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Aborto

.Penny Lane.

Usuário
Já que foi tocado no assunto no tópico da eutanásia, não vamos desviar o outro tópico né? Vocês são contra? A favor?

ctrv no meu post lá, que já vou deletar:

Por falar em aborto... eu não sei como tem gente que consegue simplesmente reduzir isso a questões religiosas. Embora a maioria dos que são contra realmente devam ser por causa da religião, já cansei de ouvir gente falando que todo mundo que é contra aborto o é por ser ignorante/ter religião.
Até onde eu sei, não existe consenso entre os cientists de quando a vida começa... independente de religião, você pode estar cometendo um assassinato fazendo um aborto. Todo mundo tem direito à vida. É MUITO mais complexo do que algumas pessoas querem fazer parecer.

(nossa, desviei total o assunto... alguém cria aí um tópico sobre aborto rs)

edit: mais tarde, quando tiver tempo, exponho minha opinião geral. Mas sou contra.
 
Eu sou a favor pq eu acho até mais humano abortar um feto do que uma criança, como vejo muitas por aí. Acho que só deveria ter filhos quem tem condições e realmente os quer, acho horrível as mães falarem: "eu te amo filho, mas se pudesse voltar atrás não teria tido vc"!!!!
 
Eu acho um assunto muito complexo também.

Não tenho uma opinião formada definitiva sobre isso ainda, mas tendo bastante a ser contra o aborto, mas aceitando mais situações de exceção do que são aceitas hoje.

Lá no tópico da eutanásia apresentaram-se algumas estatísticas no sentido de mostrar que no fundo a proibição é mais danosa para a sociedade do que a liberação. Pode ser. Mas este é só o aspecto OBJETIVO da questão, tem o aspecto SUBJETIVO também.

Embora eu tenha minhas crenças religiosas, considero um erro ser a favor ou contra o aborto por motivos religiosos. Em outras palavras, EU não cometeria um aborto por razões religiosas, mas não posso impor minha religião e as conclusões a que ela leva a todos, principalmente aos não religiosos.

Como a (ou o?) Penny Lane afirmou, você pode estar cometendo um homicídio ao abortar.

Quando a vida começa? A resposta mais correta é: não sabemos. Minha opinião pessoal é que começa quando o feto começa a produzir ondas cerebrais, mas antes disso já é um "ser humano em potencial", o que quer que isso signifique na teoria.

Por outro lado, há o direito da mulher ao próprio corpo. Isso é personalíssimo. E as questões objetivas, que também são importantes.

Botando tudo num saco, eu tenho pra mim que tendo a ser contra, com tolerância. O aborto pode ser proibido, mas não precisa constituir um crime, menos ainda a ser julgado pelo júri popular. Há que se aceitarem mais exceções permissivas, como a má formação fetal grave (a anencefalia por exemplo é aceita unanimemente pela jurisprudência), a má formação fetal não tão grave (falta de membros ou funções, anomalias genéticas, má formação de órgãos vitais como coração, pulmão, fígado, etc)... Mas não é uma opinião definitiva, é uma coisa muito complexa.
 
Antes de qualquer coisa, deve haver conscientização. Não adianta liberar o aborto e o pessoal decidir deixar de usar métodos contraceptivos achando que pode tirar de uma hora pra outra. Deve haver acompanhamento, um "estudo de caso", e principalmente saber que isso não é uma tarefa nada fácil.

Quando penso em aborto, olho pelo lado social. É uma questão de saúde pública. Mulheres abortam aos montes diariamente, e muitas acabam morrendo por causa de procedimentos errôneos, porcos, serviços amadores que custam mais caro do que qualquer quantia.

Também tenho uma visão "paranóica". Eu no momento não pretendo ter filhos, e faço de tudo para não ter. Tomo pílula religiosamente, uso camisinha sempre. Mas e se algo falhar? Todo o meu esforço para não ter um filho fica como? Vou ser obrigada a ter, a lidar com uma coisa com a qual não tenho maturidade?

Enfim, fora minhas convicções pessoais e egoístas, apoio a descriminalização do aborto. É uma questão de saúde que envolve toda a sociedade, e diria até urgente, e que não deve ser tratada com irresponsabilidade.
 
.Izze. disse:
Antes de qualquer coisa, deve haver conscientização. Não adianta liberar o aborto e o pessoal decidir deixar de usar métodos contraceptivos achando que pode tirar de uma hora pra outra. Deve haver acompanhamento, um "estudo de caso", e principalmente saber que isso não é uma tarefa nada fácil.

Exatamente. Imagina a nossa sociedade, burra e inculta como é, lidando com uma questão como esta. "Ah, agora pode tirar, não vou chupar bala com papel".

Quando penso em aborto, olho pelo lado social. É uma questão de saúde pública. Mulheres abortam aos montes diariamente, e muitas acabam morrendo por causa de procedimentos errôneos, porcos, serviços amadores que custam mais caro do que qualquer quantia.

Bom, milhares de pessoas morrem tentando assaltar bancos, vamos então simplesmente dar o dinheiro a elas?

Existem muitos motivos fortes para se defender a liberação do aborto, mas eu não consigo ser a favor de liberar uma atitude considerada criminosa porque ela gera danos graves... justamente a quem a pratica!

Não se pode descriminalizar uma conduta que hoje é considerada crime simplesmente para poupar aqueles que a praticam!

Também tenho uma visão "paranóica". Eu no momento não pretendo ter filhos, e faço de tudo para não ter. Tomo pílula religiosamente, uso camisinha sempre. Mas e se algo falhar? Todo o meu esforço para não ter um filho fica como? Vou ser obrigada a ter, a lidar com uma coisa com a qual não tenho maturidade?

Veja bem, todo mundo sabe (ou deveria saber) que métodos anticoncepcionais podem assegurar 99,xx% de eficiência. 99 não é 100, sabemos. Então mesmo com "todo o esforço para não ter um filho", a pessoa que decide ter uma relação sexual sabe que esse risco existe, aceita e assume esse risco. Isso não serve como desculpa.

Enfim, fora minhas convicções pessoais e egoístas, apoio a descriminalização do aborto. É uma questão de saúde que envolve toda a sociedade, e diria até urgente, e que não deve ser tratada com irresponsabilidade.

Eu discordo. Mas respeito tua opinião.
 
Tijolada disse:
Bom, milhares de pessoas morrem tentando assaltar bancos, vamos então simplesmente dar o dinheiro a elas?

Existem muitos motivos fortes para se defender a liberação do aborto, mas eu não consigo ser a favor de liberar uma atitude considerada criminosa porque ela gera danos graves... justamente a quem a pratica!

Não se pode descriminalizar uma conduta que hoje é considerada crime simplesmente para poupar aqueles que a praticam!

comparação infeliz esta. ngm discute q roubo seja crime e os assaltantes criminosos, já a questão do aborto sim. ou vc julga a menininha de 16 desesperada com a barriga uma criminosa? até pq a briga referente ao aborto está na liberdade d escolha vs. direito à vida. e q discussão existe qto a natureza dos assaltos? nenhuma! vc colocar ambos no mesmo balaio é 1 argumento fraquíssimo. talvez a dilma te apoiasse nele, mas antes das eleições. agora nem ela.

eu sou a favor d descriminalizar o aborto, mas sou contra o aborto. ñ é o estado quem vai cuidar do filho q a mariazinha ñ quer. então ñ deve ser ele a decidir se ela quer ou ñ ter ele. nem a igreja, nem ngm, só ela e o joaozinho. o direito penal nunca deveria adentrar na área d decisões pessoais. já faz isso na questão do suicídio. quer se matar? ñ vai prejudicar ngm além dele mesmo? faça! o aborto e a eutanásia deveriam ter tratamentos iguais. tto é q as leis contra o aborto e eutanásia são pro forma no brasil. faça o teste: pergunte a qq delegado se ele já prendeu alguém por aborto ou eutanásia? leis em desuso devem ir pro limbo.
 
JLM disse:
Tijolada disse:
Bom, milhares de pessoas morrem tentando assaltar bancos, vamos então simplesmente dar o dinheiro a elas?

Existem muitos motivos fortes para se defender a liberação do aborto, mas eu não consigo ser a favor de liberar uma atitude considerada criminosa porque ela gera danos graves... justamente a quem a pratica!

Não se pode descriminalizar uma conduta que hoje é considerada crime simplesmente para poupar aqueles que a praticam!

comparação infeliz esta. ngm discute q roubo seja crime e os assaltantes criminosos, já a questão do aborto sim. ou vc julga a menininha de 16 desesperada com a barriga uma criminosa? até pq a briga referente ao aborto está na liberdade d escolha vs. direito à vida. e q discussão existe qto a natureza dos assaltos? nenhuma! vc colocar ambos no mesmo balaio é 1 argumento fraquíssimo. talvez a dilma te apoiasse nele, mas antes das eleições. agora nem ela.

EU não julgo criminosa a pessoa que comete o aborto, o Estado é quem assim o faz.

Você não entendeu a lógica do argumento, como ficou claro. Não pus as duas condutas (assalto e aborto) no mesmo balaio, não o faria, pois são de naturezas completamente diferente.

O que eu disse - e você não entendeu, vou explicar - é que a RAZÃO que a Izze elencou não é válida para a descriminalização. Não se pode descriminalizar uma conduta para preservar os próprios infratores.

Usando uma (outra) analogia, com algo que se discute: discuta-se a liberação das drogas, usem-se argumentos contrários e favoráveis, mas é inválido o argumento de que "tem que liberar, porque se não o cara que quer comprar tem que correr riscos ao ter contato com o traficante". Ora, ele tem que correr o risco porque ESCOLHEU adotar uma conduta proibida.

Neste ponto, a analogia com o assalto é perfeita. Não se pode descriminalizar uma conduta porque ela gera riscos ao próprio infrator. A lógica é a mesma no caso do assalto, das drogas e do aborto, apesar da gritante diferença entre a natureza jurídica das três condutas tipificadas.
Foi isto que você não entendeu.



eu sou a favor d descriminalizar o aborto, mas sou contra o aborto. ñ é o estado quem vai cuidar do filho q a mariazinha ñ quer. então ñ deve ser ele a decidir se ela quer ou ñ ter ele. nem a igreja, nem ngm, só ela e o joaozinho. o direito penal nunca deveria adentrar na área d decisões pessoais. já faz isso na questão do suicídio. quer se matar? ñ vai prejudicar ngm além dele mesmo? faça! o aborto e a eutanásia deveriam ter tratamentos iguais. tto é q as leis contra o aborto e eutanásia são pro forma no brasil. faça o teste: pergunte a qq delegado se ele já prendeu alguém por aborto ou eutanásia? leis em desuso devem ir pro limbo.

Pois então, olha bem a parte do teu texto que eu negritei.

Acontece que o Estado tem que tutelar os interesses do Joãozinho, já que ele, por óbvio, é incapaz de manifestar a própria vontade. E a Natureza nos diz que a vontade dele é nascer.

O aborto não pode ser comparado com o suicídio, pois no aborto é a vida de um terceiro que está sendo sacrificada.
 
JLM disse:
(...)nem a igreja, nem ngm, só ela e o joaozinho.(...)

Concordo parcialmente com você. A diferença é que eu acho que apenas as mulheres podem discutir o aborto, porque homem nenhum engravida, nem amamenta.

Não temos dó ao matar animais. E os animais são seres vivos. O argumento pró-vida não se extende à eles? Se as leis anti-aborto apenas se referem à vida humana, quando é que um feto passa a ser humano?

Nos primeiros três meses de desenvolvimento do feto, ele nem mesmo tem aparência humana. Mais parece um girino. Um feto de um cachorro, de uma baleia, de muitos outros mamíferos, têm a mesma aparência. Isso sem dizer que o feto não tem o sistema nervoso funcionando.

É moralmente aceito matar animais porque, podemos até dizer que eles sentem dor, mas em nossa arrogância dizemos que eles não sofrem, por não ter consciência. Um feto sofrerá se for abortado?

E os filhos de estupro? Filhos de meninas? Pode alguém que nem vai criar esses filhos opinar sobre o aborto dela? Aborto de um feto sem características humanas?

Uma vez assisti uma propaganda pró-vida. Um padre mostrava crianças geradas por estupro na tv. E perguntava: essas crianças são monstros? Elas deviam ter morrido? Detalhe: todos tinham tarja preta nos olhos.
 
Tijolada disse:
Acontece que o Estado tem que tutelar os interesses do Joãozinho, já que ele, por óbvio, é incapaz de manifestar a própria vontade. E a Natureza nos diz que a vontade dele é nascer.

pelo jeito ñ sou só eu o desentendido, mas tb vou te explicar direitinho: o joaozinho a q me referia era o pai. ¬¬

Luís Henrique Rodovalho disse:
JLM disse:
(...)nem a igreja, nem ngm, só ela e o joaozinho.(...)

Concordo parcialmente com você. A diferença é que eu acho que apenas as mulheres podem discutir o aborto, porque homem nenhum engravida, nem amamenta.

é uma puta sacanagem a guria decidir abortar sem ao menos pedir a opinião do carinha. sei disso pq já aconteceu com 1 conhecido meu. ele ficou revoltadíssimo. e se a atitude tomada por ele fosse algo q a fizesse mudar d ideia? se ele quisesse o filho para ele, mesmo ela recusando? e se ele gostasse dela ao ponto d querer juntar as escovinhas d dentes? acho q já q os 2 fizeram, os 2 são responsáveis por qq decisão e só os 2 devem decidir. tá certo q hj em dia a moda é o carinha vazar e deixar a mina sozinha. dae sim. mas se ele tá junto, pode e deve participar em resolver a questão.
 
Tijolada disse:
Usando uma (údeoutra) analogia, com algo que se discute: discuta-se a liberação das drogas, usem-se argumentos contrários e favoráveis, mas é inválido o argumento de que "tem que liberar, porque se não o cara que quer comprar tem que correr riscos ao ter contato com o traficante". Ora, ele tem que correr o risco porque ESCOLHEU adotar uma conduta proibida.

Usar drogas faz mal para a saúde. Inclusive drogas lícitas. Vender drogas também faz mal a saúde, mas não porque drogas são venenosas. Comprar drogas é arriscado porque é uma conduta proibida. Infelizmente, não é arriscado só para quem compra e vende.

Acredito que, assim como as drogas, o aborto deve ser descriminalizado porque a lei não funciona. O Estado deveria controlar o uso, e só por ser legalizado o tráfico já não obteria o mesmo lucro. As pessoas contrárias ao uso, como eu, deveriam no máximo se limitarem a conscientizar os usuários.
 
JLM disse:
Tijolada disse:
Acontece que o Estado tem que tutelar os interesses do Joãozinho, já que ele, por óbvio, é incapaz de manifestar a própria vontade. E a Natureza nos diz que a vontade dele é nascer.

pelo jeito ñ sou só eu o desentendido, mas tb vou te explicar direitinho: o joaozinho a q me referia era o pai. ¬¬

E eu vou adivinhar como? :timido:

Ainda assim, a minha crítica é a mesma: o Estado tem que tutelar os interesses do filho do casal, já que o nascituro obv é incapaz.

A Mariazinha e o Joãozinho não querem ter filhos, ok. Mas o piá quer nascer. Porque só os interesses da mãe e do pai são importantes? Ao proibir o aborto, o Estado não está apenas se metendo na vida privada dos pais, é muito mais do que isso: ele está tutelando os interesses do nascituro, da terceira vida humana envolvida na história e que é incapaz de se manifestar.
 
Luís Henrique Rodovalho disse:
Tijolada disse:
Usando uma (údeoutra) analogia, com algo que se discute: discuta-se a liberação das drogas, usem-se argumentos contrários e favoráveis, mas é inválido o argumento de que "tem que liberar, porque se não o cara que quer comprar tem que correr riscos ao ter contato com o traficante". Ora, ele tem que correr o risco porque ESCOLHEU adotar uma conduta proibida.

Usar drogas faz mal para a saúde. Inclusive drogas lícitas. Vender drogas também faz mal a saúde, mas não porque drogas são venenosas. Comprar drogas é arriscado porque é uma conduta proibida. Infelizmente, não é arriscado só para quem compra e vende.

Acredito que, assim como as drogas, o aborto deve ser descriminalizado porque a lei não funciona. O Estado deveria controlar o uso, e só por ser legalizado o tráfico já não obteria o mesmo lucro. As pessoas contrárias ao uso, como eu, deveriam no máximo se limitarem a conscientizar os usuários.

Eu respeito a tua opinião, mas discordo. Penso exatamente o contrário.

Primeiro, que a lei funciona. Funciona mal, é bem verdade, mas é melhor do que não tê-la. Analogamente, não vamos descriminalizar o furto só porque continua acontecendo mesmo sendo proibido.

E é justamente por não ser arriscado só para quem compra e vende que eu sou contra a descriminalização.
 
JLM, me expressei mal. Acho que os homens não poderiam discutir a legalização do aborto, pelo menos não com o mesmo peso que o voto das mulheres. Afinal, mesmo que eles se disponham a criar a criança sozinhos, o que é muito difícil mas não impossível, não são eles que vão carregar o bebê na barriga.

E é claro, antes da mulher abortar, nada mais ético do que consultar os outros envolvidos. Ainda assim, no meu ponto de vista, se a mulher quer abortar e o homem não, a mulher pode abortar. O contrário, se o homem quer que ela aborte e ela não, então nada pode obrigá-la a abortar.
 
Todo ser vivo quer viver. Apenas seres vivos racionais conseguem se matar conscientemente. Nunca vi um animal se matar de tristeza, ou se matar por estar sofrendo uma doença incurável. Só vi animais lutando pra viver.

O espermatozóide também quer viver. Muitos deles, mesmo sem camisinha, vão morrer. O Estado deve protegê-los? Os embriões extras gerados por fertilização in vitro também querem viver. Então, mesmo que os pais tenham ganho trigêmeos, eles têm que ser guardados em segurança. Vida em potencial.

O feto quer viver. Toda sua existência está voltada para se desenvolver e sair do corpo da mãe. Mas ele não têm consciência disso. Ele não tem nem pulmões! Seres humanos em coma não têm consciência de seu estado, acredito. Mas uma coisa eu tenho certeza: todo paciente em coma já experimentou a vida e tem uma decisão formada sobre se quer viver ou não. Um feto nunca experimentou nada fora da barriga da mãe e, cientificamente, não tem consciência para distinguir se está vivo ou não, nas primeiras semanas.
 
Tijolada disse:
Ainda assim, a minha crítica é a mesma: o Estado tem que tutelar os interesses do filho do casal, já que o nascituro obv é incapaz.

A Mariazinha e o Joãozinho não querem ter filhos, ok. Mas o piá quer nascer. Porque só os interesses da mãe e do pai são importantes? Ao proibir o aborto, o Estado não está apenas se metendo na vida privada dos pais, é muito mais do que isso: ele está tutelando os interesses do nascituro, da terceira vida humana envolvida na história e que é incapaz de se manifestar.

estado ñ é deus. ñ é justo ele impor ao casal oq eles decidem no âmbito pessoal, já q ñ é ele quem vai arcar com as despesas. nem é funcional esta imposição. qdo o casal ñ quer, vai fazer mesmo assim. olha a china impondo 1 filho por casal, mas eqto ñ nasce 1 varão eles continuam tentando, jogando as menininhas q nascem nos rios ou mandando pra coréia para serem servidas como pratos exóticos.

defender os direitos do nascituro é mto bonito pra levantar votos ou no púlpito das igrejas, mas na realidade nua e crua existe o destino d duas vidas em jogo antes d quem nem nasceu. ou pior, conforme zilhões d critérios diferentes, d quem nem é considerado vida ainda.
 
Tijolada disse:
JLM disse:
Tijolada disse:
Acontece que o Estado tem que tutelar os interesses do Joãozinho, já que ele, por óbvio, é incapaz de manifestar a própria vontade. E a Natureza nos diz que a vontade dele é nascer.

pelo jeito ñ sou só eu o desentendido, mas tb vou te explicar direitinho: o joaozinho a q me referia era o pai. ¬¬

E eu vou adivinhar como? :timido:

Ainda assim, a minha crítica é a mesma: o Estado tem que tutelar os interesses do filho do casal, já que o nascituro obv é incapaz.

A Mariazinha e o Joãozinho não querem ter filhos, ok. Mas o piá quer nascer. Porque só os interesses da mãe e do pai são importantes? Ao proibir o aborto, o Estado não está apenas se metendo na vida privada dos pais, é muito mais do que isso: ele está tutelando os interesses do nascituro, da terceira vida humana envolvida na história e que é incapaz de se manifestar.

Mas e o Estado tem capacidade de cuidar dessa criança? Ele vai garantir o nascimento dela, okay, mas e toda a burocracia que dificulta a adoção, ou a falta de recursos para mantê-la alimentada e educada em um orfanato?

Esse negócio de "a criança quer nascer" também vejo falhas. Todo mundo quer viver, dos animais às plantas, essa é a vida, e ciclos são interrompidos a todo tempo. A reprodução é só mais um desses ciclos da natureza. Não vejo "vontade de nascer" em uma pequena massinha de células que nem manifesta ondas cerebrais ainda.
 
Luís Henrique Rodovalho disse:
JLM disse:
(...)nem a igreja, nem ngm, só ela e o joaozinho.(...)

Concordo parcialmente com você. A diferença é que eu acho que apenas as mulheres podem discutir o aborto, porque homem nenhum engravida, nem amamenta.

Discordo. Homens não engravidam nem amamentam, mas são tão humanos quanto mulheres e têm tanto direito à vida quanto elas. Lembre-se que a questão aborto não diz respeito apenas à grávida, mas também e principalmente ao nascituro.

Luís Henrique Rodovalho disse:
Não temos dó ao matar animais. E os animais são seres vivos. O argumento pró-vida não se extende à eles?

Claro que temos dó ao matar animais! O argumento pró-vida estende-se a eles sim!

Eu acho totalmente errado matar animais a menos que seja para comer - ou para outros comerem - ou para defesa da nossa espécie. Acho aceitável ainda, embora continue tendo dó, matar animais para restabelecer o equilíbrio de algum ecossistema, naqueles casos em que uma espécie se multiplica rapidamente e põe em risco o ecossistema inteiro.

Se as leis anti-aborto apenas se referem à vida humana, quando é que um feto passa a ser humano?

É uma pergunta que diz respeito mais à filosofia do que à biologia. Quando que você considera? Você aceita que outras pessoas vão adotar outros critérios? Então com base em quê algum desses critérios tenha que ser imposto aos demais?


Luís Henrique Rodovalho disse:
Nos primeiros três meses de desenvolvimento do feto, ele nem mesmo tem aparência humana. Mais parece um girino. Um feto de um cachorro, de uma baleia, de muitos outros mamíferos, têm a mesma aparência. Isso sem dizer que o feto não tem o sistema nervoso funcionando.

É moralmente aceito matar animais porque, podemos até dizer que eles sentem dor, mas em nossa arrogância dizemos que eles não sofrem, por não ter consciência. Um feto sofrerá se for abortado?

Provavelmente não sofrerá conscientemente. Mas não é apenas essa a questão. Se alguém me der um tiro certeiro na nuca eu também morrerei sem sofrer.

A questão é que ao praticar o aborto acaba-se com uma vida em potencial. Aquele feto perde tudo o que ele viria a ter um dia - e tudo o que ele poderia vir a ter.

E os filhos de estupro?

Da óptica do feto, tanto faz se é filho de estupro ou não. Admite-se o aborto, neste caso, com o que eu concordo, porque (I) a mãe não teve a opção de evitar a gravidez, a gravidez foi-lhe imposta contra a vontade e (II) porque a presença dessa criança no ventre da mãe é-lhe uma agressão tão grande que o aborto passa a ter uma mesma natureza jurídica parecida com a do estado de necessidade, onde é lícito ao cidadão sacrificar um bem jurídico alheio (a vida do feto) para preservar um bem jurídico próprio (a integridade psicológica e a dignidade humana).

Filhos de meninas? Pode alguém que nem vai criar esses filhos opinar sobre o aborto dela? Aborto de um feto sem características humanas?

De novo, por que só a menina vai ser ouvida, por que o feto não pode ser "ouvido"? Por ser ele incapaz, incumbe ao Estado preservar o seu interesse.

E o feto não tem características humanas aos teus olhos, apenas. O DNA humano já está INTEIRINHO, COMPLETINHO, no núcleo de cada célula.

É isso - o DNA - que dá àquelas células, e consequentemente àquele ser, o caráter "humano", e não a aparência.

Uma vez assisti uma propaganda pró-vida. Um padre mostrava crianças geradas por estupro na tv. E perguntava: essas crianças são monstros? Elas deviam ter morrido? Detalhe: todos tinham tarja preta nos olhos.

tinham tarja preta nos olhos porque são crianças e sua integridade deve ser preservada, não se pode expô-las publicamente.
 
Tijolada disse:
Primeiro, que a lei funciona. Funciona mal, é bem verdade, mas é melhor do que não tê-la. Analogamente, não vamos descriminalizar o furto só porque continua acontecendo mesmo sendo proibido.

Se o furto fosse descriminalizado, a ocorrência de furtos aumentaria porque não haveria punição.

Se o uso de drogas fosse descriminalizado, provavelmente o uso de drogas também aumentaria. Mas em contrapartida, o tráfico de drogas diminuiria. Acredito que haja mais crimes consequentes do tráfico de drogas do que do uso de drogas em si.

A analogia pode servir para o aborto. Com o aborto descriminalizado, sua ocorrência também aumentaria. Mas não muito, porque o aborto já é praticado, proibido ou não. Em compensação, as mulheres que sofrem essas intervenções clandestinas passariam por procedimentos seguros. Ainda mais. A mulher que pratica o aborto passa por maus bocados porque é considerada uma criminosa. A descriminalização diminuiria essa angústia.
 
Luís Henrique Rodovalho disse:
Todo ser vivo quer viver. Apenas seres vivos racionais conseguem se matar conscientemente. Nunca vi um animal se matar de tristeza, ou se matar por estar sofrendo uma doença incurável. Só vi animais lutando pra viver.

De jeito nenhum.

Escorpiões cometem suicídio para evitar uma morte dolorosa. Deve haver mais exemplos.


O espermatozóide também quer viver. Muitos deles, mesmo sem camisinha, vão morrer. O Estado deve protegê-los? Os embriões extras gerados por fertilização in vitro também querem viver. Então, mesmo que os pais tenham ganho trigêmeos, eles têm que ser guardados em segurança. Vida em potencial.

O espermatozóide não "quer" nada. Espermatozóides não têm vida própria, são células que fazem parte de um organismo.

Quanto aos embriões extras, é exatamente isso que você falou.

O feto quer viver. Toda sua existência está voltada para se desenvolver e sair do corpo da mãe. Mas ele não têm consciência disso. Ele não tem nem pulmões! Seres humanos em coma não têm consciência de seu estado, acredito. Mas uma coisa eu tenho certeza: todo paciente em coma já experimentou a vida e tem uma decisão formada sobre se quer viver ou não. Um feto nunca experimentou nada fora da barriga da mãe e, cientificamente, não tem consciência para distinguir se está vivo ou não, nas primeiras semanas.

Concordo com isso que disseste, mas isso não nos autoriza a matar o feto desmotivadamente.

TEndo consciência ou não, aquele ser foi criado e agora tem vida. Tem um DNA que é só dele. Logo emitirá as primeiras ondas cerebrais. É justo ceifar essa vida porque a mãe tem preguiça de criar, ou porque não tem dinheiro suficiente?

Concordo que haverá casos em que o sacrifício dessa futura vida seja aceitável em favor de outro bem jurídico, ou para evitar um mal ainda maior. Mas por favor, o simples "não querer" da progenitora A MEU VER não é e não pode
ser motivo suficiente para esse sacrifício.
 
Tijolada disse:
De novo, por que só a menina vai ser ouvida, por que o feto não pode ser "ouvido"? Por ser ele incapaz, incumbe ao Estado preservar o seu interesse.

E o feto não tem características humanas aos teus olhos, apenas. O DNA humano já está INTEIRINHO, COMPLETINHO, no núcleo de cada célula.

É isso - o DNA - que dá àquelas células, e consequentemente àquele ser, o caráter "humano", e não a aparência.

Meu cabelo também tem DNA. Nem por isso ele é humano. Meus espermatozóides também.

O feto não pode ser ouvido. O feto não pode omitir opiniões simplesmente porque não tem opiniões. Mas uma menina têm opiniões. E muito dificilmente terá um futuro muito feliz se ela estiver carregando o filho de um parente ou de um estuprador.

Meu argumento é que uma mulher capaz de engravidar já é um ser humano faz tempo. Fetos não são seres humanos. Fetos não têm a capacidade de raciocinar nem de aprender. Até as moscas têm mais neurônios que fetos humanos nas primeiras semanas.

Matar animais é legal porque é necessário para a sobrevivência humana. Nem tanto, porque podemos ter uma dieta vegetariana. Ou pelo menos comer muito menos carne do que comemos atualmente, por pura satisfação. Mas abortar um feto sem cérebro é imoral, porque ele quer nascer, independentemente das circunstâncias de sua concepção e da vontade da mãe.
 

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