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Autores e obras em domínio público

Loveless

J'ai une âme solitaire
Depois do fenômeno George Orwell no ano passado, é sempre bom observar os autores que entram em domínio público todo ano.

Autores importantes que entraram em domínio público em 2022:

- Sinclair Lewis (Prêmio Nobel 1930)
- André Gide (Prêmio Nobel 1947)
- Ludwig Wittgenstein
- Hermann Broch


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Dois Prêmios Nobel em domínio público em 2022

Sinclair Lewis e Andre Gide são alguns dos autores que entraram em domínio público agora em janeiro de 2022

Sinclair, Wittgenstein, Gide e Hermann Broch

Sinclair, Wittgenstein, Gide e Hermann Broch

Todo começo de ano, o PublishNews lembra os autores que entrarão em domínio público, de acordo com a lei brasileira. Em 2022, dois Prêmios Nobel estão na lista: Sinclair Lewis, laureado em 1930, e Andre Gide, em 1947.

Lewis, inclusive, voltou ao destaque nas últimas eleições presidenciais nos EUA. O seu livro Não vai acontecer aqui apresenta Buzz Windrip, um homem vaidoso, falastrão e anti-imigrantes que concorre (e ganha) à presidência prometendo um país próspero e grande novamente, mas acaba trilhando um caminho sombrio. Com essa trama, a distopia publicada em 1935 voltou às listas dos mais vendidos lá na Terra do Tio Sam.

Já o francês Gide, além de autor, foi também editor, fundador da Gallimard. Gay assumido, falava abertamente sobre os direitos dos homossexuais, chegando a publicar Corydon, um livro destinado a combater preconceitos homofóbicos da sociedade do seu tempo. Ao anunciar Gide como vencedor do Nobel, a Academia Sueca justificou a sua escolha: "por seus escritos abrangentes e artisticamente significativos, nos quais os problemas e condições humanas foram apresentados com um amor destemido pela verdade e uma percepção psicológica aguçada".

Outros dois escritores importantes entram na lista de autores em domínio público: o austríaco naturalizado britânico Ludwig Wittgenstein, autor de Tractatus Logico-Philosophicus, e o modernista e também austríaco Hermann Broch, autor da trilogia Os sonâmbulos e A morte de Virgílio.

 
Existe página na Wikipedia pra ajudar os editores a se organizar nesse sentido. Dá pra ver lá quais entrarão em domínio público nos próximos anos, com boa antecedência. :lol:
 
Tá de bem de boa acompanhar essa lista da Wikipedia ou tem alguma mais completa? Poder ver alguns nomes pensando em alguns anos mais a frente é sempre bom.
 
Autores que entram em domínio público no Brasil em 2023:

- Antonieta de Barros (Brasil)
- Macedonio Fernandez (Argentina)
- Eva Perón (Argentina)
- Knut Hamsun (Noruega) (Prêmio Nobel 1920)
- Ferenc (Franz) Molnar (Hungria)
- Mariano Azuela (México)
- Teixeira de Pascoaes (Portugal)
- Pedro Prado (Chile)


Tomara que novas editoras publiquem o Knut Hamsun. Salvo engano, a edição de livro mais recente dele é de 2009.
 
Obras do personagem Sherlock Holmes como publicado nesse tópico
 
Domínio público e alterações em clássicos abrem novo campo de batalha para editoras

George Orwell, Monteiro Lobato e Freud são alguns dos autores que vêm sendo lançados por diferentes casas editoriais

O mercado editorial brasileiro está cada vez mais seduzido pelo passado, a julgar pela proliferação de diferentes edições de uma mesma obra escrita por autores em domínio público.

Um caso emblemático é o da publicação de “O pequeno príncipe”, de Antoine de Saint-Exupéry (1900-1944). Desde 2015, quando seu criador entrou em domínio público no Brasil, dezenas de editoras correram a publicar o livro, criando diferentes versões do produto: novas traduções, “capa almofadada”, “capa que brilha no escuro”, adaptações em cordel, edição “de luxo”, de bolso etc.

O prazo para um autor cair em domínio público difere de país a país. No Brasil, a proteção ao direito autoral é válida por 70 anos e termina a partir do primeiro dia do ano seguinte, quando qualquer um que se interesse pode publicar a obra sem pagamento de royalties. Embora na França o prazo seja o mesmo, o criador de “O pequeno príncipe” ainda não está em domínio público em seu país devido a “prorrogações de guerra” e a seu status de autor “morto pela França”, uma vez que estava em missão quando o avião que pilotava desapareceu.

Nem todos os autores em domínio público exibem grandes volumes de venda, mas é natural que as editoras se interessem por aqueles em torno dos quais há um mercado aquecido. Um exemplo é o britânico George Orwell (1903-1950), que, entre nós, entrou em domínio público em 2021. Como diz Lucas de Sena, editor da Globo Livros - que, assim que isso se deu, publicou “1984” e “A revolução dos bichos” -, é preciso oferecer um diferencial para os leitores frente à ampla oferta de um mesmo título.

“Muitas obras em domínio público ficam meio esquecidas, mas, no caso dos romances de Orwell, havia grande interesse. Apostamos em boas traduções [Bruno Gambarotto para “1984” e Petê Rissatti para “Revolução dos bichos”] e ao mesmo tempo em conseguir um preço competitivo”, diz o responsável pelo selo Biblioteca Azul da Globo Livros. Como diferencial, foram convidados para escrever as apresentações pessoas da comunicação digital, os influencers Rita Von Hunty, do canal Tempero Drag do YouTube, e Orlando Calheiros, podcaster de Benzina e PopCult, o que conferiu um formato mais pop às duas obras intrinsecamente políticas.

Criada em 2019 com um modelo de negócio calcado na publicação exclusiva de clássicos em domínio público, a editora Antofágica tem também “1984” como um dos títulos mais vendidos de seu catálogo. O editor Roberto Jannarelli confirma que o desafio, neste nicho, é apresentar algo que se destaque em relação às edições de outras casas editoriais.

Na Antofágica, o cuidado gráfico é um dos pontos em destaque. “Publicar clássicos com design moderno e interpretações artísticas contemporâneas faz parte da idealização da editora”, observa. Outra estratégia é investir na qualidade dos paratextos (prefácios, posfácios etc.). Cada edição traz uma apresentação curta que convida o leitor à história e três posfácios, incluindo informações sobre vida e obra do autor, e a relação da obra com outras formas de arte, ciências e cultura pop. “No caso dos títulos que são publicados por muitas editoras”, comenta Jannarelli, “torna-se ainda mais necessário ocupar o espaço digital. Na Antofágica, disponibilizamos videoaulas para o público geral sobre os lançamentos, além de um canal no YouTube com conteúdos diversos.”

No mercado nacional, o mais recente grande nome a entrar em domínio público foi Monteiro Lobato (1882-1948). Inicialmente os direitos pertenciam à editora Brasiliense, que firmou contrato com o próprio escritor em 1945. Em 2007, porém, os direitos passaram à Globo Livros através de um acordo com seus herdeiros. Ao entrar em domínio público, em 2019, dezenas de editoras passaram a publicar o precursor da literatura infantil nacional. Enquanto a Globo manteve-se fiel aos textos originais de Lobato, muitas outras partiram para adaptações, com o objetivo de retirar da obra trechos alegadamente racistas, como passagens relativas à tia Nastácia, mencionada como “boa negra” ou “negra de estimação”. A editora Moderna foi uma delas e encomendou ao escritor Pedro Bandeira uma nova versão de “Reinações de Narizinho”. A bisneta do escritor, Cleo Monteiro Lobato, também optou pelo caminho da modernização.

Morando há 25 anos nos Estados Unidos, formada em história, ela entendeu ser necessária a atualização para o nosso tempo. “Há alguns anos dei um Google no nome do meu bisavô e só apareceram referências negativas. Eu tenho certeza, por tudo que minha mãe contava, que ele não era racista, mas Lobato descrevia a sociedade da sua época e escrevia para as crianças de seu tempo. Muitos termos que usou mudaram de significado, tornaram-se inapropriados. Graças a Deus, a sociedade evoluiu”, diz Cleo.

A partir desta constatação, ela não só modernizou a linguagem do escritor, como modificou traços dos personagens do Sítio do Picapau Amarelo. Na sua versão, comercializada através do site que criou sobre o escritor, tia Nastácia não é mais empregada da família, mas uma amiga de infância de dona Benta, que com ela gerencia o sítio. :blabla:

“É ela que dá colo a Narizinho e continua fazendo bolinhos de chuva, mas não lava mais roupa no riacho. O Sítio já era atemporal e ficou ainda mais”, observa Cleo, que contou com as ilustrações do recifense Rafael Sam como reforço para sua atualização.

Já Lucas de Sena, o editor da Globo Livros, ressalta que, tanto quando detinham a exclusividade dos direitos como agora, a opção foi deixar aos mediadores de leitura - basicamente, pais e professores - a tarefa de conduzir as discussões sobre os trechos polêmicos, com a inclusão de notas pedagógicas. “Não quisemos fazer uma censura à obra original. O julgamento deve ser feito pela comunidade leitora”, resume.

Um aspecto que não pode ser desconsiderado nas múltiplas adaptações das obras é que, para as vendas de governo, que representam um suporte fundamental para a saúde financeira das editoras brasileiras, no tocante a obras em domínio público, valem apenas as adaptações, e não os textos originais.

Quanto à alteração editorial ou de conteúdo de obras em domínio público para retirar traços de racismo ou homofobia, condição que vem sendo adotada nos últimos tempos em alguns países, o tema permanece controverso. Neste ano, as obras de Agatha Christie, Roald Dahl (autor de “A fantástica fábrica de chocolate”) e Ian Fleming (criador do agente secreto James Bond) sofreram mudanças.

No caso de Agatha Christie (1890-1976), a editora HarperCollins alterou alguns romances da criadora de Hercule Poirot e Miss Marple para retirar trechos considerados ofensivos. O mesmo não ocorreu, no entanto, no braço nacional da editora, que preferiu recorrer a notas para a contextualização destas passagens.
“Nosso trabalho como editora é contextualizar a obra dentro de seu período para que o leitor faça a sua própria reflexão. Não podemos falar pelas propostas editoriais no exterior, mas, nacionalmente, temos desde 2020 uma nova tradução de Agatha Christie com notas de rodapé e comentários, que visam informar o leitor sobre termos e expressões usados na época que, hoje, podem ser considerados sensíveis”, explica Samuel Coto, editor da HarperCollins Brasil.

Flávio Moura, da editora Todavia, concorda que o melhor, quanto às adaptações, é incluir aparatos textuais que discutam os pontos problemáticos da obra. “Alguns autores vão envelhecer de maneira irremediável. O filtro do tempo é mais severo e eficaz que alterações cosméticas”, acredita.

Além da HarperCollins Brasil, que trouxe ao mercado uma coleção formada por dezenas de títulos da chamada Dama do Crime, com capa dura e novas traduções, ainda é possível encontrar obras de Agatha Christie com selos de editoras como Globo Livros e L&PM.

Outra autora britânica - esta já totalmente em domínio público - cujos livros saem por diferentes casas editoriais é Virginia Woolf (1882-1941). O leitor desavisado pode ficar confuso ao tentar comprar, por exemplo, um exemplar de “Mrs. Dalloway”, uma de suas principais obras. Qual das edições escolher - a da Penguin-Companhia, Antofágica, Martin Claret, Novo Século, L&PM, Nova Fronteira ou Autêntica?
Rejane Dias, editora executiva do grupo Autêntica, acredita que há público para as diferentes edições. Todos os livros de Virginia Woolf que saíram pela Autêntica têm o premiado Tomaz Tadeu como tradutor. “É um projeto pessoal do Tadeu, que ganhou um Jabuti em 2013 pela tradução de ‘Mrs. Dalloway’ e se tornou um especialista em sua obra. Quando lançamos o livro, vendemos 2 mil exemplares em menos de três meses, o que nos fez ver que Virginia tem uma comunidade de fãs. Então publicamos também, sempre com edições cuidadas, de capa dura, seis outros títulos da autora”, diz Dias.

Ela conta que viu o potencial dos livros em domínio público quando, em 2008, lançou uma edição bilíngue português-latim de “Ética”, de Spinoza. “Posso dizer que esta edição marcou um antes e um depois na história da editora, fundada em 1997. Compreendi que o papel do editor é trazer o autor para o nosso tempo.”

Por isso, ela não se intimidou frente à consagrada edição das obras completas de Sigmund Freud, com tradução de Paulo César de Souza, pela Companhia das Letras, e lançou uma coleção alternativa do criador da psicanálise, com vários volumes, organizada segundo temas, e não na ordem cronológica em que foram escritos. “Esse é o segmento que mais vende em nosso catálogo e os livros de Freud têm em média duas reimpressões por ano, o que é bastante inusual”, diz. A editora observa que o fato de não precisar pagar royalties ao autor não faz, necessariamente, com que o lançamento de livros em domínio público seja barato ou mais simples.

O estabelecimento de texto de um autor como Machado de Assis, por exemplo, implica decisões criteriosas. Embora haja no mercado edições para todos os gostos e bolsos, a editora Todavia vai lançar ainda neste ano, em parceria com o Itaú Cultural, um projeto audacioso em torno do autor de “Dom Casmurro”: uma caixa com 26 livros, que inclui todos os títulos que o escritor publicou em vida com a assinatura Machado de Assis.

“O projeto é coordenado pelo professor Hélio Guimarães, da USP, grande pesquisador de Machado, que desde 2019 se dedica a fazer um estabelecimento muito rigoroso do texto, de modo a restituir a dicção de Machado, sua pontuação”, conta Flávio Moura, da Todavia. A coleção terá projeto gráfico cuidadoso, com apelo visual e tátil para atrair colecionadores. “Pode ser que, futuramente, venhamos a publicar separadamente os volumes, mas, de início, decidimos pela publicação em conjunto para alcançar maior impacto.”

Em 2024, outro grande nome da literatura nacional, Graciliano Ramos (1892-1953), hoje publicado com exclusividade pela editora Record, entrará em domínio público. O mercado de livros, em polvorosa, já planeja diversos lançamentos, pois, além de tudo, trata-se de autor muito adotado pelas escolas.

Pode-se indagar até que ponto é saudável para o mercado de livros brasileiro a concorrência em torno dos mesmos títulos, se eles não reduziriam ainda mais o espaço para novos autores. “É bom que o leitor tenha acesso a todas essas possibilidades, conhecendo o clássico e o contemporâneo, pois é assim que formamos nosso repertório”, pondera Jannarelli. “Não vejo a relação do domínio público com o autor atual como uma concorrência, mas como uma coexistência necessária. O maior concorrente do mercado literário não é uma outra obra literária, mas sim a série do streaming, o YouTube, o videogame etc.”

 
Em tempo: estou muito curioso pra ver essa coleção completa do Machado que a Todavia está preparando.

E vai ser ótimo o Graciliano em domínio público; só ter edição da Record é foda, com seu eterno papel que oxida rápido... :dente:
 
Graciliano Ramos entrará em domínio público em 2024

Graciliano Ramos em domínio público: família entrega os pontos e editoras revelam primeiros livros

Todavia e Companhia das Letras começam a publicar a obra do escritor alagoano por ‘Vidas Secas’ e ‘Angústia’; Record prepara edição de bolso de ‘Vidas Secas’ e já lançou um box para colecionador

Por Maria Fernanda Rodrigues 26/12/2023 | 14h30

Os herdeiros de Graciliano Ramos (1892-1953) bem que tentaram evitar que a obra do escritor alagoano entrasse em domínio público em 2024. Em 2018, acreditando que isso seria possível, eles renovaram o contrato com a Record até 2029. Depois de algumas idas e vindas que envolveram assessoria jurídica e conversas em Brasília, não houve outra alternativa a não ser aceitar que a partir do dia 1º de janeiro qualquer editora poderá publicar Vidas Secas, Angústia e São Bernardo, entre outros livros já editados ou ainda não pensados, e qualquer pessoa poderá fazer o que quiser sem autorização ou pagamento - filme, peça, musical.

Aceitar não. Acatar. “Aceitar eu não aceito, mas é a lei e tem que cumprir. Uma lei absurda”, diz ao Estadão o escritor Ricardo Ramos Filho (1954), neto de Graciliano e filho de Ricardo (1929-1992). Até agora, os direitos eram divididos em cinco partes. Ricardo e os dois irmãos abriram mão da sua fração para que a mãe pudesse receber mais. Descendentes de seus tios Luiza Ramos, Lucio Ramos, Júnio Ramos e Clara Ramos também recebem.

Ele explica que não é exatamente contra o acesso gratuito à obra de um autor no ano seguinte aos 70 anos de sua morte - como prevê a lei de direitos autorais. Poderia até acontecer antes, em sua opinião. Ele não concorda, porém, com a comercialização dessa obra onde quem ganha não é a família ou o público, mas, sim, a editora.

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Diferentemente de outros autores esquecidos que acabam redescobertos neste momento em que a obra entra em domínio público, ou de escritores cuja obra acaba se popularizando nesta ocasião, como o que aconteceu com Virginia Woolf, ou se tornando mais acessível, caso de Freud, Graciliano Ramos nunca ficou de fora das prateleiras - a Record tem sido sua editora desde 1975 e já vendeu mais de 4,5 milhões de exemplares. O best-seller é Vidas Secas, com quase dois milhões de exemplares vendidos. Mais especificamente, 1.972.736 até a terceira semana de dezembro.

Vidas Secas está, justamente, na primeira leva de lançamentos que chegam às livrarias no início do ano. “Vai ser guerra”, afirma Ricardo se referindo à concorrência e à necessidade que as editoras vão ter de enriquecer suas edições para se diferenciar.

Novas edições de livros de Graciliano Ramos em 2024

Sem alarde ou divulgação, talvez ainda esperando a reação ou alguma ação da família, Todavia e Companhia das Letras trabalham para lançar os primeiros livros de suas coleções dedicadas a Graciliano Ramos. A da Todavia é coordenada por Thiago Mio Salla, especialista na obra do escritor, e será inaugurada em janeiro com Angústia e Vidas Secas. Em fevereiro, a Penguin-Companhia das Letras lança Angústia, Vidas Secas e São Bernardo.

A Record, que quer se manter como referência - e que ainda pagará os 10% do preço de capa para os herdeiros do escritor - saiu na frente das outras editoras interessadas. Até porque podia. Já está à venda um box para colecionador contendo seus três romances mais conhecidos: Angústia, Vidas Secas e São Bernardo, com prefácio, respectivamente, de Silviano Santiago, Hermenegildo Bastos e Godofredo de Oliveira Neto e texto inédito de Ivan Marques, professor de literatura brasileira, com histórias da composição dos livros e suas principais características literárias. A Record inicia o ano do domínio público com um box para colecionador, contendo Vidas Secas, Angústia e São Bernardo, já nas livrarias.

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Outro lançamento, previsto para abril, vai apresentar os relatórios que Graciliano escreveu ao governador de Alagoas, em 1928 e 1929, quando era prefeito da cidade de Palmeira dos Índios, prestando contas de sua administração. A editora destaca que os documentos mostram uma radiografia dos problemas brasileiros, revelam a voz direta que caracterizou os romances do escritor e já apontam para o literário de sua escrita.

Outra novidade da Record e da família: parte dos royalties será doada à ONG Innocence Project Brasil, que auxilia pessoas condenadas e presas injustamente - como Graciliano.

Além dessas novas edições, outros livros, incluindo de crítica, devem estar no radar. E, neste sentido, o pesquisador Edilson Dias de Moura também saiu na frente. Ele acaba de lançar, pelas Edições Sesc, um livro baseado em sua tese de doutorado e que se volta à experiência do escritor na administração pública e aos ecos dessa sua atuação em seus romances.

Graciliano: Romancista, Homem Público, Antirracista resgata o período em que Graciliano foi prefeito de Palmeira dos Índios, diretor da Imprensa Oficial e diretor da Instrução Pública de Alagoas, fala sobre sua coerência, apresenta algumas de suas ações (proibiu cargos de amizade, castigo físico, garantiu material escolar, merenda e uniforme, entre outras coisas), e mostra como seus ideais progressistas aparecem também em seus romances.

 

Agora o domínio público afeta a gigante Disney. Sim chegou sua vez!

No passado a toda-poderosa do entretenimento já exerceu seu poder de influência pra que mudassem a lei e subissem o sarrafo do domínio público pra 95 anos.
 
Autores importantes que entraram em domínio público em 2022:

- Sinclair Lewis (Prêmio Nobel 1930)
- André Gide (Prêmio Nobel 1947)
- Ludwig Wittgenstein
- Hermann Broch
Autores que entram em domínio público no Brasil em 2023:

- Antonieta de Barros (Brasil)
- Macedonio Fernandez (Argentina)
- Eva Perón (Argentina)
- Knut Hamsun (Noruega) (Prêmio Nobel 1920)
- Ferenc (Franz) Molnar (Hungria)
- Mariano Azuela (México)
- Teixeira de Pascoaes (Portugal)
- Pedro Prado (Chile)

Autores que entraram em domínio público no Brasil em 2024:

- Graciliano Ramos (Brasil)
- Jorge de Lima (Brasil)
- Marcelo Tupinambá, pseudônimo de Fernando Álvares Lobo (Brasil)
- Albertina Bertha (Brasil)

Parece que estrangeiro não tem nenhum digno de nota...

 
Última edição:
De estrangeiros, entram Hilaire Belloc, Ivan Búnin, Eugene O'Neill e Dylan Thomas, entre os escritores; e Hank Williams, cantor folk, entre os músicos. Nada mau, mas também não é nenhum nome bombástico que vá provocar uma inundação de edições, como foi o Orwell rs.
 

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