Logan, isso de "eu amo meu país por isso posso falar mal dele é muito interessante".
Mas deixando isso de lado, acho que não tenho orgulho ou vergonha porque normalmente associo isso com estagnação. Ambos os lados parecem que deixam as coisas por isso mesmo, de um lado porque tá bom e de outro porque não vai melhorar mesmo.
Vejam bem, digo
normalmente mas já vi que nem sempre é assim. Como o caso de Logan já vi muita gente ralando para o Brasil ficar melhor, porque sabem que pode ficar melhor, apesar de "gostar do jeito que é".
Então aos poucos, baseado nesse exemplos (porque o do lado dos pessimista ainda não testemunhei gente que faz) estou tentando ter orgulho, e cuidado para isso não me travar como acontece com a maioria.
Mas talvez o maior cuidado que vou ter de ter é incutir essa compreensão em quem vier depois de mim
Alguém em post anterior falou algo sobre fugir do Brasil. Não sei até onde isso é consequência daquela covarde tática da ditadura sobre nós "Brasil : ame-o ou deixe-o", mas deixo aqui um relato de que fugir não é uma boa solução (aliás nunca é se lembramos o ditado popular).
Você não é bem aceito em outros países, por mais dinheiro que você tenha e te abra as portas. Você é estrangeiro, elemento invasor, etc.. A discriminação que as pessoas tem contra "pretos", "japas" aqui não é nada comparado com as de outros países. Sem falar aquele velho ressentimento que as pessoas tem porque você "rouba" emprego de pessoas do país para onde você vai.
Vide os jogadores de futebol mesmo: têm dinheiro, foram convidados para serem astros e mesmo assim sofrem preconceito (falo mais de ronaldinhos do que de grafites). O dinheiro abre portas? Decerto, mas portas compradas e falsas. Em última instância o ser humano sofre por saber lá no fundo que pelas costas esses amigos comprados pelo dinheiro também o achicalham. De no fundo não ser aceito.
Não que eu defenda todo mundo fincar raízes aqui, nunca sair pra ver o mundo lá fora. Acho que tudo caminha para virarmos cidadãos do mundo. Mas ter somente a idéia de fugir de um lugar porque a vida é melhor em outro é ilusão. Perde-se um senso de identidade e não se recupera com o senso cidadão do mundo porque lá no fundo não queria isso, mas ser aceito no país onde foi parar ("virar" americano, francês, etc..)
Mas de qualquer forma, aqui é um bom lugar como qualquer outro. A minha primeira impressão de Nova Iorque enquanto tomava café no Hostel onde estava hospedada foi um rapaz sair correndo e quase bater a porta na minha cara e outro sair correndo atrás falando "call the police!". Que pena, porque o rapaz era muito bonito (se bem que para muitos orientais como eu, pessoas de pele negra são muito bonitas porque tem cor de ébano e dificilmente dá para ver manchas sardas, etc). Er... o rapaz de trás também era bonito (também era daqueles negros bonitos e fortes
)