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Black Sabbath

V

Saloon Keeper
Pra começar, um assunto que sempre causa polêmica: o Sabbath "inventou" o metal?

A resposta é não, não e não. O metal surgiu a partir de influências de várias bandas dos anos 70, como Rainbow, Uriah Heep, etc. Essas, inclusive, se aproximam mais da definição de "metal" que nós conhecemos hoje.

Mas uma coisa é inegável: quando o Sabbath surgiu, não existia um som tão pesado. Não pesado no sentido deturpado que alguns insistem em defender, mas sim pesado no sentido verdadeiro da palavra.

Peso não é algo que se consegue com batidas ultra-rápidas e guitarras exageradamente sujas, nem com vocais "latidos". Peso é algo que é alcançado com riffs fortes e marcantes e com uma batida clara e de pegada firme.

Se uma banda apresenta essas características, ela teve influência do Sabbath, mesmo que seus integrantes não saibam disso. É nesse ponto que eu queria chegar. O Sabbath não inventou o metal, mas estabeleceu uma de suas principais características.

Embora no começo a idéia era se concentar no aspecto "macabro" das músicas, mesmo no primeiro disco podemos ver o Black Sabbath era muito mais que isso. Surgindo em plena era hippie, onde tudo era paz e amor, o Sabbath atingiu em cheio a mente de quem estava de saco cheio dessa papagaiada toda.

O som era triste, melancólico, pesado, trazia à tona um sentimento de fúria, que nada mais era do que a representação da realidade de seus integrantes. Muitos jovens se identificaram com isso, óbvio, e encontraram no Sabbath algo que não se encontrava em nenhuma outra banda.

Vou me concentrar aqui na formação original, e vou deixar os comentários sobre as outras fases da banda para outros freqüentadores do fórum (tenho certeza de que o Faramir vai ter uma coisinha ou duas pra dizer sobre alguns discos mais obscuros :mrgreen: ).

Contando com um dos maiores exemplos de interação da história do rock, a formação original do Sabbath fez história. Os vocais de Ozzy Prince Of Fucking Darkness Osbourne podem não ser tecnicamente brilhantes, mas encaixavam perfeitamente no estilo. Força, carisma e adequação. Isso que fazia os vocais serem brilhantes.

Os riffs de guitarra de Tony Iommi, que abusou da pentatônica pra criar melodias simples e marcantes (e solos memoráveis), foram a coisa mais importante pra fazer do Sabbath o que ele era - no Sabbath não acontece o mesmo que acontecia no Led Zeppelin, por exemplo, onde ninguém poderia ser substituído. No Sabbath, qualquer membro poderia ser substituído, menos Tony Iommi. Se Iommi não tivesse existido, a banda também nunca teria surgido.

Mas isso não diminui a importância da cozinha, com a bateria característica de Bill Ward e o excelente baixo de Geezer Butler. Todo mundo ali era foda e ponto final.

Depois eu posto aqui o meu top 10, com comentários ( :mrgreen: ).

Primeiro vou colocar a discografia da fase Ozzy. 8-)

Black Sabbath (1970)

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O Sabbath faz uma das maiores estréias de todos os tempos, com um disco excelente. Ainda se sustenta como um dos melhores da carreira da banda, e como eu já disse antes, na época não havia nada igual. Apesar da temática "ocultista" e do som macabro da música título, a banda mostrava uma forte influência de blues e jazz. Destaque para a música título, Wizard, N.I.B. e Beyond The Wall of Sleep. Traz também dois covers (Warning e Evil Woman), e a versão remasters inclui Wicked World, que havia sido incluída na versão americana, no lugar de Evil Woman.

Paranoid (1971)

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O disco deveria se chamar War Pigs, e Paranoid não deveria nem fazer parte dele (eu realmente considero Paranoid uma das músicas mais fracas da banda), mas, polêmicas à parte, é um dos discos que mais influenciou o rock. War Pigs é a segunda melhor música da banda, IMO, e Iron Man é uma das músicas mais fortes e tristes já feitas. Outra das minhas preferidas é Fairies Wear Boots, que simplesmente detona. Uma observação: a introdução de War Pigs tem seu próprio nome (Luke's Wall) e o encerramento de Fairies Wear Boots também (Jack The Stripper).

Master Of Reality (1971)

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A banda nessa época estava a pleno vapor, não parava de produzir, gravava os discos em tempo recorde, e o sucesso só crescia. A qualidade, por outro lado, não caía nem um pouco. Desde Sweet Leaf até Children Of The Grave (uma das músicas mais pesadas de todos os tempos), o disco é brilhante. Lord Of This World e Into The Void também merecem destaque, além das que eu já mencionei.

Volume 4 (1972)

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Tido por alguns como o disco onde a banda estabeleceu seu estilo, é com certeza um dos que melhor combinam peso com melodia. É um dos mais criativos, também. Vou deixar uma coisa bem clara: eu odeio Changes, e não tem quem me faça mudar de opinião. Mas o resto do disco é todo excelente, com destaque para Wheels Of Confusion, Snowblind, Under The Sun e Supernaut (a música mais bate-cabeça de todos os tempos).

Sabbath Bloody Sabbath (1974)

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Esse disco é simplesmente um dos maiores clássicos do Rock And Roll. É o disco preferido de muita gente. É talvez o ápice da formação clássica. E tem aquela que eu considero a melhor música do Black Sabbath: Spiral Architect. Destaque para Killing Yourself To Live, A National Acrobat, Sabbra Cadabra, Looking For Today... bom, eu na verdade só não gosto de Who Are You, que é meio chata e esquisita pros meus padrões. Mas muita gente adora.

Sabotage (1975)

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Ótimo disco, mas não se compara ao nível dos trabalhos anteriores. A banda começava a ser manipulada pelos empresários (vide a capa ridícula) e algumas músicas são simplesmente ruins. Mesmo assim, a banda solta alguns de seus maiores clássicos, como Sympton Of The Universe e Hole In The Sky. Também gosto de Supertzar, apesar da música parecer apenas uma introdução de quatro minutos, que não chega em lugar nenhum. Uma boa linha de guitarra não faz uma composição brilhante.

Technical Ecstasy (1976)

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Er... esse disco é uma merda. Só tem uma música que presta, chamada Back Street Kids. O resto é lixo. A decadência da banda fica evidente aqui, depois do relativo fracasso de Sabotage.

Never Say Die (1978)

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Bom disco. Não é uma maravilha, mas pelo menos é melhor que Technical Ecstasy. A faixa-título é bem legal. Depois desse disco o Tony Iommi expulsou o Ozzy da banda, e Ronnie James Dio entrou no lugar dele. Lançaram o ótimo Heaven And Hell (1980), e depois o bom Mob Rules (1981). Mas não vou falar sobre a fase Dio. Pelo menos nao agora.
 
Po, assim nao sobra nada pra falar né V?!?! :x

:mrgreen:

Vou colocar algumas considerações entao:

Primeiro: Eu entendo e tambem acho que o Dio é divino, assim como Ian Gillam e varios outros que passaram pela banda, mas Sabbath de verdade é com o Ozzy. Não tem jeito, ai cai para o lado pessoal e uma visão mais romantica da coisa.
Foi o cara que, junto com o Iommi, moldou todas as caracteristicas marcantes da banda, foi a voz que acentuou perfeitamente com a proposta de fazer um tom sombrio, macabro, algo cinza, sem flores, sem alegria. Ja perceberam que a voz dele é realmente inimitavel(existe essa palavra?), parece que tem duas sobrepostas, é desafinada e ao mesmo tempo sem encaixa dentro da musica, fantastica!

Segundo: A polêmica é grande sobre o Sabbath ter ou nao inventado o metal justamente pela tematica geral, que vai muito além do som, da musica propriamente dita: a forma de se encarar o mundo, o modo de se apresentar a esse mundo.
Isso é facil de se entender tendo em vista o ambiente em que estavam inseridos todos os integrantes da banda. Birmingham era um cidade totalmente industrial, por consequencia suja, podre, cinza cercada de jovens que se amontoavam em gangs de rua. Como seria possivel para Iommi e companhia enxergar um mundo colorido, florido, repleto de paz e amor???
Graças a deus.... :twisted:

Terceiro-preferencias:
(Albuns/musicas)
Black Sabbath - para nao me alongar muito, visto que o V ja colocou bastante sobre o disco, é simplismente impactante: original, bem feito e que abalou estruturas. Em termos de importancia historica, esse vem no topo da lista sem pestanejar.

Paranoid - muito bom, principalmente por contar um dos riffs mais marcantes que eu ja ouvi, levando em consideração TUDO que eu ja ouvi na vida.

Master of Reality - bom, tendo como melhor faixa na minha opinião Children of the Grave.

Volume 4 - sendo para a grande maioria o grande marco da banda, o classico. eu nao acho que seja o melhor disco do Sabbath nao, mas é excepcional claro! Eu gosto muito de snowblind, uma das musicas preferidas pra mim da banda. A introdução mata a pau total.

Sabbath bloody Sabbath - Esse é O album do Sabbath pra mim! Arrasa, é pesado e ao mesmo tempo muito bem trabalhado, alias o mais trabalhado. Nesse disco, Tony Iommi mostra que é muito mais do que um guitarrista criativo e limitado tecnicamente, como muitos pensavam. É nesse album que fica mais claro as influencias dele de Jazz, na minha opinião.
Sabbath bloody Sabbath esta no pareo como minha musica favorita da banda!

Sabotage - Hum, é complicado falar desse disco. Eu ate entendo o que vc quis dizer com o visual dos caras, a possivel treta com empresarios e tals, porém acho que isso nao se refletiu na qualidade das musicas nao.
Acho sim que pode ser comparado aos trabalhos antigos sim. Só por conter Sympton Of The Universe e Hole In The Sky, isso ja valeria a pena. Sympton of the universe esta pra o peso de um riff assim como Fireball, do Purple, esta para a levada com pedal duplo numa bateria. Acho que foi a primeira musica de Thrash Metal feita no mundo, a coisa mais PESADA que ja tinha sido feita ate entao. Pesada é exatamente a palavra, um riff que bate dentro de vc, enfurecedor, profundo, parece o coro de milhares de pessoas possessas! é inacreditavel!!!! :twisted:

Os outros albuns nao vou comentar por nao conhece-los direito.

Na boa, pode ate parecer que eu só gosto do Ozzy como vocal, mas nem é. Eu adoro a fase do Dio, tanto que escrevi esse post inteiro ao som do mob rules :P
Esse aqui ó:

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Sério, altamente recomendavel! :mrgreen:
 
Um top 10 rapidinho, considerando apenas tudo que foi lançado antes do primeiro fiasco da banda, o Technical Ecstasy:

1- Spiral Architect

2- War Pigs

3- Snowblind

4- The Wizard

5- Fairies Wear Boots

6- Sabbath Bloody Sabbath

7- Supernaut

8- Black Sabbath

9- Children Of The Grave

10- Rat Salad

P.S.: altamente subjetivo, apresentará mudanças em breve, quando eu pensar melhor e desenvolver um com comentários. Mas assim, de cabeça, foi isso que saiu. :mrgreen:
 
Vou fazer um aqui tb...

1- Sabbath bloody Sabbath

2 - Sympton of the universe

3 - Iron man

4 - War pigs

5 - Snowblind

6 - Children of the grave

7 - Spiral Architect

8 - Hole in the sky

9 - Black Sabbath

10 - The Wizard

p.s: realmente muito subjetivo, no proximo eu vou incluir changes :mrgreen:
 
Deixa eu dizer outra coisa q eu esqueci de falar sobre isso.

O Tony Iommi é um dos maiores criadores no que diz respeito a composição na guitarra. É impressionante os vários riffs que ele fez e podem ser ditos mais do que classicos!
São daquele tipo que as pessoas cantarolam na rua as vezes sem nem saber o que é Black Sabbath ou muito menos quem é Tony Iommi. A grande sacada do cara foi trabalhar algo simples, porém nao simplorio, e transforma-lo em algo marcante, misticamente ritmico, impactante.
Ele nos fornece uma definição perfeita da palavra riff. Arrisco ate dizer que ele foi o criador da maior quantidade de riffs que se tornaram clássicos soberanos, talvez ate mais do que o BlackMore.
E o mais incrivel: isso tudo sem a ponto dos dedos, usando uma protese no lugar! 8O. A palavra certa para classificar isso é rock and roll, sensacional!
 
Confesso q não tive saco pra ler os posts por inteiro, mas minha opinião: BLACK SABBATH é inspiração para toda e qq banda de metal e nada vai mudar isso.
 
Eu ainda nao ouvi mta coisa deles (alem de que tem mta coisa pra ouvir) mas estou gostando, desde que comecei a ouvir...
 
1- War Pigs
2- Iron Man
3 - Black Sabbath
4- Children of The Grave
5- Paranoid
6- Sabbra Cadabra
7- The Wizard
8- Snow Blind
9- Sabbath Bloody Sabbath
10- Hole In The Sky

Por enquanto vai só meu top 10! :twisted:
 
Sinceramente acho quen nenhuma banda foi o início do Metal, e sim o som foi evoluindo a partir de várias e chegou no som que conhecemos hj...Algumas mais pesadas, outros mais tecnológicas, outras mais sombrias, outras mais rápidas...Mas todas apareceram após anos de evolução...
É inegável a influência que o Black Sabbath teve e tem na música de várias bandas...Isso é louvável, pois foram poucas que coneseguiram isso...Outro exemplos são Deep Purple, Rush, AC/DC, Scorpions e Rainbow... Gigantes do Rock do passado hj transformados em ícones mundiais! Quem me dera poder chegar ao patamar deles algum dia...

Quanto aos vocalistas do Sabbath...desculpem-me os fãs do Ozzy, mas aquele cara não canta nada!!!! Ele pode ser a alma do BS, escrever ótimas canções (Shot in the Dark p.ex), mas voz que é bom o cara não tem...
É estranho que todo mundo fala do Ozzy Ozzy Ozzy e esquece que vocalistas perfeitos como Dio,Gillan e Glenn Hughes já fizeram parte da história da banda...ou pior ainda, esquecem que Tony Martin já cantou no Sabbath!!! O cara é muito injustiçado! Tem uma voz maravilhosa, a sua passagem pela banda foi muito produtiva e a maioria dos que se dizem fãs de BS nunca ouviram falar dele!

Por isso, vcs que são fãs de SB da época do Ozzy, façam um favor aos seus ouvidos: escutem as outras fases e analizem se elas não são melhores, tecnicamente falando do que a 1ª....
 
Ô, demorou!!! Black Sabbath, o maior influente e origem do rock realmente pesado!!

Toni Iommi foi um gênio! Apesar de vir (sempre vem!!) uns chatos dizendo que ele não tinha técnica (baseando-se, obviamente, em guitarristas de heavy metal) é inegável que, pela simplicidade, ele mostrava um peso incrível, uma melancolia e um poder inacreditável através de riffs memoráveis. Tem uma boa molecada por aí dizendo que faz heavy metal mas que nuca sentou a bunda pra ouvir um CD do Black Sabbath. Todo aquele peso do heavy metal, e até do hardcore, tem uma ínfima origem no Sabbath. Muitas vezes tão simples, mas tão marcante.

Ozzy Osbourne... o cara pode não ter muita técnica vocal, mas ele tem uma voz marcante. NINGUÉM consegue imitar o Ozzy. NINGUÉM. Dio, Ian Gillan, Glen Hughes, são vocalistas de uma técnica e voz impressionantes, mas Ozzy foi quem deu ao Sabbath a personalidade da banda! Ele veio quebrando o esquema de vocal da época, com uma voz não-forçada e melancólica. Perfeito! Simplesmente perfeito!! E quando seguiu carreira solo ele acabou com seus problemas quando conheceu um dos mais brilhantes jovens guitarristas que o rock já conhecem, inigualável até hoje: Rhandy Roads. Mas isso é assunto pra outro tópico... :aham:

E até hoje, o Ozzy não acredita em toda a repercussão do Sabbath, quando aparecem guitarristas poderosos, como Zakk Wylde, que conhece as músicas do Sabbath até melhor que ele próprio. Aliás, Zakk Wylde indigna-se quando falam mal de Toni Iommi e de sua força como guitarrista, e negam sua influência. E convenhamos, Zakk está certo. Só de você mostrar seu interesse na criação de riffs pesados já demonstra uma influência do Sabbath, mesmo que indiretamente.

Independente do Ozzy não ter técnica ou voz bonita, ele deu ao Black Sabbath a cara que ele tem. E o Sabbath que abriu o caminho para muitas bandas pesadas (principalmente o metal). Ele preparou o mundo para o metal.
 
Fase do black sabbath com ozzy é realmente nota 10, sobre a voz dele, pqp é heavy metal, não canto lirico, nao interessa o timbre da voz dele desde q ele consiga transmitir o clima com ela (o que ele faz ao meu ver mto bem com sua parca voz rouca).

sobre ngm do LZ sem insubstituivel eu discordo, led é uma das minhas bandas favoritas, mas é muito dificil achar um baixista/tecladista tão inutil como john paul jones
 
Golgo13 disse:
§GÂBIL-NALA§ disse:
Golgo13 disse:
Confesso q não tive saco pra ler os posts por inteiro.

Ai é complicado, porque vc esta num forum de discussão né? :wink:

Mas nem por isso as discussões têm q ser maçantes...

Os posts do V e do Gabil não foram maçantes, foram inspiradores, tanto que temos agora uma discussão muito interessante e válida sobre o Black Sabbath.

Ahh, logo posto aqui algumas considerações minhas, apesar do V e do Gabil terem falado muitas coisas que eu mesmo poderia ter dito em seus posts iniciais :D
 
Cain disse:
sobre ngm do LZ sem insubstituivel eu discordo, led é uma das minhas bandas favoritas, mas é muito dificil achar um baixista/tecladista tão inutil como john paul jones

Ainda não estou preparado pra postar aqui. não tive tempo pra isso.
mas um comentário tem de ser feito com relação a isso.
comentário : ah, vc tá brincando comigo, né? :x
 
Golgo13 disse:
Serei um herege se disser q na minha opinião o post é extremamente maçante??
Não herege, porque não se tratamos de nenhum dogma aqui, mas eu discordo completamente da sua opinião.

Falando agora um pouco sobe o Black Sabbath:

Em seu post inicial, o V conseguiu fazer uma excelente síntese do que foi o Black Sabbath e da importância da banda. Não foi o Tony Iommi e cia. que inventaram (sozinhos) o Heavy Metal, mas eles estabeleceram algumas características que se tornaram pilares do estilo, especialmente aquela forma de fazer riffs pesados, cadenciados e marcantes. Existiam algumas bandas contemporâneas tão agressivas quanto eles, o mérito do Sabbath foi fazer esse som de uma forma inovadora e dotada de tanta qualidade que influenciou largamente as bandas de Hard Rock e Heavy Metal posteriores, como Queen e Juda's Priest, apenas para citar algumas. Eles não inovaram ao escrever letras macabras e adotar uma postura sombria, mas foram os primeiros que levaram esses temas a destaque principal no Rock, em contraposição (nem sempre) à postura Hippie.

O Ozzy realmente não era um vocalista muito técnico, mas nem por isso deixou de se encaixar perfeitamente no som feito pela banda. Bill Ward era um bom baterista, original, Geezer Butler um excelente baixista, que misturava bem técnica e peso. Tony Iommi, bem, a respeito dele é ate complicado repetir sua importância para o Rock, sua genialidade na hora de compor alguns dos temas mais pesados e sombrios da história da música. Vou então fazer algumas considerações sobre alguns álbuns do Black Sabbath, especialmente os mais obscuros :mrgreen:

Apesar de eu concordar com o V que o Technical Ecstasy é o pior álbum do Black Sabbath com o Ozzy, e achar ele razoavelmente fraco, não o considero ruim por completo. Ele tem ótimas músicas como Back Street Kids e Dirty Woman, e boas composições como Gypsy e All Moving Parts Stand Still. As outras faixas são medianas. Em relação ao Never Say Die eu posso dizer que o adoro, quase tanto quanto os feitos entre o Master of Reality e o Sabotage. As composições são boas e muito variadas, merecia um pouco mais de atenção dos fãs. É um ótimo álbum, aparte os problemas externos à música que afetavam a banda e levando em consideração que é uma proposta diferente dos trabalhos anteriores, vontade do Tony Iommi e algo que o Ozzy detestou. Never Say Die, Johnny Blade, Hard Road, Air Dance, Swinging the Chain são ótimas músicas, e as outras são boas.

Heaven and Hell (1980)

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Apesar de eu adorar o Never Say Die, o Heaven and Hell dói uma ótima mudança para a carreira do Black Sabbath. Injetou o animo necessário nos membros, e foi uma tremenda virada se tratando do estilo musical. Eles, que foram um dos grandes forjadores do Heavy Metal, passaram a fazer um som próximo ao das bandas da época, especialmente as que seguiam o estilo NWOBHM. Mas estamos falando aqui do Black Sabbath, e esse álbum não foi apenas um entre vários, mas um dos maiores álbuns de Heavy Metal já feitos, para alguns o melhor do Black Sabbath. Pesado, criativo, um pouco mais técnico que os anteriores, graças especialmente ao ingresso do Dio como vocalista. Eu adoro o Ozzy, reconheço tudo o que ele fez pelo Black Sabbath e pelo Rock, mas o Dio é melhor tecnicamente e eu prefiro a banda com ele. Esse é o típico CD que eu escuto todo sem pular uma faixa, e nunca enjôo dele. Neon Knights é um marco no Heavy Metal, uma das músicas que melhor expressam o estilo. Riff marcante, embora diferente dos que consagraram a banda nos anos 70, uma linha vocal brilhante, cozinha perfeita, solo idem, a música abre muito bem o álbum. Em seguida temos Children of the Sea, uma das melhores baladas da história do Metal, mais uma vez destaque para a voz do Dio e para a beleza dos arranjos de Tony Iommi no violão, intercalados por riffs pesados de guitarra. Lady Evil lembra um pouco as antigas composições da banda (apesar de eu preferir nesse caso as antigas), uma ótima música. Na música Heaven and Hell Iommi mostra que todos os elogios feitos a ele são adequados, no mínimo. O Riff é simplesmente maravilhoso. Desde a primeira vez que o ouvi nunca mais o perdi da minha cabeça, é o ponto alto do álbum, quase sobrenatural. Claro, que não é apenas isso que dá qualidade à música. O ritmo é bem marcado pelo baixo e o Dio mostra toda a sua forma, com belas melodias em sua voz elegante. Todas as outras músicas são ótimas também, com destaque para Die Young e Wishing Well, que eu especialmente gosto.

Mob Rules (1981)

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Esse álbum segue bastante o estilo do Heaven and Hell, talvez por isso seja menos bem conceituado, por não ter o impacto da novidade do anterior. Esse já foi meu álbum preferido do Black Sabbath, hoje em dia eu gosto dele tanto quanto o Heaven and Hell, e algum da fase do Ozzy, que sempre esta variando. Ele tem a qualidade do anterior, como eu disse, com a diferença que na bateria o Vinnie Apice substituiu bem o Bill Ward e fez a conhecida segunda formação clássica do Black Sabbath, que se repetiu 10 anos depois no ótimo Dehumanizer. Em certos aspectos eu acho o Gezeer Butler melhor nesse álbum. Turn up the Night tem o pique necessário para abrir de forma impactante o álbum, embora não tão bem quanto Neon Knights fez no anterior. Voodoo nos apresenta um riff magnífico do Iommi (novidade) e o Dio cantando bem demais. Para não ser maçante e repetitivo, falarei apenas das melhores músicas que se seguem. A primeira delas é The Sign of the Southern Cross, uma balada épica e pesada. Ela me parece uma mistura do clima de Children of the Sea e Heaven and Hell, ótimos riffs, belos arranjos de violão. Um clima épico, mas com algumas passagens intimistas. A outra música que eu destaco desse álbum é Falling Off the Edge of the World. Após uma bela introdução acústica, a música muda de forma surpreendente, se tornando pesada e rápida, uma das melhores da banda, com ótimos solos e o Dio esta perfeito nela. Apesar de ter comentado apenas algumas músicas, o álbum é todo muito bom, com destaque também para a faixa título.

Born Again (1983)

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Independente de se gostar ou não dos álbuns do Black Sabbath que vieram após a saída do Dio, Tonny Iommi e Gezeer Butler continuaram sendo bons músicos, Iommi continuou fazendo riffs e solos brilhantes. Eu penso que se talvez o ego das estrelas não fossem tão grande e o Dio continuasse na banda, coisas muito boas poderiam ter sido feitas. Mas isso não aconteceu e no Born Again eles chamaram o esquecido (na época) Ian Gillan para ocupar o cargo de vocalista. Foi um trabalho que recebeu um bocado de críticas negativas, apesar de ter sido bem recebido no Brasil. Eu adoro esse álbum, o acho quase tão bom quanto os dois primeiros com o Dio, um pouco mais irregular. As músicas são bem pesadas, algumas bem agressivas como Trashed e Digital Bicht, outras sombrias como Disturbing the Priest e Born Again. Muitas pessoas consideram Zero the Hero o destaque do álbum, cujo riff foi surrupiado pelos Guns and Roses na música Paradise City. Algumas músicas não são tão geniais como Hot Line e keep it Warm, mas ainda assim eu as adoro, são boas composições. Gostaria que essa formação pudesse ser repetida, mas depois do álbum Gillan saiu da banda para voltar ao Purple, fazendo o maravilhoso Perfect Strangers.

Seventh Star (1986)

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A primeira coisa a se falar desse álbum é que ele não era pra ser da discografia do Black Sabbath, mas um trabalho solo do Iommi. As pressões da gravadora o levaram a continuar usando o nome Black Sabbath. Como único membro restante da formação original, ele mudou mais uma vez o estilo, incorporando tendências do hard Rock oitentista. Eu realmente não curtia esse álbum, mas aprendi a gostar dele. A banda é boa, o Iommi ainda esta inspirado, tem o Glenn Hughes como vocalista, algumas músicas são realmente legais. In for the kill e Turn to Stone são as melhores, Heavy Metal da melhor qualidade, rápidas, inspiradas. Seventh Star e Danger Zone também são muito boas, especialmente a segunda com um Riff bem marcante. No Stranger to Love é uma balada melosa que eu não gosto muito. Outras que eu também não curto muito são Heart Like a Wheel e In Memory. Essas músicas não são ruins, apenas não estão a altura dos bons trabalhos da banda. Esse é o álbum mais fraco da banda desde o Technical Ecstasy.

Eternal Idol (1987)

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É mais um álbum que poderia ser considerado da carreira solo do Iommi. Esse daqui bem é melhor que o anterior, muito mais inspirado. Nenhuma música desse álbum é fraca, embora não tenha nenhum grande clássico da banda. É o primeiro álbum que o Tony Martin canta, copiando o estilo do Dio, bem, diga-se de passagem. Verdade que as músicas haviam sido compostas e gravadas com o Ray Gillen no vocal, mas ele saiu da banda e o Martin substituiu a voz dele. The Shinning, Glory Ride, Nighmare são ótimas músicas, que mesclam bem o estilo Heavy Metal do Black Sabbath com o Hard vigente na época, graças especialmente aos riffs inspirados de Tony Iommi. Lost Forever é uma das composições mais próximas ao Power Metal da banda e Eternal Idol fecha bem o álbum. Esse é um dos trabalhos mais “underrated” que eu conheço, as músicas são ótimas, mas ele foi relegado ao esquecimento.

Estou cansado demais para falar dos trabalhos seguintes, farei isso depois. Vale comentar que o Headless Cross é um álbum bem fraco, o Tyr melhora o nível e traz de volta o peso a banda. O Dehumanizer tem de novo o Dio como vocalista e é excelente, o último bom trabalho da banda. O Cross Purposes e o Forbidden são tão fracos quanto o Headless Cross. Algumas pessoas, especialmente os críticos musicais são mais severos com a produção do Black Sabbath após a primeira saída do Dio. Eu não sou assim, porque gosto do estilo adotado pela banda nos anos 80, e entendo que eles não estavam mais inovando a música nem o Heavy Metal, apenas fazendo bons trabalhos, alguns tem tanto.
 
Oooooo....Sabath rules...mas que eu saiba, e desculpem esse velho decrepito metaleiro aqui, o termo Heavy Metal surgiu na critica inglesa pra definir o Led Zeppelin.Isso ai.Eu to falando da revista em quadrinhos mesmo, que na epoca era mais conhecida como Metal Hurlant.Mas esse velho coroa pode estar com a memoria falha e o V e o Ash podem falar mais sobre isso pois sacam muito mais de quadrinos que eu.
Mas continuando...Ai vem a polemica:
A gente busca o metal onde ele estiver.É sinonimo de vigor , de peso, de live fast die young...Pode estar presente desde Bach (a tocata que virou papel pra embrulhar peixe) ou Bethoven ( a quinta sinfonia é uma porrada) ou Wagner (as Valquirias tambem é pesadão) até a bateria da Mangueira marcando o surdo em um tempo.Da até pra bater cabeça.
Então acho que o metal nunca foi inventado.Ele sempre existiu.

Como diriam no meu tempo, na epoca do Rock'n Rio 1 com Bruce Dickson ensanguentado na testa sob supeita de conspiração demoniaca sugerida pela Globo ou o primeiro "hello Rio" de Coverdalle....Die hard.


Duque DécioZico95 Calça J. Quadradix, 20 anos de metal, mas que já ta velho , ja teve cabelão , bateu muita cabeça mundo a fora com o Maiden, vibrou e se decepcionou com o Metallica e hoje é fã do Brujeria....

Ps.:Lembrando aqui o Faramir.Ozzy era maus...mas era muito bom.
Num da nem pra comaparar o Dio com a voz de taquara rachada do Ozzy, mas o carisma do gorducho lesado segura qualquer onda.Por isso ele é a voz eterna do Sabath:

- Sharon. I'm the fucking prince of darkness....
 
Pelas leituras que eu já fiz, a primeira vez que alguém imaginou o termo Heavy Metal para a música foi um jornalista chamado Lester Bangs, que lendo um livro de William Burroughts, cujo nome eu não me lembro, viu a expressão Heavy Metal e a considerou adequada para essa nova música que bandas como Led Zeppelin, Vanilla Fudge e outras bandas pesadas tocavam. O Steppenwolf já usou o termo em sua música clássica Born to be Wild, e as pessoas sabiam do que se tratava, mas ate se tornar algo que definisse realmente um estilo comum para várias bandas, e fosse utilizado pela massa, demorou um tempo. Acho que só no fim dos anos 70, com o Juda's Priest, Krokus, Raven, Saxon, essas bandas.

Já o espírito do Heavy Metal, as motivações de quem o pratica, eu falo das motivações honestas e originais, elas existiam bem antes de se falar Metal em música. :D

Live fast, die young!!!

Ps: Não estou achando o meu Vol. 4 :osigh:
 
De que disco é a musica NIB?

É do Paranoid

O que dizer mais desta banda? creio ser junto com o Iron Maiden a unanimidade do Heavy Metal, claro, pq creio que quem não curte Black Sabbath não é digno de escutar heavy metal. O quaterto que formou nos anos setenta a famosa trindade sagrada do rock n' roll com o Led e o Deep Purple, era o mais radical de todos, flertando explícitamente com temas como drogas, e satanismo, coisa que o Led por exemplo, fazia de forma mais sutil. Que outra banda naquela época teria coragem de dedicar músicas inteiras citando em alto e claro inglês temas tão polêmicos? Por causa disso todos que ouviam a banda na época tinham má fama mesmo entre aqueles que gostavam de rock, o Sabbath era meio alternativo, era uma banda de malucos. Afinal como pensar ao contrário ao ver as apresentações do Sabbath onde o vocalista inicialmente tímido no palco, que posteriormente descambou para performances totalmente alucinadas e claramente alcoolizadas.

Mas se engana quem pensa que o sabbath só se apoiava em loucuras e atitudes. Graças principalmente ao guitarrista Tonny Iommy as músicalidade da banda eram de altíssima qualidade, melódica e extremamente pesadas ao mesmo tempo, apesar de não combinar muito com a imagem do grupo, a verdade é que o Sbbath tinham muitas músicas sutis e com forte uso esperto de sintetizadores, principalmente nos últimos disco da fase Ozzy, tudo isso sem perder o som bruto. Por falar no fim dessa fase, o Sabbath conseguiu o status definitivo de lenda ao trocar o vocalista tão famoso por outro não tão conhecido (Dio) e revigorar todo o seu som e conquistar uma nova geração de ouvintes. Não é pra qualquer banda. É verdade que depois de laçar um disco (muito bom por sinal) com o fantástico vocalista mercenário Iam Gillan, a banda (ou melhor Iommy) descambou um pouco e perdeu o rumo com músicas repetitivas e um vocalista mediano (Toni), a ponto de a carreira solo de Ozzy se tornar mais interessante. Mas não importava, com os famosos shows de reunião da formação original no fim dos anos 90 (o Reunion é um dos melhores discos ao vivo que já escutei) o Sabbath só fez consolidar o que todo mundo já sabia. O título de melhor e mais influente grupo da história do rock pesado.

Melhores discos sem ordem: Vol 4, Black sabbath, Paranoid e Sabbath Bloddy Sabath.

me perdoem os amantes da fase Dio mas o Heaven and Hell não é melhor do que nenhum da fase Ozzy
 

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