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[Biblioteca] O que significam aqueles números e letras nas lombadas dos livros?

Haleth

Sweet dreams
Achei bacaníssimo. Dá até pra criar um joguinho nerd "Qual é o livro" usando só a numeração da lombada XD Credo.

Quando você faz a pesquisa por um livro, seja no computador ou nas famosas fichinhas de arquivo, encontra um código de localização que, em princípio, lhe permitirá encontrar o livro na estante. Você anota:

869.933
A368i

E se pergunta: “o que isso tudo quer dizer?!”. Bem, para desvendar logo o mistério, esse emaranhado de números e letras corresponde ao livro Iracema, do escritor brasileiro José de Alencar, conhecido de muitos estudantes brasileiros. Mas, hein? Explicamos:

O número “869” corresponde, genericamente, à literatura portuguesa; “869.9”, à literatura brasileira; “869.93” a “romance brasileiro”. E, finalmente, “869.933” a um romance da literatura brasileira do período romântico (final do século XIX). Engenhoso, não? Essa intrincada codificação é chamada de classificação (maneira de dar assuntos aos conteúdos) e tem, na prática, a missão de ordenar os livros e demais materiais nas estantes, de modo que seja sempre possível reencontrá-los quando necessário. A classificação acima veio da CDD - Classificação Decimal de Dewey.

Com o “A368i”, podemos definir que é o livro de Alencar. O “A” corresponde à primeira letra do sobrenome do autor (nesse caso, Alencar). O “368” vem de uma tabela específica de regras para sobrenomes de autor - chamada Tabela Cutter - e corresponde a “Alen”; então qualquer sobrenome que se aproximar dessa partícula pode ganhar esse número. “i”, assim minúsculo mesmo, corresponde à primeira letra do título do livro, onde artigos e preposições são ignoradas (Iracema).

A CDD - Classificação Decimal de Dewey (ou DCC - Dewey Decimal Classification, em inglês) foi criada em 1876 pelo estadunidense Melvil Dewey (1851-1931). O então jovem assistente bibliotecário da Amherst College (Massachussetts) criou um sistema que tinha como objetivo organizar todo o conhecimento do mundo em 10 grandes classes temáticas.

000 - Obras gerais. Generalidades (aí entram dicionários e enciclopédias)
100 - Filosofia (inclui também a Psicologia)
200 - Religião
300 - Ciências Sociais (Direito, Administração, Educação, Antropologia, entre outras)
400 - Linguística
500 - Ciências Puras (Matemática, Física, Química, Biologia, Zoologia, entre outras)
600 - Ciências Aplicadas (Medicina, Engenharia, Tecnologia, entre outras)
700 - Artes e Divertimentos
800 - Literatura
900 - História

Cada classe pode ser desdobrada em outras subdivisões e seções - que também seguem a lógica decimal - a fim de que o tema seja cada vez mais específico. Se você se deparar com um baita número, pode apostar que a classificação tentou ser bem minuciosa. É claro que, em pleno século 21, a ideia de tentar abarcar todo os assuntos do mundo, em um sistema de classificação, parece bastante ingênua. Novas temáticas são criadas, outras se fundem e algumas outras caem em desuso ou são alvo de questionamentos. E é assim que o conhecimento humano se desenvolve... Ao menos, a CDD (e outros sistemas como a CDU - Classificação Decimal Universal e a LC - criada pela Library of Congress) acaba tendo utilidade na organização das estantes das bibliotecas. Os livros são ordenados nas prateleiras seguindo a ordem da sua classificação (ordem numérica) e alfabética (ordem das letras dos autores e títulos), da esquerda para a direita, de cima para baixo.
 
O mais importante para um leigo é saber como encontrar o número na estante. Pode parecer óbvio, mas trabalhei quase dois anos em bibliotecas universitárias, e eram muuuitos os usuários que não sabiam como funcionava o esquema, ou que iam "na intuição"; alguns ainda simplesmente iam na sorte, com paciência, até encontrar o livro. E outros, mais folgados, preferiam pedir no balcão (professores geralmente pagavam de arrogantes e pediam livros assim, mas no fundo era para esconder que não sabiam encontrá-los.)

Isso dito, destaquemos o mais importante: há que se atentar para o nome da classificação: DECIMAL de Dewey (existe também, e mais usada, a CDU - Classificação Decimal Universal).

Qual a importância disso? Perceber que 869 não é "oitocentos e sessenta e nove", mas "oito, seis, nove". Isso vai interessar para sabermos, por exempo, que 87 virá depois na ordem das prateleiras. E é justamente porque não devemos tomar o número pelo todo: 869 é maior que 87, e por essa lógica ficaria depois. Contudo, por ser classificação decimal, devemos pensar que 87 é "oito, sete..." e aí por diante.

Compara-se o primeiro dígito, depois o segundo, etc.

Assim, teríamos a seguinte ordem para números inventados: (sem paciência de pesquisar exemplos concretos que façam sentido)

15
361.18
39
869.93
869.93(81)
97
etc.

Afora isso existem outros elementos, como pontos, hífens, parênteses, etc. que seguem uma ordem pré-definida e geralmente desconhecida pelo simples usuário. Mas isso é detalhe para outra ocasião.
 
Também é de notar que dois livros diferentes não podem ter a mesma lombada. Nunca.
Então, supomos que a biblioteca catalogue o romance "Senhora" do Alencar com o número "869.93 A368s" e que depois entra no acervo outro livro do mesmo autor, com a mesma inicial: "O Sertanejo" (ignora-se o artigo, para esse fim). Como ficará? Simples: acrescenta-se uma segunda letra: "869.93 A368se".

E assim se vão dando os jeitinhos.
 
Não. Eu vou estudar, a partir do ano que vem.
Depois de concluir Letras este ano. XD
 
eu tive que saber isso um periodo da minha vida. Mas só decorei o capítulo de obras jurídicas...depois esqueci tudo...mas lembro que era mó divertido fazer as fichinhas
 
Eu adoro os códigos das lombadas, cheguei a matar aula na faculdade para ficar na biblioteca aprendendo :blah: quando me lembro disso sempre penso porque não estudei biblioteconomia ¬¬
Para minha pequena biblioteca criei um sistema baseado na CDU, mas bem mais simplificado XD
 
Espero que você não cole lombada nos seus livros, Mi...:nao:
 
Mi Müller disse:
Eu adoro os códigos das lombadas, cheguei a matar aula na faculdade para ficar na biblioteca aprendendo :blah: quando me lembro disso sempre penso porque não estudei biblioteconomia ¬¬
Para minha pequena biblioteca criei um sistema baseado na CDU, mas bem mais simplificado XD

Eu também adoro aquele monte de códigos e sabia alguma coisa sobre eles, mas muito superficialmente (MESMO) e o textinho esclareceu horrores!

E nossa Mi, teus livros estão catalogados assim? Eu estou adiando a catalogação mega simples nos programinhas do Ubunto por falta de tempo para fazer tudo de uma vez só e tu já sai com uma catalogação baseada na CDU... É muito disciplina hein! Invejei.
 

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