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Outros Sistemas Alguém aí já jogou Castelo Falkeinstein???

Pô, taí um sistema que eu nunca joguei, mas tenho muita vontade de conhecer. Dizem que é todo diferentão, né?
 
Infelizmente é verdade Arcanjo.

Castle Falkenstein é um jogo brilhante, mas que não enche os olhos da maioria dos jogadores dessa geração.

Creio que tem 2 bons motivos pra isso: ser focado muito em interpretação e storytelling (no sentido literal, nada a ver com WW ), e não em combate; E por ser de um gênero exótico - o Steampunk.
 
Axei o sistema ao mesmo tempo simples e muito bom. Axei o cenário excelente, possibilitando aventuras bem diferente do qual estou acostumado. O sistema de criação de personagens´foi uma das coisas mais diferentes que já vi, principalmente a explicação do porque das regras.

Axei bem interessante a classificação de atributos, não por número, mais por habilidadade (fraco, médio, bom, ótimo, excepcional, extraordinário). Mas uma das coisas mais interessantes foi o inexistente xp. O narrador (aqui chamado de Anfitrião) diz mais ou menos o que será necessário para evoluir determinada habilidade. Se é Educação (estudos, etc) vc precisa passar tantos anos em uma universidade, para evoluir. Se é Esgrima, vc poderia precisar duelar com um determinado número de pessoas mais habilidosas que vc para se aprimorar. Cada habilidade pode ter uma dificuldade de evolução diferente.
Pode parecer estranho, mas acaba sendo interessante. Para aqueles que se animam é gostam de apelar, não é tão simples assim ficar com nível extraordinário em tudo, afinal, muitas habilidades demorar anos até para evoluir... até vc chegar em um nível alto, é capaz de vc já está no fim de sua vida. Em esgrima por exemplo, no começo´chega a ser fácil de evoluir, mais depois de terminada habilidade, fica muito dificil encontra gente mais habilidosa que vc para que vc teste suas habilidades ao limite.

Outra coisa interessante: vc pode jogar com dragões!!! Sem desequilibrar o jogo!!!

Não há como descrever tudo em poucas linhas, principalmente tentando demonstrar a qualidade do livro...

O livro não é tão caro (é encontrado por 28 reais, talvez um pouco mais, um pouco menos) e pela qualidade interna vale a pena (capa dura, colorido).

Espero não ter dado uma impressão ruim sobre o livro ( :( de vez em quando consigo "estragar" alguns ótimos livros com palavras, espero que esse não seja o caso :( ).
 
Complementando...

Cenário:

Nova Europa,

Uma europa Vitoriana (no meio da revolução industrial , aprox. 1870 ), misturando o gênero Steampunk* com alta fantasia.

Mas essa fantasia é baseada diretamente no folclore europeu (e não na obra de Tolkien ), por isso elfos, anões, trolls, etc são bem diferentes do que estamos acostumados. Eles são chamados de os Fae (pronuncia-se Fei ), ou Feéricos: criaturas sobrenaturais que sempre se esgueiraram nas periferias dos vilarejos europeus medievais, e davam origem à lendas e contos pra assustar criancinhas. Só que um belo dia alguns deles se revelaram e passaram a andar entre os humanos, e então a verdade veio à tona - todos aqueles contos pra assustar criancinhas são verdade! Os feéricos que se integraram à sociedade humana foram os "Sidhe" (elfos, a raça mais nobre entre os seres feéricos ), e alguns outros menores (como Brownies). Os outros continuaram a se esconder nas sombras (Trolls, Doppelgangers, Knockers, Kobolds, Imps, etc. )

Os Fae são originários de um outro mundo chamado o véu feérico, uma espécie de mundo dos sonhos, etereal, cuja matéria prima parece ser o próprio sonho dos humanos. Eles se dividem em 2 cortes: uma que acredita na co-existência pacífica com os seres mortais ( a corte Seelie ), e uma que acredita que os mortais devem ser consumidos e explorados (a corte Unseelie ). Todos os feéricos são vulneráveis a Ferro, o que dá um toque de dualismo "Magia vs Tecnologia" ao cenário ( a não ser os Anões, cujos ancestrais aboliram de sua natureza feérica em nome do dom da "criação".

Temos aí cavalheiros Elfos caminhando pelas ruas de londres, vestido de ternos, chapelões e bengalas de época, à caminho de um Pub; bandidos imundos assaltando bancos com metralhadoras anacronísticas, e escapando ilesos em ornitópteros mecânicos voadores; sociedades secretas realizando rituais místicos em seus castelos no alto da montanha; damas em vestidos glamourosos apreciando o som de um anão violinista, à espera da chagada de sua locomotiva na estação; Brownies trabalhando lado a lado com humanos nas linhas de produção de "vapor-móveis" nas fábricas; um soldado vestindo a "armadura-de-placas-mecanizada-à-vapor", que um engenheiro anão acabou de construir; caçadores de tesouro à la Indiana Jones, portando equipamento anacro-tecnológico, como óculos de visão noturna, chicote elétrico, vasculhando uma caverna atrás do tesouro de um dragão.

Enfim, um cenário fabuloso.
 
Última edição:
O sistema de cartas é brilhante... Mas sobre não se focar em combate o negócio depende do mestre e dos jogadores, não do sistema ou do cenário.
 
Eu falei do _SISTEMA_ não se focar no combate, e não as _sessões de jogo_ de cada grupo. São duas coisas diferentes.
 
Última edição:
Dada a semelhança do tema de Falkenstein com Shadowrun ( o retorno da magia numa era tecnologicamente avançada) estava pensando se é possível fazer algo semelhante a este - individuos desfavorecidos sócio-economicamente realizando missões nas sombras, por ideologia ou necessidade - Shadowrunners anacronísticos, num cenário steampunk ao invés de cyberpunk.

Reparei que não é feita uma abordagem desse outro lado da moeda da sociedade vitoriana - o proletariado da Nova Europa. CF se importa apenas com a aristocracia e suas vidas honrosas e feitos glamourosos. Mas e quanto à vida suja e não-tão-honrosa da classe baixa?

Existe algum suplemento que cubra esse lado sujo, esfumaçado e pobre de Nova Europa? A exploração dos operários, o trabalho infantil, as cargas horarias de até 16 horas de trabalho diárias incluindo horas noturnas; a resistência aos sindicatos, reuniões públicas e benefícios sociais por parte dos governos e empresas; a superpopulação e o desemprego; os movimentos revolucionários - ludismo, liberalismo, anarco-liberalismo, socialismo, comunismo, fascismo, etc.

O único sumplemento que tenho para CF é o Comme Ill Faut (excelente por sinal), que cobre muito bem vários aspectos do cotidiano vitoriano, mas não da lá muita atenção a esse lado - se importa mais com a high-society. Existe um suplemento pra Gurps chamado Steampunk que parece abordar uma diversidade de facetas desse gênero. Será que ele cobre isso?
 
Última edição:
Joguei por muito anos AD&D e quando terminei uma campanha na Saga dos Avatares de Forgotten (aquelas 3 aventuras em que os deuses caem) jurava que não dava para ter algo numa mesa de RPG melhor que aquilo! Mas bastou cair nas minhas mãos pela primeira vez um Castelo Falkenstein para que meus olhos encherem d'água: Essa é a obra prima dos Jogos de Interpretação...

O sistema de cartas faz com que suas ações não fiquem por completo a merce da sorte, afinal vc tem que saber quando usar que carta, em quais ações vale usar as mais altas e quando se pode arriscar uma das mais baixas.

O sistema de magias junta o que a de melhor em AD&D (listas de magias que vc vai conquistando com o correr do jogo) e Mago (vc estabelece os parametros de cada feitiço: alcance, dano, forma...). Além disso, as magias são de 4 tipos, relacionadas com os naipes do baralho Espiritual (Paus), Emocional (Copas), Material (Espada) e Elemental (Ouro): ao tentar fazer um feitiço, vc puxa cartas de um baralho e tenta juntar um dado numero de pontos (maior conforme a grandiosidade doo feitiço) daquele naipe. Mas se quiser pode colocar cartas do naipe errado (só que elas valerão apenas um ponto). Ao fazer isso no entanto vc cria um feitiço meio louco: Um Morto Vivo (Espiritual) criado com cartas de Elemental pode surgir em chamas!

Os "monstros" do jogo não são derrotados simplesmente com pancada! Quase todos tem fraquezas tiradas das lendas (o beijo duma virgem, o som de um sino, uma mentira que lhes contem...) e que tem que ser exploradas pelos herois.

As aventuras são muito mais variadas que em qualquer jogo já que podem envolver dragões, magia e espadas como qualquer jogo de fantasia, além de elementos completamente novos a estes: tecnologia, politica, espionagem...

Os diarios fazem a interpretação ser exercitada entre os jogadores com muito mais força além de render muitas risadas quando se lê neles trechos do que se acontenceu no último jogo, antes de se começar uma nova aventura.

Qualquer bom livro de história ou romance vitoriano se transforma num excelente suplemento, sem lhe dar trabalho algum.

A sociedade vitoriana é muito mais rica para jogos de interpretação, por causa de seus costumes, modos, valores de honra e até mesmo preconceitos...

Para qualquer um que goste de algo mais voltado para a interpretação e menos ao overpower é imperativo conhcer este jogo. E lembrem-se

No alto de uma montanha na Baviera existe DE FATO um Castelo...
 
Reparei que não é feita uma abordagem desse outro lado da moeda da sociedade vitoriana - o proletariado da Nova Europa. CF se importa apenas com a aristocracia e suas vidas honrosas e feitos glamourosos. Mas e quanto à vida suja e não-tão-honrosa da classe baixa?
De fato Armitage, com excessão de sua descrição do Império Britanico, a parte sobre a Ralé Criminosa e a dos Lordes do Vapor, Falkenstein deixa algumas duvidas sobre a vida comum dos miseraveis. Até por que se propoem a ser um jogo de luz. Quando Pondsmith o escreveu a moda era WoW e seu mundo sombrio. A idéia do autor era criar algo completamente novo e oposto a essa tendência: um mundo de donzelas em perigo sendo amarradas no trilho do trem por vilões bigodudos, para que na hora h o mocinho de capa e espada a salve!
Mas se estiver muito interessado neste lado negro do vitoriano, aconselho uma olhada em "Do Inferno" (em especial o quadrinho, mas o filme já ajuda). Além de mostrar os costumes, as ameaças e a miséria traz montes de imagens feitas com base em como de fato as coisas eram na época.
 

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