Na época eu tive oportunidade de ler 4 deles (o quinto não lembro bem se li ou não).
-O Livro dos Espíritos
-O Livro dos Médiuns
-O Evangelho Segundo o Espiritismo
-Céu e Inferno
Dentro do contexto do espiritualismo (brasileiro e europeu), pelo que li e dentro do ponto de vista de conteúdo a indicação dos livreiros (livrarias espíritas) era feita pensando em que a escolha seria influenciada pelo nível do leitor. Quer dizer, para pessoas menos acostumadas a debates de questões densas como vida e morte ou com material didático ou de ramos distantes desse tipo de abordagem de espiritualidade às vezes recomendavam iniciar por livros leves como romances que descrevem vidas de pessoas com linguagem simples ou lúdicos que contavam por meio de exemplos e ações de personagens. Chico Xavier seria um meio termo aproximando os conceitos da população comum (os livros psicografados do Chico tendem a não usar o sistema da dinâmica acadêmica de problematização versus solução de Kardec e conversam mais diretamente com a pessoa).
Recordo que a escolha inicial por meio de indicação era feita para adequar o desenvolvimento individual uma vez que é falso o pensamento que pensar na espiritualidade é tarefa para preguiçoso que não quer resposta, na verdade é o oposto e o trabalho interior da busca não consegue ser verdadeiro se a pessoa não tiver enfrentado a dureza dos próprios defeitos ou a luta contra o tempo. Pelo que entendi o ato de nutrir as boas qualidades de cada pessoa não é rápido, mas gradual e progressivo (a doutrina fala de várias encarnações para melhorar a partir de um mundo de provas e expiações (planeta laboratório/escola em que se permite o "vale tudo" com objetivo bem específico) como a Terra) e aparece através do amor e caridade que também é vista como realidade no espiritismo tanto quanto os outros conceitos fundamentais. Esse processo "passo a passo" vai acostumando a pessoa a pensar amplamente.
Para os mais avançados ou de pouca grana (minha época o dinheiro era curto e não tinha muita opção na livraria que introduzisse o espiritismo) peguei logo pra ler os doutrinários em que um era O Livro dos Espíritos que foi o que mais me interessou. A seguir li O Livro dos Médiuns e O Evangelho Segundo o Espiritismo para depois ler Céu e Inferno que é tipo um questionamento do destino do pós-vida comparando a abordagem cristã com a espírita.
Pelo que lembro da sessão espírita que fui em Minas (perto de Uberaba) era possível entender muita coisa depois de ler esses autores e livros (além de fazer uso também de uma bíblia para consulta).
Os 3 primeiros eram um conjunto de perguntas e respostas divididas por temas em capítulos. A coleção era uma que tinha uma tarja colorida na frente:
Pessoalmente eu gosto do que foi iniciado pelo Chico e pelo que leio de pesquisadores espiritualistas internacionais como o Brian Weiss a tendência parece ser a de suavizar a visão do século 19, mais estrita e rígida, do papel do espiritualismo em relação aos autores (que também são passíveis de falhas por estarem presos ao veículo carnal).