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Alguém aqui gosta de música clássica?

Uma composição erudita é uma música ricamente arquitetada não apenas na sua execução por uma orquestra como também na concepção. Os especialistas analisam diversas fatores que vão muito além do básico (melodia, harmonia e ritmo).

Além disso, o termo música erudita/clássica abrange uma série de estilos musicais, desde intrincadas técnicas composicionais até simples entretenimento, como os divertimentos da época de Mozart e as operetas de Offenbach e Strauss.

Outra coisa que quero destacar é que esse termo vem da palavra erudição, que define o vasto conhecimento, como sabemos não só na música, mas em várias outras áreas; sendo assim, o referido termo é utilizado para se contrapor à chamada música popular, que é bem menos complexa, tanto em sua feitura, como em sua interpretação.
 
A discussão inicial estava em cima se John Williams e Howard Shore poderiam ser considerados músicos eruditos contemporâneos. Eu mantenho minha opinião que sim, pois suas composições tem um trabalho muito bem elaborado e complexo na sua concepção até os arranjos finais.
 
Aí é onde mais ou menos eu queria chegar, é estabelecer se essa dita "complexidade" na composição realmente existe ou não - um dos artigos que eu postei acima tenta defender que não. Um aspecto que salta os olhos é a duração das composições, se você pegar o CD de uma trilha de um filme qualquer,[1] mais parece um CD de música popular, com umas 10, 20 faixas, todas com cerca de 3, 5 min.
 
Interessante ressaltar que, na gênese do cinema, orquestras tocavam a trilha sonora dos filmes – mudos – ao vivo nas salas de exibição, e a trilha acompanhava o filme inteiro, de modo ininterrupto.

Hoje em dia as trilhas emprestam elementos da música clássica, mas eu, particularmente, também não classificaria como música erudita. É certo que as músicas tem curta duração pois acompanham apenas determinadas cenas, mas as trilhas, de algum modo já estão intrincadas no imaginário popular (vide o próprio Williams e Shore) de ordem que a linha entre erudito e popular torna-se, assim, tênue.

Inclusive há o contrário – músicas que eram quase desconhecidas quando da estreia do filme, mas que se tornaram populares e usadas em larga escala por influência deste (o maior exemplo talvez seja Also Sprach Zarathustra na trilha de 2001). E não só se tornou popular, como associado ao tema do filme: o que era erudito não apenas tornou-se popular, como intrisecamente parte de um outro núcleo da arte.
 
Um aspecto que salta os olhos é a duração das composições, se você pegar o CD de uma trilha de um filme qualquer, mais parece um CD de música popular, com umas 10, 20 faixas, todas com cerca de 3, 5 min.

Essa situação da duração de uma peça para dizer se é clássica ou popular não tem a menor importância, uma vez que há muitas obras com durações de apenas alguns minutos, como prelúdios, intermezzos, etc. Além disso, se formos pegar as óperas que na maioria das vezes tem longa duração, ela é formada por árias, duetos, trios e outras cenas que também tem curta duração.

Portanto, o tempo não é capaz de determinar se uma composição é erudita ou popular, mas sim a sua complexidade em sua diversidade de formas, estilos, gêneros e período histórico.
 
Ainda assim, se você pegar um CD de música erudita, a duração de uma dada obra em geral é maior. Para análisar esse aspecto, há de se pensar em termos de durações médias das obras de um dado compositor, proporções de obras pequenas entre as totais de um dado compositor, proporções de obras pequenas entre as mais consagradas de um dado compositor, etc. Esse é um padrão, de vários, a ser observado. Com respeito à composição, ainda não foi apresentado no tópico outro padrão a não ser esse - e não tenho duvida de que existam.

E a ópera é uma obra única de longa duração, assim como um livro é uma obra única, e não um conjunto de pequenos escritos quaisquer, a despeito de ser dividido em capítulos. Também as sonatas em geral tem longa duração se comparada à música popular (10+min), ainda que tenham vários movimentos... E por aí vai... Nesse sentido, a duração de uma obra é importante sim, isso muda o jeito em que é apreciada. Não é a toa que curtas metragens são separados dos longas metragens em premiações do cinema... E a diferença entre cinema e TV também decorre sobretudo da duração da obra.... O jeito que a literatura é classificada também faz referência ao tamanho (uma crônica ou conto é curto, um romance é longo, e por ai vai). Embora, de novo, esse seja apenas um dos critérios, que é fácil de identificar para quem não entende de composição musical.
 
Última edição:
A indústria cinematográfica de certa forma exige que os compositores não produzam músicas muito extensas.

Pra mim é muito mais relevante analisar a qualidade e a complexidade do trabalho composto, pois quem tem capacidade e já foi com todos os méritos muito bem premiado por realizar um bom trabalho em composições de poucos minutos, é capaz de fazer com a mesma competência em vários.

Johm Williams, por exemplo já foi convidado várias vezes como maestro a executar em importantes salas de concertos pelo mundo, versões de seus maiores clássicos, mas o interessante é que em muitas dessas ocasiões, ele apresentou versões estendidas, pois originariamente na composição ele partiu de músicas mais longas que mais tarde foram condensadas para atender ao tempo exigido pela produção do filme.
 
A indústria cinematográfica de certa forma exige que os compositores não produzam músicas muito extensas.

Pra mim é muito mais relevante analisar a qualidade e a complexidade do trabalho composto, pois quem tem capacidade e já foi com todos os méritos muito bem premiado por realizar um bom trabalho em composições de poucos minutos, é capaz de fazer com a mesma competência em vários.

Johm Williams, por exemplo já foi convidado várias vezes como maestro a executar em importantes salas de concertos pelo mundo, versões de seus maiores clássicos, mas o interessante é que em muitas dessas ocasiões, ele apresentou versões estendidas, pois originariamente na composição ele partiu de músicas mais longas que mais tarde foram condensadas para atender ao tempo exigido pela produção do filme.

Corretíssimo. Quanto à duração de obras o que dizer dos lieder de Schubert, Schumann, Wolf e tantos outros? Tratam-se na verdade de canções, mas de uma alta complexidade, tanto de composição, quanto de interpretação. Música erudita por excelência.
 
Krzysztof Penderecki (2).jpg
O grande compositor Krzysztof Penderecki morreu hoje aos 86 anos. Particularmente, eu aprecio muito suas sinfonias e sua música sacra.

Penderecki, que durante sua prolífica e bem-sucedida carreira trabalhou com orquestras da Europa e Estados Unidos, morreu após uma longa batalha contra uma doença, segundo a imprensa polonesa.

O músico polonês venceu o prêmio Príncipe das Astúruas das Artes na Espanha em 2001 e quatro estatuetas do Grammy (1988, 1999, em duas categorias, e 2017).

Sua música foi utilizada em filmes de sucesso como “O Iluminado” e “O exorcista”, o que aumentou sua popularidade.
 
Vocês parecem ter uma convicção bem forte no critério da "complexidade", mas não exploraram esse conceito, e pelo que pesquisei me parece que não é um conceito tão bem definido assim. Daí que acho difícil estabelecer se as músicas de J. Wlliams e H. Shore são complexas o suficiente. Nesse sentido, se é "corretíssimo" que "é muito mais relevante analisar a qualidade e a complexidade do trabalho composto", então seria interessante fazer ou postar uma análise do tipo...

E o ponto da duração tem correlação com a complexidade: músicas pouco "complexas" tendem a não render muito tempo. Logo, a duração serve como um sintoma ou indicativo (≠prova) de pouca complexidade, na falta de critérios melhores, que decerto existem. Então não dá pra desprezar a duração como algo de "não tem a menor importância". Não é à toa que, até nos dias de hoje, a música popular raramente passa de 5 min.

E eu tenho duvidas sobre a aplicabilidade desse conceito de “complexidade”. Esse minueto do Bach, aprendido por pianistas iniciantes, me parece bem menos complexo do que B. Raphasody, ou uma peça de jazz improvisada... Daí que sinto falta de critérios mais objetivos.

Pelo que tenho visto por aí, o critério que melhor me satisfaz até o momento é que a música erudita é compositor-cêntrica, e a música popular é intérprete-cêntrica. As músicas populares são muito mais focadas no intérprete: B. Raphasody cantada por outra pessoa que não o Freddie Mercury é considerada quase que outra música, e uma banda que vive de tocar músicas de outras bandas seriam meros "covers", já que carecem do considerado essencial, que seriam os intérpretes originais... Já o que define uma sinfonia clássica é sobretudo a partitura, os intérpretes são numerosos mas não mudam em essência a obra, a sua liberdade para dar um toque pessoal à condução da música é pequena, e ainda assim são considerados "virtuosos" e não "covers", afinal trazem à tona o essencial, que é a composição.... Com esse critério J. Williams e H. Shore seriam eruditos sim.
 
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A Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal de São Paulo disponibilizou as 9 Sinfonias de Beethoven em concertos recentes gravados ao vivo:

Sinfonia N.º 1, em Dó maior, op. 21


Sinfonia N.º 2, em Ré maior, op. 36


Sinfonia N.º 3, "Eroica", em Mi bemol maior, op. 55


Sinfonia N.º 4, em Si bemol maior, op. 60


Sinfonia N.º 5, em Dó menor, op. 67


Sinfonia N.º 6, "Pastoral", em Fá maior, op. 68


Sinfonia N.º 7, em Lá maior, op. 92


Sinfonia N.º 8, em Fá maior, op. 93


️ Sinfonia N.º 9, "Coral", em Ré menor, op. 125
(Participação do Coro Lírico Municipal de São Paulo, Coral Paulistano Mário de Andrade e Solistas)
Maestro: Roberto Minczuk
 
Ludwig-van-Beethoven.jpg
Como disse em outro tópico, Ludwig van Beethoven (1770-1827) é considerado, sem sombra de dúvida, um dos pilares da música ocidental, permanecendo como um dos compositores mais respeitados e mais influentes de todos os tempos.

Cabe ressaltar que Beethoven foi um compositor de transição, pois começou sua carreira no período do classicismo, terminando por criar as bases para o período seguinte da música, o romantismo.

Para mim, o Mestre de Bonn é inigualável, sendo o compositor mais revolucionário de todos os tempos.
 
Vcs que manjam dos paranauê, podem me esclarecer uma coisa? É uma pergunta bem leiga, já vou avisando.

Na música popular há espaço pra improviso, dinâmicas e tal, tanto que ouvir uma gravação de estúdio ou um concerto ao vivo são experiências *muito* diferentes (e nem é questão de acústica apenas). Até onde eu entendo, na música clássica segue-se a pauta o mais fielmente possível. Sendo assim...

Que impacto o maestro tem numa orquestra, na prática? E que diferença faz ouvir a filarmônica de Berlim ou de Londres, já que em teoria tocariam a mesma peça do mesmo jeito?
 
Vcs que manjam dos paranauê, podem me esclarecer uma coisa? É uma pergunta bem leiga, já vou avisando.

Na música popular há espaço pra improviso, dinâmicas e tal, tanto que ouvir uma gravação de estúdio ou um concerto ao vivo são experiências *muito* diferentes (e nem é questão de acústica apenas). Até onde eu entendo, na música clássica segue-se a pauta o mais fielmente possível. Sendo assim...

Que impacto o maestro tem numa orquestra, na prática? E que diferença faz ouvir a filarmônica de Berlim ou de Londres, já que em teoria tocariam a mesma peça do mesmo jeito?

Creio que melhor do que eu falar, é assistir o vídeo abaixo, que explica de modo simples as principais funções do maestro.
 
Última edição:

A situação não está fácil para as principais sinfonias, mas todos torcemos por dias melhores.
 
A situação não está fácil para as principais sinfonias, mas todos torcemos por dias melhores.

Infelizmente não está fácil para a área da cultura em geral. Eu, que sou assíduo frequentador da Osesp, estou sentindo muita falta dos concertos. Espero sinceramente que, com os devidos cuidados, possamos voltar a frequentar os espaços culturais, pois isso faz muito bem para nossa alma.
 
Orquestra Bachiana faz "live" com Beethoven e Mozart na sexta

O maestro Joao Carlos Martins e a Orquestra Bachiana Filarmônica  - Fernando Mucci/Divulgação

O maestro Joao Carlos Martins e a Orquestra Bachiana Filarmônica Imagem: Fernando Mucci/Divulgação

Na próxima sexta-feira (11) a orquestra Bachiana, regida pelo maestro João Carlos Martins, vai fazer mais uma "live" dedicada à música clássica, às 20h.

No programa estão duas obras de Ludwig van Beethoven: o primeiro movimento da famosa Quinta Sinfonia e o 3º movimento do Concerto Para Piano e Orquestra.

Beethoven está sendo homenageado porque este ano o mundo todo comemora os 250 anos de seu nascimento (ou melhor, da data em que foi batizado).

Além de Beethoven a orquestra de Martins vai tocar peças de Mozart, Shostakovich, Astor Piazzolla e Puccini.

Nesse último, o jovem (e fabuloso) tenor Jean William fará uma participação cantando "Nessun Dorma".
O ator Davi Campolongo (SBT) também vai participar. Ele, que interpretou João Carlos Martins no cinema , acabou se apaixonando por piano, instrumento que nunca mais parou de estudar.

Davi vai interpretar o concerto nº 3 de Beethoven.

Patrocinada e mantida pelo Sesi (Serviço Social da Indústria), a Orquestra Bachiana é a campeã brasileira de visualizações em "lives" clássicas desde o início da pandemia.

Suas apresentações já somaram este ano quase 600 mil "views" no YouTube e Facebook do Sesi.
Apenas para comparação, as "lives" da Osesp tiveram 147 mil visualizações (a orquestra Petrobras teve 10,7 mil).

Evento: "Live" da Orquestra Bachiana-Sesi
Quando: Sexta-feira
Horário: 20h30
Onde: Youtube e Facebook oficiais do Sesi

 
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