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Notícias Alemão escreve romance com apenas um ponto final; leia texto no mesmo estilo

Morfindel Werwulf Rúnarmo

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A editora Tordesilhas está lançando no Brasil o mais novo experimento ficcional do escritor alemão Friedrich Christian Delius, o romance "Retrato da Mãe Quando Jovem", uma obra que explora todas as potencialidades das orações subordinadas e relativas, ao construir uma prosa de fôlego, que procura prender o leitor ao longo de um parágrafo único, com apenas um ponto final --como este texto--, no fim da obra, pois, segundo o autor, "enquanto escrevia, percebera que estava muito difícil colocar um ponto final, por causa do ritmo do texto, da respiração, do pensamento, que estavam estreitamente conectados na narrativa, de modo que não cabia um ponto final", diz o vencedor, no ano passado, do Georg Büchner Preis, principal prêmio literário em língua alemã, "motivo de alegria até hoje, já que é o maior reconhecimento que um autor em países deste idioma pode receber", e permanente candidato ao Nobel de Literatura, que reconhece que a ousadia estética cometida nesta prosa seria praticamente inconcebível em outras línguas, e até mesmo em alemão, uma vez que precisou "direcionar toda a sua concentração, fazer todo o possível para ser conciso, claro e rítmico", para compor esta espécie de epopeia do pensamento, que narra o percurso de sua mãe pela capital italiana, grávida de seu primeiro filho, motivo que explica o porquê "de eu ter nascido em Roma", afirma Delius, que compôs este retrato poético de sua mãe --que caminhava, elucubrando sobre a vida, para um concerto de Johann Sebastian Bach (1685-1750), indiferente à Segunda Guerra Mundial, que levara seu marido a um combate na África-- com ajuda de "cartas, fotos de família e de livros de época", ferramentas essenciais para a empreitada que "pensava em fazer desde [a obra] 'Der Sonntag, an dem Ich Weltmeister Wurde' (o domingo em que me tornei campeão do mundo)", mas que foi se concretizando quando foi a Roma em 2001 para realizar pesquisas para o romance, escrito em 2005, e já vertido para o inglês, holandês, sueco, turco, italiano e espanhol em "boas traduções", segundo Delius, que teve a obra rapidamente celebrada por crítica e público alemão, responsáveis por surpreendentes três reimpressões nos primeiros meses subsequentes ao lançamento do livro, que, deve-se ressaltar, aparenta, de início, utilizar-se da ausência --ou quase-- de pontuação como mero subterfúgio formal, preciosismo desnecessário, mas que, ao alcançar o tão aguardado ponto final, deixa o leitor em vias de desespero, querendo mais linhas do arrojado relato.

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O autor Friedrich Christian Delius​

Fonte
 
Última edição por um moderador:
Não é algo exatamente novo, né?
James Joyce não gostava de vírgulas, Raduan Nassar escreveu o maravilhoso Um copo de cólera colocando ponto final só no fim de cada capítulo e coisa e tal.
 

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