Saudações!
Tenho muitas considerações a fazer, então vou por partes. Primeiro, vou comentar há alguns posts que já foram feitos aqui:
The Dark Elf disse:
o problema eh q tudo eh subjetivo ao extremo...
o texo nem tem fim
The Dark Elf, aí é que está a graça! discussões que só versam só sobre coisas plenamente objetivas se esgotam logo... não têm a mesma graça. Perguntas que têm uma só resposta não me atraem muito... O legal é equilibrar extremos, tentar chegar a soluções razoáveis, etc.
Sr. Cachopardo disse:
Na construção do texto, Tolkien colocou uma fruta como centro da discussão entre Borlas e Saelon a respeito dos ''Trabalhos de Orcs''. A fruta é a Maçã, verdes e maduras.
Na minha opinião, Tolkien não colocou ao acaso a Maçã para ser um elemento a mais na conversa, pois a maçã contém uma simbologia. (...)
Tudo bem, isso pode ser apenas um detalhe sem muita importância, mas é isto e mais que formam os bons elementos da história.
Senhor Cachopardo, o senhor está de parabéns! Adorei a sua idéia, a achei fantástica. Juro que esse texto me lembrou várias coisas, mas eu não tinha tentado interpretar o símbolo da maçã. Nossa, muito bom isso, você está de parabéns.
Gente, quando colocamos qualquer coisa no papel, seja um post aqui, um bilhete ou um livro de 1.200 páginas, estamos colocando nosso texto à prova de interpretação. Os escritos de Tolkien não são nenhuma Bíblia que tenhamos que interpretar sempre do modo mais ortodoxo. Um aspecto muito fascinante da obra do Professor é ver como ela tem coerência dentro da Literatura, e como se relaciona com outros livros de diferentes épocas. Há pessoas que se esquecem que Tolkien era um erudito e tinha conhecimento de muitas histórias... Se não as conhecemos perdemos uma das faces da obra do Professor, na minha opinião.Então, não concordo de forma alguma com essa coisa de "Tolkien não gostava de alegorias, por isso vocês não pode afirmar isso, isso e aquilo". Isso só faz morrer discussões belíssimas.
Peregrino disse:
A e se vc notar na obra de Tolkien, coisas acontecidas`há 1.000, 2.000 anos são considerados e lembrados muitas vezes como coisas recentes, mas no texto Borlas fala do Mal como uma coisa distante e vaga, como uma mera lembrança de um passado esquecido por muitos, afinal fazem apenas 105 anos que Sauron, O Inimigo, foi subjulgado. Tudo nesse texto está mais "humano", até a contagem do tempo que antes era narrada como uma coisa "élfica", continua e longa, agora se torna rápida a vista dos homens.
Verdade. É muito curioso observar o quão diferentes são as visões dos elfos e dos humanos sobre o tempo. Quando o texto é de um elfo, o passado e o presente, em geral, formam uma sequência de continuidade próxima. Quando o texto é dos humanos, ou dos hobbits, é bem diferente, e qualquer passado parece muito distante.
Eu sempre relaciono isso ao tamanho da vida dos elfos se comparado ao tamanho da vida dos humanos. Acho um tema muito belo a se pensar.
Pandatur Parmandil disse:
Mudando rapidamente o assunto, vou postar aqui uma passagem do texto que desde a primeira vez que o li me marcou, tanto que a anotei:
"Se o menor dos filhos de um lenhador sente o frio do inverno, a mais orgulhosa árvore não ficará ofendida se for ordenada a ceder sua madeira para aquecer com fogo uma criança. Mas a criança não pode estragar a árvore com brincadeiras ou malvadezas, cortar sua casca ou quebrar seus galhos. E o bom lavrador usará primeiro, se ele puder, madeira morta ou uma árvore velha; ele não derrubará uma árvore jovem e a deixará apodrecer, sem outra razão a não ser em seu prazer em lidar com o machado."
Viver em harmonia com a Natureza é isso. Exatamente o que os homens foram perdendo com o passar dos anos.
Nossa Panda, que bela passagem a sua... curti muito... Essa coisa de usar os recursos naturais com responsabilidade é muito presente nas culturas e tradições antigas, e é uma tradição que se enevoou com o tempo e que para nós, infelizmente, é difícil de recuperar. Infelizmente há pessoas hoje que cortam as árvores e matam os animais pelo simples desejo de empunhar seus machados. Mas já estamos sentindo a fúria da natureza por esses exageros. Até mesmo em um país como o Brasil esamos tendo um problemão com a água, e ainda tem os problemas globais de meio-ambiente. A natureza tarda, mas nào falha em se defender!
Aliás, vocês repararam como esse texto se reporta muito àquela fala de Yavanna no capítulo "de Aule e Yavanna' no Silmarillion onde ela justifica a criação dos ents e teme pela sobrevivência das suas criações com a chegada dos filhos de Eru? Aquela é uma das minhas partes preferidas do Silma...
Assim que der, posto meus próprios comentários para o texto!
Abraços!