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As Vinhas da Ira (John Steinbeck)

Manu M. disse:
Lucas, quando li tb pensei na tartaruga como metáfora. Ela vivia normalmente até que um carro a atirou pra fora da estrada etc. Mas acho que o mais importante dessa metáfora era a persistência irracional, instintiva. Era só o Tom dar uma brecha que ela já tentava se escapulir de volta pro seu rumo, que ele não entendia mas admitia. É só reler o trecho que dá pra perceber que ela faz uma síntese desinteressada da história dos Joad.

Ufa, não sou o único que achou isso então. O que acho que corrobora nossas reflexões Manu, é o contexto da obra. Se fosse em outro lugar e não falasse da dramática odisséia dos Joad na rodovia poeirenta, cheia de abnegações, crueldade e um senso de auto-preservação assombroso, podia ser só mais um evento ínfimo, mas dentro da perspectiva do livro acaba ganhando outro sentido, mais transcendental.

Manu M. disse:
Quanto às mudas, não poetizei muito não. Pensei em prevenção do tráfico (lembra que ele cita botânicos e químicos e o escambal pra aperfeiçoar os frutos?) ou mesmo as leis peculiares de cada estado, já que cada federação funciona de um jeito diferente nos EUA.

[align=justify]É, aqui tentei entender mesmo, de forma mais "objetiva", não necessariamente de forma abstrata ou poética. Mas é que em cada parada eles eram questionados a respeito das mudas, então achei que, por ser algo recorrente, tivesse um correspondente real dos Estados Unidos. Vou pedir para a minha ex-orientadora, ela deve saber explicar. Quando souber volto a postar aqui.[/align]
 
RE: Vinhas Secas e Vidas da Ira?

Manu M. disse:
Mudei o assunto da resposta só pra ir um bocadinho além no assunto.

O exemplar do livro que eu li, peguei emprestado com uma mulher que estava lendo Graciliano Ramos, e ela me disse assim: "Esse é o Vidas Secas americano".

terminei o livro semana passada, depois dele ficar mais de 01 ano na estante.

Eu não tinha percebido essa relação até ler seu post e concordo, eles falam de algo bem próximo, embora em Vdas Secas a questão do exodo se ocasione também pela falta de água.

As Vinhas da Ira é um livro angustiante. A cada página que lia e falava das dezenas de carro que seguiam na mesma direção me faziam pensar que quando chegassem à California não seria nada fácil. Vivendo no Brasil aprendi que muita mão de obra e poucas vagas de empregos fazem o salário baixar. Sempre me questionava se eles fizeram uma boa escolha. Afinal, as colheitas apesar de parcas, continuariam a ser feitas e eles precisariam de mão-de-obra também.

A questão dos salários me estranhou no início também. Mas acredito que esteja correto mesmo, até porque o dólar é uma moeda forte há muito tempo e não sofreu duras penas com a inflação. Se formos ver os preços hoje, já comprei cd em sites americanos por U$ 5,00. E vendo que a mãe conseguia comprar até carne com U$ 1,00 acredito que esteja correto.

Ao terminar a leitura percebi que Steinbeck foi muito fiel ao falar da realidade da época e também do ser humano. Acredito que todos aqui conheçam pessoas que possuem o perfil das personagens. Até mesmo Rosa Sharon, egoista e só pensando nela mesma encontramos, assim como a mãe que busca manter a família unida, do pai que que se sente inferior, etc. Todos nós temos sonhos e muitos nunca se realizam por diversos motivos.

É triste pegar um livro e ver que preferem que a comida estrague a dar para os famintos. Mas até hoje isso é feito. Há alguns anos um grupo de produtores de leite no sul do Brasil fez um protesto quanto ao baixo preço do leite e jogou litros e mais litros fora, no chão. Isso no Brasil do séc XX.

Eu esperava um outro final. Queria que eles tivessem, no minino, uma chance de começar a reconstruir a vida. Mas depois de muito pensar, percebi que eles perderam a dignidade, mas mantiveram o cárater e o bom coração. Para mim isso valeu a leitura.
 
Gigio disse:
Lucas_Deschain disse:
[align=justify]
Outra coisa que me agoniou no livro além das desventuras dos Joads foi o preço das coisas e dos salários. Pode ser que eu esteja falando uma besteira, mas tendo uma noção superficial sobre a célebre crise, não é de se duvidar: Steinbeck faz isso propositalmente, ou seja, esses preços são fictícios; ou o perrengue econômico pós-crack da Bolsa de Nova York assumiu proporções tão assustadoras? Cinco cents por um caixote de pêssegos colhidos? Isso é realmente assustador.[/align]

Realmente, era algo muito grave, se não se conseguia o suficiente nem para alimentar uma família... Na página do Wikipedia sobre a Grande Depressão, diz-se que: "A agricultura e as áreas rurais sofreram com uma queda de 60% no preço dos produtos agrícolas". Some-se o efeito do excesso da mão de obra disponível e considere-se que o dólar valia mais naqueles tempos, e o resultado parece mesmo ser esse famigerado 5 centavos...
[/quote]

Jarsgirl disse:
A questão dos salários me estranhou no início também. Mas acredito que esteja correto mesmo, até porque o dólar é uma moeda forte há muito tempo e não sofreu duras penas com a inflação. Se formos ver os preços hoje, já comprei cd em sites americanos por U$ 5,00. E vendo que a mãe conseguia comprar até carne com U$ 1,00 acredito que esteja correto.

Queridos e querida, matei a charada dos salários!!! :uhu:

Bom, a gnt sabe que o poder aquisitivo de certa quantidade de dinheiro varia de acordo com o tempo. No lançamento do real, com um R$ 1 eu comprava 10 pães na padaria (mesmo), agora, se compro 3 já me acho sortuda. Nos EUA era o mesmo. Encontrei um site que explica isso direitinho, mas o que interessa é isso:

Se vc tinha US$ 1 entre 1930 e 1934, vc tinha o poder de compra que US$ 11,98 tinham em dez/2000 (ou de R$ 11,98 em dez/2001). Já entre 1935 e 1939, US$ 1 seria o equivalente a US$ 12,49 em dez/2000. Aí dá pra entender melhor as coisas, né? =)
 
[align=justify]Fica mais plausível sim Manu, thanks, mas ainda assim, por proporção, os Joad tinham o suficiente para estritamente subsistirem e nada mais.

Jarsgirl, creio que um final feliz ou esperançoso não iria condizer com o livro, que é uma sucessão de infortúnios do início ao fim, os vislumbres de esperança são tão fugazes que quase dá para dizer que não existiram. Um final feliz poderia distorcer completamente o que o livro inteiro o Steinbeck quis denunciar: a situação miserável dos trabalhadores agrícolas norte-americanos na década de 30.

O que ele fez no desfecho foi elevar essa penúria a um nível grotescamente absurdo.[/align]
 
Concordo com o Lucas. Embora intimamente eu torcesse para o sucesso da familia Joad, o final não ficaria nada condizente com o resto do livro. Podem existir famílias que conseguiram subsistir e até juntar algum dinheiro na época, mas o Steinbeck nos fazer sofrer com tanta miséria e desesperança para depois dizer que simplesmente eles foram felizes para sempre e construíram sua casinha branca com pomar não faz muito sentido. Acho que até tiraria um pouco do impacto da obra.
 
Concordo com vcs. Bem, eu sou fã inveterada de histórias tristes. Quanto mais desgraçado e complicado e dramático, mais eu gosto, porque aguça minha percepção de mundo e, mais ainda, me humaniza. =) Alguns livros me fizeram amadurecer (nunca pensei q literatura fizesse isso, rs) justamente por me darem uma marretada no estômago. Claro q não é pra ser radical, livros leves e com final feliz têm seu espaço, mas geralmente são menos recorrentes entre autores engajados. Pelo menos, entre os pouquinhos q li até agora. ;)
 
Podemos considerar um final melhor se acreditarmos que a história está incompleta. Tom Joad aprendeu com a morte de Jim Casy e provavelmente lutaria pela causa dos okies. E a continuação seria a vida de Ruthie e Winfield. Penso no que seria desses moleques sendo criados nessa miséria, pequenos selvagens desnutridos. Podemos fazer algumas deduções já que o livro é baseado em fatos reais e o futuro deles já chegou. Mas eu não sou expert em História Americana para saber se os descendentes dos okies se tornaram efetivamente cidadãos californianos.

Boa observação, Manu. Era só questão de alguém criar coragem pra aplicar correção monetária. Eu mesmo morro de preguiça.
 
[align=justify]Se eu entrar para o Mestrado vou me aprofundar mais nas obras do Steinbeck e na situação dos okies na História Americana. Quem saber aí eu possa vir aqui e dizer que fim eles tomaram.

Rodovalho, gostei da sua alternativa, temos que nos contentar com saber que a história dos okies não terminou com As Vinhas da Ira, mas continuou, provavelmente com mais e mais sofirmentos e agruras, mas isso não exclui a possibilidade de que eles talvez tenham tido um pouco mais de sorte nos anos que se seguiram. Se levarmos em consideração (adentrando já aqui no domínio das especulações) o aquecimento da economia americana durante a Segunda Guerra Mundial e o chamado "Estado de Bem-estar Social" que se seguiu, as chances aumentam significativamente, já que apesar dos massacres e horrores da guerra, para a economia norte-americana o conflito foi um ótimo negócio.[/align]
 
Lucas_Deschain disse:
[align=justify]

Jarsgirl, creio que um final feliz ou esperançoso não iria condizer com o livro, que é uma sucessão de infortúnios do início ao fim, os vislumbres de esperança são tão fugazes que quase dá para dizer que não existiram. Um final feliz poderia distorcer completamente o que o livro inteiro o Steinbeck quis denunciar: a situação miserável dos trabalhadores agrícolas norte-americanos na década de 30.

O que ele fez no desfecho foi elevar essa penúria a um nível grotescamente absurdo.[/align]

.Penny Lane. disse:
Concordo com o Lucas. Embora intimamente eu torcesse para o sucesso da familia Joad, o final não ficaria nada condizente com o resto do livro. Podem existir famílias que conseguiram subsistir e até juntar algum dinheiro na época, mas o Steinbeck nos fazer sofrer com tanta miséria e desesperança para depois dizer que simplesmente eles foram felizes para sempre e construíram sua casinha branca com pomar não faz muito sentido. Acho que até tiraria um pouco do impacto da obra.

não discordo de vocês. Se todos morassem numa casinha branca com cerquinha eu provavelmente ficaria feliz por eles, mas sempre ficaria com o gostinho do absurdo na boca.

Steinbeck publicou um livro realista e deu o fim, embora absurdo quando olhamos a ação da Rosa de Sharon, foi bem real. E ainda que grotesco, como você falou Lucas, faz com que a gente pare e reflita sobre o assunto. Acredito que o autor queria que fosse feito uma reflexão disso, e para isso as vezes temos que trazer o absurdo.

Mas não posso negar que me apeguei aos personagens a ponto de querer o bem deles.
 
Terminei de ler esse magnifico livro na sexta passada.
Apesar de apreciador de história não sabia dessa dificuldade que os camponeses americanos enfrentaram ao serem tocados de sua região de origem devido ao endividamento com os bancos.
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É sensacional todo o livro, mostrando a exploração do homem pelo homem e a ESPERANÇA da família Joad que viaja sem um destino físico estabelecido e sim um estado!
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Sobre as passagens citadas pelo Lucas:
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Em relação a semente pensei que era algum tipo de controle sobre o que pode ou não ser cultivado em um estado X, mas após ler os coments acredito que pode ser para que os próprios migrantes não estabeleçam novas propriedas.
Em relação a tartaruga parece que é um presságio da dificuldade que a família viria apresentar em seu próprio trajeto.
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E o final é sensacional..
 
[align=justify]Minha pesquisa ainda está em nível embrionário, mas quando penso sobre essa questão das sementes e mudas de plantas que eram proibidas entre os okies (pelo menos segundo o que podemos perceber no livro) pelos dois motivos que já foram elencados aqui:

1. por quebrar com a lógica de planificação econômica prevista pelo New Deal, onde o governo passou a gerenciar de forma direta os rumos da produção para que pudesse assim se reoganizar a economia sacudido pela enorme especulação dos anos 20;

2. as plantas seriam a esperança e a possibilidade concreta (embora não possa parecer tão concreta na prática, talvez se possa considerar a nível simbólico como ferramenta de possível emancipação) de subtrair-se ao sistema de exploração que se baseava na separação dos trabalhadores de seus próprios meios de subsistência, de modo que eles fossem obrigados a venderem o que lhes restou, sua força de trabalho. O preço dessa força de trabalho é regulamentado pela quantidade de pessoas que buscam aquele trabalho, de modo que o patrão se aproveita das condições de miséria e precariedade daquelas pessoas ávidas por quaisquer trocados que fossem para poderem não morrer de fome, para barganhar seus salários a níveis ridículos e perversos.
A existência desse 'exército de reserva de mão de obra' possibilita a exploração em níveis absurdos e revoltantes, como pode ser percebido pelos míseros tostões pagos pelo trabalho duro que os Joad são obrigados a realizar carregando pêssegos, sendo que, ironicamente, eles estão quase morrendo de fome em meio a fartura da colheita.

A cada novo olhar que direciono a essa obra parece que mais e mais elementos de discussão vão saltando e pululando a espera de que alguém os colha e traga para o debate. [/align]
 
Vc grilou mesmo com as sementes, hein? hehehe

Não sou muito boa de colheita, sou melhor em degustação =P
Que novo ponto (além das sementes, pq esse é um ponto infértil pra mim, rs) vc viu surgir aí?

[size=xx-small](A Leste do Éden tá no rol de leituras da sua pesquisa?)[/size]
 
[align=justify]Não é novo ponto não, são as conclusões inconclusas a que cheguei depois de pensar sobre essa parada de sementes mesmo, :P

O ponto que tu disseste Manu, não é novo, mas é, depois de ler outras do Steinbeck, ler sobre ele e sua obra e pensar muito para elaborar um projeto etc. e tal, tentar perceber o que levou um jornalista que viveu a infância no campo e conviveu com os acampados das hoovervilles durante a lida de repórter, que dedicou tempo e nervos em outros livros que exploram essa vida campônia meio heroicizada e romantizada com nostalgia (vide Ao Deus Desconhecido, aliás, tenho que comentar lá, né Manu? hehe) a escrever um livro como As Vinhas da Ira.

Esse movimento que vai da Literatura à História, do factual-acontecido-histórico ao ficcional e vice versa me fascina profundamente. É em parte por isso que tenho um apreço especial por Steinbeck: ele me mostrou uma dimensão humana da crise de 29, diferente das balizas tradicionais que costumamos ver na escola e livros didáticos, em que aparece uma sucessão macro-estrutural de crack da bolsa de Nova York - recessão econômica - New Deal. Onde é que estão os sujeitos, as experiências individuais, as histórias pessoais, e mesmo as de grupos e classes sociais, fica parecendo que a Grande Depressão foi meramente um acontecimento de dimensões econômicas abstratas, sem desdobramentos no vivido, no âmbito social dos trabalhadores, dos pequenos proprietários, dos agricultores, dos pequenos empresários, das donas de casa, enfim, o Steinbeck deu voz a esses sujeitos, que tanto tem sido silenciados por abordagens que pouco deles falam e que pouco se voltam para sua situação e sua historicidade.

É interessante inclusive que as parcas bibliografias que encontrei sobre isso estejam em grande medida voltadas ao 'movimento econômico': as leis econômicos, os aumentos e quedas, a especulação dos anos 20, a quebra desse padrão de acumulação, a superprodução etc., e o Steinbeck é tido como um retrato (em certa medida fidedigno) da realidade dos dispossessed. Por isso acho tão interessante a possibilidade de estudar a literatura dele e suas ressonâncias históricas.[/align]

[align=justify][size=x-small](Não Manu, A Leste do Éden não será analisada na pesquisa, me restringi mais às obras da década de 30, por apresentarem uma similitude maior entre si e com os objetivos da pesquisa: analisar e discutir a imagem que Steinbeck criou da exploração e da resistência dos dispossessed)[/size][/align]
 
Bah! Deveria ter comentado enquanto lia, mas é que tem tanta coisa e já comentaram sobre tanta coisa também.

Vou só comentar duas ou três coisas:

Filme x Livro: As questões políticas e sociais são muito mais elaboradas no livro. Quase não tem sinal disso no filme. Tenho que ver de novo o filme para confirmar, mas até achei que ele reconta a história direitinho. Adorei os capítulos entremeados à história dos Joads. Enquanto uns se detêm sobre o caso de uma família em específico, os outros mostram famílias que não tiveram um Steinbeck para contar a história delas, por assim dizer, continuaram sem nome; e mostram também o quão a situação se generalizou, dando um panorama. Eles também vão num crescendo de indignação até o capítulo que justifica o título.

O livro realmente dá cara e voz às pessoas que passavam pela Crise de 29, assim como Ratos e Homens. Fui ler o capítulo de Hobsbawm da Era dos Extremos sobre a Crise e ele só fica na economia e na política. Não é ruim saber da taxa de desemprego de 27% em 1933 nos Estados Unidos e de 44% na Alemanha, mas só isso não quer dizer muito, não basta.

Enquanto lia só conseguia me lembrar do Quarto de Despejo de Carolina Maria de Jesus. O desespero de não ter o que comer é o que mais se destaca em ambos os livros. São duas economias da fome que eles mostram, puxando o cobertor para cobrir a cabeça e descobrindo os pés. É desesperador...

Ah! E concordo que a tartaruga é uma metáfora para o que estava por vir para os Joads. Fico pensando se os bichos atropelados por eles na estrada também não querem dizer alguma coisa...
 
Lucas, quando se trata de livro, eu sempre respondo melhor a provocações que a planejamentos. Se postares alguma coisa aqui, te garanto que não resisto. XD
 
Boa noite amigos, quem aqui possui a edição de As vinhas da ira da coleção Imortais da literatura, da editora Abril? A tradução é boa? A linguagem é acessível? Tipo, tem a linguagem atual? Agradeço desde já a atenção de todos!
 
Boa noite amigos, quem aqui possui a edição de As vinhas da ira da coleção Imortais da literatura, da editora Abril? A tradução é boa? A linguagem é acessível? Tipo, tem a linguagem atual? Agradeço desde já a atenção de todos!

A tradução do volume 34 da coleção Imortais da Literatura Universal é de Ernesto Vinhaes e Herbert Caro. Estou muito afim de cotejar o original para ver como é essa questão das traduções, mas ainda não o fiz, então fica difícil dizer qualquer coisa.

A única coisa que posso te dizer a respeito de uma possível diferença é que, comparando as falas dos personagens de As Vinhas da Ira (dessa edição de 1972, da coleção da Abril Cultural) com a tradução feita pela Ana Ban para Ratos e Homens, dá pra dizer que a preservação dos regionalismos dos okies e trabalhadores agrícolas do oeste dos Estados Unidos encontra-se mais preservado no segundo. A tradução do primeiro traz essas falas para a 'norma culta', o 'gramaticalmente correto', coisa que, vale lembrar, o Steinbeck procurou preservar quando colocava palavras nas bocas de seus personagens, afinal era como ele os via e conhecia em seu cotidiano.

Quanto à linguagem acessível, não sei se isso repousa na tradução, mas posso dizer que dá para ler o livro numa boa, até porque uma das características do Steinbeck é justamente não ser muito rebuscado na escolha dos adjetivos e demais 'momentos' da narrativa.

Vai lá e começa a ler agora mesmo para discutirmos, hehe.
 

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