Luís Henrique Rodovalho disse:
JLM disse:
(...)nem a igreja, nem ngm, só ela e o joaozinho.(...)
Concordo parcialmente com você. A diferença é que eu acho que apenas as mulheres podem discutir o aborto, porque homem nenhum engravida, nem amamenta.
Discordo. Homens não engravidam nem amamentam, mas são tão humanos quanto mulheres e têm tanto direito à vida quanto elas. Lembre-se que a questão aborto não diz respeito apenas à grávida, mas também e principalmente ao nascituro.
Luís Henrique Rodovalho disse:
Não temos dó ao matar animais. E os animais são seres vivos. O argumento pró-vida não se extende à eles?
Claro que temos dó ao matar animais! O argumento pró-vida estende-se a eles sim!
Eu acho totalmente errado matar animais a menos que seja para comer - ou para outros comerem - ou para defesa da nossa espécie. Acho aceitável ainda, embora continue tendo dó, matar animais para restabelecer o equilíbrio de algum ecossistema, naqueles casos em que uma espécie se multiplica rapidamente e põe em risco o ecossistema inteiro.
Se as leis anti-aborto apenas se referem à vida humana, quando é que um feto passa a ser humano?
É uma pergunta que diz respeito mais à filosofia do que à biologia. Quando que você considera? Você aceita que outras pessoas vão adotar outros critérios? Então com base em quê algum desses critérios tenha que ser imposto aos demais?
Luís Henrique Rodovalho disse:
Nos primeiros três meses de desenvolvimento do feto, ele nem mesmo tem aparência humana. Mais parece um girino. Um feto de um cachorro, de uma baleia, de muitos outros mamíferos, têm a mesma aparência. Isso sem dizer que o feto não tem o sistema nervoso funcionando.
É moralmente aceito matar animais porque, podemos até dizer que eles sentem dor, mas em nossa arrogância dizemos que eles não sofrem, por não ter consciência. Um feto sofrerá se for abortado?
Provavelmente não sofrerá conscientemente. Mas não é apenas essa a questão. Se alguém me der um tiro certeiro na nuca eu também morrerei sem sofrer.
A questão é que ao praticar o aborto acaba-se com uma vida em potencial. Aquele feto perde tudo o que ele viria a ter um dia - e tudo o que ele poderia vir a ter.
Da óptica do feto, tanto faz se é filho de estupro ou não. Admite-se o aborto, neste caso, com o que eu concordo, porque (I) a mãe não teve a opção de evitar a gravidez, a gravidez foi-lhe imposta contra a vontade e (II) porque a presença dessa criança no ventre da mãe é-lhe uma agressão tão grande que o aborto passa a ter uma mesma natureza jurídica parecida com a do estado de necessidade, onde é lícito ao cidadão sacrificar um bem jurídico alheio (a vida do feto) para preservar um bem jurídico próprio (a integridade psicológica e a dignidade humana).
Filhos de meninas? Pode alguém que nem vai criar esses filhos opinar sobre o aborto dela? Aborto de um feto sem características humanas?
De novo, por que só a menina vai ser ouvida, por que o feto não pode ser "ouvido"? Por ser ele incapaz, incumbe ao Estado preservar o seu interesse.
E o feto não tem características humanas aos teus olhos, apenas. O DNA humano já está INTEIRINHO, COMPLETINHO, no núcleo de cada célula.
É isso - o DNA - que dá àquelas células, e consequentemente àquele ser, o caráter "humano", e não a aparência.
Uma vez assisti uma propaganda pró-vida. Um padre mostrava crianças geradas por estupro na tv. E perguntava: essas crianças são monstros? Elas deviam ter morrido? Detalhe: todos tinham tarja preta nos olhos.
tinham tarja preta nos olhos porque são crianças e sua integridade deve ser preservada, não se pode expô-las publicamente.