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Atitudes violentas contra mulheres são vistas como normais, mostra estudo

Se for preto, pobre e nordestino/acreano/viver no meio do mato, a incidência de cometer uma violência é maior?

Cara, que resposta mais defensiva! A questão que a @Pearl colocou - e que eu concordo - é que qualquer número de pesquisa deve ser analisado com cautela.
 
Grimnir, a resposta foi defensiva pq ela falou sobre camadas sociais/socioeconomicas/regionais como se violência doméstica estivesse restrita a "aquele bando de marginais ali". Eu particularmente duvido que ela tenha falado sobre "pesquisas regionais/socioeconômicas" referindo-se a pessoas "brancas com estudo", e sim "àquele bando de marginal ali mal educado".

Eu cheguei a falar dos masculinistas em um tom meio sério, meio brincando, mas é um grupo que realmente existe, é de extrema direita, faz "marriage strike" (greve de casamento), beira a misoginia e sim, a maioria é branco e acha que "mulher não gosta de homem decente". sendo que homem decente = branco, classe média, estudado, patriarcal. Mulher branca que casa com "preto" segundo eles é "vagabunda".

A gente internaliza muito isso de que nas camadas mais pobres/marginalizadas da população as pessoas são mais violentas, mas essa violência, segundo o estudo mesmo, pode vir de dentro de casa! E não da casa de um "favelado" da vida, mas de uma pessoa que tem condições de ter uma vida "mais ou menos", não é questão "do outro" (quando quem profere esse discurso mora mais ou menos bem, é branco e estudou em universidade), e sim das classes mais altas também.

Não de um estranho na rua, mas de dentro de casa!!

De dentro de uma familia que deveria proteger e zelar pelos seus membros em vez de abusá-los, mas não... o problema é "dos outros", os marginalizados, os "dorgado", os "da periferia". Foi isso que interpretei quando a Pearl disse que deveria-se separar o estudo por região ou camada social.

Isso sem contar que tem muito "mauricinho" abusando de drogas e etc, assim como me indigna ver o Maluf falando na propaganda política que "a polícia agora será fortalecida pra proteger a sua família dos bandidos" e o Maluf é o que?? Só pq ele é bem nascido e tem dinheiro, ele não é "bandido" pelo q fez?
 
Bem, eu não vou falar pela @Pearl, mas vou falar do meu entendimento sobre o post dela. QUALQUER pesquisa séria usa uma coisa chamada variável de controle. Isso significa que antes de afirmar categoricamente que, por exemplo, x% dos homens acham que bater em mulher é coisa normal, é preciso tentar filtrar esse resultado para ver se tem outras variáveis que afetam essa conclusão. O objetivo de usar esse tipo de controle não é provar que certos eventos só acontecem com pobres, mas sim enriquecer a interpretação dos dados. Achei a sua reação completamente desproporcional.
 
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Não ponha palavras na minha boca Lindoriel. Estudos com delineamento regionalizado e estratificação socioeconômica são comuns.

Se for preto, pobre e nordestino/acreano/viver no meio do mato, a incidência de cometer uma violência é maior?

Não falei com essa intenção, mas você a tem resposta para essa pergunta que você mesma levantou? Você não acha mais fácil se observar algum subgrupo predominante nesse tipo de pesquisa realizado pelo Avon, determinar a causa, e trabalhar nessa causa? Não acha que da pesquisa sai uma informação mais rica e com potencial de correção que algo simplesmente generalizado?
 
Tudo bem, enriquecer a interpretação de dados. A pesquisa do post inicial do tpc eu não sei, mas a pesquisa do Hospital das Clinicas que citei é bem clara: 88% dos abusadores são homens da família da vítima. Poderia ser feita uma pesquisa mais ampla, no entanto não creio que esse número seja "por acaso", e não creio que esse abuso não ocorra dentro de famílias vistas como "de bem".

Pearl disse:
Não ponha palavras na minha boca Lindoriel. Estudos com delineamento regionalizado e estratificação socioeconômica são comuns.

Tipo, vc tem como saber se a pesquisa foi feita em várias estratificações socioeconômicas ou somente em uma?

De qqr modo, vou ver se busco o estudo sobre o estupro e posto aqui. De homens que consideravam errado estuprar, mas achavam "passável" sexo forçado.

E o estudo foi feito com alunos universitários...
 
O que você parece não entender - ou não querer entender - é que analisar os dados controlando por renda e instrução pode servir justamente para desmistificar certos preconceitos sobre a violência doméstica. Um exemplo claro é esse de que violência doméstica é coisa de pobre sem estudo. Por algum motivo você parece acreditar que controlar os dados por renda e escolaridade tem como o objetivo provar justamente o contrário.
 
Então onde será/com quem será que foi feita essa pesquisa? A gente teria como saber quem disse/como disse?

Se não tem como saber, é uma incógnita sem solução.

No entanto, suponhamos que a pesquisa foi feita prioritariamente com pessoas de classe média/alta, estudadas, etc. Isso não demonstraria que a classe média/alta/estudada têm pensamentos bastante arcaicos em relação a como se trata a mulher dentro de um relacionamento?

Ou será que a pesquisa foi feita só com gente pobre/sem estudo? Eu duvido um pouco.
 
É muito comum os pesquisadores não apesar coletarem as opiniões, mas também alguns dados sócio-econômicos dos pesquisados. Acredito que esse seja uma boa prática para qualquer coleta de dados. Afinal de contas, você precisa saber de onde vieram os dados.

Eu não sei quem fez a pesquisa ou qual é o perfil de quem respondeu. Tudo o que a @Pearl falou foi:

Talvez nessa pesquisa tenha faltado apontar nível socioeconômico e a regionalidade para entender um pouco melhor esses números.

E só. Não falou que violência é coisa de pobre. Ou que é coisa de burro. Nada. Tem umas palavras que sinceramente parecem palavras de comando pra que algumas pessoas postem sem nem ler com calma o post dos outros.
 
Então onde será/com quem será que foi feita essa pesquisa? A gente teria como saber quem disse/como disse?

Teria, se tivessem apontado mais controladores, como a Pearl sugeriu.

Se você já respondeu alguma pesquisa sabe que normalmente antes de fazerem a pergunta "que interessa", coletam justamente os dados socioeconômicos, perguntam como é sua família, se você é feliz, por que o céu é azul e em que restaurante vai almoçar hoje.
 
OK perguntarem o nivel socioeconômico/região/etc. Mas veja:

Grimnir disse:
Talvez nessa pesquisa tenha faltado apontar nível socioeconômico e a regionalidade para entender um pouco melhor esses números.

Como assim, "entender melhor"? Entender melhor em que sentido? Se o sujeito é agressor/abusa/acha normal bater em mulher, importa mesmo tanto assim saber de onde ele vem, ou o quanto ele ganha, ou qual a etnia etc?

Abuso é abuso em qqr situação.
 
Entender quem são esses sujeitos! Para você são homens, pura e simplesmente, mas sinceramente a população em geral por n motivos não é homogênea. Então, valores, cultura, condições variam de grupo para grupo e podem interferir no comportamento. Por isso é importante você conhecer esses grupos. Qualquer estudo epidemiológico faz isso.
 
Faz diferença na forma de conduzir as políticas públicas contra esses abusos. Ajuda a localizar onde ocorre a maior parte das agressões, qual deve ser a melhor forma de abordar o tema e etc.

É impressionante como nesse debate você está colocando palavras nas bocas das pessoas, @Lindoriel. Como já falei, os debates aqui quase sempre ficam muito passionais.
 
Pra quem vai combater, ok... mas e pra gente que é mero espectador? Rç.

De qqr forma, no que isso valida ou invalida os dados passados pela pesquisa que o Morfs postou na primeira postagem? É algo relevante pra gente, digamos assim, que está aqui discutindo se os homens são realmente tão machistas quanto a pesquisa diz?
 
A pesquisa mostrou que 53% dos homens atribuem à mulher a responsabilidade pelo sucesso do casamento; 69% deles não concordam que a mulher saia com amigos sem sua companhia e 46% acham que é inaceitável que ela use roupas justas e decotadas. A mulher é vista como responsável pelo trabalho doméstico: 89% dos entrevistados disseram que é inaceitável a companheira não manter a casa em ordem.

Como eu disse antes eu acho, por exemplo, esses números exagerados. Impressão pessoal minha. Então a pergunta que eu fiz, e o estudo não traz, é quem são esses homens? Eu acho muito simplista em um estudo que traz esse tipo de resultado afirmar que homens são todos iguais, e sim, passa a ser uma limitação do estudo, um viés! Lindoriel, você considera todos os homens iguais?
 
eu fui ler o primeiro post e de exagero só achei os itens "69% deles não concordam que a mulher saia com amigos sem sua companhia" e "89% dos entrevistados disseram que é inaceitável a companheira não manter a casa em ordem", os demais parecem bem perto do normal. de qualquer forma, é sempre saudável manter um pé atrás sobre pesquisas - a começar ter uma ideia sobre quais são as perguntas formuladas. até porque às vezes a culpa não é nem do entrevistador, mas do entrevistado. vide este caso aqui >> http://news.nationalpost.com/2013/1...-had-virgin-births-according-to-new-research/
 
OK perguntarem o nivel socioeconômico/região/etc. Mas veja:



Como assim, "entender melhor"? Entender melhor em que sentido? Se o sujeito é agressor/abusa/acha normal bater em mulher, importa mesmo tanto assim saber de onde ele vem, ou o quanto ele ganha, ou qual a etnia etc?

Abuso é abuso em qqr situação.
Entender melhor ajuda em não generalizar.
Generalização costumam gerar apenas ofensas e não chegar a solução nenhuma.

Se o objetivo é pegar esse números e realmente apenas jogar na cara do namorado ou algum homem que você possa ter raiva em algum momento, ok.
Mas para se encontrar soluções para resolver o problema, estudos precisam ser profundos.
 
Entender melhor a realidade e desfazer preconceitos com base em dados reais, ao inves de achismos ou opinioes pessoais com base em observacoes pontuais.

Eu acho isso importante.
 
Como assim, "entender melhor"? Entender melhor em que sentido? Se o sujeito é agressor/abusa/acha normal bater em mulher, importa mesmo tanto assim saber de onde ele vem, ou o quanto ele ganha, ou qual a etnia etc?
Lógico que importa!

Porque:

Então, valores, cultura, condições variam de grupo para grupo e podem interferir no comportamento.

Aí:

Faz diferença na forma de conduzir as políticas públicas contra esses abusos. Ajuda a localizar onde ocorre a maior parte das agressões, qual deve ser a melhor forma de abordar o tema e etc.

Esses estudos não são pra satisfazer a curiosidade das pessoas, como a chamada "cultura inútil". Eles têm um propósito, que é identificar um problema, buscar sua causa e tentar solucioná-lo.
 
Pearl disse:
Lindoriel, você considera todos os homens iguais?

De forma alguma, senão eu já tinha desistido de ser hetero, rsrsrs. E de qqr forma tem homens aqui no tpc que pelas avaliações que me dão concordam comigo (Bruce e Morfindel), ambos são hetero e cis, e acho que nenhum deles se sentiu diretamente atingido qdo eu falei da violência contra a mulher ser feita majoritariamente pelos homens.

No entanto, o problema do machismo está inserido em todas as camadas sociais, étnicas e etc. Estou falando de Brasil, não de países onde essa questão é mais evoluída.

E msm em países onde a isonomia de gêneros é maior, os números de casos de estupro e de violência à mulher são maiores. Não porque aconteçam mais, mas porque as mulheres denunciam mais. Paradoxalmente, o índice maior de relatos de estupro indica uma evolução, não no sentido da erradicação do mesmo, mas sim no sentido de visibilidade dessa violência: as pessoas denunciam mais.

De qqr forma, no Brasil a questão de gêneros ainda é endêmica. Em qualquer classe social. Lembro de ter comentado que conhecia muitos cariocas machistas, e uma amiga minha, baiana, disse que tava cheio de baiano machista tbm. E uma terceira amiga me falou dos paulistas machistas. E uma quarta dos gaúchos machistas.

"Nossa Lynn, vc tá dizendo que todos os homens brasileiros são machistas??"

Não, gente. Não são TODOS, mas eu estou dizendo que a desigualdade entre homem e mulher é endêmica e acontece em todos os estratos sociais. TODOS. Há muitos homens que não a cometem, graças a D-uz, mas até esses vez ou outra escutarão de um parente mais "machão" de que ele é "pau mandado" da mulher ou etcetc. Ser bom é demérito, assim como ser não-machista é um demérito também.

Vivemos numa cultura violenta, e essa cultura o é com todas as chamadas "minorias", não só mulheres, mas também mulheres, e é endêmico, não depende muito de onde vem a pessoa; todos os estratos sociais ou étnicos têm vários exemplares de homens violentos.

Tem mulher violenta, safada, sem índole? Tem, mas até pelo modo de a sociedade estar estruturada a violência que a mulher exerce acaba ocorrendo de outras formas usualmente.

Só pra fechar vou postar um texto (irônico) que vi na página de uma feminista trans, colocando as coisas de forma clara sobre a violência de gênero (se a violência é grande contra mulher cis, nem quero imaginar contra a mulher trans). Mesmo quem tem "preconceito" com o feminismo por favor leia, e veja se não ocorre com quase todas as mulheres, senão todas.

Ontem, alguém me disse no Facebook que o Feminismo valoriza mulheres às custas dos homens e que, para tal, nos castra.

Ele estava certo.

Para os homens, o advento do Feminismo nos colocou no status de classe secundária. Desigualdade e discriminação se tornaram parte do nosso dia-a-dia.

Por causa do Feminismo, homens não podem mais andar nas ruas sem medo de serem assediados, perseguidos e até abusados sexualmente por mulheres. Quando um homem é agredido, ele é responsabilizado – pelo jeito como se vestiu, estava "pedindo por isso".

Por causa do Feminismo, não existem mais grandes conferências cristãs sobre como um varão deve agir, onde milhares de homens podem celebrar Jesus e sua masculinidade (e talvez zombar de estereótipos femininos).

Por causa do Feminismo, os púlpitos das igrejas e holofotes são muitas vezes voltados para mulheres. Os homens são encorajados a apenas trabalhar no berçário ou na cozinha. Às vezes dizem aos homens que se mantenham em silêncio na igreja.

Por causa do Feminismo, as mulheres ganham mais dinheiro do que os homens nos mesmos empregos.

Por causa do Feminismo, é difícil encontrar filmes com um protagonista/herói masculino hoje em dia. A maioria dos filmes blockbusters apresenta uma mulher corajosa que salva o mundo e fica com um belo homem como troféu, em recompensa aos seus feitos.

Por causa do Feminismo, o esporte profissional feminino é um negócio imensamente lucrativo, onde mulheres são globalmente idolatradas. Os homens só aparecem brevemente, nos intervalos comerciais, onde seus corpos são tidos/vistos como objetos.

Por causa do Feminismo, todo o controle de natalidade é provido por e para as mulheres, sem questionamentos ou debate, enquanto os homens têm de lutar para conseguir que as companhias de seguros paguem por suas prescrições de Viagra. Quando os homens falam a esse respeito, líderes conservadores de direita, favoráveis aos valores da família tradicional, os rotulam de "vagabundos" e "putos".

Por causa do Feminismo, o corpo masculino está constantemente sob o escrutínio público. Se um homem aparece de topless na TV é um escândalo nacional, resultando em enormes multas e boicotes. Blogueiras escrevem regularmente sobre como precisamos ser mais conscientes ao escolher nossas roupas para evitar seduzir mulheres para o pecado. Humoristas insistem que bermudas "não são realmente calças" e, portanto, os homens devem cobrir-se porque "ninguém quer ver isso."

Por causa do Feminismo, os homens não possuem representatividade na Casa Branca e as mulheres ocupam mais de 80% dos assentos no Congresso. Quando um homem vai para o escritório, sua aparência física e escolhas de vestuário são discutidas quase tanto quanto suas políticas e ideias.

Por causa do Feminismo, os homens devem lutar por uma voz na esfera pública. Em questões de teologia, política, ciência e filosofia, a perspectiva feminina é muitas vezes considerada padrão, normal, e imparcial. Perspectivas masculinas são negadas por serem muito subjetivas ou muito emocionais. Quando falamos, nós, muitas vezes, somos rotulados como irritados, rebeldes, subversivos ou perigosos.

Mas sejam fortes, caras.

Um dia seremos iguais.

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Fonte: http://www.geledes.org.br/areas-de-...ero/21997-como-o-feminismo-maltrata-os-homens
 
Uai Lindoriel em nenhum momento eu falei que não existe o machismo, mas acho que existem estudos sobre o tema melhores que o postado pelo Morf.
 

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