenho quase certeza que estou errada, é ignorância minha sobre o assunto e procurarei me informar melhor, prometo, mas sou da seguinte opinião: ajudar como puder, mas pôr 'debaixo do braço' eu já acho demais.

Eu nao concordo de jeito algum com isso, Seiko. Primeiro, porque, pelo que eu entendi, nao eh que o governo esteja trazendo esse pessoal: eles vem de livre e espontanea vontade porque nao veem nenhuma chance de melhorar as condicoes de vida no Haiti e buscam uma vida melhor por aqui. Segundo, porque eu acho essa nocao de pais, nacionalidade e afins, algo completamente... sei la, errado. Quer dizer que voce esta limitado a viver o resto da sua vida na pedaco de terra em que nasceu porque esse eh o seu pais? (Isso sem contar que nascer em um pais e se identificar com ele sao coisas completamente diferentes e os catalaes, pra ficar num exemplo soh, poderiam falar melhor sobre isso do que eu.) Essas questoes de nacionalidade sao muito mais complexas do que possam parecer a uma primeira vista.

Eu concordo que a situacao no Haiti eh triste e que o Brasil nao eh o pais com as melhores condicoes do mundo, mas nao concordo que isso seja motivo pra impedir a saida de um haitiano de lah e muito menos a entrada dele aqui. Ateh porque se a gente for usar essa questao de 'nosso pais tem problemas demais, nao podemos receber imigrantes' pais nenhum vai receber imigrante nenhum mais, porque eu nao conheco pais nenhum no mundo que nao enfrentem problemas (corrupcao, pobreza, desemprego sao coisas que estao alastradas por ai muito mais do que imaginamos). Acho esse tipo de argumentacao perigosissimo e, podem me chamar de exagerado, mas dai pra xenofobia eh um pulo.
 
Eu acho que o Brasil na teoria tem potencial e até poderia acolher outros povos, pois é fato que já estamos num sério processo de desaceleração de crescimento populacional e a população com idade mais avançada está aumentando seu percentual em relação ao total. É chegado um momento que precisará de mão-de-obra mais jovem pra não quebrar as contas da previdência social. Abrir a imigração é uma forma de equacionar isso.

Mas é claro, antes do país pensar em escancarar as portas pros outros, primeiro precisa e MUITO se organizar melhor internamente pra recebê-los pois a nossa população é toda má distribuída, assim como as riquezas entre os estados e cidades. Enquanto isso não acontecer é deprimente ver os haitianos viajarem milhares de quilômetros pra cá e viver em condições tão precárias quanto viviam no país deles.
 
Quer dizer que voce esta limitado a viver o resto da sua vida na pedaco de terra em que nasceu porque esse eh o seu pais? (Isso sem contar que nascer em um pais e se identificar com ele sao coisas completamente diferentes e os catalaes, pra ficar num exemplo soh, poderiam falar melhor sobre isso do que eu.) Essas questoes de nacionalidade sao muito mais complexas do que possam parecer a uma primeira vista.

Acho esse tipo de argumentacao perigosissimo e, podem me chamar de exagerado, mas dai pra xenofobia eh um pulo.

Eu não quis dizer isso do ponto de vista a soar xenofóbico, de maneira alguma. Sou totalmente contra xenofobia e nacionalismo babaca, isso de 'esse é o meu país, saiam daqui' não funciona, e decerto não fui bem interpretada (ou não soube me expressar corretamente). Da mesma forma que eu posso sair daqui e requerer dupla cidadania em qualquer outro país por qualquer motivo, qualquer outra pessoa tem esse mesmo direito, mas casos como o Haiti são extremos.

Não é a questão de aceitar ou não imigrantes: a questão é que estamos tentando resolver um problema criando outro. É legal ajudar outras pessoas - como disse, sobre traze-los, qualifica-los e enviar de volta - mas o que está acontecendo na realidade é que o Brasil está de certa forma incentivando a escoada dos poucos profissionais haitianos qualificados que poderiam estar ajudando, de forma efetiva, a reerguer seu próprio país. Se as coisas continuarem nesse ritmo, passará ainda mais tempo e o Haiti não deixará de ser um amontoado de escombros e pessoas vivendo na extrema miséria. Foi o que eu realmente quis dizer com 'pôr debaixo do braço'.

Acredito que a melhor forma de o Brasil ajudar o Haiti é dando condições para que aquelas pessoas voltem a andar sozinhas, e que lugar devastado volte a ser um país.
 
De algum modo, após a época do terremoto do Haiti a imagem pública econômica externa do Brasil andava eufórica e atraente (fachada). Havia a previsão de projetos de infra-estrutura com rumores da Copa e Olimpíadas que precisariam de muita mão de obra.

De lá para cá o país esteve muito despreparado. Em 2012 quando viajei até a Inglaterra o país (muito mais organizado em comparação com o Brasil) já vinha sofrendo a pressão social. Por exemplo, um dia quando eu vinha voltando da praia passei na frente de uma escola isolada com cordões da polícia. Então perguntei para o pessoal da escola e me falaram aquilo nunca tinha acontecido antes naquele bairro. O caso que o professor se referia era de uma adolescente ter esfaqueado uma outra numa casa vizinha da escola.

Nós estávamos muito longe de Londres, numa cidade pequena (o ministério da Saúde até comenta que comunidades pequenas é onde as mudanças sociais começam a acontecer), e a violência (pra não falar do tráfico de drogas) já estava vindo a reboque.

A noção atual de "atraente" que anda na mente do governo se parece com a da periguete do programa da tarde. Mas é preciso ser treinado para saber ser atraente com segurança.
 
Quanto a reconstruir o Haiti com uma grande ajuda internacional como comentou a @Seiko-chan , sim isso deveria ser prioritário e na teoria sabemos que é perfeitamente possível, pois boa parte da Europa ficou destroçada após a II Guerra Mundial, a cidade de Hiroshima no Japão ficou muito mais arregaçada que a capital do Haiti, mas foi totalmente reconstruída porque não seria possível fazer o mesmo lá? É claro que dá.

Mas na prática por se tratar de um típico país de terceiro mundo, uma coisa fundamental é que não haja forte corrupção lá, porque de nada adianta mandar dinheiro se quem manda lá continuar vivendo do bom e do melhor, desviar e não der a mínima ao seu povo, ou seja, não basta reconstruir financeiramente e sim politicamente.
 
Última edição:
'Tem que receber essa gente! Se fosse um caso de larga escala, com milhões entrando nos ultimos 10 anos ai tudo bem, podemos debater de fechar a fronteira e começar alguma política de fiscalização e tal, mas ainda não é o caso, algumas dezenas de milhares impactam em microregiões, mas se o governo federal conseguir levar esses trabalhadores para outras regiões eles serão plenamente integrados. Sou a favor de receber e providenciar que consigam se integrar ao país, dando a opção também de retorno caso não consigam trabalho.

Queria aproveitar esse ganho desse post pra finalmente poder agora opinar..

Passado algum tempo que vários desses haitianos migraram pra cá, como de vez em quando necessito de mão-de-obra auxiliar para alguns trabalhos temporários de elétrica, recentemente tive oportunidade de contratar alguns deles e até agora todos que tive contato (seis até o momento) trabalharam muito bem e com uma vontade que as vezes até surpreende. Foi uma experiência bem interessante.

E passado quase sete meses posso agora até concordar em parte com o Fela que de fato o Brasil, mesmo com esse governo de merda que temos merece recebê-los, mas com um detalhe muito importante que faltou mencionar e que faz toda a diferença: distribui-los melhor pelos estados e todas as cidades, pois moro no interior e todos com quem trabalhei vieram numa grande leva que antes chegou a São Paulo naquela velha e doce ilusão que a capital é o melhor lugar e solução fácil para todos os problemas deles e lá a grande maioria passou enorme dificuldades para se alojar e a região de Jundiaí onde vivo deu um belo exemplo conseguindo acolher uma parte compatível com que as cidades da região realmente podem comportar e com eles vivendo em condições de dignidade bem melhores. Então é assim que eu vejo a situação, é preciso distribui-los e não soca-los num único lugar.
 

Valinor 2023

Total arrecadado
R$2.434,79
Termina em:
Back
Topo