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As dez mais belas experiências de todos os tempos

Elanor Ladeira

Apaixonada
Se vc naum tah afim de discutir ciência nem leia todo esse trambolho e ignore esse topico, certo?

Desculpem, eu sei q dah preguiça de ler um texto taum grande, mas pra quem se interessa por ciência eh um texto bem legal :D

"Para pesquisadores, a sofisticação da maioria não é obra de equipe, mas de uma mente inspirada
George Johson escreve para 'The New York Times':
Seja separando partículas subatômicas em aceleradores ou seqüenciando genoma, as experiências que prendem a atenção do mundo normalmente custam milhões de dólares para ser realizadas e produzem torrentes de dados. Mas, no fim, a ciência é a mente individual que luta com algo misterioso.
Recentemente, quando Robert P. Crease, filósofo da ciência da Universidade de Nova York e historiador, pediu que físicos escolhessem a mais bela experiência de todos os tempos, as dez vencedoras eram em grande parte empreendimentos solitários, envolvendo no máximo alguns assistentes.
A maioria dos experimentos - enumerados na edição deste mês da revista britânica Physics World - foi realizada em cima da mesa e nenhum precisou de mais poder computacional que o oferecido por uma régua de cálculo ou uma calculadora.
O que eles têm em comum é a capacidade de resumir a fugidia qualidade que os cientistas chamam de beleza. E beleza no sentido clássico: a simplicidade lógica do mecanismo, como a simplicidade lógica da análise.
A lista da Physics World foi feita de acordo com a popularidade. O primeiro lugar ficou com uma experiência que demonstrou a natureza quântica do mundo físico. Mas a ciência é um empreendimento cumulativo - e isso é parte de sua beleza. Reorganizadas pela classificação do 1.º ao 10.º lugar, as escolhidas dão uma visão panorâmica de mais de 2 mil anos.
A experiência de fenda dupla de Young aplicada à interferência de elétrons solitários - Nem Isaac Newton nem Thomas Young estavam certos sobre a natureza da luz. Embora ela não consista simplesmente em partículas, também não pode ser descrita apenas como uma onda. Nos primeiros anos do século 20, Max Planck e Albert Einstein mostraram, respectivamente, que a luz é emitida e absorvida em partículas - os fótons.
Mas outras experiências continuaram a mostrar que a luz também é uma onda. Foi necessária a teoria quântica, desenvolvida nas décadas seguintes, para conciliar as duas idéias: os fótons e outras partículas subatômicas - elétrons, prótons e assim por diante - têm duas qualidades complementares; são 'ondículas'.
Para explicar a idéia, os físicos muitas vezes usavam uma experiência imaginária, na qual a demonstração da fenda dupla de Young é repetida com um feixe de elétrons no lugar da luz.
Obedecendo às leis da mecânica quântica, o feixe de partículas se dividiria em dois, deixando o mesmo padrão de faixas claras e escuras obtido com a luz. As partículas se comportariam como ondas.
A experiência de Galileu com os objetos em queda - No fim do século 16, todo mundo sabia que os objetos mais pesados caem mais rápido que os mais leves. Afinal, Aristóteles já havia dito isso. Galileu Galilei, que ocupava a cadeira de Matemática na Universidade de Pisa, foi atrevido o bastante para questionar o senso comum.
Afirma-se que ele lançou dois pesos diferentes da Torre de Pisa, mostrando que aterrissaram ao mesmo tempo. O desafio a Aristóteles pode ter custado o emprego a Galileu, mas ele demonstrou a importância de recorrer à natureza, e não à autoridade humana, como o árbitro final em questões de ciência.
A experiência de Millikan com as gotas de óleo - Desde os tempos antigos, os cientistas estudavam a eletricidade - uma essência intangível que vinha do céu como relâmpago ou podia ser produzida pelo atrito entre a escova e o cabelo.
Em 1897 (numa experiência que também poderia estar nesta lista), o físico britânico J.J. Thomson determinou que a eletricidade consiste de partículas com carga negativa - os elétrons.
Em 1909, o cientista americano Robert Millikan mediu a carga dessas partículas. Usando um pulverizador de perfume, borrifou gotas de óleo numa câmara transparente. Na parte de cima e na de baixo havia placas de metal ligadas a uma bateria, que fazia que uma delas fosse positiva e a outra, negativa.
Como cada gota recebia uma pequena carga de eletricidade estática enquanto viajava pelo ar, a velocidade de sua descida podia ser controlada pela alteração da voltagem nas placas (quando essa força elétrica se igualava à força da gravidade, a gota - 'como uma estrela brilhante sobre um fundo negro' - levitava no ar).
Millikan observou várias vezes as gotas, variando a voltagem e anotando o efeito. Concluiu que a carga só podia assumir certos valores fixos. A menor dessas porções não era outra coisa senão a carga de um único elétron.
A decomposição da luz solar com um prisma por Newton - Na segunda metade do século 17, o senso comum dizia que a luz branca era a forma mais pura (Aristóteles de novo) e a luz colorida deveria então ter sido alterada de alguma maneira.
Para testar essa hipótese, Newton refletiu um raio de sol através de um prisma de vidro e mostrou que ele se decompunha num espectro projetado na parede.
As pessoas, é claro, já conheciam os arco-íris, mas o que o cientista concluiu é que essas cores - vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, anil, violeta e gradações - eram as fundamentais. O que parecia simples à primeira vista - um raio de luz branca - era, observado de perto, maravilhosamente complexo.
A experiência de Young com a interferência da luz - Newton não estava sempre certo. Com vários argumentos, havia levado a comunidade científica à convicção de que a luz consiste exclusivamente de partículas e não de ondas.
Em 1803, Thomas Young, médico e físico inglês, testou a idéia. Abriu um buraco numa persiana, cobriu-o com um pedaço de papel espesso com um minúsculo furo de alfinete e usou um espelho para desviar o raio fino que atravessava o orifício.
Então, pegou uma tira estreita de papel e a pôs no caminho do feixe de luz, dividindo-o em dois. O resultado foram franjas claras e escuras que se alternavam - um fenômeno que poderia ser explicado se os dois feixes de luz estivessem interagindo como ondas.
Faixas brilhantes apareceram onde duas cristas de ondas se sobrepunham, reforçando-se; franjas escuras surgiram onde uma crista e um vale de onda se sobrepunham, neutralizando-se.
A demonstração foi freqüentemente repetida ao longo dos anos com o uso de um anteparo com dois furos para dividir o raio.
Essas experiências, conhecidas como 'fenda dupla', viraram padrão para a determinação dos movimentos ondulatórios e se tornariam especialmente importantes um século depois, no início da teoria quântica.
A balança de torção de Cavendish - Outra contribuição de Newton foi sua teoria da gravidade, segundo a qual a força de atração entre dois objetos aumenta com o produto de suas massas e diminui com o quadrado da distância entre eles. Mas quão forte é a gravidade?
No fim do século 18, o cientista inglês Henry Cavendish decidiu descobrir. Pegou um bastão de madeira de 1,80 m, amarrou pequenas esferas de metal a cada extremidade, como num haltere, e então o suspendeu por um fio.
Duas esferas de chumbo de 160 kg colocadas nas proximidades exerceram a força gravitacional suficiente para atrair as esferas menores, fazendo que a haste se movesse e o fio se torcesse.
Adicionando pequenos pedaços de marfim talhados com precisão à extremidade de cada braço e nos lados do invólucro da balança, ele pôde medir o sutil deslocamento. Para evitar a interferência de correntes de ar, o aparato foi posto num quarto e observado com telescópios montados em cada lado.
O resultado foi uma estimativa notavelmente precisa de um parâmetro chamado constante gravitacional e a partir disso Cavendish conseguiu calcular a densidade e a massa da Terra. Eratóstenes havia medido a circunferência do planeta. Cavendish o pesou: 6 x 1024 kg ou 6 sextilhões de toneladas.
A medição da circunferência da Terra por Eratóstenes - No meio-dia do solstício de verão, na cidade egípcia hoje chamada de Aswan, o Sol paira exatamente sobre as cabeças dos moradores: os objetos não têm sombra e a luz desce diretamente por um poço profundo.
Quando constatou isso, Eratóstenes, bibliotecário de Alexandria no século 3.º a.C., percebeu que tinha as informações para estimar a circunferência do planeta. No mesmo dia e hora, mediu as sombras em Alexandria, descobrindo que os raios solares tinham ali ligeira inclinação, desviando-se do prumo por cerca de 7 graus.
O resto foi mera geometria. Admitindo-se que a Terra é esférica, sua circunferência tem 360º. Assim, se duas cidades têm uma diferença de 7º, isso representa 7/360 do círculo completo ou cerca de uma qüinquagésima parte do círculo.
Estimando, pelo tempo de viagem, que as cidades eram separadas por uma distância de 5 mil estádios, Eratóstenes concluiu que a Terra deveria ter 50 vezes aquela dimensão - 250 mil estádios de circunferência.
Acadêmicos divergem quanto ao comprimento da medida grega estádio, por isso é impossível saber o grau de precisão do cálculo. Mas, segundo estimativas, ele errou por apenas 5%.
As experiências de Galileu com bolas em planos inclinados - Galileu pegou uma tábua de 0,5 por 12 cúbitos (cerca de 0,25 m por 6 m) e entalhou um sulco, reto e liso, no centro.
Então inclinou a placa e fez bolas de metal rolar, cronometrando a descida com um relógio de água - um grande recipiente que se esvaziava, por um tubo fino, num copo. Depois de cada rolagem ele pesou a água que escorrera (sua medida de passagem de tempo) e comparou com a distância que a bola havia percorrido.
Aristóteles teria previsto que a velocidade de uma bola rolando seria constante: dobre seu tempo de rolagem e você dobrará a distância percorrida. Galileu conseguiu mostrar que a distância é, na verdade, proporcional ao quadrado do tempo: dobre-o e a bola percorrerá uma distância quatro vezes maior. A razão é que ela está sendo constantemente acelerada pela gravidade.
A descoberta do núcleo por Rutherford - Em 1911, quando Ernest Rutherford fazia experiências com radioatividade na Universidade de Manchester, acreditava-se que os átomos consistiam em grandes aglomerados maleáveis de carga elétrica positiva com elétrons embutidos - o modelo 'pudim de passas'.
Mas quando ele e seus assistentes dispararam minúsculos projéteis com carga positiva - partículas alfa - em uma folha delgada de ouro, ficaram surpresos com o fato de uma porcentagem mínima ser rebatida.
Era como se balas de revólver ricocheteassem em gelatina. Rutherford supôs que os átomos não eram tão frágeis. A maior parte da massa deveria estar concentrada num pequeno centro, agora chamado de núcleo, com os elétrons flutuando em torno. Com acréscimos da teoria quântica, essa imagem do átomo ainda persiste.
O pêndulo de Foucault - No ano passado, quando cientistas montaram um pêndulo sobre o Pólo Sul e o observaram balançar, eles estavam reproduzindo uma celebrada demonstração realizada em Paris em 1851.
Usando um fio de aço de 67 m, o cientista francês Jean-Bernard-Leon Foucault pendurou uma bola de ferro de 28 kg na cúpula do Panthéon e a pôs em movimento, para a frente e para trás.
Para acompanhar o progresso da esfera, ele prendeu a ela uma peça pontiaguda e desenhou um círculo com areia úmida no chão, abaixo do pêndulo.
Os espectadores observaram atônitos enquanto o pêndulo inexplicavelmente parecia estar em rotação, deixando um traço na areia um pouco deslocado a cada balanço.
Na verdade, era o chão do Panthéon que se movia lentamente e Foucault havia mostrado, da maneira mais convincente já vista, que a Terra gira sobre seu eixo.
Na latitude de Paris, o pêndulo completaria uma rotação no sentido horário a cada 30 horas; no Hemisfério Sul, ele se movimentaria no sentido anti-horário; na linha do Equador, não haveria rotação. E no Pólo Sul, como os cientistas de hoje confirmaram, o tempo da rotação completa é 24 horas.
(O Estado de SP, 29/9)
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9. Preferências de especialistas brasileiros sobre os mais belos experimentos científicos

Cientistas elogiam lista, mas lembram de outras experiências que mereciam ser citadas
Evanildo da Silveira escreve para 'O Estado de SP':
Para cientistas brasileiros, é difícil discordar da lista dos dez mais belos experimentos científicos publicada pela revista Physics World. Mas eles também têm suas preferências, que nem sempre coincidem com as dos colegas ouvidos pela publicação britânica.
O físico Gastão Inácio Krein, diretor do Instituto de Física Teórica (IFT) da Unesp, por exemplo, acrescentaria à lista um, como ele chama, 'experimento observacional'. 'As observações dos quatro satélites de Júpiter, entre 16 de dezembro de 1612 e 5 de janeiro de 1613, feitas por Galileu Galilei, com um telescópio que ele mesmo inventou', diz.
'Com esta observação ficou claro que nem todas as coisas giravam ao redor da Terra. Obviamente que o alvoroço e as inquietações que estas observações provocaram em certos setores da sociedade foi enorme.'
Para o diretor científico da Fundação de Amparo à Pesquisa de SP (Fapesp), José Fernando Perez, também físico, a lista da revista é muito boa.
'Ela pode, porém, ser facilmente aumentada para incluir outras experiências', diz. 'Uma delas é a chamada experiência Michelson-Morley, realizada em 1887 por Albert Michelson (1852-1931) e Edward Morley (1838-1923), base da teoria da relatividade.'
A dupla queria comprovar a existência do éter, substância hipotética, que se acreditava ter a propriedade de transmitir radiação eletromagnética, incluindo a luz. Morley e Michelson partiram do fato de que a Terra tem uma velocidade de 30 quilômetros por segundo na translação à volta do Sol e a velocidade de propagação da luz no éter é de 300 mil km/s.
Usando um aparelho que construíram, chamado interferômetro, os dois tentaram demonstrar que a diferença da velocidade da luz quando ela viaja no mesmo sentido de deslocamento da Terra, comparada com a que ela tem quando viaja no sentido contrário, deveria ser de 60 km/s.
Os cientistas não encontraram diferença nenhuma. Sem querer, demonstraram que a velocidade da luz é absoluta e independe do referencial de quem observa. Para entender isso, basta imaginar dois trens viajando um de encontro ao outro a 100 km por hora cada um.
A velocidade relativa dos dois é de 200 km/h. Com a luz, que viaja a 300 mil km/s, isso não ocorre. Se ela for de encontro a um trem viajando a 100 km/h, sua velocidade relativa continuará sendo 300 mil km/s.
Reitor da Unicamp, o físico Carlos Henrique de Brito Cruz destaca as experiências de Heinrich Rudolph Hertz (1857-1894), que demonstrou como ocorre a transmissão das ondas eletromagnéticas pelo ar.
'Para isso, ele usou duas espiras (um fio enrolado, como uma mola)', explica. 'Na primeira, deixou uma distância de 1 milímetro, entre uma ponta do fio enrolado e outra. Na outra, conectou a cada uma das extremidades uma fonte de voltagem.'
Depois de separar as duas espiras por uma distância de uns 2 metros, Hertz ligava a voltagem na segunda. 'Cada vez que fazia isso, a primeira soltava uma faísca', diz Brito Cruz.
'Ele concluiu, então, que a segunda funcionava como antena de transmissão e a outra como antena de captação.' Estava aberto o caminho para o rádio, a TV, o radar e o telefone celular, entre outras maravilhas modernas.
(O Estado de SP, 29/9)"


Elanor Ladeira revelando seu lado nerd!
 
Nossa, interessantíssimo este artigo!

TOdavia, para mim, a experiência mais bela é a da descoberta da penicilina.

Sim! Pasteur era um gênio!

Vou resumir aqui como ele descobriu a tal da penicilina.

Pasteur estava em seu laboratório fazendo meios de cultura para proliferação de bactérias. E sabe-se lá porque, alguns meios de cultura estragavam e eram inutilizados.

Enquanto todos os outros cientistas, que FAZIAM A MESMA COISA que pasteur estava fazendo, jogavam os meios de cultura estragados no lixo, nosso amigo decidiu, sabe-se lá porquê, estudar a causa do estrago.

E foi aí que ele descobriu que os meios de cultura haviam sido infectados por fungos, que produziam a tal da penicilina. Estudando a substância, ele viu que o material fungífero era altamente antibiótico, um antibactericida pontentíssimo.

Ele, então, isolou a substância e produziu a nossa tão amada penicilina, a qual todos conhecem pelo "nome de fantasia" bezentacil.

O grande lance é: enquanto laboratórios do mundo inteiro simplesmentes desprezavam e jogavam fora os meios de cultura estragados, PASTEUR, COM SEU INSTINTO CIENTÍFICO, DECIDIU JUSTAMENTE ESTUDÁ-LO.

E foi aí que milhares de pessoas deixaram de morrer no mundo inteiro por causa de bactérias.

Esse é o perfil do gênio: não se conformar, não se resignar jamais. Ao contrário, o gênio é curioso, incansável e quer entender o porquê de as coisas darem errado, e não simplesmente descartá-las.

Adorei o artigo elanor! Beijão pra você,

Thy Treebeard

"Não basta ensinar ao homem uma especialidade, porque assim ele se tornará uma máquina utilizável e não uma personalidade. É necessário que ele adquira um sentimento, um senso prático daquilo que vale a pena ser empreendido, daquilo que é belo, do que é moralmente correto".

Albert Einstein
 
Olhem só esse texto!


REVOLTADO OU CRIATIVO?

Por Waldemar Setzer, professor aposentando da USP



Há algum tempo, recebi um convite de um colega para servir de árbitro na
revisão de uma prova. Tratava-se de avaliar uma questão de Física, que recebera nota zero. O aluno contestava tal conceito, alegando que merecia nota máxima pela resposta, a não ser que houvesse uma conspiração do sistema contra ele.

Professor e aluno concordaram em submeter o problema a um juiz imparcial, e eu fui o escolhido. Chegando à sala de meu colega, li a questão da prova, que dizia: "Mostre como pode-se determinar a altura de um edifício bem alto com o auxilio de um barômetro."

A resposta do estudante foi a seguinte:

"Leve o barômetro ao alto do edifício e amarre uma corda nele. Abaixe o
barômetro até a calçada e, em seguida, levante-o, medindo o comprimento da corda. Este comprimento será igual à altura do edifício."

Sem dúvida, era uma resposta interessante, e de alguma forma correta, pois satisfazia o enunciado. Por instantes vacilei quanto ao veredicto.
Recompondo-me rapidamente, disse ao estudante que ele tinha forte razão para ter nota máxima, já que havia respondido a questão completa e corretamente. Entretanto, se ele tirasse nota máxima, estaria caracterizada uma aprovação em um curso de Física, mas a resposta não confirmava isso.

Sugeri, então, que fizesse uma outra tentativa para responder a questão. Não me surpreendi quando meu colega concordou, mas sim quando o estudante resolveu encarar aquilo que eu imaginei ser um bom desafio. Segundo o acordo, ele teria seis minutos para responder à questão, isto após ter sido prevenido de que sua resposta deveria mostrar, necessariamente, algum conhecimento de Física.

Passados cinco minutos, ele não havia escrito nada, apenas olhava pensativamente para o forro da sala. Perguntei-lhe, então, se desejava desistir, pois eu tinha um compromisso logo em seguida e não tinha tempo a perder. Mais surpreso ainda fiquei quando o estudante anunciou que não havia desistido. Na realidade tinha muitas respostas, e estava justamente escolhendo a melhor. Desculpei-me pela interrupção e solicitei que continuasse.

No momento seguinte, ele escreveu esta resposta:

"Vá ao alto do edifício, incline-se numa ponta do telhado, e solte o
barômetro, medindo o tempo (t) de queda desde a largada até o toque com o solo. Depois, empregando a fórmula h = (1/2)gt^2 , calcule a altura do edifício."

Perguntei, então, ao meu colega se ele estava satisfeito com a nova resposta e se concordava com a minha disposição em conferir praticamente a nota máxima à prova. Concordou, embora sentisse nele uma expressão de descontentamento, talvez inconformismo.

Ao sair da sala, lembrei-me que o estudante havia dito ter outras respostas para o problema. Embora já sem tempo, não resisti à curiosidade e perguntei-lhe quais eram essas respostas.

"Ah!, sim," - disse ele - "há muitas maneiras de se achar a altura de um
edifício com a ajuda de um barômetro."

Perante a minha curiosidade, e já perplexidade de meu colega, o estudante desfilou as seguintes explicações:

"Por exemplo, num belo dia de sol, pode-se medir a altura do barômetro e o comprimento de sua sombra projetada no solo, bem como a do edifício. Depois, usando uma simples regra de três, determina-se a altura do edifício.

Um outro método básico de medida, aliás bastante simples e direto, é subir as escadas do edifício fazendo marcas na parede, espaçadas da altura do barômetro. Contando o número de marcas, teremos a altura do edifício em unidades barométricas.

Um método mais complexo seria amarrar o barômetro na ponta de uma corda e balançá-lo como um pêndulo, o que permite a determinação da aceleração da gravidade (g). Repetindo a operação ao nível da rua e no topo do edifício, tem-se dois g's, e a altura do edifício pode, a princípio, ser calculada com base nessa diferença.

Finalmente, se não for cobrada uma solução física para o problema, existem outras respostas. Por exemplo, pode-se ir até o edifício e bater à porta do síndico. Quando ele aparecer diz-se: Caro Sr. Síndico, trago aqui um ótimo barômetro. Se o senhor me disser a altura deste edifício, eu o darei de presente".

A esta altura, perguntei ao estudante se ele não sabia qual era a resposta
esperada para o problema. Ele admitiu que sabia, mas estava tão farto com as tentativas dos professores de controlar o seu raciocínio e cobrar respostas prontas, com base em informações mecanicamente arroladas, que ele resolveu contestar aquilo que considerava uma farsa.


Que acharam?
 
Opa, gostei muito! :D
Qdo vi o título, não pensei q fossem experiências científicas. Mas qdo vi do q se tratava, a 1a q me veio à cabeça foi a (lenda?) de Galileu na Torre de Pisa.

A beleza está na simplicidade. Concordo com o tema do artigo: a beleza está numa experiência simples, facilmente reprodutível, conceitualmente acessível, mas q ilumina algum ponto fundamental.
Devo confessar q adorei fazer a experiência da fenda dupla de Young numa aula de Física Experimental. :D

Gostei das citações dos brasileiros, princip a observação das luas de Júpiter.
Agora q eu me empolguei, vou até citar uma experiência simples e bela (nesta, o acaso tb foi um fator): Faraday fazia experimentos com eletricidade qdo notou que uma bússola na mesa era afetada pela passagem de corrente elétrica no fio próximo. Eletromagnetismo! Daí vieram os geradores de energia elétrica e a nossa vida tornou-se bem mais fácil.

Quem sou eu pra dar um puxão de orelhas no Thy Treebeard, mas a lista foi de uma revista de Física, entrevistando físicos, no escopo da Física. :roll:
Mas Pasteur foi uma ótima lembrança. O acaso faz parte do jogo, mas o q faz um bom cientista é sua curiosidade, intuição.
Porém, sempre lembrando Thomas Edison, 99% do gênio é transpiração. ;)
 
Engethor disse:
Opa, gostei muito! :D
Qdo vi o título, não pensei q fossem experiências científicas. Mas qdo vi do q se tratava, a 1a q me veio à cabeça foi a (lenda?) de Galileu na Torre de Pisa.

A beleza está na simplicidade. Concordo com o tema do artigo: a beleza está numa experiência simples, facilmente reprodutível, conceitualmente acessível, mas q ilumina algum ponto fundamental.
Devo confessar q adorei fazer a experiência da fenda dupla de Young numa aula de Física Experimental. :D

Gostei das citações dos brasileiros, princip a observação das luas de Júpiter.
Agora q eu me empolguei, vou até citar uma experiência simples e bela (nesta, o acaso tb foi um fator): Faraday fazia experimentos com eletricidade qdo notou que uma bússola na mesa era afetada pela passagem de corrente elétrica no fio próximo. Eletromagnetismo! Daí vieram os geradores de energia elétrica e a nossa vida tornou-se bem mais fácil.

Quem sou eu pra dar um puxão de orelhas no Thy Treebeard, mas a lista foi de uma revista de Física, entrevistando físicos, no escopo da Física. :roll:
Mas Pasteur foi uma ótima lembrança. O acaso faz parte do jogo, mas o q faz um bom cientista é sua curiosidade, intuição.
Porém, sempre lembrando Thomas Edison, 99% do gênio é transpiração. ;)

Haha, boa engethor, e pode puxar a minha orelha sim! Oras bolas.

É, realmente ciência não é bem minha praia, esqueci desse porém de que física e bioquímica não têm nada a ver... haha, gafezona. Mas o que eu quis ilustrar mais é o experimento científico... por isto citei pasteur.

E sim, sem transpiração, não há espaço para inspiração.

Abraços,
 
Atentem para os trechos que mais me chamaram a atenção no texto...


"O desafio a Aristóteles pode ter custado o emprego a Galileu, mas ele demonstrou a importância de recorrer à natureza, e não à autoridade humana, como o árbitro final em questões de ciência."

"Estimando, pelo tempo de viagem, que as cidades eram separadas por uma distância de 5 mil estádios, Eratóstenes concluiu que a Terra deveria ter 50 vezes aquela dimensão - 250 mil estádios de circunferência.
Acadêmicos divergem quanto ao comprimento da medida grega estádio, por isso é impossível saber o grau de precisão do cálculo. Mas, segundo estimativas, ele errou por apenas 5%. "

"Os espectadores observaram atônitos enquanto o pêndulo inexplicavelmente parecia estar em rotação, deixando um traço na areia um pouco deslocado a cada balanço.
Na verdade, era o chão do Panthéon que se movia lentamente e Foucault havia mostrado, da maneira mais convincente já vista, que a Terra gira sobre seu eixo."

Sei lah, saum coisas assim q me fazem amar a ciencia...

Elanor Ladeira
 
Ciência, está aí um assunto que eu gosto! :wink:

Tem uma confusãozinha aí no tópico. Quem descobriu a penicilina foi Alexander Fleming. Bem, pelo menos ele ficou com a fama, embora seus colaboradores tenham sido muito importantes e a substância só tenha sido isolada e purificada um certo tempo depois da clássica experiência das placas contaminadas pelo fungo.
Pasteur pode não ter descoberto o antibiótico, mas fez coisas impressionantes tb (mais impressionantes ainda, na minha opinião). Foi ele quem provou que a teoria da geração espontânea estava errada e que muitos fenômenos biológicos devem-se a existência de "germes". Isso foi um marco para a biologia e ajudou na pesquisa, tratamento e prevenção de doenças (ele fez um trabalho interessante tb sobre vacinas). Tem tanta coisa... depois eu posto mais!
 
Errata: tá, definitivamente, eu sou um idiota em ciências... onde se lê "pasteur" - o carinha que inventou a pasteurização do leite, hoje aperfeiçoada como "processo UHT" - leia FLeming. E foi fleming que decidiu isolar a substância expelida pelos fungos que estragavam os meios de cultura.

Obrigado Nénar, pelo menos assim minha burrice não ficou para a eternidade.

Beijos,
 
Gente, desde pequeno sempre tive como sonho ser cientista. sempre gostei de física, biologia, química e tudo o que estivesse relacionado à ciência. Mais tarde, a coisa de uns quatro ou cinco anos me descobri como matemático. Bom, durante a graduação fiz alguns curços de física básica e acabei me apaixonando pela teoria da relatividade.

A base de toda a relatividade está na experiência de Michelson-Morley. Eu já fiz e refiz esta experiência nos laboratórios da faculdade e até hoje eu simplesmente não acredito nos resultados, sempre fico com a impressão de que estamos interpretando algo de maneira errada, ou que estamos subestimando algum fato.

Conclusão:
"A velocidade da luz é absoluta." Significa que tanto para quem está sentado num banco de praça, quando para quem está fazendo um cooper, ou para quem está dentro de um carro, ou ainda para quem está dentro de um avião, um mesmo feixe de luz se move com velocidade de 300.000 Km/s em relação a qualquer das pessoas citadas.

Agora algumas coisas legais correlacionadas:

- É impossível se mover mais rápido do que a velocidade da luz. (É este o fato que mais me incomoda, há uma barreira intrasponível de velocidade)

- O tamanho das coisas depende da velocidade com que elas se movem. Quanto mais rápido, menor elas ficam.

- A velocidade com que o tempo passa para uma pessoa depende da velocidade com que ela se move.

Vou parar por aqui, se eu me empolgar eu não paro mais.
 
Pasteur... esse sim foi foda... dah uma lida nisso...

Ferido como sábio e como patriota, preparou para o Moniteur, jornal oficial do Império, um artigo destinado a sacudir a indiferença criminosa dos poderes públicos:
"....As mais audaciosas concepções, as mais legítimas especulações, escrevia, só tomam corpo e uma alma no dia em que são consagradas pela observação e pela experiência. Laboratórios e descobertas são têrmos correlatos. Suprimí os laboratórios, e as ciências físicas tornar-se-ão a imagem da esterilidade e da morte. Não passarão de ciências de ensino limitadas e impotentes, e deixarão de ser ciências de progresso e de futuro. Dai-lhes os laboratórios, e com êles reaparecerá a vida, sua fecundidade, sua pujança.
Fora de seus laboratórios, o físico e o químico são soldados sem armas no campo de batalha.
A dedução dêstes princípios é evidente: se as conquistas úteis à humanidade tocam vosso coração; se ficais confusos diante dos efeitos surpreendentes da telegrafia elétrica, do daguerreotipo, da anestesia e de tantas outras descobertas admiráveis; se sois ciosos da parte que vosso país pode reivindicar no desbrochar destas maravilhas, interessai-vos, eu vos conjuro, por estas casas sagradas que se designam com o nome expressivo de laboratórios."

Adoro física, mas como Biomédica minha paixão eh a ciencia da vida, naum tem jeito...

Elanor Ladeira
 
Desculpem, mas num subfórum de ciências um tópico deste tipo não pode ficar esquecido na última página :wink:

Estou ressucitando-o, pois, se não me engano, ele surgiu no CTI e muitos ainda não tiveram a chance de vê-lo.
 
Muito interessante, mas seria muito legal também se houvesse esse tipo de pesquisa com matemáticos, químicos e :grinlove: biólogos :grinlove:
Alguém sabe de alguma coisa assim?
 
Matemáticos escolhendo as teorias matemáticas mais "elegantes", como eles próprios dizem.
Mas eu não deixo de achar a matemática bonita, embora ela não seja exatamente meu forte :osigh: :?
 
Podíamos pedir pra eles fazerem isso...

Temos alguns matematicos aqui... eles poderiam ajudar, o Vilya me contou uma sobre um brasileiro, ele podia postar aqui neh amor?

O Balbo tb possa ajudar...

Eu sou biomedica, e ateh tenho uma listinha das experiencias mais bonitas q eu conheço... vou fazer uma listinha tb :mrgreen:
 
Bom, eu ia contar a história do meu jeito, mas eu a encontrei numa matéria do Jornal do Brasil.

Celso Costa

E aqui tem um modelo tridimencional bem legal, na verdade é só o "miolo" da superfície, pois ela se estende infinitamente nas direções dos três discos (superior, central e inferior)

Superfície "Bailarina"

Por falar nisso, há inúmeras referências aos trabalhos de Celso Costa em vários sites estrangeiros, mas eu penei para encontrar algo legal em português, se alguém souber de mais alguma coisa interessante em português, por favor me dê uma luz :wink:
 
Nossa, eu nunca tinha ouvido falar desse Celso 8O
Bem, eu li os textos, brinquei com a superfície mas mesmo assim fiquei sem entender a importância que isso tem :?
Seria demais pedir pra explicar? :oops:
 
Eu sou um cara mais ligado a parte teórica, olho para a matemática como sendo uma forma de arte, acho essas descobertas tão lindas quanto um Monet ou uma sinfonia de Bach. Mas neste caso eu até sei algumas coisas importantes relacionadas. As superfícies mínimas são as estruturas físicas mais estáveis possíveis de se formar, nesse âmbito, muitas das moléculas (DNA por exemplo) se estabilizam na forma de superfície mínima, justamente porque são a forma mais estável. A modelagem matemática de tais moléculas depende da compreenção das equações que regem tais superfícies e aí entram os matemáticos.

A importância do Celso Costa é que durante quase duzentos anos acreditou-se que, provavelmente, existiam apenas três tipos de superfícies mínimas (com três características técnicas que não vem ao caso): o Plano, a Helicóide (molécula de DNA) e a Catenóide (parecida com um carretel de linha). A superfície que o Celso Costa descobriu quebrou essa idéia tão arraigada entre os matemáticos e abriu as portas para infinitas outras superfícies (com aquelas três propriedades), todas montadas a partir da "Bailarina".

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Sem falar que ela dá um bonito chapéu para o carnaval :mrgreen: [/mode]
 

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