• Caro Visitante, por que não gastar alguns segundos e criar uma Conta no Fórum Valinor? Desta forma, além de não ver este aviso novamente, poderá participar de nossa comunidade, inserir suas opiniões e sugestões, fazendo parte deste que é um maiores Fóruns de Discussão do Brasil! Aproveite e cadastre-se já!

Aborto

Porta-voz de grupo feminista argentino comemora legalização do aborto: "Quitar uma dívida"
Na madrugada desta quarta-feira (30) milhares de mulheres comemoraram a conquista do aborto legal e seguro na Argentina após decisão histórica do Senado
LAURA REIF - DO HOME OFFICE- 30 DEZ 2020 - 11H51 ATUALIZADO EM 30 DEZ 2020 - 13H26

aborto06.jpg

“Legalizar o aborto é quitar uma dívida com o passado. Com nossas mães, avós e bisavós, para as quais a interrupção da gravidez era um terror, que deixava cicatrizes e significava a perda de uma irmã, mãe, uma amiga”, conta à Marie Claire a atriz argentina Jazmín Stuart, de 44 anos. Ela é membro do grupo feminista Actrices Argentinas, que reúne cerca de 200 membros em busca de uma sociedade que preze pelos direitos e vidas das mulheres. Jazmín foi uma das milhares de mulheres que acompanharam na Praça do Congresso argentino, voto a voto, a decisão histórica do Senado de legalizar o aborto voluntário no país.

A atriz descreve o momento da aprovação da lei como uma "explosão". “Foi um misto de felicidade e choro. Uma profunda sensação de futuro, de abrir portas para todas as gerações que estão por vir”, conta. Agora, as mulheres que decidirem interromper a gravidez podem realizar o procedimento de maneira gratuita e segura no sistema de saúde.

O Senado aprovou na madrugada desta quarta-feira (30) a legalização do aborto até a 14ª semana de gestação por 39 votos a favor, 29 contra e uma abstenção. Até então, a lei de 1921 considerava o aborto crime, exceto em caso de estupro ou risco de vida da mãe. “Esse ato de coragem por parte da sociedade e do Estado, de olhar esse tema de frente e resolvê-lo pelo sistema de saúde, é um ato de maturidade imenso. Creio que é contagioso, que vamos contagiar os outros países da América Latina com essa maturidade e essa coragem”, brada Jazmín.

O grupo Actrices Argentinas foi fundado em março de 2018 e tem como pautas campanhas de conscientização sobre direitos das mulheres, que incluem reuniões com deputados e senadores, trabalhos de acolhimento para vítimas de violência e abuso, entre tantos outros temas da luta por uma sociedade justa para mulheres e populações minorizadas. “O que precisamos é mudar um sistema enraizado, acabar com o sistema patriarcal e isso vai levar muito tempo”, afirma.

Onda Verde
A luta pelo aborto legal e seguro na Argentina chamou atenção do mundo em agosto de 2018, quando milhares de mulheres se reuniram para pedir ao Congresso a legalização da interrupção da gravidez. A campanha #AbortoLegalYa foi marcada, também, pelos lenços verdes usados por essas mulheres.

Na época, o projeto foi aprovado pela Câmara dos Deputados, mas rejeitado posteriormente pelo Senado. “Já vivemos essa situação. Estávamos nervosas, mas era uma situação familiar. Sabíamos tudo o que poderia acontecer, mas desta vez, realmente precisávamos que a lei fosse aprovada. Trabalhamos muito, nossa organização e todas as outras”, lembra.

Nas redes sociais, o presidente Alberto Fernádez se pronunciou sobre a nova lei. Durante a campanha eleitoral, o então candidato prometeu criar um projeto que transformasse o aborto em um procedimento legal e seguro. Fernández foi eleito no 1º turno em outubro de 2019, derrotando o ex-presidente Mauricio Macri.

“O aborto seguro, legal e gratuito é lei. Prometi fazê-lo em dias de campanha eleitoral.
Hoje somos uma sociedade melhor, que amplia os direitos das mulheres e garante a saúde pública”, escreveu o presidente no Twitter.

Em nível global, a Organização Mundial da Saúde relata que entre 4,7% e 13,2% das mortes maternas que ocorrem a cada ano podem ser atribuídas a abortos inseguros. De acordo com informações do Ministério da Saúde argentino, em 2016, 39.025 mulheres e meninas foram internadas em hospitais públicos por problemas de saúde causados por abortos espontâneos ou outros, sendo 5.816 meninas e adolescentes com idades entre 15 e 19 anos. 348 tinham entre 10 e 14 anos.


Jazmín reforça que a luta feminista ainda tem muito trabalho pela frente. “Agora temos que fiscalizar o processo da legalização e estar atentas para que a lei se aplique em todos os cantos do país. Deve-se ensinar educação sexual em todas as escolas, sem desculpas, sem demora, sem impasses. O acesso gratuito a contraceptivos também tem que ser implementado”, afirma.

Ela cita a pressão dos grupos anti-aborto em barrar a pauta, muitos por motivações religiosas, lembrando que o Estado e a igreja são instituições diferentes e pede pelo fim da influência da religião cristã na legislação. “Não exitem países sem aborto. Os países se dividem entre os que realizam abortos clandestinos ou abortos legais”, completa.

Fonte: Marie Claire
 
A atriz descreve o momento da aprovação da lei como uma "explosão". “Foi um misto de felicidade e choro. Uma profunda sensação de futuro, de abrir portas para todas as gerações que estão por vir” (...)

Uma certa parte dessas gerações não virá.
 
  • Curtir
Reactions: fcm
a atitude mais covarde de uma mulher é matar o seu bebê.
independente do pai ou da maneira que ele tenha sido feito.
 
Aposto que sim! O afeto envolvido é grande e a gravidez planejada se torna maravilhosa.
Porém, não podemos soltar uma carga de culpa e muito menos impedir o acesso ao aborto seguro para pessoas que pelos mais diversos motivos precisam do procedimento.
 
Sério? Então por exemplo, com sete meses de gravidez não é um bebê? Pode abortar com a consciência tranquila? Uau. Quem definiu isso mesmo?
 
Sério sim, mesmo ainda com sete meses, somente se torna um bebê após o parto, essa é a definição técnica (vale ainda ressaltar que o parto prematuro mesmo ainda que de sete meses ainda precisa de intervenção médica, internado até terminar o amadurecimento artificial e ainda muitos deles tem problemas de imunidade ou até sem unha). Mas sobre isso pode ficar tranquilo, não se aborta feto de sete meses, apenas conceptos que sequer com assistência médica teriam sobrevida fora do útero (o que se chama de incompatível com a vida).
 
Achei ótima a notícia. Uma pena que ainda vai demorar muito pra algo do tipo ser levado a sério no Brasil.
Porém, apesar de eu sempre ter defendido a descriminalização do aborto, fiquei bastante incomodado com as imagens da reação de "misto de felicidade e choro". Não sei se é falta de empatia minha mas achei de muito mau tom toda essa emoção de "ganhamos a copa do mundo" num caso como esse.
É uma conquista importante de um problema social sério, mas me pareceu mais como uma vitória de torcida.

E não consigo deixar de fazer um paralelo dessa reação se no lugar do aborto fossem os casos de descriminalização das drogas e da eutanásia.

Bom, eu nunca fui de comemorar nem copa do mundo, então deve ser só o meu coração gelado mesmo.
 
Sério sim, mesmo ainda com sete meses, somente se torna um bebê após o parto, essa é a definição técnica
Definição de quem? Pra mim é muito perturbador ver que existem pessoas que genuinamente acham que com sete meses de gravidez não se trata de um bebê. É só olhar um ultrassom nesse estágio e até uma criança pode ver e saber que se trata de um pequeno ser humano. Com sete meses de gravidez ele respira, tem um coração batendo, tem cérebro, etc. Você consegue olhar uma imagem assim e sem se sentir mal poder dizer com convicção que não é um ser humano? Fico absolutamente perplexo com isso.

Eu não sei em que momento exato um feto se torna um ser humano e nenhum de nós sabe com certeza, mas dizer que com sete meses de gravidez não se trata de um bebê? Absurdo.
 
Se não me engano, o aborto que foi legalizado na Argentina é até a 14a semana, que mais ou menos o mesmo período que se estabelece mundo afora onde a prática já é legalizada.

Não entendo por que estão falando em 7 meses.
 
Eu dei o exemplo dos sete meses porque o Glitnir insistiu que só é bebê depois que nasce e antes disso não.
 
Isso é semântico, dependo do que você considera como bebê. As duas interpretações são possíveis.

De qualquer forma, a situação de um feto com 7 meses é muito diferente da de um feto com 14 semanas, quando sistema nervoso ainda é bastante primitivo.
Existem legislações que permitem o aborto até 24 semanas de gestação nos casos de má formação (se não me engano a do Reino Unido é assim). Têm estudos mostrando que até esse período o sistema nervoso ainda não é capaz de receber informações de dor.

Com 14 semanas nem o que você descreveu como sendo um bebê existe ainda.
 
Pelo que li na mensagem do @Glitnir pra mim ficou bem claro que ele ressaltou ser bebê após o parto independente da gravidez ser precoce ou não.

Agora discutir "Feto" ou "bebê"? Isso são nomenclaturas. Uma coisa que não muda é que trata-se de uma vida humana.
 
Ele insistiu que isso seria uma definição técnica; não sei de onde tirou isso, mas não tinha nada a ver com dizer que aos 7 meses o feto não era um ser humano. O Giuseppe está tomando bebê como sinônimo de humano, e o Glitnir está querendo diferenciar feto de bebê.
A verdade é que nunca vi mãe nenhuma esfregar a mão na barriga e dizer: Meu lindo fetinho está crescendo. :lol:
Mas deixo a discussão para vocês. Pela minha experiência em conversas nesse assunto, o tópico já chegou naquele ponto em que só sai pancadaria e bate-boca a partir de agora e ninguém mais se entende. :dente:
 

Valinor 2023

Total arrecadado
R$2.434,79
Termina em:
Back
Topo