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Autora de Crépúsculo da fé fala sobre a obra,RPG e Tolkien!

Pandatur

Usuário
Demorou mas enfim chegou!!!Tive um problema no PC e por isso só enviei a entrevista à MIchelle Klautau, autora de "Crepúsculo da fé" há poucos dias...mas...eis a entrevista que está muito legal...valeu....e desculpem se o entrevistador não é lá grande coisa....


Nome de batismo: Michelle Regina Lemos Klautau

Data e local de nascimento: 20/05/1968, no Rio de Janeiro

Residência atual: Rio de Janeiro

Estado civil: casada

Formação e área de atuação profissional:Formada em Biologia, bacharel em Biologia Marinha e mestrado e doutorado na área. Professora/pesquisadora da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

1- Apresente àqueles que ainda não leram “Crepúsculo da fé”, a história do livro.

É um livro de fantasia ambientado na Idade Média. A história é sobre duas religiões inimigas, o Templo do Sol e o Templo da Lua. O Templo do Sol cultua o deus Sol e proíbe o uso da magia, enquanto o Templo da Lua, que cultua a deusa Lua, baseia-se no uso da magia. Por isso, no passado, houve uma guerra entre os Templos, o que levou à destruição do Templo da Lua. Desde então, o culto à deusa ficou proibido, mas o livro conta sobre a tentativa dos seguidores da Lua de trazerem de volta o culto à deusa e a magia.

2- Quando e como surgiu a idéia de escrever “Crepúsculo da fé”?

A idéia começou a surgir durante uma das viagens que eu fiz à Europa há uns cinco anos. Eu estava viajando de trem e comecei a fazer os primeiros rascunhos da história. Na minha cabeça, estavam lembranças do que eu havia escutado sobre os Franciscanos e suas diferenças com relação a outras ordens religiosas, como a dos Beneditinos. Os Franciscanos aceitavam a busca pelo conhecimento, enquanto os Beneditinos eram mais conservadores. Isso inspirou a criação das duas religiões do livro. A idéia inicial foi tomando forma e, quando eu percebi, eram os próprios personagens que estavam escrevendo a história.


3- Quanto tempo o livro levou para ser escrito?

Eu demorei pouco mais de um ano para escrever o livro. Todos os dias eu chegava do trabalho e escrevia um pouquinho. Depois, deixei-o de lado por alguns meses e, quando o reli, ainda fiz algumas modificações.

4- Foi difícil encontrar uma editora (neste caso a Devir)?

Foi. Eu mandei o livro para várias editoras e algumas nem sequer responderam. Com a Devir foi diferente. Eu peguei o telefone da Devir durante uma Bienal do Livro aqui no Rio e, quando liguei, falei direto com um dos editores, o Douglas Quinta Reis. Ele foi super receptivo e disse que estava interessado em ler a história. Eu enviei uma cópia do livro, ele leu e decidiu publicar.

5- Qual foi a sensação que você teve ao ver um exemplar de “Crepúsculo
da fé” pronto? Saiu tudo como planejado?

Foi uma emoção enorme! Na verdade, já foi uma grande emoção ouvir o Douglas dizer que havia gostado da história e que iria publicá-la. Depois, quando eu vi tudo pronto, fiquei muito feliz. Para mim, ficou perfeito.

6- “Crepúsculo da fé” foi sua primeira experiência na literatura?

Foi. Eu sempre escrevi artigos científicos, o que é completamente diferente e, durante a minha adolescência eu escrevi algumas histórias curtas, romances policiais, mas deixei-os guardados no armário. O “Crepúsculo da Fé” foi a primeira história que eu comecei a escrever e decidi que iria publicar.

7- Quais autores e obras que influenciaram o livro?

Eu já li tanto sobre Idade Média e já li tantos livros de fantasia que não posso dizer que apenas um ou dois autores ou obras influenciaram. Eu adoro os estilos da Marion Zimmer Bradley, da Margaret Weis e do Tracy Hickman e, é claro, do Tolkien.

8- As disputas religiosas do livro, entre o Templo do Sol e o Templo da Lua lembram as rixas entre as igrejas Católica e Protestantes e a Santa Inquisição na Idade Média. Qual a sua opinião a respeito dessas questões que marcaram a história da humanidade?

A intolerância religiosa ainda existe, não é uma exclusividade da Idade Média. Eu acho triste que pessoas ainda se sintam no direito de achar que aquilo em que elas acreditam é a verdade absoluta, enquanto as crenças dos outros são inaceitáveis. O ser humano já deveria ter aprendido que a religiosidade é algo íntimo, que deve existir somente entre a pessoa e a divindade que ela cultua. Institucionalizar a fé é talvez o maior dos erros, pois limita o desenvolvimento espiritual de cada um e acaba gerando intolerância.

9- Tenho informações que você é jogadora de RPG. Quando você conheceu os roling playing games? Qual o seu sistema de jogo favorito?

Eu comecei a jogar em 1988. Naquela época, conheci um professor, que veio a ser meu orientador, que havia acabado de chegar do doutorado na Grã Bretanha e adorava jogar RPG. Ele formou um grupo aqui e eu comecei a jogar. Já viciei logo no primeiro jogo e nós começamos a nos reunir semanalmente. Foram muitos anos jogando sem parar. Depois, ele parou de jogar, mas eu continuei com outro grupo. Como eu sempre fui fascinada pela Idade Média, optei pelo “Advanced Dungeons and Dragons”.


10- Outra informação é que você coleciona armas medievais. Desde quando? Onde as consegue? O preço é salgado?

Eu coleciono réplicas de armas medievais. Comecei em 1998, eu acho. As minhas réplicas eu comprei na Europa, mas soube por um amigo que há pessoas em Minas Gerais e também aqui no Rio que fazem réplicas de armas medievais para vender. As réplicas não são baratas, mas dá para ir comprando aos pouquinhos.

11- O Fórum Valinor é voltado principalmente para fãs de J.R.R.Tolkien. Você já leu alguma obra do autor? Se sim, qual a sua opinião com relação a Tolkien e suas obras?

Já li “O Senhor dos Anéis” e “O Hobbit”. “O Senhor dos Anéis”, em particular, é uma obra prima. O Tolkien é o grande pai do gênero fantasia e, conseqüentemente, poderíamos até dizer que é o pai do RPG. Criar um mundo como ele criou, com raças tão variadas e ricas, com uma língua própria... Nossa, ele era genial!

12- Você assistiu ao filme “O Senhor dos Anéis”? Se sim, o que achou?

Claro que assisti! Fui duas vezes ao cinema, comprei o DVD e o CD com as músicas. Adorei o filme e estou ansiosa esperando pela segunda parte. Quando começou a aparecer a vila dos hobbits, eu não me contive e comecei a chorar no cinema. Era tudo tão perfeito! Era exatamente como eu havia imaginado há tantos anos...

13- Qual foi o seu primeiro contato com a literatura de fantasia? Qual o maior autor e a maior obra do gênero?

Meu primeiro contato acho que foi com a trilogia de Dragonlance... Agora, dizer qual o maior autor e a maior obra é uma tarefa dificílima. Eu adoro Marion Zimmer Bradley, Margaret Weis, Tracy Hickman, Tolkien... Mas se eu tiver que eleger um, acho que é a trilogia da M. Weis e do T. Hickman “Time of the twins”, “War of the twins” e “Test of the twins”. Eles já estão até ficando gastos de tanto que eu os releio.

14- Quais os seus projetos literários para o futuro?

Até o final deste ano será publicado pela Devir um módulo de RPG baseado no “Crepúsculo da Fé”, chamado de “A Guerra dos Templos”. A história está muito legal. Acontece em uma época anterior ao “Crepúsculo da Fé”, ainda na Guerra dos Templos. Eu escrevi também um outro romance de fantasia, “Hy Brazil, a ilha mágica”, que talvez seja publicado no ano que vem. Para escrevê-lo, eu me baseei em uma lenda irlandesa sobre uma ilha, a Hy Brazil, que ficava no Atlântico Norte e que se afastava dos navegantes quando eles tentavam alcançá-la. A lenda diz que a Hy Brazil era o paraíso na Terra e que talvez fosse Avalon. Essa história seria publicada em 2002, mas eu ainda quero fazer alguns ajustes. No momento, estou escrevendo uma aventura solo, ou seja, um daqueles livros que o leitor vai decidindo o rumo que a história deve tomar. Ainda não sei que título darei.

15- Livros nacionais do gênero de fantasia são raros, ao meu ver. Você acha que isso se deve á falta de confiança dos editores em publicar esse tipo de obra?

Acho que o que existe é um grande desconhecimento no Brasil do gênero fantasia, pois mesmo os livros traduzidos são poucos. E isso é quase que incompreensível para mim, pois toda vez que se faz propaganda de um livro de fantasia, as pessoas começam a lê-lo e sempre adoram. Vide o que aconteceu com as Brumas de Avalon, Harry Potter, O Senhor dos Anéis... O Senhor dos Anéis é um excelente exemplo. Eu tenho uma edição portuguesa, pois quando eu o comprei, apenas um seleto grupo de jogadores de RPG sabia quem havia sido o Tolkien. Agora, com o lançamento do filme, as pessoas começaram a ouvir falar sobre a história, ou a viram no cinema, e todo mundo começou a comprar a trilogia do anel. Algumas edições foram lançadas ao mesmo tempo e a preços bastante altos, e o público comprou mesmo assim. Falta mesmo é divulgação. Que bom que a Devir decidiu investir no gênero.


Muitíssimo obrigado à Michelle pela atenção e a todos que leram a entrevista.Agora...leiam o livro e aproveitem.Depois entrem em contato por MP ou e-mail...pandatur1984@hotmail.com
Valeu!!!
 
Bem, vale falar aqui a respeito de identificação?

Não, eu não escrevi um livro. Mas sei lá, de repente... :mrgreen: sério agora, ler um livro de fantasia como SdA pode ser de fato muito inspirador, como foi para esta autora. Por enquanto, só consegui chorar também no filme, na parte do Condado. 8-)
 
Não entendi bem essa questão de "identificação"....
Bem...que SdA é inspirador, isso é sim...eu mesmo já estou doido pra escrever o meu livro...quero ler D&D pra pegar mais dados e....depois é mão na massa!!!
 
Tipo... no final das contas, nem sempre um escritor é um tipo de deus, mas sim alguém em quem a gente pode enxergar um pouco das próprias experiências e sentimentos. Foi o que eu senti nessa entrevista.
 
Claro, claro!!! São pessoas normais como eu e você, mas com o dom de contar boas histórias.É por isso que sempre faço perguntas sobre como foi escrever o livro, quanto tempo levou, e mais importante...a dificuldade em encontrar editora.Quando você toma conhecimento do processo que o autor passou para ter o livro em mãos, você percebe que não é fácil...você sente a satisfação da pessoa....sei lá...é muito bom você ler um livro e depois poder conversar com o autor...acaba havendo uma proximidade e essa coisa de "endeusamento" cai fora...o que é bom.
 

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