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Arquivo X (10a temporada)

Fúria da cidade

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Por que os alienígenas saíram do foco da nova temporada de “Arquivo X”?

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A volta de Arquivo X provocou duas reações não propriamente improváveis, mas inesperadas. A primeira diz respeito ao sucesso de sua audiência: treze milhões e meio de norte-americanos assistiram ao episódio de estreia da décima temporada da série, que estreou no domingo na Fox norte-americana.

O segundo episódio foi exibido na segunda-feira e não fez feio: quase dez milhões de telespectadores fizeram um programa com quase vinte e cinco anos ser o hit da temporada da emissora em 2016.

A segunda, no entanto, diz respeito à história da nova temporada e se você não assistiu a nenhum dos dois episódios exibidos este ano e não quer saber do que acontece na série, esta é a sua deixa para se retirar do texto. Mas antes de sair saiba que a Fox brasileira exibiu os dois primeiros episódios na segunda passada e planeja transmitir os próximos episódios simultaneamente com a Fox americana, toda segunda.

Se você continua no texto até aqui é porque ou já assistiu aos dois primeiros episódios dessa minitemporada, que só pelo sucesso de audiência já garantiu o contrato para mais episódios. E a outra grande reação inesperada dizia respeito à trama. Ao conseguir fechar contrato com quase todos os envolvidos da fase clássica da série, seu criador Chris Carter deixou claro que iria trabalhar com a nostalgia no talo. O melhor exemplo disso está na abertura da série, que é exatamente a mesma dos anos 90 – igualmente brega, feita com baixo orçamento e com efeitos de vídeo que já eram risíveis e datados em 1993. O subtexto é claro e o autor dizia que iria trabalhar com os mesmos valores da série quando ela foi cancelada, em 2002.

O problema é que logo no primeiro episódio descobrimos que tudo – tudo! – que era a motivação central da grande conspiração do seriado era uma farsa. Mesmo recriando espetacularmente (como ninguém havia feito antes, como pode?) o famoso incidente de Rosswell, considerado o marco zero da ufologia, a décima temporada de Arquivo X começa dizendo que os alienígenas não estão invadindo a Terra para nos escravizar.

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A primeira “grande revelação” do novo seriado, no entanto, não faz tudo voltar à estaca zero. Há sim uma conspiração em andamento para controlar toda a civilização e sim existe vida inteligente fora da Terra – e o governo sabe disso há muito tempo. Mas a trama original dizia que os alienígenas estavam em nosso planeta desde antes da aurora da civilização, planejando a hora em que se mostrariam para nós com o apoio de uma elite sinistra de humanos traidores. A invasão alienígena aconteceria na fatídica data de 2012, quando todos os humanos seriam escravizados para fornecer energia para os extraterrestres.

A conspiração, como ficamos sabendo logo no primeiro capítulo, envolvia apenas humanos querendo controlar humanos – e assim não apenas não fica invalidada a ideia de “governo das sombras” como envidencia-se que este tal governo secreto é o mesmo que dá a cara todos os dias. Os mesmos que negam a existência de vida inteligente fora da Terra pelo simples fato de usar tecnologia alienígena para conseguir manter-se no controle.
A revelação foi rejeitada pela maioria dos fãs da série por simplesmente passar uma borracha em uma década que mudou a história da televisão.

Porque Arquivo X é o protótipo das séries desta era de ouro que vivemos na dramaturgia televisiva norte-americana. Ela desenvolve uma série de ideias carburadas por Twin Peaks, de David Lynch, na virada dos anos 80 para os 90, e as coloca em prática em larga escala. Como Twin Peaks, Arquivo X também começou como uma série cult, assistida por poucos fãs – poucos mas fervorosos. Mas Twin Peaks não passou da segunda temporada, enquanto a série protagonizada por Fox Mulder e Dana Scully virou um dos maiores fenômenos pop da TV nos anos 90, ao lado de clássicos modernos como Seinfeld, Simpsons e Friends.

Só que ela determinou uma série de novos parâmetros que eram ignorados ou repelidos pelas emissoras de TV. Assuntos complexos, temas herméticos, cenas de causavam nojo, tramas paralelas, personagens sombrios, heróis reticentes – Arquivo X exigiu um pouquinho mais do público, que assistia a seriados bobos e repetitivos, e o público respondeu bem. O seriado subiu o nível da narrativa e trouxe o público para a discussão, sendo um dos primeiros produtos pop a saber utilizar a internet. Tudo isso por conta de outra mudança que seria crucial para a atual ótima fase da TV – a série pertencia a um autor, um escritor/produtor que tomava conta da qualidade do seriado. Uma figura que hoje é conhecida como “showrunner”, o autor da série.

Tudo isso não existia até os anos 90 (salvo pontuais exceções) e o seriado aproveitou-se disso tudo para criar todo um universo particular, com a ajuda dos fãs. E assim construiu uma mitologia sólida como as que a Marvel e a DC criaram nos quadrinhos ou que George Lucas criou no cinema.
E aí chega a nova temporada e diz que toda essa mitologia era… uma farsa?

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Mas talvez Chris Carter, que novamente colocou sua série de pé, esteja querendo nos dizer algo com isso.
Arquivo X foi cancelado um ano após o atentado ao World Trade Center e mesmo que continuasse sendo produzido, não duraria muito tempo. Os Estados Unidos entraram numa onda de paranoia inversa à do seriado e logo os americanos passaram a temer tudo que não fosse norte-americano. E, principalmente, a venerar o próprio governo. Se a série primava por desenvolver um pé atrás em relação a toda espécie de verdade oficial emitida por quaisquer dos presidentes norte-americanos, a realidade pós-11 de setembro tornava mandatório não desconfiar do governo.

Este movimento aconteceu simultaneamente à popularização em massa do acesso via banda larga à internet, que permitiu o crescimento e expansão de empresas de tecnologia que passaram a ter completo controle sobre o que seus usuários faziam. Sites de busca, redes sociais, empresas de telefonia, de sistemas operacionais e de acessórios portáteis de acesso à internet passaram a monitorar os passos de milhões de usuários, cada vez mais, permitindo que o acesso a estes dados pudessem cair nas mãos de outras empresas e do próprio governo. Um documentário no Netflix chamado Terms and Condition May Apply explica detalhadamente esta mudança, em que os cidadãos norte-americanos abriram mão dos seus direitos civis em troca de poder usar “gratuitamente” serviços online e aparelhos com acesso à internet.

É muito fácil e ilusório transferir esse controle das massas para as mãos de alienígenas malvados que vieram de outro planeta para nos dominar. Parece que, sem os extraterrestres, estas preocupações não aconteceriam, como se todos os homens – inclusive os que têm muito dinheiro e poder – fossem bonzinhos e só quisessem o bem da humanidade. Ao tirar os aliens do papel de vilão no novo Arquivo X, Chris Carter está nos chamando atenção para os verdadeiros perigos e problemas de 2016: empresas e governos que monitoram todos os nossos passos e podem fazer o que bem quiserem com estas informações. Pro bem… e pro mal.

O primeiro episódio patinou sem sair do lugar repetindo a ladainha sobre a “luta” de Mulder mais para explicar o que é a série para um novo público e fazer velhos espectadores retomarem o fio da meada. Já o segundo aprofunda-se um pouco mais na nova realidade, apresentando um “monstro da semana” que conecta-se com uma atividade governamental secreta que conversa tanto com os velhos episódios de Além da Imaginação, filmes de terror psicológico e várias histórias de super-herói. E aos poucos nos apresentam os velhos personagens contrapostos ao novo tempo: Scully orgulha-se de ser “pré-Google”, Mulder faz questão de se dizer “old school” e até o Fumante (que antes era conhecido como Canceroso) deu as caras de novo, possivelmente revivido graças a alguma mutação com DNA alienígena. Ou é um clone, vai saber.

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E ainda há a história do filho do casal principal… Aquelas cenas no final do segundo episódio são flashbacks ou sonhos – e pesadelos – que nunca se realizarão? Algo me diz que veremos o hoje adolescente William em um próximo episódio…

O fato é que esta curta volta de Arquivo X pode prometer uma sobrevida bem interessante a uma série que já foi uma das melhores de seu tempo. O talvez seja isso que eu, como outros fãs da velha série, quero acreditar…
Tags : Arquivo X

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Chegou o momento de se abrir um tópico pra 10a temporada de uma das séries mais clássicas dos anos 90.

Ainda não consegui ver nenhum episódio dessa nova temporada. Pra quem já viu, gostaram?
 
Vale lembrar que Arquivo X de Carter, tinha projetos de ficar até a 5ª temporada, e de lá ir para uma nova mídia: Cinema.
Porém pecou, pois não tinha publico suficiente para essa mídia, e dai em diante foi ladeira abaixo. Temporadas meia boca, com um ou outro episodio bom, e um final péssimo. O primeiro filme é cansativo, e o "filme" que liga as temporadas 5 e 6 é péssimo.
Isso sem contar que o Eu Quero Acreditar foge das conspirações alienígenas que o seriado tanto trabalhou.

Um ponto forte: nova temporada, novos temas para explorar, novas conspirações. Mas esse lance de jogar tudo pro ar e falar que foi invenção. Nada feito.
 
Eu tinha começado a comprar aqueles livros da série com os relatórios da Scully e minha intenção era de adquirir os volumes até ao redor da quinta temporada pra complementar o box. Esses últimos meses foi legal porque anunciaram o lançamento aqui no Brasil dos quadrinhos de X-Files, que tenciono comprar juntamente da HQ "O Muro" e aquela história do Moebius que tem um gato na capa, acho que é Cat Eye.

É uma pena que logo no começo, a equipe das primeiras temporadas foi constrangida pelo governo americano a não tocar mais no assunto das bases aéreas e entrevistas com militares dos UFOs e é possível perceber uma clara mudança logo depois da segunda temporada no ânimo criativo do show que elege um dos maiores inimigos da imaginação que é a conveniência. A vibe subversiva é que dá vida a série.

Tanto é que a série é profética em vários momentos, quando por exemplo, fala de uma base que ficava fora do mapa que os Estados Unidos na época não reconhecia e que no futuro o país voltou atrás e disse que era verdade, que é a mesma história da Área 51.

Assisti apenas os promos, dentre eles o de 20min, mas como tem a série na Netflix minha esperança é que façam como em Supernatural e exibam com alguns anos de atraso depois de passar na TV fechada. Eu não tenho pressa, pelo que vi eles não vão trazer algumas coisas que esperava reencontrar como a referência dos outros dois agentes que ficaram mais de uma temporada envolvidos inclusive na trama principal (Dogget e Reyes) e devia vir alguma ajuda ou explicação da parte deles se fosse pra manter a coerência.

Também espera-se que não concluam o arco principal, mas sei lá, é um problema que os atores estão envelhecendo e adiem demais o fim, eu notei o físico meio travado do Mulder igual o Harrison Ford de Star Wars, tipo, é como se estivesse vindo de uma praia no Caribe e não de um período de combates de inteligência. Já a Scully parece estar melhor. O Skinner me pareceu o mesmo tipo seco de Sons of Anarchy (não mudou, o que é bom).

Pistoleiros solitários não vejo necessidade de voltarem, apesar de serem divertidos (o vai e volta parece coisa de Marvel e DC) mas se trouxerem que seja de forma bem feita.

O logo mudou um pouco, e parece ter custado mais caro. Na verdade eu queria um negócio menos poser e mais modesto com foco no roteiro, como a aparência de documento ou atividade escusa, porque tudo quanto é título atualmente parece ter saído do mesmo Software de impacto, com o mesmo padrão, mas que seja, mantiveram a música e mudaram elementos do visual.

O efeito é mais marcante quando se compara a atmosfera de Silence of The Lambs e pode vir a dar certo uma vez que ao dizerem que eles estão mais velhos se prenuncia que a atmosfera poser seja um elemento que anuncia a decadência do momento presente.
 

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