Gil-galad Æ
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Esse é um texto que acabei de ver na Revista VOCÊ S/A e gostaria de compartilhar com vocês... e em cima disso abrir uma discussão sobre o poder e sobre a obra de Tolkien!! Um pergunta... Aragorn é Rei?? Ou seja... ele nasceu Rei só por ser descendente de Isildur?? Em cima do texto que fala sobre liderança e poder não toca no assunto de Aragorn... mas disserta sobre o que Aragorn representa e o que esperam dele!!
Você está preparado para o poder?
Pessoas despreparadas se tornam um risco para si e para todos que a cercam. Veja as lições de liderança de JRR Tolkien, autor de "O senhor dos anéis"
Por Marcelo Aguilar
Muita gente pensa que o livro “O Senhor dos Anéis”, de JRR Tolkien, é apenas ação e aventura. É, de fato, um livro mitológico e ao se fazer uma análise psicológica, descobre-se que ele reforça diversos valores morais socialmente aceitos, tais como fidelidade, honestidade e compaixão. Tolkien desenvolve diversos personagens. Cada um deles exprime, de forma acentuada, as diferentes dimensões do comportamento humano.
A história gira em torno de dois personagens: Frodo, o herói, e Gollum, o vilão, e suas relações com o anel do poder. A trajetória de Gollum não é incomum na nossa sociedade e nas nossas organizações. Ele ainda se chamava Sméagol quando foi corrompido e se tornou esquizofrênico, por conta de sua ânsia pelo poder e de seu caráter fraco. Sméagol e Gollum são duas personalidades de uma mesma pessoa esquizofrênica. Como muitas pessoas que chegam ao poder sem estarem preparadas para ele, Sméagol se faz de vítima incompreendida do mundo, enquanto Gollum é o vilão agressivo que ataca os outros para defender Sméagol. Alguém está preparado para o poder? Existem escolas que nos preparam para o poder?
Não. O poder provoca diversas tentações e costumamos reagir a elas de acordo com os nossos valores morais. Valores estes que são construídos no seio familiar e no convívio social. Porém, o seio familiar e o convívio social são, simultaneamente, o terreno onde serão desenvolvidos e assentados os nossos valores morais. Ou seja, eles ajudam a construir e a sustentá-los. Mas, quem constrói nossos valores somos nós mesmos, nos atos cotidianos, ao refletir sobre as conseqüências destes na nossa vida e na vida dos outros. Ao desenvolver nossa compaixão e nossa consciência.
Ainda existem muitos Gollums à frente da nossa sociedade. Eles criam escândalos contábeis em grandes corporações como Enron e WorldCom. Provocam escândalos políticos, de corrupção e de violação constitucional no Congresso Nacional. Promovem guerras e atos de terrorismo no mundo todo. E todos, sem exceção, tentam justificar os “meios” sujos que utilizam com “fins” aparentemente nobres.
E Frodo? Frodo não ansiava pelo poder. Foi escolhido. Ele é o líder eleito pela Sociedade do Anel. O poder é um enorme fardo e tenta corrompê-lo o tempo inteiro. Diferente de Sméagol, Frodo busca o convívio com pessoas com firmeza de caráter. São elas que o ajudam a carregar esta pesada responsabilidade. Dentre estes amigos está Gandalf, um guru que orienta seu desenvolvimento moral, e Sam Gamgi, um personagem ímpar com uma amizade, fidelidade e honestidade incomuns. Sam Gamgi é um verdadeiro amigo que não acata todas as ordens nem tenta sempre agradar a seu líder, pois diversas vezes ele chama Frodo à consciência de suas atitudes negativas provocadas pela tentação do poder. Gandalf e Sam Gamgi têm a função de proteger Frodo de si próprio.
Quantos líderes, executivos ou chefes têm a seu lado pessoas como Gandalf e Sam Gamgi? Para confidenciar suas ansiedades? Para serem ajudados sem se dar conta de que precisam de ajuda? E para serem alertados sobre suas mudanças de comportamento e atitudes negativas?
Existem pessoas que acreditam que podem dar conta do poder sozinhas. Sméagol tentou e falhou. A maioria falha. Sméagol só dava ouvidos a Gollum. Frodo ouve pessoas que possuem coerência e firmeza de atitudes, reflete sobre sua condição e torna-se agente de mudança de sua vida. É assim que ele cresce e se torna um líder melhor a cada dificuldade. Ele ouve a todos e reflete, mas sabe que a responsabilidade da decisão é somente dele.
O líder não é líder sozinho. Ele tem que ser capaz de reunir pessoas com valores próximos aos seus e que compartilhem de idéias e ideais comuns. Tem que se policiar e ser policiado para que não se deixe corromper pelo poder. Como a sociedade pode se proteger dos Sméagols e Gollums? Como pode promover mais Frodos? Começa-se por uma imprensa consciente, honesta e não tendenciosa. As eleições democráticas cuidam do resto. É ação de longo prazo!
E nas organizações? Como desenvolver os Frodos? Deve-se deixar claro quais são os valores organizacionais e desenvolvê-los por intermédio de um programa de educação corporativa. Para se precaverem contra os Sméagols e Gollums, as organizações devem contratar headhunters e psicólogos que façam uma “dissecação psicológica” nos candidatos a executivos. Contratar auditorias externas totalmente isentas também ajuda. Além de tudo isso, devem implementar sistemas de avaliação 360º e de clima organizacional justos e anônimos para acompanhamento pois deve-se descobrir os Gollums e proteger os Frodos. São ações de curto e médio prazo, estão ao alcance de todas as organizações!
Você está preparado para o poder?
Pessoas despreparadas se tornam um risco para si e para todos que a cercam. Veja as lições de liderança de JRR Tolkien, autor de "O senhor dos anéis"
Por Marcelo Aguilar
Muita gente pensa que o livro “O Senhor dos Anéis”, de JRR Tolkien, é apenas ação e aventura. É, de fato, um livro mitológico e ao se fazer uma análise psicológica, descobre-se que ele reforça diversos valores morais socialmente aceitos, tais como fidelidade, honestidade e compaixão. Tolkien desenvolve diversos personagens. Cada um deles exprime, de forma acentuada, as diferentes dimensões do comportamento humano.
A história gira em torno de dois personagens: Frodo, o herói, e Gollum, o vilão, e suas relações com o anel do poder. A trajetória de Gollum não é incomum na nossa sociedade e nas nossas organizações. Ele ainda se chamava Sméagol quando foi corrompido e se tornou esquizofrênico, por conta de sua ânsia pelo poder e de seu caráter fraco. Sméagol e Gollum são duas personalidades de uma mesma pessoa esquizofrênica. Como muitas pessoas que chegam ao poder sem estarem preparadas para ele, Sméagol se faz de vítima incompreendida do mundo, enquanto Gollum é o vilão agressivo que ataca os outros para defender Sméagol. Alguém está preparado para o poder? Existem escolas que nos preparam para o poder?
Não. O poder provoca diversas tentações e costumamos reagir a elas de acordo com os nossos valores morais. Valores estes que são construídos no seio familiar e no convívio social. Porém, o seio familiar e o convívio social são, simultaneamente, o terreno onde serão desenvolvidos e assentados os nossos valores morais. Ou seja, eles ajudam a construir e a sustentá-los. Mas, quem constrói nossos valores somos nós mesmos, nos atos cotidianos, ao refletir sobre as conseqüências destes na nossa vida e na vida dos outros. Ao desenvolver nossa compaixão e nossa consciência.
Ainda existem muitos Gollums à frente da nossa sociedade. Eles criam escândalos contábeis em grandes corporações como Enron e WorldCom. Provocam escândalos políticos, de corrupção e de violação constitucional no Congresso Nacional. Promovem guerras e atos de terrorismo no mundo todo. E todos, sem exceção, tentam justificar os “meios” sujos que utilizam com “fins” aparentemente nobres.
E Frodo? Frodo não ansiava pelo poder. Foi escolhido. Ele é o líder eleito pela Sociedade do Anel. O poder é um enorme fardo e tenta corrompê-lo o tempo inteiro. Diferente de Sméagol, Frodo busca o convívio com pessoas com firmeza de caráter. São elas que o ajudam a carregar esta pesada responsabilidade. Dentre estes amigos está Gandalf, um guru que orienta seu desenvolvimento moral, e Sam Gamgi, um personagem ímpar com uma amizade, fidelidade e honestidade incomuns. Sam Gamgi é um verdadeiro amigo que não acata todas as ordens nem tenta sempre agradar a seu líder, pois diversas vezes ele chama Frodo à consciência de suas atitudes negativas provocadas pela tentação do poder. Gandalf e Sam Gamgi têm a função de proteger Frodo de si próprio.
Quantos líderes, executivos ou chefes têm a seu lado pessoas como Gandalf e Sam Gamgi? Para confidenciar suas ansiedades? Para serem ajudados sem se dar conta de que precisam de ajuda? E para serem alertados sobre suas mudanças de comportamento e atitudes negativas?
Existem pessoas que acreditam que podem dar conta do poder sozinhas. Sméagol tentou e falhou. A maioria falha. Sméagol só dava ouvidos a Gollum. Frodo ouve pessoas que possuem coerência e firmeza de atitudes, reflete sobre sua condição e torna-se agente de mudança de sua vida. É assim que ele cresce e se torna um líder melhor a cada dificuldade. Ele ouve a todos e reflete, mas sabe que a responsabilidade da decisão é somente dele.
O líder não é líder sozinho. Ele tem que ser capaz de reunir pessoas com valores próximos aos seus e que compartilhem de idéias e ideais comuns. Tem que se policiar e ser policiado para que não se deixe corromper pelo poder. Como a sociedade pode se proteger dos Sméagols e Gollums? Como pode promover mais Frodos? Começa-se por uma imprensa consciente, honesta e não tendenciosa. As eleições democráticas cuidam do resto. É ação de longo prazo!
E nas organizações? Como desenvolver os Frodos? Deve-se deixar claro quais são os valores organizacionais e desenvolvê-los por intermédio de um programa de educação corporativa. Para se precaverem contra os Sméagols e Gollums, as organizações devem contratar headhunters e psicólogos que façam uma “dissecação psicológica” nos candidatos a executivos. Contratar auditorias externas totalmente isentas também ajuda. Além de tudo isso, devem implementar sistemas de avaliação 360º e de clima organizacional justos e anônimos para acompanhamento pois deve-se descobrir os Gollums e proteger os Frodos. São ações de curto e médio prazo, estão ao alcance de todas as organizações!