Paulo
Cabeça de Teia
Isso não é investir. Investir é participar de um negócio visando obter rendimentos à posteiori, mediante a compra de ações.
Isso é uma definição tacanha e pouco útil. Principalmente quando você subordina todo e qualquer investimento à compra de ações.
Investir, para essa discussão aqui, é colocar dinheiro em uma empresa. Os objetivos podem ser variados. O BNDES investe na Vale e espera "rendimentos" sim, uma vez que você deveria pensar em "rendimentos" como algo que pode ser mais do que dinheiro. Construir uma estrada é um dos muitos tipos de rendimentos válidos para o BNDES quando este investe em empresas como a Vale.
Na verdade, acredito que se as ruas fossem privatizadas, seriam limpas.
O Estado não deve controlar empresas, por que não dá para ter-se perfeita transparência de seus negócios, o que torna-as uma porta para a evasão de divisas e coisas assim.
O Estado deve arrecadar dinheiro mediante a cobrança de impostos e com esta arrecadação, garantir: saúde, educação, segurança e defesa Secundariamente, infra-estrutura básica de saneamento urbano e limpeza também seriam de competência do Estado, porém apenas como contratante de empresas licitadas e terceirizadas. Com licitações locais e transparentes, bem entendido.
Infra-estrutura, serviços, exploração de recursos naturais, indústria e tudo o mais têm que ser privadas.
Quanto MENOS o estado controlar, MENOS chances para desvio de verbas, menos ineficiência e menos burocracia.
Ou seja, todos ganham, menos a cúpula podre da política.
O seu argumento é falho em vários pontos. Alguns já foram abordados nesse tópico, recomendo a leitura.
Ao contrário de diversas empresas privadas, as contas do Estado (em qualquer esfera) são públicas. Você pode verificá-las à qualquer momento. Será que uma empresa privada qualquer me mostra as contas dela também? Você dá um sentido bizarro ao termo "transparência".
Como é possível prover saúde sem prover também saneamento básico? Você ainda fala em "estrutura básica de saneamento urbano", mas e quanto ao saneamento rural? "Cada um com seus problemas"? E quanto a justiça? Também não é um dever do Estado assegurar a sua formulação e cumprimento?
Não é surpreendente que uma conceituação tão pobre e ruim de Estado, como a sua, resulte na total incompreesão deste. É óbvio que infra-estrutura, serviços, exploração de recursos naturais, indústria etc envolvem a atuação direta do Estado.
Quanto a empresas estatais darem lucro, nao nego, algumas funcionam razoavelmente bem por explorarem recursos valiosos, terem monopólio e serem menos apodrecidas internamente pelos políticos.
A grande questão não é gerar lucro. Ao fim do ano, R$1,00 no caixa depois das contas pagas é lucro.
A meta é gerar retorno compatível com o tipo de empreendimento, seja por meio de LUCRO (dinheiro aos acionistas) seja por meio de Agregação de Valor (reinvestimentos em sua infra estrutura e cadeia produtiva). Isso, NENHUMA estatal faz a contento. TODAS, efetivamente TODAS, após privatizadas, aumentaram sua eficiência e produtividade, e consequentemente, refletiram positivamente no PIB nacional, e foram capitais para a tão comemorada arrecadação recorde dos impostos que este país execrável cobra.
Você acerta pelo menos em um ponto: a questão não é, definitivamente, dar lucro. No entanto, esse é o principal argumento utilizado a favor das privatizações, como se as estatais não fosse também lucrativas.
Mas o seu texto é altamente contraditório. Logo em seguida você cai nesse erro ao tentar consertar a idéia adicionando o delírio de "compatível" ao lucro. Não vou me repetir, mais uma vez, sobre o papel que uma estatal desempenha, para muito além do lucro. Leia o tópico.
Ainda assim é necessário frisar que você está fazendo afirmações falsas. A Vale dava lucro (e não era pouco) e investia em infra-estrutura (sem falar em programas sociais) quando era estatal. A Cemig, bastante citada nesse tópico, também dá lucro e faz vários investimentos socialmente importantes. A Light (privada) é muito pior do que a antiga Cerj (estatal), e isso está expresso em dados, disponíveis nesse tópico.
A Petrobrás, menina dos olhos dos comunas de plantão, caso fosse privatizada, nao sofreria o revéz que sofreu no Governo Mula, quando teve seu quadro de funcionários inchado em 16%, e seus servicops tercerizados aumentados em 33%, o que fez com que perdesse o primeiro lugra em "empresa mais rentável do país" adivinhem para quem? Vale um doce pra quem adivinhar.
Empregar mais pessoas é algo ruim desde quando? O "inchado" é por sua conta. Mais uma vez: o papel de uma estatal não é ser uma máquina de dinheiro, vai muito além disso.
Eu, por mim, nao pagaria nem um centavo, se pudesse, de imposto, uma vez que o estado nao cumpre a parte dele no Contrato Social (saúde, segurança e educação jogadas na pocilga) eu nao vejo porque hei de cumprir a minha.
Você primeiro defende uma diminuição extrema do Estado, mas agora reclama que este mesmo Estado não cumpre o seu papel? Isso é bizarro. Ou você pensa que o Estado mais atrapalha do que ajuda, e então defende uma diminuição deste, ou então acredita que o Estado tem um papel fundamental na sociedade contemporânea, e que deve estar presente em diversos momentos e esferas da vida cotidiana.