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Beren e Lúthien foi baseado em algo?

Aluado

Usuário
Olá pessoal.
Tive de ler um livro, muito bom até, que me lembrou profundamente Tolkien, O Romance de Tristão e Isolda, e me lembrou demais o conto de Beren e Lúthien.
É Beren e Lúthien baseado em Tristão e Isolda?
 
Baseado em Tristão e Isolda eu não sei, mas Tolkien se inspirou muito em sua mulher, Edith, para criar Lúthien. Edith costumava dançar para ele nos bosques, e aí surgiu a história.
 
Tristão e Isolda é um ótimo livro que retrata a cultura da bretanha em um passado muito muito antigo. Quem leu as duas obras pode até fazer um parelelo, mas acima de tudo, a história de Beren e Lúthien remete muito a própria personalidade da Edith além claro, das experiência que Tolkien vivenciou na Primeira Guerra Mundial.
 
Tem muito das antigas histórias de princesas em Beren e Lúthien. Rapunzel, Cinderela, etc. Com a diferença que Lúthien participa da ação e ajuda o "príncipe".
 
Vou ser sincero, quando eu li o título eu pensei : "Meu Eru! Será que ele não viu por aí o tópico sobre Tolkien+ Edith/ Beren+Lúthien?"

Mas agora vi que o assunto é diferente.
Bom, acho que não foi baseado diretamente em "Tristão e Isolda" (afinal, nenhum texto é isento de influência) , porque apesar de todas as semelhanças (o medievalismo, o romance, aquela questão de fazer uma escolha, e a idéia de que "amar significa sofrer e amar absolutamente significa morrer por amor" ) acho que as estórias são diferentes.

No Conto de Beren e Lúthien, o amor deles chega a se concretizar, e ao final eles vivem juntos por um período. Já em "Tristão e Isolda" o casal acaba separado no final (apesar dos túmulos estarem "colados").
 
Última edição:
Na verdade, a história de Beren e Lúthien é uma concretização do amor de uma forma que nem mesmo Tolkien acreditava, ou pelo menos não plenamente, vide a carta 340 http://www.tolkienianos.com/p/content/content.php?content.54 e a carta 43 http://www.tolkienianos.com/p/content/content.php?content.39.

Na verdade Tolkien via Edith como sua Lúthien e de certa forma se via como seu Beren, mas ele nunca teve uma visão muito rômantica sobre o amor, de forma que Lúthien é uma mulher forte que luta para se manter ao lado de seu amor, assim como Edith o fez para manter-se do lado de Tolkien durante toda sua vida, até mesmo quando ele foi para guerra.

Então credito, que a Balada seja muito mais uma versão fantastica da sua própria do que uma versão de Tristão e Isolda, ou qualquer outro conto de fadas, muito embora elementos, como as longas tranças usadas como corda tenham sido utilizados.
 
Depois q vc lê as obras do professor passa a encontrar várias coisas q nos fazem lembrar dela, ou vemos semelhanças..
Essa só foi mais uma.
Não tem relação nenhuma... Como já disseram antes, a inspiração dele para a história foi outra... Q por sinal estava dentro de sua propria casa.
 
Culhwch e Olwen, história mitológica celta escrita em galês e incluída no Mabinogion, livro com compilações dos mitos galeses do qual Tolkien possuía pelo menos quatro edições diferentes e que continha uma história cuja tradução ele mesmo iniciou, Pwyll, principe de Dyfed.

Ela e Orfeu e Eurídice são as fontes mais destacadas, sendo essa última, grega, a base para a conclusão da história até a ressurreição dos dois, como Tolkien falou em uma carta dizendo que Beren e Lúthien era como o mito grego com os sexos trocados.

No conto do Mabinogion algumas similaridades: promessa de conseguir pagar preços de noiva impossíveis para ganhar a mão de uma donzela "fada" cujo pai é contrário ao casamento e que, de tão bela e poderosa, faz com que flores brotem no chão por onde ela caminha, ajuda ao herói de um rei por conta de aliança antiga representada por um anel, criatura amaldiçoada de tamanho gigantesco caçada com ajuda de um mastim mágico, grupo de aventureiros disfarçados por uma magia invocada por um deles...

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Motivos para a comparação bem explicados e incluídos no texto reproduzido aí no blog:

Beren e Lúthien e o Mabinogion 1

Quem quiser conferir a história em português pode dar uma olhada no álbum da Ediouro , Arthur uma epopéia celta 04, onde o conto foi adaptado sob a forma de quadrinhos pelos franceses Lereculey e Chauvel , um trabalho premiadíssimo e best-seller na Europa. Quem se empenhar um pouquinho acha escaneado para download e leitura no PC, já que os quadrinhos estão fora de catálogo e são difíceis de achar é uma boa dica para os curiosos.

arthur4p.jpg


Outra fonte provável: Os 3 fios de cabelo do Diabo dos irmãos Grimm, onde o herói camponês tem que ir tentar ganhar a mão de uma princesa indo ao Inferno pra tentar cortar e trazer os 3 fios de ouro do cabelo do Diabo, satisfazendo o pedido do pai dela. Só comparar com os 3 silmarils da coroa de Ferro de Morgoth que estava em Angband ( chamado Inferno de Ferro), muito embora Beren só tivesse que trazer um deles.

— Para eu consentir que você e minha filha continuem vivendo juntos, é preciso que você se torne digno de ser um príncipe rea lizando alguma façanha. Por isso, eu lhe dou uma tarefa para cumprir: quero que vá até o inferno e traga de lá três cabelos de ouro do Diabo. Se conseguir realizar esse feito, quando voltar eu o farei príncipe.
O Filho da Sorte, esperto e valente como era, partiu sem demora rumo ao inferno.

Os 3 Cabelos de Ouro do Diabo
 

Anexos

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Culhwch e Olwen, história mitológica celta escrita em galês e incluída no Mabinogion, livro com compilações dos mitos galeses do qual Tolkien possuía pelo menos quatro edições diferentes. Ela e Orfeu e Eurídice são as fontes mais destacadas, sendo essa última grega a base para a conclusão da história até a ressurreição dos dois, como Tolkien falou em uma carta dizendo que Beren e Lúthien era como o mito grego com os sexos trocados.

No conto do Mabinogion , algumas similaridades :promessa de conseguir pagar preços de noiva impossíveis para ganhar a mão de uma donzela "fada" cujo pai é contrário ao casamento e que de tão bela e poderosa faz com que flores brotem no chão por onde ela caminha, ajuda ao herói de um rei por conta de aliança antiga representada por um anel, criatura amaldiçoada de tamanho gigantesco caçada com ajuda de um mastim mágico, grupo de aventureiros disfarçados por uma magia invocada por um deles...

Motivos para a comparação bem explicados e incluídos no texto reproduzido aí no blog:

Beren e Lúthien e o Mabinogion 1

Quem quiser conferir a história em português pode dar uma olhada no álbum da Ediouro , Arthur uma epopéia celta 04, onde o conto foi adaptado sob a forma de quadrinhos pelos frances Lereculey e Chauvel , um trabalho premiadíssimo e best-seller na Europa. Quem se empenhar um pouquinho acha escaneado para download e leitura no PC, já que os quadrinhos estão fora de catálogo e são difíceis de achar é uma boa dica para os curiosos.

arthur4p.jpg


Outra fonte provável: Os 3 fios de cabelo do Diabo, onde o herói camponês tem que ir tentar ganhar a mão de uma princesa cortando os 3 fios de ouro do cabelo do Diabo, satisfazendo o pedido do pai dela. Só comparar com os 3 silmarils da coroa de Ferro de Morgoth, muito embora Beren só tivesse que trazer um deles.

http://www.consciencia.org/os-tres-cabelos-de-ouro-do-diabo-contos-infantis
Interessante isso. Vou dar uma olhada nesses quadrinhos ai. Valeu a dica.
 
Culhwch e Olwen, história mitológica celta escrita em galês e incluída no Mabinogion, livro com compilações dos mitos galeses do qual Tolkien possuía pelo menos quatro edições diferentes. Ela e Orfeu e Eurídice são as fontes mais destacadas, sendo essa última grega a base para a conclusão da história até a ressurreição dos dois, como Tolkien falou em uma carta dizendo que Beren e Lúthien era como o mito grego com os sexos trocados.

No conto do Mabinogion , algumas similaridades :promessa de conseguir pagar preços de noiva impossíveis para ganhar a mão de uma donzela "fada" cujo pai é contrário ao casamento e que de tão bela e poderosa faz com que flores brotem no chão por onde ela caminha, ajuda ao herói de um rei por conta de aliança antiga representada por um anel, criatura amaldiçoada de tamanho gigantesco caçada com ajuda de um mastim mágico, grupo de aventureiros disfarçados por uma magia invocada por um deles...

Motivos para a comparação bem explicados e incluídos no texto reproduzido aí no blog:

Beren e Lúthien e o Mabinogion 1

Quem quiser conferir a história em português pode dar uma olhada no álbum da Ediouro , Arthur uma epopéia celta 04, onde o conto foi adaptado sob a forma de quadrinhos pelos frances Lereculey e Chauvel , um trabalho premiadíssimo e best-seller na Europa. Quem se empenhar um pouquinho acha escaneado para download e leitura no PC, já que os quadrinhos estão fora de catálogo e são difíceis de achar é uma boa dica para os curiosos.

arthur4p.jpg


Outra fonte provável: Os 3 fios de cabelo do Diabo, onde o herói camponês tem que ir tentar ganhar a mão de uma princesa cortando os 3 fios de ouro do cabelo do Diabo, satisfazendo o pedido do pai dela. Só comparar com os 3 silmarils da coroa de Ferro de Morgoth, muito embora Beren só tivesse que trazer um deles.

http://www.consciencia.org/os-tres-cabelos-de-ouro-do-diabo-contos-infantis

Realmente muito interessante, vou tentar saber mais sobre essa história.
Vlw Ilmarinen.

:D
 
Resumo da história em português:

Resumo de Culhwch e Olwen

A história do Mabinogion tem uma versão mais conto de fadas que foi compilada por Elias Owen em 1896 no seu livro de contos de fadas galeses . E Kulhwch e Olwen foi inserida no livro lilás de compilação de contos do Andrew Lang na sua célebre coleção que Tolkien leu quando criança com o título The Winning of Olwen (A conquista de Olwen).

A versão de Elias Owen é chamada Einion e Olwen ( supõe-se que Kulhwch é um "nome celta de entortar os olhos" que seja tentador trocar).

Aí a caçada ao javali gigante da história-quem será que está caçando quem?- ( cujo nome tem uma grafia dessas que a gente decora pra poder escrever)

mabinogion.jpg


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Última edição:
E quem quiser peqar a excelente adaptação de Tristão e Isolda feita para Arthur uma epopéia celta no volume 5 da mesma coleção vai ficar bem satisfeito com o trabalho da dupla francesa.


tristaoeisolda.jpg


Relativo ao post inaugural: Tristão e Isolda podem ter ficado parte da vida separados mas, no fim, Isolda nunca deixou de amar Tristão e , assim como Lúthien,
definhou e morreu de desgosto quando ele faleceu.


Mas já que te não posso curar, que possamos ao menos morrer juntos!" Aproxima-se do leito e estende-se a todo o comprido sobre o corpo de Tristão, rosto com rosto, boca com boca. Neste abraço supremo, sucumbe à violência da dor e expira num soluço.


Mesmo ressuscitando depois para ser similar a uma versão com final feliz de Orfeu e Eurídice Tolkien sugere que o final, final MESMO da história dos dois não foi lá muito diferente disso aí não.

E dá pra supor o que daria pra encontrar no túmulo dos dois, seria a cara de Tolkien dizer que duas árvores cresceram sobre eles e entrelaçaram os galhos por cima da terra fria até a Última primavera chegar simbolizando as duas casas dos Eldar e dos Edain...

No túmulo de Isolda, a loura, plantou uma roseira vermelha e no de Tristão um cepo de nobre vinha. Os dois arbustos cresceram juntos e os seus ramos entrelaçaram-se tão intimamente que foi impossível separá-los; de cada vez que os podavam, tornavam a crescer com todo o vigor e confundiam a sua folhagem.
Aqui acaba o romance de Tristão e Isolda. A todos os amantes, o narrador dirige a sua saudação: aos sonhadores, aos enamorados, aos ciumentos, a todos aqueles a quem o desejo morde, aos divertidos, aos enlouquecidos, a todos aqueles que lerem esta história! Se não disse a todos o que teriam desejado, disse-o pelo menos o melhor que pude e disse a verdade pura tanto quanto a pude conhecer. Suprimi um pouco à narração; o que conservei, escolhi-o para ilustrar e embelezar esta história, a fim de agradar aos amantes e de estes aí encontrarem com que deleitar o coração. Possam eles dela tirar reconforto contra as traições, contra as injustiças, contra as dores, contra as lágrimas, contra todos os desgostos de amor!

Em Tristão e Isolda a parte que relata a luta com um dragão é similar a partes da história de Túrin Turambar como vcs verão.

Tristão e Isolda, Beren e Lúthien e Culhwch e Olwen, tecnicamente, são variantes simbólicas da luta entre os dois reis, o do verão e do inverno pela posse da "noiva primavera", um motivo "alegórico" muito presente em diversos relatos célticos que também foram aproveitados por Tolkien em Aragorn e Arwen e Goldberry e Tom Bombadil. Por que é que vcs acham que parte da trilogia de Bernard Cornwell, o volume centrado em Mordred se chama o Rei do Inverno? E por que é que na versão original da história, Mordred é que tinha um caso com Guinevere e era sobrinho do rei do mesmo jeito que acontecia entre o Rei Mars, Isolda e Tristão?
 
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Boas notícias pra quem quiser ter uma nova oportunidade de ler Culhwch e Olwen num idioma acessível para ver as fontes e débitos célticos/arturianos de Tolkien, especialmente em Beren e Lúthien: com um atraso de cinco anos em relação à edição nacional Arthur uma epopéia céltica está saindo na Inglaterra ( há algo realmente paradoxal e estranho quando uma coisa dessas acontece. Edições em português , espanhol, holandês precedendo uma tradução em inglês ( e galês ) desse tema?

http://www.comicbitsonline.com/2009/08/05/arthur-the-legend-in-english-and-welsh/

http://www.denofgeek.com/comics/308776/arthur_the_legend_graphic_novel_review.html

Vai sair lá em menos volumes do que aqui, cada um contendo dois dos originais, o último provavelmente incluindo 3 álbuns já que são nove ao todo.

Capas novas de Lereculey

arthur-001.jpg

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Melhor forma dos leitores brasileiros terem alguma forma de acesso direto à versão mais estritamente celta da lenda do rei Arthur e seus contos filiados como Culhwch e Olwen e Tristão e Isolda, todos eles tendo exercido influência notória em Tolkien como esse texto lá no blog procurou demonstrar:

O prisioneiro de Beleriand/Brocéliande-Melian e Merlin
 
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