namekuseijin
Usuário
bem, já que estou por aqui mesmo...
verdade verdadeira.
Coisa boa a respeito de música é que, diferente da maioria das outras coisas boas da vida, não faz mal à saúde. Se vc come muito chocolate, tá f*, se fuma, tá f*, se bebe demais, tá f*, se faz muito sexo, pode acabar mal, além de cansado. Com música isso não acontece: vc pode ouvir a que vc mais gosta por horas a fio, sem cessar e isso não vai te cansar -- não precisa tocar nos dias de hoje -- nem te fazer mal. Bem, talvez vc fique um pouco surdo...
talvez porque os velhos mestres já não estejam entre nós?
A verdade é que o que a gente chama de "Música Clássica" é o que de melhor se produziu na arte musical entre os séculos 18 e 19 e isso compreende estilos, instrumentação e gêneros diversos, diferente do que algumas pessoas que acham que clássico é música orquestral. A coisa em comum dentre eles é que o que sobrou e se tornou clássico o foi por explorar de forma como nunca antes todas as possibilidades harmônicas, estruturais e instrumentais que o sistema tonal permite. Compare isso com a pobreza, digamos, do rock, com seus três acordes, trivial estrutura Exposição-Refrão-Reexposição-Refrão-Fim, instrumentação guitarra-baixo-bateria.
Não estou dizendo que mais é melhor, estou apenas colocando que há uma qualidade intrínseca nos clássicos que é inexistente na música dos dias de hoje, mesmo as orquestrais de Hollywood: desenvolvimento temático e progressão harmônica. Você ouve uma sonata de Beethoven e é como se estivesse assistindo à uma peça de Teatro, só que a história é intangível e atemporal. Mas lá está a sucessão de tramas e dramas que move a histórica adiante e prende o ouvinte até sua conclusão tonal.
Isso não existe em lugar algum na música moderna: os pops dependem de letras (literatura, não música) e de "atitude" e visual (vídeo na MTV) para se vender pq a música em si é apenas pano-de-fundo. O mesmo para trilhas sonoras orquestrais de filme, que são apenas pano-de-fundo para a ação na tela: se vc compra um CD de trilha sonora, mais parece uma colcha de retalhos, sem desenvolvimento real de idéias. A música moderna não tem um discurso próprio, mais parece um ator improvisando um monólogo redundante para uma platéia afoita...
De qualquer forma, embora eu acredite que várias composições de Jazz, Bossa-Nova, Samba (primeira metade do século) e até Rock venham a ser considerados clássicos em anos vindouros, eles não o serão da mesma forma que aqueles da época que vai de Bach a Brahms. Acho que pessoas se lembrarão destes clássicos da mesma forma que se lembram dos trovadores da época medieval ou canções folclóricas. As pessoas sempre estarão ouvindo a música de sua época, por medíocre que seja, e sempre que quiserem algo mais para seu alento, terão inspiração nos clássicos, que como eu disse, são o que de melhor se produziu na arte. Até que surja outro Bach, se tal coisa for possível...
o próprio termo indica uma coisa atemporal e imortal. É incabível o termo "antiquado" para um "clássico". São completamente antagônicos...
verdade verdadeira.
A propósito, outro dia minha filha perguntou se eu não cansava de escutar as mesmas músicas por anos a fio.
Coisa boa a respeito de música é que, diferente da maioria das outras coisas boas da vida, não faz mal à saúde. Se vc come muito chocolate, tá f*, se fuma, tá f*, se bebe demais, tá f*, se faz muito sexo, pode acabar mal, além de cansado. Com música isso não acontece: vc pode ouvir a que vc mais gosta por horas a fio, sem cessar e isso não vai te cansar -- não precisa tocar nos dias de hoje -- nem te fazer mal. Bem, talvez vc fique um pouco surdo...
me incomoda um pouco esse excesso de reprodução de coisas já feitas. Hoje mesmo um amigo foi todo contente assistir uma sinfonia de Bethoveen. Pq não fazem nada de novo (e significativo) nesse setor?
talvez porque os velhos mestres já não estejam entre nós?
A verdade é que o que a gente chama de "Música Clássica" é o que de melhor se produziu na arte musical entre os séculos 18 e 19 e isso compreende estilos, instrumentação e gêneros diversos, diferente do que algumas pessoas que acham que clássico é música orquestral. A coisa em comum dentre eles é que o que sobrou e se tornou clássico o foi por explorar de forma como nunca antes todas as possibilidades harmônicas, estruturais e instrumentais que o sistema tonal permite. Compare isso com a pobreza, digamos, do rock, com seus três acordes, trivial estrutura Exposição-Refrão-Reexposição-Refrão-Fim, instrumentação guitarra-baixo-bateria.
Não estou dizendo que mais é melhor, estou apenas colocando que há uma qualidade intrínseca nos clássicos que é inexistente na música dos dias de hoje, mesmo as orquestrais de Hollywood: desenvolvimento temático e progressão harmônica. Você ouve uma sonata de Beethoven e é como se estivesse assistindo à uma peça de Teatro, só que a história é intangível e atemporal. Mas lá está a sucessão de tramas e dramas que move a histórica adiante e prende o ouvinte até sua conclusão tonal.
Isso não existe em lugar algum na música moderna: os pops dependem de letras (literatura, não música) e de "atitude" e visual (vídeo na MTV) para se vender pq a música em si é apenas pano-de-fundo. O mesmo para trilhas sonoras orquestrais de filme, que são apenas pano-de-fundo para a ação na tela: se vc compra um CD de trilha sonora, mais parece uma colcha de retalhos, sem desenvolvimento real de idéias. A música moderna não tem um discurso próprio, mais parece um ator improvisando um monólogo redundante para uma platéia afoita...
De qualquer forma, embora eu acredite que várias composições de Jazz, Bossa-Nova, Samba (primeira metade do século) e até Rock venham a ser considerados clássicos em anos vindouros, eles não o serão da mesma forma que aqueles da época que vai de Bach a Brahms. Acho que pessoas se lembrarão destes clássicos da mesma forma que se lembram dos trovadores da época medieval ou canções folclóricas. As pessoas sempre estarão ouvindo a música de sua época, por medíocre que seja, e sempre que quiserem algo mais para seu alento, terão inspiração nos clássicos, que como eu disse, são o que de melhor se produziu na arte. Até que surja outro Bach, se tal coisa for possível...