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Notícias Agora até Hemingway virou detetive. Aff

JLM

mata o branquelo detta walker
depois d dante, poe & outros tentarem a sorte na profissão d detetive, chega a vez d hemingway. tava demorando...

Ver anexo 10448

Um mistério para ernest hemingway

Michael Atkinson

A literatura policial, ao contrário do que se costuma pensar, não é uma criação inglesa, mas americana: seu inventor foi Edgard Allan Poe, ainda no século XIX. Ernest Hemingway, por outro lado, é um dos criadores da moderna literatura norte-americana, ao praticar uma linguagem seca, direta, objetiva, que seria aproveitada, por sua vez, pelos clássicos modernos da própria literatura policial ianque, como Dashiell Hammett, Raymond Chandler e Ross Macdonald. Agora, o círculo se fecha: pois em Um mistério para Ernest Hemingway, de Michael Atkinson (328 pp.), Hemingway é atirado para dentro de uma história policial, no papel de investigador involuntário de um assassinato. O resultado não poderia ser mais envolvente. Ou surpreendente.

Por trás da famosa mitologia que envolve a figura histórica de Hemingway, do egocêntrico cheio de álcool e amargor, da genial celebridade internacional cuja vida não é a grande festa que ele achava que devia ser, lutando com ideias de retidão viril em um mundo tomado pela vida mercantilizada, Michael Atkinson vê um personagem: ou seja, o Hemingway “real” seria ele mesmo uma criação do famoso escritor. Atkinson inverte então o jogo, criando um retrato mais direto, humano e pungente.

Estamos em 1956. O grisalho e irascível prêmio Nobel acorda com uma perna engessada, depois de cair do telhado de sua casa em Key West, Flórida, na tarde anterior, após uma tentativa fracassada de caçar pequenos animais do jardim com uma grande espingarda. Um Hemingway gordo, teimoso, violento, duro, astuto e inacreditavelmente beberrão tem então o seu ócio rudemente interrompido pelo assassinato incomum de um companheiro de copo e contrabandista. Irritado com a polícia e com o arquivamento do caso, Hemingway retoma a trilha dos acontecimentos, o que o atira em um labirinto vertiginoso de bandidos húngaros, CIA, FBI, Fidel Castro, Che Guevara e sexo, no qual ele será seguido, perseguido, ameaçado, sequestrado, entre muitas outras coisas. Um mistério para Ernest Hemingway é um poderoso coquetel de suspense, sexo, humor e literatura, escrito em um estilo que nada fica a dever aos melhores autores do gênero. O velho “Papa” com certeza não o recusaria.

Um mistério para Ernest Hemingway dá seguimento à série Suspense da Globo livros.

Título: Um mistério para ernest hemingway
Autor: Michael Atkinson
Gênero: Policial
Páginas: 328
Formato: 14 cm x 21 cm
ISBN: 978-85-250-5033-5
Preço: R$ 39,90

Fonte: http://globolivros.globo.com/busca_detalhesprodutos.asp?pgTipo=CATALOGO&idProduto=1508
 
Esse tinha que ir praquele tópico chamado "Vergonha Alheia". :envergonhado:
 
Acho que vou escrever um livro em que o Olavo Bilac será um detetive desvendando um crime contra a língua portuguesa, em plena Belle Époque (nada pode ser mais chique!).
Não posso dizer ainda quem será o culpado, mas é possível que, se não for o mordomo, seja um ultrarromântico com dor de cotovelo.
Acrescentarei pitadas de sexo de cabaré gratuito, linguagem art noveau (não me perguntem o qué, porque é tão inovadora que nem eu sei ainda como será) e um quê de gore (estou pensando em zumbis, essencialmente). Será escrito com a grafia anterior ao primeiro acordo ortográfico para ajudar na imersão do leitor.
Acho que tem tudo para ser um sucesso.
 
Não vou julgar antes de ler, mas que forçaram no personagem-detetive, isso forçaram!!!!

Isso parece alguns textos de histórias impossíveis que de vez em quando me presto a escrever, como o caso da Santa Ceia em que estavam presentes Lula e Leonardo da Vinci...=P

Como sou autor de romances policiais, vou inventar algo também: quem sabe a Stephenie Meyer e o Alexandre Dumas viram uma dupla de detetives também!!!!
 
Só pra lembrar:

Dashiell Hammett foi realmente um detetive particular antes de ser escritor, mas de uma agência grande. (http://en.wikipedia.org/wiki/Dashiell_Hammett)

Uma das histórias (Cidade de Vidro) da Trilogia de Nova York, de Paul Auster, é sobre um escritor-detetive. Segundo o próprio autor conta, teria sido inspirada num telefonema estranho (e por engano) que ele recebeu, de alguém procurando um detetive. http://mundodek.blogspot.com/2007/02/trilogia-de-nova-york-paul-auster.html

Há também uma coleção editada pela Cia das Letras (no mesmo perfil que uma outra, sobre Pecados Capitais, onde saiu "A Casa dos Budas Ditosos" do Ubaldo, ou esta que anda saindo sobre Cidades do Mundo), com escritores envolvidos em casos policiais.

Nesta coleção (nunca li) além de um caso envolvendo Bilac (ops!), já temos um do Hemingway. Os autores são brasileiros, em maioria.

http://www.companhiadasletras.com/busca.php?b_categoria=048&b_filtro=livro
http://www1.folha.uol.com.br/folha/especial/bienal/colecao.htm
http://dinai.blogspot.com/2004/03/literatura-ou-morte.html
 
Aff... Essa do Ruy Castro.
Confesso que conhecia o título, mas nunca tinha me dado ao trabalho de ler a sinopse...

Merd! :taco:














































Azar: o dele não tem zumbi. Mãos à obra! :traça:
 
Hemingway retoma a trilha dos acontecimentos, o que o atira em um labirinto vertiginoso de bandidos húngaros, CIA, FBI, Fidel Castro, Che Guevara e sexo, no qual ele será seguido, perseguido, ameaçado, sequestrado, entre muitas outras coisas.

Hemingway ficou magro depois desse livro, em suma.

P.S.: Agora eu fico imaginando o que deve ser o "muitas outras coisas" :uhu:
 
Aff... Ah, mais um item pra minha listinha de preconceitos literários que não precisam de perdão: autor que põe personagens reais (e como protagonistas?!) completamente descontextualizados em suas histórias. Juro que não entendo o que pretendem com isso... Pra mim, esse é o tipo de história que ultrapassa meu asco por autoajuda e Sabrinas.

Só me pergunto quem é seu público alvo desse livro... ¬¬
 
Aff... Ah, mais um item pra minha listinha de preconceitos literários que não precisam de perdão: autor que põe personagens reais (e como protagonistas?!) completamente descontextualizados em suas histórias.

Manu, compartilho de sua opinião.
 
hm...Será que a gente não está exagerando não..?

Neil Gaiman usou Marco Polo, Shakespeare, o Imperador Augusto, Robespierre em algumas histórias da HQ Sandman... Em minha opinião, ele usou muito bem estes personagens.

Acho que isto é mais um problema do "autor" do que do "gênero". Se o autor for ruim, bem, personagem real ou inventado, vai dar na mesma. Ficará tudo uma porcaria. Se o autor for bom... bem, ele pode fazer D´artagnan andar num zepelin versus Zumbis e a gente vai gostar.

Se existe uma "moda" neste sentido, "talvez" haja um lado bom: se a história for boa, pode suscitar interesse no leitor em procurar o que há de verdade e de fantasia no que foi contado sobre o personagem real.

Ou estou entendendo errado o que vcs estão dizendo?
 
poisé, eu não vejo problema algum nisso. o cemitério de praga do umberto eco que estou lendo agora é ótimo, e é cheio de personagens históricas (aparentemente só o narrador é personagem fictícia). eu acho que o problema não é o uso que se faz dessas figuras conhecidas, mas como se faz. quando o sujeito simplesmente encaixa uma figura conhecida num plot retardado como que para de algum modo atrair a atenção (ou desviar a atenção do fato de que o plot é retardado, vá saber), aí não tem nem o que dizer, não dá para perder tempo com livro assim mesmo. agora no caso do eco, ou o gaiman que zzeugma citou, dá para ver que é possível trabalhar com esse tipo de personagem e criar coisa boa.
 
hm...Será que a gente não está exagerando não..?

Neil Gaiman usou Marco Polo, Shakespeare, o Imperador Augusto, Robespierre em algumas histórias da HQ Sandman... Em minha opinião, ele usou muito bem estes personagens.

Acho que isto é mais um problema do "autor" do que do "gênero". Se o autor for ruim, bem, personagem real ou inventado, vai dar na mesma. Ficará tudo uma porcaria. Se o autor for bom... bem, ele pode fazer D´artagnan andar num zepelin versus Zumbis e a gente vai gostar.

Se existe uma "moda" neste sentido, "talvez" haja um lado bom: se a história for boa, pode suscitar interesse no leitor em procurar o que há de verdade e de fantasia no que foi contado sobre o personagem real.

Ou estou entendendo errado o que vcs estão dizendo?

Zzeugma,

Respeito a sua opinião, mas eu acho que colocar um personagem real em um livro, fora do contexto, vale dizer, em situação e época diferentes da sua, entendo que fica, no mínimo, uma bizarrice ou algo sem sentido, mesmo que seja um escritor que realize bem a sua obra.

Por exemplo, se o autor colocar Napoleão em plena segunda guerra mundial, defendendo a França, ou coisa do gênero. Sinceramente, para mim, não faz nenhum sentido.

Bem, isso é o que eu acho e, como sabemos, gosto é gosto.
 
Outros exemplos que lembrei:

Phillip Kerr escreveu uma trilogia sobre um Detetive Particular (Bernie Gunther) alemão durante o período da Segunda Grande Guerra. Muito bom. Eu gostaria de ser especialista em Segunda Guerra pra saber se ele tratou coerentemente a história, mas - independente disso - é uma ótima trilogia policial.

Ana Miranda escreveu Boca do Inferno e, segundo li em artigos espalhados pela Net, algumas "falas" de Padre Vieira foram descontextualizadas, porém se mostraram "perfeitas" no momento do livro em que foram colocados.

****************

Respondendo ao Spartaco.

Também respeito a sua opinião, mas bem os livros e suas histórias "não existem", existem na cabeça do leitor enquanto ele a está lendo (ou assistindo). O que importa é torná-la "real" enquanto acontece ao leitor.

Hemingway suicidou-se em 61. Então, a princípio, seria possível que a história acontecesse com ele. Não sei se ele seria "valentão" pra correr atrás do caso sugerido no tal livro... mas isto é trabalho do Atkinson pra tentar convencer... Dele e talvez de um batalhão de marketeiros.

Agora, exagerando: talvez fosse possível combinar "Napoleão" e Segunda Guerra Mundial... Houve uma HQ chamada "Luther Arkwright" que tratava de Universos Paralelos e a trama principal mostrava a Revolução Gloriosa acontecendo durante o século XX. Existe todo um gênero baseado em História Alternativa... Livros que imaginam o Império Romano no século XX ou Astecas conquistando a Europa... Recentemente a Cia das Letras publicou um romance onde - após a 2ª Guerra - os judeus não se reuniram em Israel, mas sim no Alasca. É do Michael Chabon (esqueci o título).

Se a gente exigir este tipo de coerência sempre e a todo custo, deixaríamos de apreciar por exemplo o final apocalíptico e catártico de "Bastardos Inglórios" de Tarantino. Certo?

Mas como vc disse gosto é gosto. É só o que eu acho.
 
Respondendo ao Spartaco.

Também respeito a sua opinião, mas bem os livros e suas histórias "não existem", existem na cabeça do leitor enquanto ele a está lendo (ou assistindo). O que importa é torná-la "real" enquanto acontece ao leitor.

Hemingway suicidou-se em 61. Então, a princípio, seria possível que a história acontecesse com ele. Não sei se ele seria "valentão" pra correr atrás do caso sugerido no tal livro... mas isto é trabalho do Atkinson pra tentar convencer... Dele e talvez de um batalhão de marketeiros.

Agora, exagerando: talvez fosse possível combinar "Napoleão" e Segunda Guerra Mundial... Houve uma HQ chamada "Luther Arkwright" que tratava de Universos Paralelos e a trama principal mostrava a Revolução Gloriosa acontecendo durante o século XX. Existe todo um gênero baseado em História Alternativa... Livros que imaginam o Império Romano no século XX ou Astecas conquistando a Europa... Recentemente a Cia das Letras publicou um romance onde - após a 2ª Guerra - os judeus não se reuniram em Israel, mas sim no Alasca. É do Michael Chabon (esqueci o título).

Se a gente exigir este tipo de coerência sempre e a todo custo, deixaríamos de apreciar por exemplo o final apocalíptico e catártico de "Bastardos Inglórios" de Tarantino. Certo?

Mas como vc disse gosto é gosto. É só o que eu acho.

Entendi o seu ponto de vista, porém, acho que o escritor tem que ser muito criativo para alterar o período e os acontecimentos históricos. O que eu, às vezes, aprecio é o chamado romance histórico, em que o autor tem uma certa liberdade, tendo em vista as lacunas existentes, como por exemplo o que o escritor Bernard Cornwell faz em obras como as Crônicas Saxônicas e Azincourt; nelas ele cria personagens, que convivem com personagens históricos, mas dentro dos respectivos períodos.

Bem, por enquanto é só. Um grande abraço.
 
Bom, desconheço todos os exemplos que Zzeugma e Anica citaram, nunca nem tinha ouvido falar nesses livros. Não digo que deve haver "coerência sempre a todo custo", só não gosto de literatura esquizofrênica... Não é mera questão de gosto (gosto não faz argumento, né? rs), é qualidade mesmo. Pra fazer uma história com um personagem histórico descontextualizado (sem apelar pra aquele lamentável estilo cômico pastelão que eu detesto), o autor tem que ser mestre em verossimilhança, não é coisa pra qualquer um. Pode ser que o Eco consiga, ele tem bala pra isso. Os outros citados não conheço. Mas pessoalmente, seria um livro muito arriscado de ler. Ou eu amaria o Eco com todas as forças ou queimaria toda a sua obra. (Ai, que drama...!) XD
 
Acho que o problema não é escrever um romance com personagens históricas, sejam elas o Napoleão ou o Hemingway. Isso sempre foi feito e sempre será. E mesmo que mais tenha ficção do que história, pode ser bom, se for verossímil.
O problema é pegar uma pessoa comum e transformá-la em super-herói, detetive, etc. Só isso.
(A menos que seja para fazer uma sátira, paródia, qualquer coisa não-séria.)
 

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