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Anunciada renúncia coletiva de conselho editorial da RHBN

Mercúcio

Usuário
CONSELHO EDITORIAL DA REVISTA DE HISTÓRIA DA BIBLIOTECA NACIONAL ANUNCIA RENÚNCIA COLETIVA

Os dez membros do conselho editorial da Revista de História, publicada pela Biblioteca Nacional, anunciaram nesta segunda-feira (11) que renunciam aos seus cargos. O pedido foi anunciado em uma carta assinada pelos dez intelectuais, entre professores e escritores, que compunham o colegiado.

Nomes como Alberto da Costa e Silva, membro da Academia Brasileira de Letras, Lília Moritz Schwarcz, professora da USP e Ronaldo Vainfas, professor da Universidade Federal Fluminense, alegaram conflitos com Jean-Louis de Lacerda Soares, presidente da Sabin (Sociedade dos Amigos da Biblioteca Nacional) que gere os recursos que permitem publicar a revista.

As rusgas entre o conselho e a presidência da sociedade vêm sendo expostas desde a demissão do editor Luciano Figueiredo, supostamente por retaliação política.

Marcos Michael/Folhapress
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Galeno Amorim, presidente da Fundação Biblioteca Nacional, a quem os conselheiros anunciaram a renúncia dos seus cargos nesta segunda-feira


Os conselheiros já haviam ameaçado renunciar após a Sabin demitir Figueiredo "por razões administrativas internas" não especificadas, sem consultar o conselho.

Semanas antes, o então editor havia demitido o jornalista Celso de Castro Barbosa após divergências relacionadas a uma resenha escrita por ele sobre o livro "A Privataria Tucana", do jornalista Amaury Ribeiro Jr., publicada no site da revista.

Em um de seus trechos, a resenha diz que o livro joga "uma pá de cal na aura de honestidade de certos tucanos". Em outro, afirma que José Serra "é quem tem a imagem mais chamuscada, para não dizer estorricada, ao fim da 'Privataria Tucana'".

O texto gerou protestos públicos do PSDB e foi tirado do ar, mas, segundo a Sabin, nem a demissão de Castro Barbosa por Figueiredo nem a deste pela sociedade tiveram qualquer componente de pressão política.


Leia a carta de renúncia na íntegra:



"Aos leitores, amigos e financiadores da Revista de História da Biblioteca Nacional,

Há algum tempo, o Conselho Editorial da RHBN está em conflito com a presidência da Sociedade de Amigos da Biblioteca Nacional (Sabin). A Revista foi ideada pela Biblioteca, cujo presidente, à época de sua criação, nomeou o Conselho e o editor. À Sabin coube sempre a tarefa de administrar os recursos da Revista e de produzi-la. No entanto, seu presidente arrogou-se o direito de demitir e contratar o editor e de vetar nomes para o Conselho.

De administradora, a Sabin tornou-se a proprietária e controladora da Revista. O Conselho não aceita esta subordinação que lhe tira a autonomia necessária para dirigir uma Revista séria e de qualidade. Os esforços do presidente da Fundação Biblioteca Nacional, Dr. Galeno Amorim, no sentido de encontrar uma solução, resguardando ao mesmo tempo o papel da BN na escolha dos conselheiros e a prerrogativa do Conselho de escolher o editor, chocaram-se sistematicamente com a intransigência do presidente da Sabin.

Diante do impasse, e recusando abrir mão de sua independência, os membros do Conselho, abaixo assinados, decidiram por unanimidade entregar ao Dr. Galeno Amorim seu pedido de demissão.

É com pesar que nos vemos forçados a abandonar um projeto de que muito nos orgulhamos. Por sete anos, sem remuneração, em reuniões mensais com uma redação dedicada, levamos a mais de cem mil leitores a melhor revista de divulgação de História, dirigida por historiadores, jamais feita no Brasil e que nada fica a dever a suas congêneres no exterior.

Agradecemos o apoio recebido da presidência da Biblioteca Nacional, de leitores, amigos e financiadores, sobretudo do MEC, do Minc, da Petrobrás e do BNDES.



Alberto da Costa e Silva, membro da Academia Brasileira de Letras

Caio César Boschi, professor titular da PUC-BH

João José Reis, professor titular da UFBA

José Murilo de Carvalho, professor emérito da UFRJ, membro da Academia Brasileira de Letras

Laura de Melo e Souza, professora titular da USP

Lília Moritz Schwarcz, professora titular da USP

Luciano Figueiredo, professor associado da UFF

Marieta de Moraes Ferreira, professora titular da Fundação Getulio Vargas

Ricardo Benzaquen, professor assistente da PUC-RJ

Ronaldo Vainfas, professor titular da UFF"



FONTE: http://www1.folha.uol.com.br/ilustr...teca-nacional-anuncia-renuncia-coletiva.shtml
 
Parece haver mais de um problema que faz com que o conselho todo queira sair (pelo menos um para cada membro que culminem em insatisfação geral). Talvez lendo as atas de reuniões e conhecendo os planos da presidência fosse possível emitir uma opinião sobre o assunto. Sem saber os planos e poderes do presidente não é possível emitir muita opinião.

Rotineiramente pode estar havendo as seguintes coisas:

-Falta de nitidez no regimento interno que descreve o papel e poderes da presidência e conselho. (as vezes a expectativa quanto a liberdade não estava definida na mente do conselho)

-Falta de concordância com relação a aplicação de recursos.

-Falta de recursos (a área de história no Brasil passa necessidade nas pesquisas, alguns estados possuem arqueólogos que dariam para contar nos dedos das mãos). Enquanto isso o potencial de patrocínio privado que podia ser bem mais explorado é desperdiçado desapontando escolas e faculdades particulares ansiosas por agregar valor ao fato de financiar projetos.

-Intervenção, obstrução política.

-Problemas de interpretação do papel dos pesquisadores. O pesquisador deve favorecer expressões que apontam tendências ao invés de vaticinar de forma popular (semelhante as ferramentas de estatística usando as probabilidades), por exemplo tudo indica, ou os dados mostram, etc...

-O antigo problema de comunicação interna dentro do governo federal. O sistema não é transparente e é pouco eficiente para integrar as partes que compõem o corpo.

-Partidarismo em alguma das partes (ou nas duas!)

-Outros, negligência técnica, etc...
 
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