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Alto-Reinado dos Elfos - De quem seria a Coroa???

Não sei se alguém tem resposta pra isso, mas numa carta para o Sr. Hasting, está escrito:
"O Fim de seus filhos, Elladan e Elrohir, não é contado: eles adiam sua escolha e permanecem por algum tempo."
Além disso, não sabemos que escolha fizeram, sobre ser elfo ou homem... ou sabemos?
Por falar nisso, só acho que escolheriam ser mortais se houvesse algum circunstância muito especial, como no caso de Elros, que em troca foi escolhido o primeiro rei dos Numenoreanos e Arwen, por conta do amor por Aragorn e pelo destino de ser a rainha do reino renovado de Gondor.

Minha aposta é que os dois escolheram seguir para as Terras Imortais seguindo o destino do pai no final de tudo.
 
Os apêndices do SdA deixam claro qual o destino de Elladan e Elrohir

"At the end of the First Age the Valar gave to the Half-elven an irrevocable choice to which kindred they would belong. Elrond chose to be of Elven-kind, and became a master of wisdom. To him therefore was granted the same grace as to those of the High Elves that still lingered in Middle-earth: that when weary at last of the mortal lands they could take ship from the Grey Havens and pass into the Uttermost West; and this grace continued after the change of the world. But to the children of Elrond a choice was also appointed: to pass with him from the circles of the world; or if they remained, to become mortal and die in Middle-earth. For Elrond, therefore, all chances of the War of the Ring were fraught with sorrow." (Senhor dos Anéis, Apêndice A)

Tradução:
No final da Primeira Era, os Valar deram aos meio-elfos uma escolha irrevogável do parentesco à qual eles pertenceriam. Elrond escolheu ser de tipo élfico, e tornou-se um mestre de tradições. Para ele, portanto, foi dada a mesma graça dada àqueles dentre os Altos-elfos que ainda permaneciam na Terra-Média: que quando finalmente eles se cansassem das terras mortais, eles poderiam embarcar em navios dos Portos Cinzentos e passar para o Oeste Longínquo; e esta graça continuou após a mudança do mundo. Mas para os filhos de Elrond uma escolha foi também indicada: passar com ele dos círculos do mundo; ou, se eles permanecessem, tornarem-se mortais e morrerem na Terra Média. Para Elrond, portanto, todas as possibilidades da Guerra do Anel estavam marcadas por tristeza.

Tradução (ainda que não muito boa) e grifos meus.
Em uma de suas Cartas, Tolkien realmente dá a entender que o destino deles é incerto, mas nesse caso, acho q faz sentido os apêndices do livro estarem mais "corretos", embora seja uma opinião pessoal nesse caso.
 
Em uma de suas Cartas, Tolkien realmente dá a entender que o destino deles é incerto, mas nesse caso, acho q faz sentido os apêndices do livro estarem mais "corretos", embora seja uma opinião pessoal nesse caso.
Aqui eu tenho que discordar. O trecho dos Apêndices mostra o "plano" original dos Valar a respeito dos filhos de Elrond, mas a carta diz que isso foi modificado.

Creio que está claro que Tolkien se lembrava desse trecho dos Apêndices ao escrever a carta e que tinha intenção de deixar o destino de Elladan e Elrohir incerto. Como a carta é mais recente e sua aceitação não causa grandes incoerências na obra, creio que deve ser aceita sem problemas.
 
E acho que podemos relaxar a interpretação "Mas para os filhos de Elrond uma escolha foi também indicada: passar com ele [Elrond] dos círculos do mundo (...)", não quer dizer que eles que tinham que literalmente acompanhar o pai no mesmo barco, mas seguir o mesmo caminho e chegar ao mesmo destino. Se eu vou junto de alguém para o Canadá, não quer dizer que pegamos o mesmo vôo. :dente: Nesse sentido os apêndices e as cartas não são contraditórios.

Mesmo porque não tem porque Elladan e Elrorir terem que obrigatoriamente ir com o pai, e não mais tarde com outros elfos (por exemplo, Celeborn): a escolha era entre ser elfo e homem, entre viver nas terras imortais ou mortais, enquanto fosse possível e plausível ir para as terras imortais. Ora, enquanto essa ainda fosse uma escolha plausível, significa que poderia residir na mente dos meio-elfos uma indeterminação plausível sobre seu destino - mas quando essa escolha não fosse mais plausível, implicaria que eles já tomaram sua decisão.
 
Última edição:
Acho que a escolha não era assim tão livre.
Eärendil teve que escolher quando chegou a Valinor, mas pode ter sido um caso específico.
Elrond e Elros não tiveram o momento de sua escolha detalhado, se não me engano, mas o fato de terem optado na mesma época pode dar a entender que chegou um momento que eles tiveram que optar.
O caso dos filhos de Elrond foi o mais aberto, mas ainda acho que faz sentido ter um "momento de definição" no qual a escolha teria de ser feita até lá.

Além disso eu vejo um pequeno problema p/ Arwen.
Se a escolha fosse assim livre, ela poderia ter escolhido a imortalidade e viver com Aragorn enquanto ele estivesse vivo, somente depois da morte dele seguir p/ Aman. No entanto ela opta pela mortalidade, algo que no final da vida te traz angústia. Dai podemos pensar ou que ela fez uma escolha errada (de se tornar mortal) ou que para ficar com Aragorn ela não teria opção senão se tornar mortal, e nesse segundo caso, que eu acredito, uma explicação para isso seria levar o texto que colei anteriormente ao pé da letra.

Mas acho que esse ponto é bem passível a outras interpretações sim.
 
Dei aqui minha visão sobre o caso da Arwen. Penso que a amargura dela com a morte no final da vida é uma amargura não espantosa para um meio-elfo que abraçou a mortalidade - afinal isso não quer dizer que que a compreenda plenamente ou que não sinta aspectos amargos nela.

Isso lembra o caso do próprio Eärendil, que teria preferido virar mortal mas não o fez por causa de seu amor a Elwing. Isso pode ter acontecido com Arwen, que não se viria feliz ao viver uma vida imortal sem Aragorn - isso não quer dizer que morra de amores pela mortalidade. Lembra também em certa medida Aegnor, que permaneceu eternamente nos palácios de Mandos.

Mas repare bem: o casamento assim é uma espécie de pressão moral para rápida determinação do destino mortal/imortal do meio-elfo - chamo "pressão" porque não acredito que seja uma obrigação moral acompanhar a condição imortal/mortal do cônjuge (como é obrigação não trair o cônjuge), mas é no mínimo algo que acelera as reflexões e o amadurecimento do espírito sobre seu lugar no mundo - é assim algo que acaba sendo um fator determinante nos casos que temos conhecimento. Mas de qualquer forma Elladan e Elrohir não tinham essa pressão.
 
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Dei aqui minha visão sobre o caso da Arwen. Penso que a amargura dela com a morte no final da vida é uma amargura não espantosa para um meio-elfo que abraçou a mortalidade - afinal isso não quer dizer que que a compreenda plenamente ou que não sinta aspectos amargos nela.
Bem interessante o seu post, mas acho que há uma contradição aí.
É compreensível que Arwen tenha sentido amargura (ou falta de "Estel") para com o destino dos homens considerando que viveu todos os seus quase 3000 anos como elfa, mas justamente esse sentimento não combina com uma "decisão" com base no amadurecimento do espírito. Ela sabia qual seria seu destino e o destino de Aragorn, se sofreu com isso é porque sua decisão veio de forma mais "prática" que de aceitação espiritual da mortalidade.

Sobre a questão moral do casamento, também é um ponto bem interessante, mas não é um argumento contrário a teoria de que ela optou pela mortalidade por ficar com Aragorn na TM ao invés de partir com o pai. Pode até ser um reforço se considerarmos que ela não poderia desistir da mortalidade (moralmente falando) já estando casada com Aragorn quando Elrond partiu. De forma similar, ainda que seus irmãos não tivessem essa pressão moral, não significa que o destino deles não estaria atrelado a partida de Elrond p/ Aman.
 
Bem interessante o seu post, mas acho que há uma contradição aí.
É compreensível que Arwen tenha sentido amargura (ou falta de "Estel") para com o destino dos homens considerando que viveu todos os seus quase 3000 anos como elfa, mas justamente esse sentimento não combina com uma "decisão" com base no amadurecimento do espírito. Ela sabia qual seria seu destino e o destino de Aragorn, se sofreu com isso é porque sua decisão veio de forma mais "prática" que de aceitação espiritual da mortalidade.
Ah, não vejo grande contradição, e talvez esse seu estranhamento se refira apenas a escolha que fiz das palavras para descrever o mecanismo em questão. Concordo que no caso da Arwen (como Eärendil) fatores menos abstratos estavam em jogo, mas o mecanismo da decisão é o mesmo para os meio-elfos da casa de Eärendil em geral. Isto é, o espírito "amadurece" no sentido de não ter dúvidas e de ver diante de si seu caminho. Não encontra-se, como é típico da infância e mesmo da adolescência, numa situação onde não sabe "o que vai ser quando crescer". Gosto da palavra "amadurecer" nesse sentido, mesmo porque não é uma decisão tomada conscientemente, tampouco racionalmente, como se o elfo refletisse sobre as coisas e depois orasse a Eru informando-o sua decisão. Isso posto, não significa que o caminho para o qual o espírito se inclinou é fácil, ou que é tomado com pleno gosto de todos seus aspectos, ou que não haverá sofrimento, ou que fatores menos abstratos e mais pragmáticos (a vontade do cônjuge, ou talvez até mesmo a possibilidade de ser o primeiro rei de um reino como Númenor, por exemplo) não interfiram. Só significa que para o espírito é o melhor caminho se comparado ao caminho oposto. No caso da Arwen é como uma metáfora que o filme Mr. Nobody usa, citando uma situação no xadrez onde a melhor jogada seria não jogar (se isso possível fosse), qualquer jogada traz dor.

Sobre a questão moral do casamento, também é um ponto bem interessante, mas não é um argumento contrário a teoria de que ela optou pela mortalidade por ficar com Aragorn na TM ao invés de partir com o pai. Pode até ser um reforço se considerarmos que ela não poderia desistir da mortalidade (moralmente falando) já estando casada com Aragorn quando Elrond partiu. De forma similar, ainda que seus irmãos não tivessem essa pressão moral, não significa que o destino deles não estaria atrelado a partida de Elrond p/ Aman.
Nem eu quis apresentar argumento positivo contrário à possibilidade mais geral de que Arwen e os filhos de Elrond estarem com seus destinos determinados quando não decidem embarcar com Elrond. Sobre essa possibilidade para mim Tolkien em carta já suficientemente deixou claro que não confere, pois o destino de Elladan e Elrohir é indeterminado ainda que eles tenham ficado na Terra-Média após o início da Quarta Era. Cabe a gente tentar conciliar nossas visões aos escritos dele.
 
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