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Arda como vontade e representação

Sei que esse assunto foi tratado exaustivamente em outros tópicos, mas creio não poder prescindir dele a partir de minha menção a Schopenhauer, de como todas as teses metafísicas convergem novamente a apresentar
Arda como espelho de Eru. Mas é claro que essa análise levou a uma discussão inútil sobre a imanência ou exterioridade de Ilúvatar em e sobre Ëa.

Não me inclino a resolver essa discussão, por considerá-la equivocada. Não há como falar de Arda-Eru como criador-criatura pelas implicações ontológicas óbvias. E não há como nos iludirmos com um platonismo cômodo. Mesmo sendo esta a intenção de Tolkien, o que não está tão claro para mim como o está para certos colegas do fórum, não temos como apresentar um modelo platônico, aristotélico ou cartesiano do mundo de Arda. Porque esses modelos apresentam barreiras dualistas claras: Corpo-Alma em Descartes, Platão e Aristóteles; Ideias-Sensações em Platão etc.

Tal dualidade é frágil em Tolkien, a retirada de Valinorë dos Círculos do Mundo é uma evidência: não parece haver influência cosmológica, natural, cíclica para os elfos nessa mudança. E eles nem precisam de muita amgia para preparar os bracos para a viagem da Estrada Reta, só magia natural de sua raça, 'tecnologia' manjada dos falathrim.

Os homens sempre desejaram essas terras, dotadas de um poder incrível de retardamento do tempo, um efeito natural alterado, atrasado pelos Poderes do Mundo, parte desse Mundo e seus formadores. Mas seu destino sempre esteve fora do mundo, fora do que os elfos chamariam de 'natural', fora de um ciclo. Desejos antinaturais, logo voltados ao Mal, que os envolvia sem mesmo conhecerem seu criador: Melkor. Assim, do mais nobre ao mais sujo dos homens, todos são malignos enquanto dotados de desejos fora da natureza. Mas não é seu destino além dos Círculos? Como são Eruhíni se são maus de nascença?

Refletindo sobre isso, concluí que os homens desejam o Além, não é se apegando o Mundo como os elfos que se sentem felizes, cheios da plenitude interior, o Eru de cada um e parte do Uno Primordial. Eles são Deuses em si mesmos enquanto hóspedes em Arda, fora da Natureza e eu faço uma ressalva à minha teoria de Natureza-Bem-Amor-Plenitude em Eru V.S. Antinatureza-Mal-Poder-Corrupção em Si Mesmo. A essência humana, sua Natureza está dentro dos Círculos, mas fora dos Círculos visíveis e ainda invisíveis para os elfos, por vermos uma diferenciação de essências quanto á diversidade das raças. Não é uma diferença em forma apenas, mas em essência também. Se sua essência é natural, não existe Bem ou Mal, nem como estradas, estas são representações de uma valoração subjetiva, logo tanto Manwë quanto Melkor são lados opostos de uma mesma moeda, a Existência, Vontade.

Como apresentado em: http://pt.wikipedia.org/wiki/O_Mundo_como_Vontade_e_Representação
O mundo é a minha representação": com estas palavras Schopenhauer inicia essa sua principal obra filosófica. A tese básica de sua concepção filosófica é a de que o mundo só é dado à percepção como representação: o mundo, pois, é puro fenômeno ou representação. O centro e a essência do mundo não estão nele, mas naquilo que condiciona o seu aspecto exterior, na "coisa em si" do mundo, a qual Schopenhauer denomina "vontade" (o mundo por um lado é representação e por outro é vontade). O mundo como representação é a "objetividade" da vontade (vontade feita objeto - submetida ao princípio formal do conhecimento, o princípio de razão). Essa objetividade se faz em diferentes graus, passando pelas forças básicas da natureza, pelo mundo orgânico, pelas formas de vida primitivas e avançadas, até chegar no grau de objetividade mais alto por nós conhecido, o ser humano. Entre o objeto e a vontade há um intermediário, o qual Schopenhauer identifica com a "idéia platônica". A idéia é a "objetivação adequada da vontade" em determinado grau de objetivação. Esses graus crescem em complexidade, cada um objetivando a vontade de forma mais completa e detalhada. Mas a totalidade do mundo como representação, a qual é o "espelho da vontade" só existe na manifestação concomitante e recíproca das diferentes idéias, as quais disputam a matéria escassa para manifestarem suas respectivas características. As formas superiores assimilam as inferiores e as subjulgam ("assimilação por dominação"), até que elas próprias são vencidas pela resistência das inferiores e sucumbem (eis a morte), devolvendo a elas a matéria delas retirada e permitindo-lhes expressar as suas características a seu próprio serviço (eis o ciclo da natureza). Entre todas as idéias, e portanto entre todas as formas de vida e forças naturais, mantém-se "guerra eterna". Devido a essa eterna luta, os objetos nunca conseguem expressar suas respectivas idéias de forma perfeita, eles apresentam-se sempre com um certo "turvamento" (é por isso que apenas as idéias são objetividades adequadas da vontade).

Indo além nessas reflexões, ou apenas estendendo a aplicação schopenhaueriana, eu vejo toda a criação (ou nosso filósofo vê?) como representação da Vontade. Eru não é criador de nada, mas uma representação da Ideia de Perfeição, e os Valar representações menores, e os elfos menores como numa hierarquia. Fora dela estariam os anões? Não, eu sonho com uma arte da práxis em nível perfeito e minha vontade se objetiva nos anões, sua história, evolução, origens.

Seguindo essa análise, o homem apresenta o grau mais elevado de objetividade. Se todos os elementos do mundo conspiram em vontade, que objetiva essa energia em física e magia, ou, em outras palavras, se Arda inteira é representação de uma Vontade Suprema, e tal vontade é a evolução de uma objetividade relaizada em diveross graus até chegar no ser humano, consideraríamos toda a criação uma ilusão?

O Ainulindalë mostra que não, que tanto Eru quanto os Ainur existem de fato. Logo, objetivação da vontade não significa de forma alguma inexistência ou imaginação. É uma realidade. E essa realidade, os Círculos do Mundo, que são as diversas formas de espiritualidade e de existência física em diferentes níveis da realidade. Logo, temos que tal Multiverso de representações não pode ter nem no homem, nem em outras raças, nem nos Ainur, nem mesmo em Eru sua fonte, sua Vontade. O que é essa Vontade?

A Vontade é uma força que objetiva a si mesma em representações. Como forma de organizar Arda-Espelho, a Vontade tem encontrado diversas formas e graus de se objetivar, e esses graus estão diretamente relacionados com um nível pseudo-hierárquico estabelecido. Esses graus crescem conforme a Vontade evolui em forma, em grau de vontade. É cíclico, novas representações geram novas objetivações porque toda representação da Vontade carrega em si a essência de expansão, como realidade a representação perpetua uma evolução na Vontade. Assim evoluem as representações em forma. Mas porque em Tolkien, o caminho é inverso?

Porque o filólogo mostra, cronologicamente, uma contração da Vontade Suprema em uma vontade subjetiva, a infâmia degradante conhecida como Domínio dos Homens, que nos atormenta té hoje?

Não há análise dialética nem nada histórico nas obras de Tolkien. Li em algum lugar que Tolkien respondeu a um jornalista que o perguntou sobre que era Senhor dos Anéis: "um ensaio sobre estética linguística".

Temos então uma luz inteiramente nova lançada sobre a obra. Eu poderia dizer simplesmente que o fato de Arda ter nascido de uma tentativa, de uma senhora tentativa de se criar um mundo que servisse de pano de fundo, de cenário para o desenrolar e evolução desses idiomas. Poderia dizer que tal 'ensaio' foi uma tentativa também de testar ou apresnetar seu gosto linguístico, sua estética. Mas e quanto à estética em si? Eu seria suficientemente ingênuo para desconsiderá-la totalmente?

"No terceiro livro estuda-se a arte, a qual permite o conhecimento da representação independentemente do princípio de razão. No momento da contemplação estética o objeto preenche completamente a consciência do sujeito. A conseqüência objetiva é o conhecimento completamente objetivo do objeto, o qual passa a categoria de idéia (objetividade adequada da vontade); a conseqüência subjetiva é o auto-esquecimento do indivíduo, o qual passa a categoria de pura faculdade cognitiva (puro sujeito do conhecimento), daí (desse auto-esquecimento, quando o conhecimento liberta o indivíduo de sua vontade) provém a satisfação proporcionada pela contemplação estética. Quanto mais belo for um objeto mais próximo ele está de expressar a sua respectiva idéia, livre de turvamentos. O autor estuda diversas formas de arte, buscando demonstrar que todas elas buscam permitir o conhecimento das objetividades adequadas da vontade (idéias, no sentido platônico, não kantiano), das mais simples às mais complexas.

Eu viajo mais longe hoje, apontando, afirmando que se a experiência estética é a única forma de se conhecer o objeto, atravessando seu véu de subjetividade, rasgando as cortinas de um processo de objetivação da vontade de até mesmo um planeta inteiro em seus bilhões de anos de história. O próprio tempo é apenas manutenção do ciclo de objetivação.

Daí temos que Tolkien apresenta um Mundo que ele analisa historicamente. Essa análise histórica é um engodo, fantasia que encobre o fato da obra ser um ensaio sobre a Vontade que se objetiva em representações que chegam ao maior nível objetivo: Eru. Tolkien nos mostra sua análise estética, pois ele atarvessa, destrói a limitada análise histórica, indo do mais alto ponto de objetividade a um dos mais baixos (embora o mais alto já verificável): o homem.

Como um homem conseguiria nos apresentar essa degradação da Vontade, num processo de decadência, as próprias representações chegam a um limite de decadência com a partida dos elfos. Não vemos no SdA a tristeza de Sam em ver os elfos partirem, são parte de uma vontade superior e, ainda assim, se esvanecem, deixando um mundo velho e cinzento. Cinzento? Mofado? Desbotado?

Tolkien consegue destruir qualquer historicidade quando nos conta uma história do Mundo decaindo. Ele! Um homem! Contando a história da decadência da Vontade objetivando representações cada vez mais patéticas! Como?

Só pela arte se perscruta o abismo de influências representativas, Tolkien se liberta de toda valoração perniciosa, toda moral estúpida, se vacina contra seu próprio cristianismo, ele se torna imune a qualquer exterioridade porque constroi uma história a partir da linguística. Não qualquer linguística, mas o Belo em si da Língua. Não é pela Palavra que se fez o mundo, e não é o Verbo nosso redentor? Isso não é cristão, é universal, somos linguagem e toda a criação linguística tolkieniana (especialmente élfica) é sua representação de uma Vontade que não é sua, mas universal enquanto existente no passado como além de Eru. Eis a Chama!!!

Não só as línguas mostram isso, como toda a história é um Tolkien que é representação da própria Vontade da Chama. Um Tolkien que é Eru, potencial adormecido em nós, só despertado enquanto nos liberamos da nossa vontade subjetiva e do nosso mundo de representações através do auto-esqueciemnto. Como nos tornamos crianças para que isso aconteça? Só através da arte! E qual arte é universal, a superior por excelência? Música...Língua...Palavra...Melodia...Sinônimos.
 
Última edição por um moderador:
Caio, acho que vai ser meio difícil muita gente ler esses seus 3 posts enoooormes e seguidos!!! Bate certa preguiça, por mais que o assunto seja interessante.

Mas se você tem tantos argumentos e parece entender tanto do assunto que está tratando, conversa com o pessoal da administração ou moderação e escreva um artigo. Um texto grande chama mais atenção na página da Valinor do que perdido aqui no forum.

E essa sua teoria parecer ser algo bem original. Acho que vale a pena tentar colocá-la no site!
 
Mas e a dualidade? Ainda que pareça apresentar o epicentro das obras tolkienianas, não são mais que meras representações de contrações e expansões da Vontade. Sendo assim, o Bem é a Vontade objetivada e o Mal a Vontade subjetivada, quando ela se contrai e o mundo se 'corrompe'. Corrupção do mundo e dos seus habitantes são apresentadas como contrações, como um recuo. Mas qual o motor disso?

Se a Vontade é o motor do mundo, que nada mais é que sua representação, é a própria Vontade que se expande ou se retrai. Ela se expande com o crescimento dos graus de objetivação, o nível de Vontade (homem, elfo, Ainu, Eru) e retrai com sua decadência. Se a própria história de SdA nos mostra uma decaída progressiva da Vontade, como poderiam os homens terem derrotado Morgoth e Sauron? Como os líderes da retração cairam? Sua queda deveria ser um sinal de que a Vontade poderia se expandir de novo, não?

Existem dois níveis de decadência: o natural e o antinatural. A queda natural ocorre quando toda antinatureza pertencente a níveis superiores de Vontade (orcs, balrogs, dragões, Saruman, Sauron e Morgoth como antíteses diretas de elfos, Maiar, Valar, Gandalf, Eönwë e Manwë) se esvai e a Natureza flui naturalmente até ocorrer sua queda de forma natural, talvez cíclica, esse 'acinzentamento' de Arda nada mais é que o tempo correndo depressa e o Mundo se formando como conhecemos hoje, até que a decadente vontade humana objetive cada vez menos e subjetive cada vez mais até desaparecer, como ocorrido com os outros níveis.

Esse desaparecimento da Vontade seria uma contração para o Vazio, uma força absorvida pela Chama, que ou se esvai aos poucos até se extinguir e renascer (ou não) ou se fortalece até uma nova explosão ocorrer após a extinção da vontade em Arda.

Já a decadência antinatural se msotra como um movimento anticíclico, uma movimentação, uma anomalia de uma essência brusca, um vir-a-ser inconstante, nascido da Vontade. Mas é natural em um ponto: assim como a Vontade decai com o tempo em graus de representação, a pressão do Mal sobre essa vontade decai ainda mais rápido. O mundo cinza se desgasta mais rapidamente com a anomalia, tornando-se escuro e quando a vontade se livra do Mal, se encontra livre, mas ainda mais cansada, exausta, faminta. Daí a obssessão por se objetivar cada vez mais, mas em obras artificiais, em cultura. Isso acinzenta ainda mais o mundo já cinza e insatisfaz mais ainda essa vontade. O que acontece então?

A vontade deseja, não se objetiva mais, deseja se subjetivar em nada criar, só idealizar sem se objetivar em representações. Assim nasce o niilismo, a religião, o idealismo, uma aceleração da 'nadificação' de Arda, apressando seu desaparecimento. Assim como foi com Morgoth, depois Sauron, o nível de Vontade do Mal também decai, assim como o Bem, que nada mais é que o movimento de objetivação e sua decadência seguindo um fluxo natural.
 
Conta-se nos livros que Eru era o guardião de uma chama que só ele possuía, aquela que Melkor sempre procurava em meio ao vazio mas nunca encontrava. Essa chama concedia o poder de vida as obras criadas (criaturas).

Os Valar tinham medo de interferir num mundo no qual seria secreta a forma com que os filhos de Eru apareceriam e procuraram preservar uma espécie de tolerância para com o desconhecido. Ao preservar esse caminho ficamos com algumas perguntas... Será que Melkor também tentou preservá-lo para ter escravos ou para ele não faria diferença? E de que escravos Melkor estaria falando?

Melkor conhecia a fraqueza dos Elfos e sabia que eles deviam alcançar Eru através de suas forças (eles tinham muitas qualidades), enquanto os homens deveriam alncançar Eru pelas suas fraquezas (eles tinham muitos defeitos). Se através desses obstáculos os filhos de Eru conseguissem entender o caminho de cada um, a obra estaria completa até o último dos detalhes e os elfos ensinariam os homens serem tolerantes na força e os homens ensinariam os elfos a serem tolerantes na fraqueza criando um relação fraterna ideal entre primogênitos e caçulas.

Sem Melkor criaria-se primeiramente uma sociedade que nunca veio a se concretizar. Os elfos deveriam ter desenvolvido um dos maiores trunfos de sua raça que era o consenso entre as coisas, enquanto os homens deveriam descobrir as coisas através da observação da divergência entre as coisas e a obra se completaria ao unir as duas perspectivas, algo que ocorreu raras vezes como durante os casamentos dos homens com as elfas.

Idealmente era para muito mais troca ter ocorrido entre as raças e muito mais casamentos, sem que para isso se sofresse tanto e as escolhas seriam respeitadas e louvadas. Seria um mundo com Valar, elfos e homens vivendo sob as luzes que não teriam sido derrubadas por Melkor...

Uma pena isso tudo ter sido destruído. Ao que parece a direção primária de Eru permaneceu, entretanto por causa de Melkor o sistema perdeu toda transparência diante dos olhos dos filhos.
 
Esse grande projeto, creio eu, não pode ter sido 'maquinado' por Eru, sendo ele a representação maior da Vontade Suprema.

A Chama não é origem, fonte ou pulso da vida; a vida em suas mais variadas formas e matizes é representação da Vontade. A Vontade encontra-se representada por Eru em sua mais elevada forma, profundidade. Mas o que é a Chama? O Uno Primordial.

O Mundo, segundo a mitologia grega se formou de Gaia, e o Amor e o Destino sempre existiram. Segundo Nietzsche, o Caos, ou Vazio que antecedeu a criação e formação do Cosmo, antítese direta do Caos Primordial, é a essência do universo.

Eu creio que a própria Chama é o Cosmo, e claro, o Cosmo não passa de massiva representação da Vontade. Logo se vê que o Caos Primordial, disperso até sua união em Uno Primordial (a força por trás do cosmo) mantém sua essência disforme, caótica, dispersa mesmo em uma aparente organização.

Assim, contra Platão, diremos que não é no cosmo, conhecido pela razão que está a verdade. A verdade do Ser se encontra nos sentidos mais primordiais, dos quais somente a música (segundo Nietzsche) e a palavra (segundo Tolkien e acho que Wittgenstein) seriam elos certos, estradas diretas que levam o homem à sua essência, a essência do Mundo: O Uno Primordial, fonte da Vontade.

Papéis designados para elfos, homens e Valar? Não creio nisto. A Vontade se origina neles, em diferentes níveis, e os molda em diferentes níveis e a própria Criação não seria muito mais que o começo da representação, ou seu ápice.
 
Hey, eu não li tudo, mas só gostaria de fazer um adendo ao Snaga e um a vocês mesmo: Estão misturando os assuntos. Apesar de Tolkien usar elementos mitológicos, ele criou uma nova mitologia, portanto, nada disso que falaram é válido para uso concreto, somente para especulações, ainda sim, vagas. Não misturem mitologia grega com Tolkien, porque são coisas distintas, creio eu.
 
Já eu penso que havia papéis. A identidade era um dom conferido na criação e a um homem seria vedado ter a origem de um Ainu. Tanto por não haver precedente (Melkor não se transformou em Eru), como para respeitar a ordem de filiação. Só a Eru a liberdade absoluta era permitida. Os outros espelhos eram simulações menos perfeitas que ele.
 
Hey, eu não li tudo, mas só gostaria de fazer um adendo ao Snaga e um a vocês mesmo: Estão misturando os assuntos. Apesar de Tolkien usar elementos mitológicos, ele criou uma nova mitologia, portanto, nada disso que falaram é válido para uso concreto, somente para especulações, ainda sim, vagas. Não misturem mitologia grega com Tolkien, porque são coisas distintas, creio eu.


Eu usei mitologia grega como exemplo da noção do vazio em tolkien, de como se configura a criação enquanto representação maior e prima da Vontade. E porque não devo misturar? As obras de Tolkien são obras de arte, não é nenhuma Bíblia.

Já eu penso que havia papéis. A identidade era um dom conferido na criação e a um homem seria vedado ter a origem de um Ainu. Tanto por não haver precedente (Melkor não se transformou em Eru), como para respeitar a ordem de filiação. Só a Eru a liberdade absoluta era permitida. Os outros espelhos eram simulações menos perfeitas que ele.

Aì que está. O que é perfeição? Um espelho da vontade, Eru só é perfeito enquanto objetivação maior da Vontade.
 
Não sei,mas acho que o texto está dificil de compreender,apesar do assunto ter chamado minha atenção.Desculpe pela minha falta de conhecimento.:oops:
 
Por enquanto, vou postar aquí uma opinião para não me perder, pois como disse o Snaga, seu tema é bacana, mas extenso e complexo demais para os acostumados a tópicos mais rápidos, de explanação menos complicadas, digamos assim.

Eu sou uma anta impaciente e acessar do trabalho, enquanto atendo pessoas, posso dizer que fica praticamente impossível seguir toda a sua idéia. Talvez por causa das pontuações ou mesmo pela minha limitada inteligencia idosa!

Até uma parte ficou legal meu entendimento. Vou retornar ao texto e pretendo deixar ao menos um post mais equilibrado a respeito!:joinha:
 
Tudo isso parece uma colcha de retalhos de diversas visões de mundo mal aplicadas a mitologia. Schopenhauer deve estar se revirando no túmulo, já que era totalmente contra a falatória vazia e pouco clara de contemporâneos e filósofos como Hegel. Não é só porque é filosofia que tem que ser uma masturbação mental (não me espantam que muitos confudem esta com aquela), o próprio "O Mundo..." é contra-exemplo disso, escrito de um jeito relativamente claro e simples, mas nem por isso banal.

Não vejo sentido nenhum em aplicar a filosofia de Schopenhauer, ao menos a parte referente a metafísica, na obra de Tolkien. É claro que PODE-SE fazê-lo, pode-se até pegar a obra do Harry Potter e falar que como homem o Harry é o mais alto grau de objetivação da vontade e tudo mais. Mas quais são as evidências internas na obra que corroboam essa visão? Nenhuma significativa, a meu ver. Tolkien segue uma tendência oposta a de Schopenhauer, que aproxima-se do cristianismo e de um certo otimismo com aqueles que praticam ações e posturas morais (sim, morais) tidas como boas.

E gostaria de saber onde Nietzsche aponta a música como um elo para "a verdade do Ser", ou quando ele aponta o Vazio para a essência do Universo. Nunca tinha ouvido falar sobre isso, e parece-me totalmente o oposto de tudo que conheço sobre o filósofo.
 
Pelo que entendi o objetivo foi criar um "brain storm" com o assunto para ver aonde se chega. Achei pertinente e tem me ajudado a imaginar melhor uma sociedade élfica crível. Acho uma boa idéia desenvolver o assunto num artigo. Se o autor se interessar fica aí a idéia.
 
Pelo que entendi o objetivo foi criar um "brain storm" com o assunto para ver aonde se chega. Achei pertinente e tem me ajudado a imaginar melhor uma sociedade élfica crível. Acho uma boa idéia desenvolver o assunto num artigo. Se o autor se interessar fica aí a idéia.

Eu andei pensando nisso, vou ver no que que dá, e a intenção foi exatamente essa.

Tudo isso parece uma colcha de retalhos de diversas visões de mundo mal aplicadas a mitologia. Schopenhauer deve estar se revirando no túmulo, já que era totalmente contra a falatória vazia e pouco clara de contemporâneos e filósofos como Hegel. Não é só porque é filosofia que tem que ser uma masturbação mental (não me espantam que muitos confudem esta com aquela), o próprio "O Mundo..." é contra-exemplo disso, escrito de um jeito relativamente claro e simples, mas nem por isso banal.

Não vejo sentido nenhum em aplicar a filosofia de Schopenhauer, ao menos a parte referente a metafísica, na obra de Tolkien. É claro que PODE-SE fazê-lo, pode-se até pegar a obra do Harry Potter e falar que como homem o Harry é o mais alto grau de objetivação da vontade e tudo mais. Mas quais são as evidências internas na obra que corroboam essa visão? Nenhuma significativa, a meu ver. Tolkien segue uma tendência oposta a de Schopenhauer, que aproxima-se do cristianismo e de um certo otimismo com aqueles que praticam ações e posturas morais (sim, morais) tidas como boas.

E gostaria de saber onde Nietzsche aponta a música como um elo para "a verdade do Ser", ou quando ele aponta o Vazio para a essência do Universo. Nunca tinha ouvido falar sobre isso, e parece-me totalmente o oposto de tudo que conheço sobre o filósofo.

Nietzsche fala sobre o Uno Primordial e a metafísica da música em Nascimento da Tragédia, na sua filosofia mais jovem.

Eu não vou mentir para você e dizer que sou um especialista em Schopenhauer porque não sou. Nem vou deixar de dizer que não considero filosofia masturbação mental como certas mentes cientificistas, positivistas e ignorantes nesse fórum acreditam sem nem mesmo propor um diálogo a respeito, já condenando o pensar filosófico.

Não vou negar que realmente vejo o neoplatonismo e o cristianismo como influências dominantes, mas que reconheço traços da metafísica schopenhaueriana no que diz respeito ao fato de toda a Arda ter sido criada e desenvolvida para ser um pano de fundo para as criações artísticas do autor, seus idiomas, alfabetos, poesias, canções etc.

Se Schopenhauer estiver se revirando no túmulo, eu peço perdão a ele por deformar seu pensamento graças á minha ignorância. Se são retraços, pedaços de sua filosofia? Provavelmente, e talvez eu pudesse aplicá-la a tudo, até Harry Potter, talvez todo essa baboseira desencontrada que eu postei não sirvam para nada.

Mas eu sou livre para cirar, inventar, supor interpretações minhas para obras que são mágicas, incríveis o suficiente para se permitirem um sem-número de visões diferentes. Se você tem a colaborar com essa minha visão ou quer colocar algo diferente aqui, sinta-se à vontade. Mas se sua intenção é desprezar a obra de Tolkien negando essas diversas interpretações e impor uma via única, religiosa, certa, infalível para a leitura do professor, eu diria que você está no caminho errado. É uma ofensa aos fãs, à obra, ao professor, uma ofensa ao seu próprio intelecto.
 
Ele só sabe postar posts grandes?
Use palavras mais significativas^^
Sópara simplificar a situação.
 
Rsrs, não foi minha intenção: eu fui desenvolvendo, incluindo uma coisinha aqui e ali, e foi ficando assim. Mas o que que tem posts grandes? Talvez ninguém leia, mas minha parte eu fiz, não creio haver nehuma regra sobre isso...
 
Rsrs, não foi minha intenção: eu fui desenvolvendo, incluindo uma coisinha aqui e ali, e foi ficando assim. Mas o que que tem posts grandes? Talvez ninguém leia, mas minha parte eu fiz, não creio haver nehuma regra sobre isso...

Não tem nenhum problemas posts grandes e nem mesmo há uma regra contra eles. Mas será que esse "minha parte eu fiz" e será que esses posts gigantescos com palavras rebuscadas não são uma forma no mínimo "estranha" de conseguir Tyellë?

Desculpe-me, Paganus, mas quando vejo que um tópico foi criado por você ou vejo que você postou alguma coisa, nem me meto a ler pois sei que não entenderei muita coisa.

Fica a sugestão de maior objetividade.
 
É claro que o objetivo do que disse não era excluir qualquer múltipla interpretação e impor uma única, objetiva, mas sim criticar uma tendência totalmente oposta e a meu ver igualmente lamentável que é a alta subjetivação do negócio. Se uma interpretação pode ser aplicável até em Harry Potter, o que há de Tolkien nela? O autor evidentemente escreve coisas com certas intenções, não é porque é uma interpretação que é tão válida quanto as demais. "Ofender o autor e o intelecto" (:roll:) é sair interpretando uma obra com uma visão de mundo que nada ou quase nada tem a ver com ela, uma visão de mundo tão genérica que pode ser aplicável a obras como Harry Potter, e não conferir-lhe uma visão que carregue fortemente o que o autor empregou na obra.

A propósito, há artigos na Valinor com temas tão ou mais complexos quanto este, e mesmo aqui há pessoas altamente capacitadas - se ninguém aqui sentiu-se a vontade para manifestar, creio que deva-se sobretudo a nebulosidade com que trata o assunto, que beira ao obscurantismo intelectual. Ninguém precisa conhecer a metafísica da Vontade ou algo do tipo para ler um texto a respeito - nesse caso, se há problemas ou desinteresse na leitura, o problema está no texto e não no público leitor.
 
Complicado...

Mas serei breve, afinal, se me alongar me perco dentro de tanta coisa pra dizer e não falo nada!

Há um ponto em que é falado de discordar dos anteriores debates e tals... Penso algo parecido a respeito, de se manter preso à primeira idéia e à primeira intençao do Professor.
N'algumas discussões que temos, sempre há quem bate o pé afirmando " Tolkien pensava assim!! " , "Tolkien não queria dizer isso...", "Tolkien não tinha essa intenção ao escrever isso ou aquilo...".
Acho que muitos já encontraram isso ou muitos já afirmaram isso. Amigos, isso é chato demais. Afinal, para um Professor, ao lidar/escrever sobre algumj Tema, ou mitologia como foi denominada sua Obra, sei lá, fica meio que incoerente lidar de certos aspectos da estória sem poder andar por outros caminhos dentro do que já foi falado, escrito ou imaginado.

Tratando de "Fantasia", mesmo eu sendo um fã, talvez de um nível inferior a outros daqui, certas vezes fica difícil me segurar ao pensar que estou lendo a respeito Santos e Demônios católicos ao invés de criaturas diferentes.
Fica difícil eu não ver Frodo como um covarde, apesar de muitos julgarem-no como maior do que outros da história e compararem com Eärendil em alguns casos... Frodo foi maior que Eärendil?? Só pode ser brincadeira!!

Se o caso é debate, e o Fórum tem como função o debate, então porque alguns não se libertam da 1ª e fixada interpretação da Obra?? Já lí e re-lí meus Livros um monte de vezes, e sempre vejo as estórias de forma diferente.
Se a ideia de que tudo é meramente a respeito de uma única visão, então porque tanta gente faz o mesmo e repete tantas vezes a leitura??

Eis a graça da Obra e de uma nova interpretação a cada leitura. Se não fosse assim, será que teria o mesmo encanto??
 
Caio, acho que vai ser meio difícil muita gente ler esses seus 3 posts enoooormes e seguidos!!! Bate certa preguiça, por mais que o assunto seja interessante.

Posts grandes sempre dão sono :mrgreen:
:zzz:

Mesmo que sejam interessantes, como é o caso. :yep:
 

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